Seguidores

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

SUBSIDIO - EBD - LIÇÃO 5




ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO


I – INTRODUÇÃO:

Quando nos referimos às bênçãos que foram prometidas ao antigo Israel, logo queremos saber: Que bênçãos foram prometidas a Israel? Dessas bênçãos, o que cabe ao povo de Deus hoje? Elas se aplicam à Igreja? O problema ocorre quando não procuramos enxergar as esferas de competencias de cada uma das Alianças. Trata-se de um só povo, mas com promessas de bênçãos bem diferenciadas

.

II - DEFINIÇÃO E ALGUNS TIPOS DE ALIANÇA:







(1) - ALIANÇA - Em linguagem teológica, aliança é um acordo firmado entre Deus e a família humana, através do qual Ele promete abençoar os que lhe aceitam a vontade e guardam os Seus mandamentos. A base das alianças é o amor divino. É um compromisso gracioso da parte de Deus, pelo qual Ele concede-nos favores imerecidos.






(2) - ALIANÇA CONDICIONAL: É uma proposta de Deus, em que Ele promete, segundo condições preestabelecidas, conceder bênçãos especiais ao homem, desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas, em caso de não cumprimento.


Na Aliança Condicional o cumprimento do que foi acordado depende do receptor da aliança, não do outorgador. Algumas obrigações ou condições devem ser satisfeitas pelo receptor, antes que o outorgador se obrigue a cumprir o que foi prometido. É uma aliança na qual está sempre presente a partícula “SE”. A aliança mosaica, entre Deus e Israel, é uma dessas alianças.






(3) - ALIANÇA INCONDICIONAL – É uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se, em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, de Sua própria iniciativa, bênçãos definidas para aqueles com quem compactua.


Na Aliança Incondicional, o cumprimento do que foi acordado depende unicamente daquele que faz a aliança. O que foi prometido é soberanamente concedido ao receptor da aliança com base na autoridade e na integridade do outorgador, independentemente do mérito ou resposta do receptor. É uma aliança sem a presença da partícula “SE” vinculado a ela.






III - A ALIANÇA ABRAÂMICA:


Neste conteúdo procuraremos mostrar, através da Bíblia, o que foi prometido a Israel e o que hoje cabe à Igreja. Para isso ficar de maneira bem pedagógica, devemos ter em mente que as bênçãos tem seus aspectos:


(A) – PESSOAL;


(B) – NACIONAL; e


(C) - UNIVERSAL.


Assim…






(1) – DEUS TRATOU COM O INDIVÍDUO ABRAÃO (OU PESSOALMENTE) – Gn 12.1 – O que antes pertenceu aos judeus e depois foi dado aos cristãos, foi prometido primeiramente a Abraão. As bênçãos que ele contemplou se destinavam tanto a sua vida pessoal, como também ao seu povo.


Outro aspecto importante a ser lembrado é que as bênçãos contemplavam o presente, mas também apontavam para um futuro. Eram transitorias, mas também apontavam para algo permanente. Portanto, as bênçãos eram tanto temporais como eternas.


As bênçãos temporais eram aquelas que diziam respeito à realidade presente ou pessoal do patriarca; por outro lado, as bênçãos eternas se referem àquelas que diziam respeito às promessas com cumprimento futuro.


Quando o Senhor chamou Abraão de Ur dos Caldeus, ele se tornou um nômade. Nessa jornada:


(A) – O homem Abraão perdeu a sua patria de origem, mas recebeu a promessa de ser uma nova nação – Gn 12.1-2;


(B) – Perdeu amigos, mas recebeu a promessa de receber reconhecimento – Gn 12.2;


(C) – Passou a ser um errante pelo deserto, mas recebeu a promessa de proteção divina – Gn 12.2;


(D) – Perdeu o aconchego da família, mas recebeu a promessa de vir a ser uma bênção para todas as nações – Gn 12.3;


Gn 23.6 - As bênçãos de Abraão também tiveram um alcance social. De acordo com o texto bíblico, Abraão gozava de um bom relacionamento com aqueles no meio dos quais convivia. Por isso, não adianta somente possuirmos bênçãos materiais, se aqueles que estão ao nosso redor não forem abençoados de alguma forma em consequencia disto. Os heteus não adoravam o Deus de Abraão, mas respeitavam o patriarca e sua fé.


Esses relatos nos revelam a soberania de Deus na chamada de Abraão e a sua bondade em abençoar ao patriarca em resposta à sua obediencia – Gn 13.2; 24.34-35


Abraão não partiu de Ur dos Caldeus a procura de bênçãos materiais, financeiras e nem tampouco de uma vida saudável, mas EM RESPOSTA AO CHAMADO DIVINO PARA SUA VIDA. As bênçãos da prosperidade foram uma consequencia disso – Gn 24.35; 25.8.






(2) – O ASPECTO NACIONAL DA BÊNÇÃO SOBRE ISRAEL – Quando se faz referencia às bênçãos do antigo Israel como herança de todos os filhos de Deus, alguns fatos não são vistos ou levados em conta. Por exemplo, haviam bênçãos dadas a Israel que eram de caráter puramente nacional, isto é, diziam respeito a eles como povo. Por outro lado, havia aquelas de caráter universal e espiritual, que apontavam para um futuro distante.






(2.1) – O alcance geográfico das bênçãos – Como um povo com identidade própria, Israel necessitava de uma terra física para habitar. Na chamada feita a Abraão, o Senhor prometeu fazer dele uma grande nação e dar a terra de Canaã como possessão a seus descendentes (Gn 12.2; 17.8). Essa era uma bênção nacional. A terra pertencia a eles.






(2.2) – O alcance político das bênçãos – Dt 28.7 – Na lista de bênçãos prometidas ao Israel nação ou histórico, ou ainda étnico, encontramos aquelas de natureza política. Elas diziam respeito ao convívio com nações vizinhas. Primeiramente vemos Israel convivendo em um meio hostil, e que por esse fato dependia da proteção divina. Sem essa proteção, Israel seria incapaz de sobreviver como nação em meio àqueles que os hostilizavam. Por outro lado, encontramos Israel recebendo reconhecimento dos povos vizinhos em decorrencia das bênçãos do Senhor. Esse temor era traduzido no sentimento de respeito que eles inspiravam.


(2.3) – O alcance global das bênçãos – É fácil percebermos que nem todas as bênçãos prometidas a Israel por intermedio dos patriarcas podem ser traduzidas em bênçãos locais, materiais e pessoais. Havia também aquelas de caráter universal e espiritual. Elas teriam um caráter coletivo e apontavam para um futuro ainda muito distante.


Gn 12.3 – Quando o Senhor falar isto com Abraão, a referencia é a salvação por intermedio da pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 3.8). Essa promessa se cumpriu muito séculos depois do patriarca. Essas bênçãos, embora contempladas por Abraão, não foram desfrutadas por ele – Jo 8.56 – Abraão “VIU” os dias do Messias, MAS NÃO OS VIVENCIOU. A bênção era para sua posteridade.






(3) - AS BÊNÇÃOS SOBRE A IGREJA SÃO DE CARÁTER UNIVERSAL – Pudemos observar que as bênçãos na Antiga Aliança era de natureza material, social e também espiritual. Havia bênçãos que diziam respeito à vida pessoal do patriarca Abraão, como também bênçãos destinadas ao Israel nação. Em todos os casos, as bênçãos sob a Antiga Aliança fazem sobressair seu aspecto temporal ou transitório em contraste com aquilo que é prometido para a Nova Aliança, que é eterno e permanente – Hb 8.13; 10.34.


Na Nova Aliança, as bênçãos são atemporais, isto é, são eternas. Aquilo que era apenas prometido na Antiga Aliança tem seu pleno cumprimento na Nova. O transitorio, efêmero e temporal pertenciam ao Antigo Pacto; o permanente, eterno e atemporal pertence ao Novo Pacto – II Cor 3.1-11.


(3.1) – O material e o espiritual – O que pertencia a Israel que pode ser desfrutado pela Igreja? Como já foi dito, a Antiga Aliança enfatizava o aspecto material, local e transitorio das bênçãos; a Nova Aliança sublinha seu lado espiritual, universal e eterno. As bênçãos listadas sob a Antiga Aliança, por exemplo, eram nominadas como sendo bois, jumentos, ovelhas, prata e ouro (Gn 24.35; Jó 1.1-3).


Por outro lado, as bênçãos listadas na Nova Aliança são nominadas como sendo:


(A) – Justificação Gl 2.16; 2.21


(B) – Herança espiritual de filho de Deus – Rm 8.14; Gl 3.18


(C) – Vida – Gl 3.21; Rm 8.2


(D) – Liberdade – Gl 4.8-10; Gl 5.1


(E) – O dom do Espírito Santo – Gl 3.2


(D) – Remissão de pecados - Ez 36:25 cf Mt 26:28; Hb 8:12


(E) – Um novo coração - Ez 36:26 cf Jo 14:23, 27; 15:11; Hb 8:10


(F) – Concessão do Espírito do Senhor - Ez 36:27 cf Lc 24:49; Jo 14:16-17, 26


(G) – Cura Divina - Ex 15:26 cf Tg 5:14-15


Isso demonstra que as bênçãos da Nova Aliança se sobrepõem as da Antiga, e que são superiores e exclusivas para os crentes do Novo Pacto – Hb 8.6 cf Ef 1.3

IV - A RESPONSABILIDADE DO HOMEM PARA COM A NOVA ALIANÇA



À semelhança da Aliança com Abraão, é necessário que o homem creia em Deus e expresse sua fé, confessando publicamente o nome de Jesus (Mt 10:32; Mc 16:16; Jo 6:47; 14:15; Rm 10:9-10; Tg 2:17


Ela é UNIVERSAL, fato que Jesus claramente declarou. Suas provisões e promessas são em benefício de todas as nações e de toda criatura - Mt 28:19-20; Mc 16:15; Lc 24:47






VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:


Em razão do pecado de Israel e seu fracasso, Deus foi obrigado a afastar-se deles e deixar-lhes a casa vazia (Ez 10.4; 11.23); (Mt 12.43-45; 23.38).


Logo, a grande vantagem da atual Dispensação é esta: Que ficaram liberadas para todo o mundo as riquezas da graça que previamente estavam sob a custódia dos judeus que não as administraram bem.


Essas verdades devem ser pregadas em todo o mundo pelos convertidos em Cristo para que toda criatura tome conhecimento da faustosa oportunidade de receber plena salvação (Mt 28.20; II Tm 2.2). O meio que Deus usa para conseguirmos este objetivo é a pregação do Evangelho da graça (Mc 16.15; I Cor 1.21; Rm 1.16).



Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves


LIÇÃO 05 - AS BÊNÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE A IGREJA

INTRODUÇÃO
Sem dúvida alguma, um dos temas bíblicos mais deleitosos à vida cristã, é o que trata das bênçãos e promessas de Deus. Uma vez que todos nós, em qualquer circunstância, somos dependentes das promessas de Deus contidas nas Escrituras. Contudo, nesta lição, iremos perceber que existem três tipos de promessas, a saber: individuais, nacionais e universais, e que cada uma delas têm um alvo determinado.

I - AS PROMESSAS INDIVIDUAIS
Existem vários exemplos na Bíblia, tanto de homens como de mulheres que foram alvos de promessas individuais. dentre eles podemos citar: Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Ana, Paulo e outros (Gn 6.18; 12.1-3; 26.2-4; 28.13-15; 1 Sm 1.17; Jo 21.18,19; At 9:15,16).
Aurélio define a palavra “individual” como: relativo há um indivíduo. Logo, fica entendido que quando uma promessa é de natureza individual, não deve ser aplicada a todas as pessoas, se não, a indivíduos em particular.
A cerca de Abraão, por exemplo, Deus lhe fez três promessas individuais:
  • Deus prometeu a Abraão um filho, ainda que sua idade estivesse avançada e que sua esposa fosse estéril: “E eis que veio a palavra do SENHOR a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro” (Gn 15.4);
  • Deus prometeu a Abraão muitos descendentes, tantos que se tornaria o pai de numerosas nações: “E      te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti” (Gn 17:6,7);
  • Deus prometeu a terra de Canaã a Abraão e a sua posteridade: “E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn 17:8).
Os adeptos da Teologia da Prosperidade, equivocadamente, aplicam para si promessas feitas a indivíduos específicos. Hagin, o maior difusor desse terrível engano, em um de seus livros, usa a passagem bíblica de Gênesis 17.6, onde Deus promete a Abraão que ele seria extraordinariamente frutífero. Afirmando que essa expressão tem o objetivo claro de se referir às riquezas espirituais, física, financeira e material e aplica estas promessas a todos os cristãos, parafraseando-a com a declaração paulina contida em Gálatas 3:8, senão confira: “A primeira coisa que Deus prometeu a Abraão foi que iria enriquecê-lo. ‘Você quer dizer que Deus vai enriquecer todos nós?’ Sim, é isto que quero dizer” (Pieratt, 1993, p.129)
Três graves erros, Hagin comete na interpretação deste versículo:
1.1. O primeiro erro: ele aplica para todos os cristãos uma promessa individual;
1.2. O segundo erro: ele confunde a palavra “frutificar” como sendo bênçãos materiais, mas fica claro que a expressão diz respeito à descendência que viria do patriarca. Abraão foi o pai dos israelitas, ismaelitas, midianitas, edomitas e outros árabes (Gn 17.20; 25.1-3,24-27);
1.3 O terceiro erro: a bênção de Abraão que Paulo faz menção nessa passagem não diz respeito a riquezas materiais, muito pelo contrário, está aludindo às bênçãos espirituais que as nações gentílicas foram incluídas na esperança da salvação por meio de Abraão. Isso fica muito claro em Gálatas 3.7-9 onde Paulo afirma: “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão”.

II - AS PROMESSAS NACIONAIS À ISRAEL
É necessário distinguir as promessas feitas a nação de Israel daquelas feitas a Igreja de Cristo. Assim como as promessas individuais dizem respeito a indivíduos específicos como vimos, as promessas nacionais dizem respeito a uma nação, neste caso, a Israel.
“Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas especificas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-los à Igreja” (Couto, 2007, p. 07).
Existem promessas de Deus feitas ao seu povo, Israel, que lhe são peculiares, como, por exemplo, podemos citar:
  • Deus prometeu a Israel a terra e este recebeu (Gn 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Lv 20.24; 25.23), à qual seu destino está ligado e jamais deixará de existir (Jr 31.35-40);
  • Numerosas profecias prometem a Israel a restauração na sua terra, com o Messias reinando no trono de Davi por ocasião de Sua volta (2 Sm 7.10-16; 1 Re 9.5; Is 9.6-7; Ez 34.23-24; 37.24-25; Lc 1.31-33);
  • É clara também a promessa de que Deus derramará do Seu Espírito sobre o Seu povo escolhido que, depois disso, jamais manchará novamente o Seu santo nome, e Ele não mais esconderá de Israel o Seu rosto (Ez 39.7; 22, 27-29; Zc 8.13-14).

Outra grande parte das promessas destinadas a Israel dependiam da guarda da Lei de Deus: moral e cerimonial e da obediência a Ele. Como por exemplo, as que estão citadas em Deuteronômio 28, que diz: “O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado. E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir” (Dt 28.13,14).
Os teólogos da prosperidade usam a referida passagem onde são pronunciadas as bênçãos da obediência no monte Gerizim para erroneamente aplicar a Igreja. No entanto, podemos claramente perceber que esta promessa condicional feita a Israel não pode ser aplicada à Igreja pelo fato desta não estar debaixo da Lei (Rm 6:14; Ef 2:14). A Lei foi abolida para a Igreja e, portanto, tanto as bênçãos quanto as maldições de Deuteronômio 28 não têm aplicação direta para ela. “As bênçãos aqui esboçadas são de natureza quase exclusivamente material, o que é insuficiente do ponto de vista do Cristianismo. Pois as bênçãos mais preciosas são aquelas de caráter espiritual” (Mt 6:19;33) (CHAMPLIN, 2001, p. 855). Porém algo extremamente importante merece ser destacado: o princípio da obediência como causa da benção divina. Este serve tanto para Israel como para a Igreja, pois é um princípio imutável.



III - AS PROMESSAS UNIVERSAIS POR MEIO DA IGREJA
O que foi prometido na Antiga Aliança a Israel, difere muito das bençãos prometidas na Nova Aliança à Igreja, que são espirituais e atemporais, ou seja, eternas.
Enquanto a Israel foi prometido a posse de uma terra física (Gn 17:8; Êx 3.17), a Igreja foi prometido a posse de um terra espiritual (Ap 21.1,2;7).
Por meio da Igreja, o corpo místico de Cristo (Ap 5:9), todo aquele que é alcançado pelo Evangelho, se torna participante destas extraordinárias bençãos:
  • A promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23);
  • A justificação (Gl 2.16; 2.21);
  • A liberdade (Gl 4.8-10; Gl 5.1);
  • A promessa do Batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39);
  • A adoção de filhos (Jo 1.12; II Co 6.18; I Jo 3.1,2);
  • A promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10).

CONCLUSÃO

Concluímos afirmando que apesar de Deus fazer extraordinárias promessas, devemos ter bastante cuidado a fim de distingui-las, visto que não são todas que dizem respeito a nós. No entanto, algo podemos extrair de todas as promessas de Deus: elas tem como objetivo conceder-nos a convicção de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.







Texto Áureo: Ef. 1.3 – Leitura Bíblica: Gl. 3.2-9

Pb. José Roberto A. Barbosa

INTRODUÇÃO
Um dos maiores equívocos na interpretação bíblica é confundir as bênçãos do Antigo Pacto atribuindo-as ao povo do Novo Pacto. Existem bênçãos que cabem a Israel, e que são especificamente para esse, enquanto que outras são para a Igreja. Na lição de hoje estudaremos a respeito dessas bênçãos, com o princípio exegético de diferenciar entre àquelas que cabem a Israel e à Igreja.

1. BENÇÃOS NA BÍBLIA
No Antigo Testamento, as bênçãos – beraka em hebraico – indicam o ato de pronunciar coisas boas em direção a outrem (Gn. 27.38). Deus é a fonte da benção, pois Ele abençoou a Adão, Noé e Abrão (Gn. 12.2-3), Sara (Gn. 17.16), Ismael (Gn. 17.20), Isaque (Gn. 25.11), Labão (Gn. 30.27), Jacó (Gn. 32.29), o povo de Israel (Dt. 2.7), Sansão (Jz. 13.24), Jó (Jó. 42.12), o justo (Sl. 5.13) e todos aqueles que O temem (Sl. 115.13). Outras pessoas podem ser agentes das bênçãos de Deus, tal como o foi Isaque (Gn. 27.27), Jacó (Gn. 49.28), Moisés (Ex. 39.43), Arão (Lv. 9.22), Josué (Js. 14.13), Eli (I Sm. 2.20) e Esdras (Ne. 8.6). A maior benção para Israel, no Antigo Pacto, era a presença de Deus (Ne. 6.24-26). Mas a benção, para esse povo, estava condicionada à obediência (Dt. 7. 12-15; 28.1-68). As bênçãos de Deus para Israel incluíam: posteridade (Gn. 1.18; 9.1; 12.2.; 22.17; 26.4; 28.3; Dt. 7.13; Js. 17.14; Sl. 107.38), a posse da terra, bem como outros tipos de prosperidade material (Gn. 24.35; 26.3; 39.5; Dt. 2.7; 12.7; 15.4). As bênçãos de Deus foram prometidas a Abrão, neles seriam benditas todas as nações da terra (Gn. 12.1-3). Tais bênçãos trazem justiça (Sl. 24.5), vida (Sl. 133.3) e salvação (Sl. 3.8). No Novo Testamento, as bênçãos – eulogia em grego – em seu sentido geral – significa falar bem a alguém (Rm. 16.18). No sentido do Antigo Testamento, as bênçãos são recebidas de Deus (Rm. 15.29) tanto na esfera natural (Hb. 6.7) quanto sobrenatural (I Pe. 3.9). A maior benção da Igreja é a salvação (Gl. 3.14; Ef. 1.3) que pode ser rejeitada, tal como fez Esaú (Hb. 12.12-17). Quando Jesus ascendeu ao céu, Ele nos abençoou com a salvação (At. 3.26; Gl. 3.9). Paulo diz que em Cristo Deus nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais (Ef. 1.3,4).

2. AS BÊNÇÃOS PARA ISRAEL
As bênçãos de Deus para Israel faziam parte do Pacto que o Senhor tinha com essa nação, tendo em vista que Ele prometeu fazer de Abraão uma grande nação (Gn. 12.2) e dar a terra de Canaã por herança à sua posteridade (Gn. 17.8). Essa percepção de Israel enquanto nação é muito importante para a interpretação dos textos bíblicos que fazem alusão à prosperidade desse povo. Essa é uma benção prometida com exclusividade a Israel, que não cabe à Igreja (Dt. 28.8). O texto de I Cr. 7.14: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” tem sido indevidamente aplicado à Igreja, e o pior, a determinadas nações. O tratamento de Deus não é mais com uma nação ou com um povo geograficamente constituído. A nação escolhida por Deus, para ser testemunha da Sua revelação no Antigo Pacto, é Israel (Dt. 28.10). No futuro, por ocasião do Milênio (Ap. 20.1-10), Israel receberá as bênçãos que lhe compete e que ainda não se cumpriram. Esse será um tempo de abundância para esse povo e de prosperidade em todos os sentidos. Israel desfrutará de paz com as nações (Is. 9.6; Mq. 4.3-4; Lc. 2.13-14); a terra da palestina será ampliada (Is. 26.25), a topografia será alterada (Zc. 14.4), as chuvas cairão trazendo bençãos (Is. 41.18; Ez. 34.26; Jl. 2.23); as fontes e mananciais de águas serão abundantes (Ez. 47.1-11); Zc. 14.8), a terra produzirá muito (Is. 32.15; 35.1; Ez. 47.12; Am. 9.13), haverá paz e justiça em plenitude (Is. 32.16,17), até na criação (Is. 11.6-9; 65.25; Rm. 8.19-21). Essas são as bençãos que competem a Israel, mas não agora, pois tudo isso se concretizará no futuro, no reinado de Cristo (At. 14.22; I Co. 6:9-10; I Ts. 2.12; Tg. 2.5; II Pe. 1.11; II Tm. 4.1; Ap. 12.10).

3. AS BÊNÇÃOS PARA A IGREJA
Deus não trata, atualmente, com nações, isto é, com um povo delimitado por fronteiras geográficas. O povo de Deus, hoje, é a Igreja, a quem Pedro se refere como: “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2.9). As bençãos que competem à Igreja, por conseguinte, são diferentes daqueles que competem a Israel. A temporalidade era uma das marcas da benção de Deus para Israel. A Igreja do Senhor desfruta, neste tempo, de bençãos eternas, superiores as promessas dadas a Israel (Hb. 8.13; 10.34). As bençãos de Deus para a Igreja são plenas, espirituais, transcendem as de Israel, cujo foco estava na prosperidade material (II Co. 3.1-11). As bençãos do Novo Pacto incluem: a justificação (Gl. 2.16,21), o Espírito Santo (Gl. 3.2); a herança espiritual de ser filho de Deus (Rm. 8.14), a vida eterna (Rm. 8.2; Gl. 3.21) e a liberdade plena (Gl. 4.8-10; 5.1). As bençãos para a Igreja repousam na tensão entre o já e o ainda não (I Jo.3.1,2). Por isso, sabemos que o nosso tesouro não está na terra (Mt. 6.21), mas no céu, donde esperamos o Senhor Jesus Cristo (Fp.3.2). Por isso, precisamos permanecer nEle (Jo. 15.7), e, ao orar – não determinar – façamos com humildade, tendo o cuidado para não pedir mal, para esbanjar em deleites carnais (Tg. 4.3), levando em consideração a vontade soberana de Deus (I Jo. 5.14).

CONCLUSÃO
Alguns estudiosos da Bíblia interpretam indevidamente Gl. 6.16, argumentando que a Igreja se tornou o Israel de Deus, e que, por isso, tem parte nas bênçãos materiais a ele prometidas. Uma análise criteriosa dos textos bíblicos, alusivos a Israel e a Igreja, no Antigo e no Novo Testamento, a partir dos princípios hermenêuticos, mostrará que existem bênçãos distintas para Israel e para a Igreja. O equívoco do movimento pseudopentecostal é confundir essas competências e reivindicar o que Deus, definitivamente, não prometeu à Igreja.




AS BENÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE A IGREJA
AS BENÇÃOS DE ISRAEL QUE COUBERAM A IGREJA

1. COUBE A IGREJA SER MORADA DO ESPÍRITO SANTO - Gálatas 3.2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
* Israel rejeitou Jesus e não herdou a benção da salvação – João 1.11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
2. COUBE A IGREJA RECEBER A PLENITUDE ESPIRITUAL - Gálatas 3.3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
* Israel foi cortado da videira e nós fomos enxertados – Romanos 11.17 E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
3. COUBE A IGREJA SER VENCEDORA NAS PERSEGUIÇÕES - Gálatas 3.4 Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão.
* Israel fracassou e a igreja não pode seguir seu exemplo - I Coríntios 15.58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor
4. COUBE A IGREJA A RECEPÇÃO AOS MILAGRES DIVINOS - Gálatas 3.5 Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
* Israel ignorou os milagres divinos e nós tomamos posse – Romanos 11.11 Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os  incitar à emulação.
5. COUBE A IGREJA RECEBER A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ - Gálatas 3.6 É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
* Israel não creu que para ser salvo era a justificação pela fé – Romanos 5.1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
6. COUBE A IGREJA O DIREITO DE SERMOS FILHOS DE ABRAÃO - Gálatas 3.7 Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
* Israel perdeu esse direito desobedecendo ao pacto com Deus – Mateus 3.9 E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode  suscitar filhos a Abraão.
7. COUBE A IGREJA LEVAR AS BOAS NOVAS DA SALVAÇÃO - Gálatas 3.8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
* Israel falhou em tornar o nome de Deus conhecido aos povos – Jeremias 2.13 Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.
8. COUBE A IGREJA TER CRISTO A MAIOR BENÇÃO DE ABRAÃO - Gálatas 3.9 De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
* Israel desprezou Jesus a benção da descendência abraãmica - Mateus 27.39 E os que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças,

Estou preparando um editorial teológico para publicar nesta página assim que ficar pronto. Aguardem a publicação.

Obs: O esboço é elaborado exclusivamente pelo texto bíblico da lição.
Pastor Adilson Guilhermel












Nenhum comentário:

Postar um comentário