Lição 4: Superando os traumas da
violência social
Data: 22 de Julho de 2012
TEXTO ÁUREO
“A
terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de
violência” (Gn 6.11).
VERDADE PRÁTICA
A Igreja
de Cristo deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de
violência.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Gn 6.11-13 O mundo antigo destruído pela violência
Terça -
Gn 49.5 Irmãos violentos
Quarta -
Sl 10.18 A justiça evita a violência
Quinta -
Lm 2.6 A violência divina
Sexta -
Zc 4.6 A violência deve dar lugar ao Espírito
Sábado -
Is 10.33 O Senhor abate violentamente a altivez
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis
6.5-12.(LEIA NA SUA BIBLIA)
INTERAÇÃO
Professor,
a violência é um fenômeno desencadeador de sofrimentos e perdas na vida de
qualquer pessoa, cristã ou não. Ela faz chorar, sofrer, irar-se e, até mesmo,
revoltar-se. Tudo isso é humano e legítimo. Não há nada de demoníaco ou
patológico nessas reações. Naturalmente, como qualquer revolta em relação a
injustiça, a violência nos desafia a viver uma radicalidade do Evangelho até as
últimas consequências. Pois é um processo doloroso saber que, mesmo servindo um
Deus soberano e bondoso, podemos perder nosso ente querido vítima das maiores
barbáries praticadas por aqueles que não têm o amor de Cristo no coração. É
possível perdoar atos violentos? O que as Escrituras nos mostram? Qual a origem
da violência? Essas sãos questões da vida que precisam ser respondidas!
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar a origem da
violência.
- Compreender que a violência
é um problema de todos.
- Conscientizar-se do papel
acolhedor da igreja.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro
professor, inicie o primeiro tópico destacando a origem da violência. Explique
que o ato violento na história humana é oriundo da rebelião do primeiro casal,
no Éden, mas multiplicou-se através de Caim, Lameque e todo o gênero humano.
Após esse destaque, peça aos alunos que comentem os efeitos da violência na
sociedade em que vivemos. Em seguida, conclua o tópico afirmando a necessidade
da igreja conscientizar-se do seu papel acolhedor às pessoas vítimas da
violência.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Violência: Qualidade do que é violento;
ação de empregar força física ou intimidação moral contra alguém; ato violento.
Ocupando
grande parte dos noticiários, a violência aflige a todos, inclusive o crente.
Sua origem é de ordem espiritual e deve ser tratada a partir daí. Por isso, na
lição de hoje, veremos o que a Palavra de Deus ensina a seu respeito e como
devemos agir, a fim de minorar os seus efeitos. Não podemos ficar indiferentes
aos seus males, porque enquanto permanecermos neste mundo, estaremos sujeitos
às suas consequências. Todavia, não devemos esquecer-nos de que a nossa vida
está escondida em Deus e nele estaremos sempre seguros.
I.
A VIOLÊNCIA IMPERA SOBRE A TERRA
1.
A origem da violência. As
Escrituras Sagradas mostram que a violência é o resultado direto da rebelião de
Adão e Eva contra Deus (Gn 3.4-24; 6.5). Neles, toda a humanidade fez-se
pecadora (Rm 3.23). Logo após a queda, seus filhos apresentaram ofertas ao
Senhor: as de Abel foram aceitas, mas as de Caim, rejeitadas (Gn 4.3-5). Isso
levou Caim a matar Abel, protagonizando o primeiro homicídio da história.
Estava inaugurada a violência sobre a face da terra.
O
Rompimento da comunhão –
Gn 3.1-8 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as
alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É
assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher
à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore
que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis
para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.E viu a mulher que
aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido,
e ele comeu com ela.Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E
ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do
jardim.
Gn 6.5 - E viu o SENHOR que a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má continuamente.
O
rompimento da comunhão foi o inicio de todo mau.
Gn 4.3-5 E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe
do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.E Abel também trouxe dos primogênitos
das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua
oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim
fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
Gn 4.8 E falou Caim com o seu
irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu
irmão Abel, e o matou.
4.3-5 UMA OFERTA AO
SENHOR. O Senhor aceitou a oferta de Abel, porque este compareceu diante
dEle com fé genuína e consagração:
(Hb 11.4;
Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era
justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto,
ainda fala).
(1Jo 3.12; Não como Caim, que era do maligno e matou a
seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu
irmão, justas. ).
A oferta de Caim foi
rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as
suas obras eram más (vv. 6,7; ).
Deus tem prazer em nossas ofertas e ações de graça tão
somente quando nos esforçamos para viver
uma vida reta, de conformidade com a sua vontade:
( Dt 6.5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de
todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu poder).
Gn 4.10 A VOZ DO SANGUE DO TEU IRMÃO CLAMA A MIM.
A morte de Abel e o cuidado de Deus por ele, demonstra que Deus, no decurso de
todas as eras, observa atentamente todos os que sofrem por viver em retidão diante dEle. Deus
conhece o sofrimento desses justos e o dia chegará em que Ele agirá em favor
deles, para fazer justiça e eliminar todo mal (Hb 11.4; 12.24).
Gn 4.11 AGORA MALDITO ÉS TU. Caim foi
amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para
extrair da terra o seu sustento (vv. 2,3). Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de Deus, pois
afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda (v. 16).
Gn 4.15 UM SINAL EM CAIM. Talvez esse sinal
deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da promessa de Deus.
Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente, quando a iniqüidade
e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a pena da morte foi
instituída (9.5,6).
Gn 9.6 QUEM DERRAMAR O SANGUE DO HOMEM, PELO
HOMEM O SEU SANGUE SERÁ DERRAMADO. Por causa do apelo à violência e ao
derramamento de sangue que surge no coração humano (cf. 6.11; 8.21), Deus
procurou salvaguardar a intocabilidade da vida humana, reprimindo o homicídio
na sociedade. Ele assim fez, de duas maneiras:
(1) Acentuou o fato de que o ser humano foi criado à imagem
de Deus (1.26), e assim sua vida é sagrada aos seus olhos;
(2) instituiu a pena
de morte, ordenando que todo homicida seja castigado com a morte (cf. Êx
21.12,14; 22.2; Nm 35.31; Dt 19.1-13; ver Rm 13.4 nota). A autoridade para o
governo usar a espada , i.e., a pena de morte, é reafirmada no NT (At 25.11; Rm
13.4; Mt 26.52).
Gn 4.16 SAIU CAIM DE DIANTE DA FACE DO SENHOR.
Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje
desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em
superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o paraíso , sem submissão a
Deus. Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da auto-redenção
da raça humana, na sua rebelião contra Deus (ver 1 Jo 5.19 nota).
Rm 3.23 - Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus.
2.
A multiplicação da violência. O ato de Caim revela a natureza da humanidade que,
agora arruinada pelo pecado, comete violência sobre violência (Sl 14.1-3; Rm
3.10-18). Sua disposição para o mal é evidenciada em Lameque que, além de matar
dois homens, louva os próprios crimes (Gn 4.23). A violência generalizou-se de
tal forma, que constrangeu a Deus a destruir o mundo antigo pelas águas do
dilúvio (Gn cap. 6). Apenas Noé e sua família são poupados. Foi com pesar que o
Senhor decretou o fim da primeira civilização humana: “Destruirei, de sobre a
face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e
até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito” (Gn 6.7).
Sl 14.1-3 - Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.
Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça
o bem.O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia
algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.Desviaram-se todos e juntamente
se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.
Rm 3.10-18 Como está escrito: Não há um justo, nem um
sequer.Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se
extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam
enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está
cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em
seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não
há temor de Deus diante de seus olhos.
Gn 4.23 E disse Lameque a suas
mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as
minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me
pisar.
Gn 6.5 A MALDADE DO
HOMEM SE MULTIPLICARA. Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava
no ser humano, de duas principais maneiras: a concupiscência carnal (v. 2) e a
violência (vv. 11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua
irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a
imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade
inteira (ver Mt 24.37-39).
Gn 6.6 ENTÃO, ARREPENDEU-SE O SENHOR. Deus
se revela, já nestes primeiros caps. da Bíblia, como um Deus pessoal para com o
ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o
pecado deliberado e a rebelião da humanidade.
(1) Aqui, a expressão arrependeu-se significa que, por causa
do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as
pessoas; sua atitude de misericórdia e de longanimidade passou à atitude de
juízo.
(2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos
propósitos traçados, permanecem imutáveis (1 Sm 15.29; Tg 1.17), porém, Ele
pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus
altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas
agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2 Sm 24.16; Jr 18.7-10; 26.3,13,19; Ez
18.4-28; Jn 3.8-10).
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir
pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age
pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos
seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl
139.7-18).
Gn 7.6 O DILÚVIO DAS ÁGUAS VEIO SOBRE A TERRA.
O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo ímpio e impenitente. O
apóstolo Pedro refere-se ao dilúvio para relembrar a seus leitores que Deus
outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas agora por fogo (2 Pe
3.10).
Tal julgamento
resultará no derramamento da ira de Deus sobre os ímpios, como nunca houve na
história (Mt 24.21). Deus conclama os crentes atuais, assim como Ele fez com
Noé na antiguidade, para avisarem os não-salvos sobre esse dia terrível e
instar com eles para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus
por meio de Cristo, e assim sejam salvos
Gn 7.11,12 SE ROMPERAM TODAS AS FONTES DO
GRANDE ABISMO. Dois eventos cataclísmicos precipitaram o dilúvio: a
implosão dos imensos reservatórios de águas subterrâneas, talvez causada por
terremotos e maremotos, produziu ondas gigantescas em série, geradas nos
oceanos, além das chuvas torrenciais que caíram sobre a terra por quarenta dias
(v. 12).
(1) Em conseqüência disso, todos os seres viventes fora da
arca, que normalmente viviam na terra seca, morreram, tanto homens como animais
(vv. 16,17; 7.21,22; Mt 24.37-39; 1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5).
(2) A água elevou-se
a ponto de cobrir todos os altos montes, que havia debaixo de todo o céu (vv.
19,20); i.e., a terra inteira foi coberta pelas águas. Isto significa um
dilúvio universal, e não apenas uma gigantesca inundação local, confinada a uma
pequena porção da terra (2 Pe 3.6). Foi somente depois de 150 dias que a água
começou a baixar (v. 24). A arca finalmente repousou numa das montanhas de
Arará (na Armênia), a uns 800 km de onde começou o dilúvio (8.4).
(3) A terra enxugou, e Noé desembarcou da arca 377 dias
depois de iniciado o dilúvio (8.13,14).
(4) Em 2 Pedro 3.6 está escrito que o mundo antediluviano
pereceu . Esta palavra sugere que, devido às tremendas convulsões ocorridas na
terra, sua topografia antediluviana foi grandemente modificada, tanto física
quanto geologicamente, em relação à terra que agora existe (2 Pe 3.7a).
Gn 7.23 TODA SUBSTÂNCIA QUE HAVIA SOBRE A...
TERRA, E FORAM EXTINTOS... FICOU SOMENTE NOÉ E OS QUE COM ELE ESTAVAM. O
relato do dilúvio fala-nos, tanto do julgamento do mal, como da salvação (Hb
11.7).
(1) O dilúvio, trazendo a total destruição de toda a vida
humana fora da arca, foi necessário para extirpar a extrema corrupção moral dos
homens e mulheres e para dar à raça humana uma nova oportunidade de ter
comunhão com Deus.
(2) O apóstolo Pedro
declara que a salvação de Noé em meio às águas do dilúvio, i.e., seu livramento
da morte, figurava o batismo cristão ( 1 Pe 3.20,21).
3.
A violência na sociedade atual. Apesar das políticas públicas contra a violência,
as estatísticas envolvendo assassinatos, lesões corporais, estupros, roubos,
etc, aumentam anualmente de forma assustadora. Vivemos dias semelhantes aos de
Noé. Por isso, a Igreja de Cristo, como sal da terra e luz do mundo, deve
postar-se como a voz profética de Deus contra todos os tipos de violência. Não
podemos nos conformar com o presente século:
(Rm 12.1,2 - Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Desde
que o primeiro casal pecou, a violência impera sobre a Terra através da maldade
humana.
II.
VIOLÊNCIA, UM PROBLEMA DE TODOS
1.
Quando o crente é perseguido. Há formas de violência que, embora não agridam
fisicamente, são mental e emocionalmente destrutivas. Entre as mais comuns,
encontram-se a tortura psicológica e o assédio moral, ambos extremamente
danosos, podendo levar a vítima a danos irreversíveis (Sl 73.21). O que dizer,
portanto, das perseguições que muitos crentes piedosos sofrem no trabalho e na
escola em virtude de sua postura moral e espiritual?
Quando
isso acontecer, lembre-se das palavras de Jesus: “Bem-aventurados os
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e
exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos
profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.10-12). O Senhor é poderoso para
transformar esse quadro e mostrar a todos que Ele zela por seus filhos
(Sl 42.5
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera
em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face).
Sl; 62.5 O minha alma, espera somente em Deus, porque
dele vem a minha esperança).
PARA O CRENTE MEDITAR:
Sl 62.1 DELE VEM A
MINHA SALVAÇÃO. Este salmo expõe um princípio que todo crente deve adotar.
Em tempos difíceis, de aflição, ou oposição da parte dos inimigos, devemos
voltar-nos para Deus como nosso verdadeiro refúgio e libertador. Todo aquele
que confia em Deus deverá dizer:
(1) Não permitirei
que nenhuma aflição, crise, ou sofrimento abale a minha confiança em Deus (vv.
2,6). Não somente dEle vem o meu livramento (v. 1), mas Ele mesmo é a minha
salvação e a minha fortaleza (vv. 6,7).
(2) Nos tempos de
preocupação ou ameaças, eu lhe entregarei os meus cuidados e, em fervente
oração, lhe falarei tudo o que há no meu coração ( Fp 4.6 nota).
(3) Esperarei no Senhor para que Ele aja em meu favor,
seguro de que Ele responderá com misericórdia e compaixão, tendo em vista os
meus apertos (vv.11,12).
2.
A ação do bom samaritano. O Senhor
Jesus contou, certa vez, uma parábola cujos personagens centrais são um
samaritano e um israelita que fora espancado por salteadores (Lc 10.25-37). A
vítima foi ignorada até mesmo por um levita e por um sacerdote (10.31,32).
Todavia, o samaritano, alguém abominado pela nação judaica (Jo 4.9),
compadeceu-se do israelita, socorreu-o e responsabilizou-se por seu tratamento.
Nessa parábola, há uma importante mensagem para a Igreja de Cristo. Devemos
cuidar e amparar as vítimas da violência.
Lc 10.30 A PARÁBOLA DO BOM
SAMARITANO. A
parábola do Bom Samaritano destaca a verdade de que compaixão e cuidado são
coisas intrínsecas à fé salvadora e à obediência a Cristo. Amar a Deus deve ser
também amar ao próximo.
(1) A
vida e a graça que Cristo transmite aos que o aceitam produzem amor,
misericórdia e compaixão pelos necessitados e aflitos. Esse amor é um dom da
graça de Deus através de Cristo. O crente tem a responsabilidade de viver à
altura do amor do Espírito Santo tendo, dentro dele, um coração não endurecido.
(2) Quem afirma ser cristão, mas
tem o coração insensível diante do sofrimento e da necessidade dos outros,
demonstra cabalmente que não tem em si a vida eterna (vv. 25-28; 31-37)
(cf. Mt
25.41-46 Então dirá também aos
que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos;Porque tive fome, e não me destes de comer;
tive sede, e não me destes de beber;Sendo estrangeiro, não me recolhestes;
estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.Então
eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com
sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?Então
lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos
o não fizestes, não o fizestes a mim.E irão estes para o tormento eterno, mas
os justos para a vida eterna. )
(cf. 1 Jo
3.16-20 - Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós
devemos dar a vida pelos irmãos.Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu
irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de
Deus?Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade.E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos
nossos corações;Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do
que o nosso coração, e conhece todas as coisas).
3. A Igreja deve denunciar a violência
através de ações. Todas as pessoas, crentes ou
ímpias, estão sujeitas à violência. Por isso, a Igreja do Senhor deve
empreender ações para auxiliar as vítimas a superarem os traumas provenientes
de atos violentos. Em primeiro lugar, clamemos a Deus para que a nossa cidade
tenha paz e que os homens públicos cumpram o seu dever com ações preventivas
contra a violência (1 Tm 2.1,2,8). Em segundo lugar, preparemo-nos para acolher
devidamente os que sofreram algum tipo de violência, oferecendo-lhes conforto
espiritual, moral e emocional (Lc 10.36,37).
1Tm 2.1-2
- Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,
intercessões, e ações de graças, por todos os homens;Pelos reis, e por todos os
que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda
a piedade e honestidade; v.8 - Quero,
pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem
contenda.
Lu 10.36,37 - Qual,
pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois,
Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
Mt 5.13 SAL DA TERRA. Os cristãos são o sal
da terra . Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da
corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e,
ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade.
(1) As igrejas mornas
apagam o poder do Espírito Santo e deixam de resistir ao espírito predominante
no mundo. Elas serão lançadas fora por Deus (ver Ap 3.16 nota).
(2) Tais igrejas
serão destruídas, pisoteadas pelos homens (v.13); i.e., os mornos serão
destruídos pelos maus costumes e pelos baixos valores da sociedade ímpia (cf.
Dt 28.13,43,48; Jz 2.20-22).
Mt 5.14-16 Vós sois a luz do mundo; não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se
coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na
casa.Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A
ação do bom samaritano nos estimula a perceber que a igreja deve denunciar os
atos de violência através de sua ação acolhedora.
CONCLUSÃO
A VIOLÊNCIA NA BÍBLIA
Na Bíblia, a violência tem sua origem na Queda de Adão e
Eva, quando esses decidiram trilhar caminho próprio, ao invés de irem após a
orientação divina (Gn. 3.4-24; 6.5).
Após a Queda, os
filhos de Adão e Eva perderam o respeito pela vida, Caim, com inveja do seu
irmão Abel, o assassinou (Gn. 4.3,4).
Lameque retrata a
condição atual humana decaída, pois, além de matar dois homens, ainda se
vangloriou do seu feito (Gn. 4.23).
A expansão da
violência foi tamanha na antiguidade que, de acordo com o relato de Gn. 6, Deus
precisou punir a humanidade, salvando apenas a família de Noé (Gn. 6.7).
O Antigo Testamento
está repleto de histórias de violência, o contexto das sociedades daquele tempo
estava respaldado na guerra. Mas Deus não incentiva à violência, nem mesmo em
relação “à vara” para a correção das crianças, criticada infundadamente, pois
nada tem a ver com espancamento (Pv. 29.15).
A Bíblia não aprova a violência contra crianças, cônjuges,
idosos, ou de natureza sexual. Jesus se posicionou contra todo tipo de
violência (Mt. 5.21-23; 7.1-5).
A violência contra a mulher é reprovada na instrução de que
o homem deve amar sua esposa como Cristo amou a Sua igreja (Cl. 3.19).
A violência de pais contra filhos é censurada, já que esses
são orientados a não irritá-los (Cl. 3.21).
Os patrões não devem subverter os direitos dos seus
empregados, pois isso é abuso, e também violência (Cl. 4.1).
Na perspectiva bíblica, a violência tem raízes profundas,
seus frutos são manifestos em palavras de ira e blasfêmias (Ef. 4.31,32), não
condizentes com aqueles que expressam a fé em Cristo.
Você já
foi vítima de alguma forma de violência? Saiba que Deus se importa com você.
Ele o ajudará a superar os traumas e dará novo rumo para a sua vida. Não se
desespere, nem se deixe vencer pela tristeza. Afinal, temos conosco, e em nós,
o divino Consolador. Somente Ele pode transformar nosso pranto em riso. Amém.
Tipos de
Violência
° Violência Física - Violência física é o uso
da força com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns
murros e tapas, agressões com diversos objectos e queimaduras por objectos ou
líquidos quentes. Quando a vítima é criança, além da agressão activa e física,
também é considerado violência os factos de omissão praticados pelos pais ou
responsáveis.
Violência Psicológica - A Violência
Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a
física, é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação,
desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa
marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para
toda a vida.
Violência Verbal - A violência verbal
normalmente se dá concomitante à violência psicológica. Alguns agressores
verbais dirigem sua artilharia contra outros membros da família, incluindo
momentos quando estes estão na presença de outras pessoas estranhas ao lar. Em
decorrência de sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação
à violência masculina, a mulher tende a se especializar na violência verbal
mas, de fato, esse tipo de violência não é monopólio das mulheres.
Violência Doméstica - A violência doméstica é
um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes
de forma silenciosa e dissimuladamente. Trata-se de um problema que acomete
ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível social, económico, religioso
ou cultural específico, como poderiam pensar alguns.
Sua importância é relevante sob dois aspectos;
primeiro, devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, muitas
vezes silenciosas e, em segundo, porque, comprovadamente, a violência
doméstica, incluindo aí a Negligência Precoce e o Abuso Sexual, podem impedir
um bom desenvolvimento físico e mental da vítima. Segundo o Ministério da
Saúde, as agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre 5 e
19 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico.
Violência Nas Escolas “ Bullying”, ou mais
conhecido como violência verbal e/ou física gerada na comunidade escolar, tem
vindo a aumentar de ano para ano, cada vez mais intensificada e sem fim à
vista. O nome “bullying”, que provem do Inglês, foi inserido na nossa lingua há
relativamente pouco tempo, tão recente até que muitos ainda desconhecem tal
palavra .
Violência Urbana Violência urbana é a
expressão que designa o fenômeno social de comportamento deliberadamente
transgressor e agressivo ocorrido em função do convívio urbano. A violência
urbana tem algumas qualidades que a diferencia de outros tipos de violência; e
se desencadeia em conseqüência das condições de vida e do convívio no espaço
urbano. Sua manifestação mais evidente é o alto índice de criminalidade; e a
mais constante é a infração dos códigos elementares de conduta civilizada.
A violência urbana é determinada por valores
sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade. No
entanto, ela incorpora modelos copiados dos países de maior influência na
esfera internacional .
Violência no Trânsito Hoje está muito comum a
violência no trânsito,ocorrem muitos acidentes! As pessoas não respeitam as
leis de trânsito e colocam muitas vidas em risco! E muitas vezes acabam
brigando por bobeira, em vez de respeitar a vez de cada um.
TIPOS DE
VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA A MULHER
A
violência contra a mulher pode se manifestar de várias formas e com diferentes
graus de severidade. Estas formas de violência não se produzem isoladamente,
mas fazem parte de uma seqüência crescente de episódios, do qual o homicídio é
a manifestação mais extrema.
Violência de gênero
Violência
de gênero consiste em qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no
âmbito público como no privado. A violência de gênero é uma manifestação de
relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres, em que a
subordinação não implica na ausência absoluta de poder.
Violência intrafamiliar
A
violência intrafamiliar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a
integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno
desenvolvimento de outro membro da família. Pode ser cometida dentro ou fora de
casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função
parental, ainda que sem laços de consangüinidade, e em relação de poder à
outra. O conceito de violência intrafamiliar não se refere apenas ao espaço
físico onde a violência ocorre, mas também às relações em que se constrói e
efetua.
Violência
doméstica
A
violência doméstica distingue-se da violência intrafamiliar por incluir outros
membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico.
Incluem-se aí empregados(as), pessoas que convivem esporadicamente, agregados.
Acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um
membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso
físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono.
Violência física
Ocorre
quando uma pessoa, que está em relação de poder em relação a outra, causa ou
tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum
tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas ou ambas.
Segundo concepções mais recentes, o castigo repetido, não severo, também se
considera violência física.
Esta
violência pode se manifestar de várias formas: • Tapas• Empurrões• Socos•
Mordidas• Chutes• Queimaduras• Cortes• Estrangulamento • Lesões por armas ou
objetos• Obrigar a tomar medicamentos desnecessários ou inadequados, álcool,
drogas ou outras substâncias, inclusive alimentos.• Tirar de casa à força•
Amarrar• Arrastar• Arrancar a roupa• Abandonar em lugares desconhecidos• Danos
à integridade corporal decorrentes de negligência (omissão de cuidados e
proteção contra agravos evitáveis como situações de perigo, doenças, gravidez,
alimentação, higiene, entre outros).
Violência sexual
A
violência sexual compreende uma variedade de atos ou tentativas de relação
sexual sob coação ou fisicamente forçada, no casamento ou em outros relacionamentos.
A
violência sexual é cometida na maioria das vezes por autores conhecidos das
mulheres envolvendo o vínculo conjugal (esposo e companheiro) no espaço
doméstico, o que contribui para sua invisibilidade. Esse tipo de violência
acontece nas várias classes sociais e nas diferentes culturas. Diversos atos
sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenários.
Dentre eles podemos citar:
• Estupro
dentro do casamento ou namoro;• Estupro cometido por estranhos;• Investidas
sexuais indesejadas ou assédio sexual, inclusive exigência de sexo como
pagamento de favores; • Abuso sexual de pessoas mental ou fisicamente
incapazes; • Abuso sexual de crianças; • Casamento ou coabitação forçados,
inclusive casamento de crianças;
• Negação
do direito de usar anticoncepcionais ou de adotar outras medidas de proteção
contra doenças sexualmente transmitidas; • Aborto forçado; • Atos violentos
contra a integridade sexual das mulheres, inclusive mutilação genital feminina e exames
obrigatórios de virgindade; • Prostituição forçada e tráfico de pessoas com
fins de exploração sexual; • Estupro sistemático durante conflito armado.
Violência psicológica
É toda
ação ou omissão que causa ou visa causar dano á auto-estima, à identidade ou ao
desenvolvimento da pessoa. Inclui:
•
Insultos constantes • Humilhação • Desvalorização • Chantagem • Isolamento de
amigos e familiares • Ridicularização • Rechaço • Manipulação afetiva •
Exploração • Negligência (atos de omissão a cuidados e proteção contra agravos evitáveis
como situações de perigo, doenças, gravidez, alimentação, higiene, entre
outros) • Ameaças • Privação arbitraria da liberdade (impedimento de trabalhar,
estudar, cuidar da aparência pessoal,
gerenciar o próprio dinheiro, brincar, etc.) • Confinamento doméstico •
Criticas pelo desempenho sexual • Omissão de carinho • Negar atenção e
supervisão
Violência econômica ou financeira
São todos
os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional
e a sobrevivência dos membros da família. Inclui:
• Roubo •
Destruição de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação
e outros) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis e utensílios
domésticos, terras e outros) • Recusa de pagar a pensão alimentícia ou de
participar nos gastos básicos para a sobrevivência do núcleo familiar • Uso dos
recursos econômicos da pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de
gerir seus próprios recursos e deixando-a sem provimentos e cuidados
Violência institucional
Violência
institucional é aquela exercida nos/ pelos próprios serviços públicos, por ação
ou omissão. Pode incluir desde a dimensão mais ampla da falta de acesso à má
qualidade dos serviços. Abrange abusos cometidos em virtude das relações de
poder desiguais entre usuários e profissionais dentro das instituições, até por
uma noção mais restrita de dano físico intencional. Esta violência poder ser
identificada de várias formas:
•
Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento • Falta de escuta e
tempo para a clientela • Frieza, rispidez, falta de atenção, negligência •
Maus-tratos dos profissionais para com os usuários, motivados por
discriminação, abrangendo questões de raça, idade, opção sexual, deficiência
física, doença mental • Violação dos direitos reprodutivos (discrição das
mulheres em processo de abortamento,
aceleração do parto para liberar leitos, preconceitos acerca dos papéis sexuais
e em relação às mulheres soropositivas [HIV], quando estão grávidas ou desejam
engravidar) • Desqualificação do saber prático, da experiência de vida, diante
do saber científico.
ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E. B. D e PESQUISADOR
FONTE DE PESQUISA: BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.
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