LIÇÃO 04
28 DE
OUTUBRO DE 2012
AMÓS – A
JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO.
TEXTO AUREO
"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a
dos escribas e fariseus, de modo nenhum
entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).
VERDADE PRATICA
Justiça e retidão são elementos necessários e
imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.
LEITURA DIARIA
Segunda - Pv 14.34 A justiça social exalta as nações
Terça - Pv 19.1 7 Quem ajuda o pobre empresta a Deus
Quarta - Is 1.13-15 O sacrifício e o estado espiritual do
adorador
Quinta - Rm 1 5 .2 6 ,2 7 A espiritualidade do trabalho
social
Sexta - 2 Co 9 .8 ,9 Deus abençoa quem socorre os pobres
Sábado - Tg 1.27 Socorrer os necessitados é parte da
adoração
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE: Amós 1.1; 2.6-8; 5.21 23
O B J E T I V O S
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
Dissertar a respeito da
vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
Saber que a justiça
social é um empreendimento bíblico.
Apontar a política e a
justiça social como elementos de adoração a Deus.
INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer “fardo" e Tecoa significa “soar
o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de destruição
ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do
sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de
enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado
à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a
misturada política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante
de Deus"dizendo sim para tudo o que o rei fazia.Mas lá, o profeta
“boieiro" dizia não! Era o Soberano dizendo “não" para aquela espúria
relação de poder.
INTRODUÇÃO
0 livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos
da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a
idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o
castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de
Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus demostra aos
religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e
há muito esquecidos: justiça e retidão.
1. O LIVRO DE AMÓS
1 . Contexto histórico . Amós era originário de Tecoa,
aldeia situada a 1 7 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério
durante os reinados de üzias, rei de Judá, e de JeroboãoII, filho de Joás, rei
de Israel(1.1; 7.1 0). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã,
contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.
2. Vida pessoal . Apesar de ser apenas um camponês de Judá,
“boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi Ievado por
Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós
enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei
jeroboão II (7.10-16).Todo o sistema político, reli-1gioso, social e jurídico
do Reino Ide Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou
nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra
os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. "Ele levantou-se também
contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia
o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.1 0-1 2;8.4-6).
No cardápio da iniqüidade,estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a
prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes
principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra(1— 6) e a
segunda, nas visões(7—9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições
de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais,morais e
espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça deDeus. O discurso
fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração
futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26cp. At
7.42,43;9.11,12 cp. At 15.16-18).
SINOPSE DO TÓ P ICO
(1 )
O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes
principais: oráculos provenientes pela palavra (1— 6) e pelas visões (7— 9).
II POLÍTICA E JUSTIÇA
SOCIAL
1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e
jeroboão I I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr
10.13,14;1 Rs 1 3.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do
Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males
com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7).
2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar
por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da
fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar
energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que,
em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías,Miqueias e
Sofonias.
3. O pecado. A expressão:“Por três transgressões de Israel e
por quatro, não retirarei o castigo”(2.6) refere-se não à numeração matemática,
mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19;
33.29; Ec 1 1.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniqüidade
está cheia e não há como suspender a ira divina.
SINOPSE DO TÓ P ICO
(2 )
O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos
profetas que, por sua vez, éparte do grande mandamento de Jesus Cristo.
III. INJUSTIÇAS
SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a
indiferença dos mais abastadosno trato aos carentes do povo, que veem seus
direitos serem violados(2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos
pobres por um par de sandálias é algo chocante. Talato, que atenta contra a
dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos
menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos
para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de
uma vez (8.4-6).
2. Decadência moral . A prostituição cultuai era outra
prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual danação:
"Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim,profanam o meu
santo nome” (2.7-ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o
dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa . O profeta denuncia a violação da
lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação
não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do
culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no
templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de
pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação
dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.
SINOPSE DO TÓ P IC O
(3 ) As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas
decadências social, moral e religiosa.
IV. A VERDADEIRA
ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição
moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem
refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel
como Judá, reproduziam o pensamento pagão,
segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacaria a
ira dos deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas li festas
religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios . Expressar a consagração
do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois:
“ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas de manjares não
eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de
farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos
dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram
completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio
ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.1 1-21).
3= Os cântico s. Os
cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o
valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração,
porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno
[sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (SI 51.17).
Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para
descrever a I adoração e o ato de adorar. Con-tudo, a ideia principal de todas
é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública
como individual.
Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.
SINOPSE
DO TÓ P ICO (4
)A
verdadeira adoração nãoconsiste em rituais externos ou em cerimônias
litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.
CONCLUSÃO
A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas,
requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e
horizontal, com o próximo (Mc 1 2.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o
dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a
responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais
profetas.
SUBSIDIOS
Autor: Amós
Tema: Justiça, Retidão e Retribuição Divina
pelo Pecado
Data: Cerca de 760-755 a.C.
Considerações Preliminares
O profeta Amós exerceu o seu ministério em
Israel no século VIII a.C., e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela
quatro fatos importantes a respeito de si mesmo em 1.1: (1) Era boieiro e
cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá, situada a cerca de 20 km ao
sul de Jerusalém (ver 7.14). (2) Ele “via” suas mensagens (i.e., tinha visões
proféticas; cf. 7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte.
Embora fosse leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de
ser chamado por DEUS para profetizar à rebelde Israel (cf. 7.14,15). Seu nome
significa “carregado” ou “carregador de fardos”. (3) O ministério de Amós, em
Israel, foi desempenhado durante o reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em
Samaria. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 — 753 a.C. O
mais provável é que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. (4) Ele
profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A arqueologia
apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um terremoto de
grandes proporções, nesse período, em várias localidades de Israel, inclusive
Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao mesmo terremoto (Zc
14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da catástrofe. A referência
ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o considerava uma confirmação da
sua mensagem e ministério proféticos em Israel (cf. 9.1). Durante o ministério
de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão
territorial, à paz política e à prosperidade nacional. Internamente, porém,
estava podre. A idolatria encontrava-se em voga. A sociedade esbanjava-se à
procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade grassavam. O sistema
judiciário corrompia-se cada vez mais, e a opressão aos pobres tornara-se
lugar-comum. Obedecendo à vocação do DEUS de Israel, Amós proclama
corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, retidão e retribuição divina.
Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.
Propósito
A prosperidade de Israel servia apenas para
aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem:
“Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente
proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da
mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, Amós volta a sua casa em Judá,
onde escreve sua mensagem. Seu propósito era: (1) entregar ao rei Jeroboão II
uma versão escrita de suas advertências proféticas; e (2) disseminar amplamente
em Israel e Judá o oráculo da certeza do iminente juízo divino contra Israel e
as nações em derredor, a não ser que estas se arrependessem de sua idolatria,
imoralidade e injustiça. A destruição de Israel ocorreria três décadas mais
tarde.
Visão Panorâmica
O livro de Amós divide-se, de modo natural, em
três seções.
(1) Na primeira (1.3—2.16), o profeta dirige
primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel,
inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazeirosamente o castigo desses
povos (1.3—2.5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita
e a punição que lhe estava reservada (2.6-16). Esta seção determina o tom da
mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exílio da nação
israelita.
(2) A segunda seção (3.1—6.14) registra três
mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta
palavra” (3.1; 4.1; 5.1). Na primeira, DEUS julga Israel como um povo
privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós
somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós”
(3.2). A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas
de Basã... que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a
seus senhores: dai cá, e bebamos” (4.1). Amós profetiza que elas seriam levadas
ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de DEUS requeria (4.2,3).
Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes
corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas
prevaricadores. A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as abominações de
Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em
Sião” (6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.
(3) A última seção (7.1—9.10) registra cinco
visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como
um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia
arder (8.1-14). A visão final mostra DEUS em pé ao lado do altar, pronto a ferir
Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (9.1-10). O livro termina,
com breve, porém poderosa promessa de restauração ao remanescente (9.11-15).
Características Especiais
Seis aspectos básicos caracterizam o livro de
Amós.
(1) É, primariamente, um grito profético em
favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de DEUS. Enquanto Oséias
sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação
dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo.
(2)
Ilustra vividamente quão abominável é para DEUS a religião quando divorciada de
uma conduta reta.
(3) É uma confrontação radical e vigorosa
entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17), que se tornaria uma cena clássica
na profecia hebraica.
(4) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a
inabalável lealdade do profeta a DEUS e aos seus justos padrões para com o povo
do concerto.
(5) Demonstra a disposição de DEUS em usar
pessoas que lhe são tementes, ainda que desprovidas de credenciais formais,
para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo.
(6) Há, em Amós, numerosos trechos bem
conhecidos, entre os quais 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 7.8; 8.11;
9.13.
Cumprimento de Amós ante o NT
A mensagem de Amós é vista mais claramente nos
ensinos de JESUS e na epístola de Tiago. Ambos aplicaram a mensagem do profeta,
mostrando que a verdadeira adoração a DEUS não é a observância meramente formal
da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de DEUS, e o
tratamento justo e reto ao próximo (e.g., Mt 7.15-27; 23; Tg 2).
JUSTIÇA SOCIAL
O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS
Am 5.12-14 “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes
os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados
na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque
o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor,
o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.”
Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres
e necessitados.
Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres
e necessitados.
O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS.
DEUS tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres,
necessitados e oprimidos.
(1) O Senhor DEUS é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio
(Sl 14.6; Is 25.4),
o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is
41.14),
o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e
provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).
(2) Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias
maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11).
Declarou-lhes em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti
não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o
SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4).
Por isso DEUS, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos
aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36).
Se o pobre entregasse algo como “penhor”, ou garantia pelo empréstimo, o
credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do
pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era
obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si
mesmo e à sua família (Dt 24.14,15).
Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados
no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os
cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv
19.9).
Notável era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas
as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia
recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o
sétimo ano (Dt 15.7-11).
DEUS, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda
o ano para a devolução de propriedades — o Ano do Jubileu, que ocorria a cada
cinqüenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do
Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (ver Lv
25.8-55).
E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os
ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt
1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, DEUS impedia que os pobres fossem explorados
pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14).
(3) Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos
ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em conseqüência
de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de
juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5;
Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).
A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEOTESTAMENTÁRIO DIANTE DOS POBRES E
NECESSITADOS.
No NT, DEUS também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude
pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
(1) Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e
desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados,
samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf.
Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15;
20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e
desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).
(2) JESUS espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados
(ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da
qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma
ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados
econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As
contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de CRISTO
para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e
irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
(3) O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente
profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé,
representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta
aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30).
Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a
declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos
seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer
com diligência” (Gl 2.10).
Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro
“para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26).
Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa
(1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o
apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres
e necessitados (2Co 8;9).
Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que
lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2).
Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos
Romanos, ele arrola, como dom do ESPÍRITO SANTO, a capacidade de se contribuir
com generosidade às necessidades da obra de DEUS e de seu povo (ver Rm 12.8;
ver 1Tm 6.17-19).
(4) Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são
os irmãos em CRISTO. JESUS equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé
como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45).
A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o
próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos
outros (At 2.44,45; 4.34-37).
Quando o crescimento da igreja
tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e
equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do ESPÍRITO SANTO, para
executar a tarefa (At 6.1-6).
Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade
cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé” (Gl 6.10).
DEUS quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm
para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14).
Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos
consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor,
especialmente de nossos irmãos em CRISTO.
Estudos sobre ação social cristã PERSPECTIVA BÍBLICA
1. Definição de termos
“Ação social cristã” é uma expressão imprecisa e genérica. Precisamos dar-lhe um conteúdo, dizer o que entendemos por ela. Uma tentativa de definição seria afirmar que consiste em toda atividade de cristãos individuais ou da igreja coletivamente no sentido de suprir necessidades materiais das pessoas, aliviar o sofrimento humano, atenuar ou eliminar males sociais que afligem indivíduos, famílias, comunidades e até mesmo a sociedade como um todo. Essa ação social é especificamente cristã, pois responde a motivações e princípios diretamente relacionados com as Escrituras e com o evangelho de CRISTO.
O objetivo da ação social cristã é proporcionar às pessoas e comunidades condições de vida mais condignas, o suprimento básico das carências humanas fundamentais no plano material (moradia, alimentação, saúde, educação, trabalho). Quanto à sua amplitude de atuação, a ação social pode ir desde o atendimento de necessidades emergenciais, muitas vezes chamado de assistencialismo, até aquela atuação mais ampla que visa resolver os problemas de modo mais permanente e profundo. Um exemplo disso seria não somente fornecer alimento para uma pessoa ou família, mas proporcionar-lhe meios de educação, capacitação profissional e oportunidade de trabalho para que ela mesma possa ganhar o seu sustento, libertando-se da dependência externa. O objetivo mais elevado e complexo da ação social cristã seria a transformação das estruturas sociais e econômicas do país, visando a eliminação das causas da pobreza, a correção das injustiças sociais, a melhor distribuição de renda e assim por diante. Nesse último caso, os cristãos e as igrejas precisam atuar junto ao poder público, a classe política e as diferentes instituições da sociedade.
Essas colocações mostram que, do ponto de vista cristão, a ação social é incompleta em si mesma para promover a plena dignidade humana, porque as necessidades humanas transcendem o plano meramente material. As pessoas e famílias têm também carências emocionais e espirituais. Daí falar-se no binômio evangelização-ação social como duas atividades complementares da igreja. Infelizmente, por razões históricas que serão abordadas posteriormente, muitos evangélicos fazem uma dicotomia entre esses dois elementos, considerando-os como mutuamente excludentes. Acham que a igreja deve preocupar-se apenas com atividades “espirituais” ou religiosas, como a evangelização, deixando a esfera social para outras instituições, principalmente o Estado.
Entendemos que a evangelização e a ação social são partes essenciais e complementares da missão da igreja no mundo. Cremos existirem abundantes argumentos bíblicos que apontam para o fato de que DEUS quer dar plenitude de vida às suas criaturas, e essa plenitude inclui tanto o conhecimento de DEUS e um relacionamento vital com ele, quanto o suprimento das necessidades humanas mais fundamentais no plano material. Não só o desconhecimento de DEUS, mas também a fome, a doença, a ignorância e a violência são fatores que atentam contra a dignidade humana. Portanto, a evangelização e a ação social devem caminhar lado a lado, como dois aspectos integrais da missão e do testemunho da igreja junto à sociedade.
Existem outros termos e expressões que são aplicados a essa atividade cristã, mas nem todos são muito felizes nas suas implicações. É o caso, por exemplo, de “assistência social” e “beneficência”, com suas conotações assistencialistas. Melhor seria falar em “responsabilidade social” ou “serviço cristão”, este último tendo forte conteúdo bíblico. Outros termos bíblicos aplicáveis são “socorros” (1 Co 12.28), “exercício da misericórdia” (Rm 12.8), “fazer o bem” (Gl 6.9-10), “prática do bem” (Hb 13.16) e “ministração” (2 Co 9.13).
2. Ensino do Antigo Testamento
A temática social está fortemente presente em todas as partes do Antigo Testamento: a Lei (Pentateuco), os Profetas e os Escritos. A base da ética social bíblica é o caráter de DEUS. DEUS se apresenta ao povo de Israel como um DEUS justo e misericordioso, que atenta para os sofredores (Jr 9.24; Sl 68.5-6; 103.6; 146.7-9). Acima de tudo, DEUS é gracioso e misericordioso para com Israel, amando-o, escolhendo-o, libertando-o do cativeiro, conduzindo-o pelo deserto, dando-lhe a terra prometida, suprindo todas as suas necessidades (Dt 4.37; 7.6-8; 8.4,7-10,15-16; Ex 20.2). E assim como DEUS tratou Israel, ele quer que os seus filhos tratem uns aos outros (Lv 19.9-10,33-34; Dt 10.17-19). Isso faz parte da aliança que DEUS firmou com Israel e da lei associada com essa aliança.
Israel é continuamente exortado a praticar a justiça e a misericórdia, como na conhecida passagem de Miquéias 6.8 (ver também Jr 22.3; Os 6.6). Outra motivação inculcada é o amor ao próximo (Lv 19.18). DEUS demonstra um interesse especial pelos elementos mais frágeis e vulneráveis da sociedade, tais como o órfão, a viúva, o pobre, o enfermo, o deficiente físico e o estrangeiro (Lv 19.10,13-15). A ética do Antigo Testamento está centrada na generosidade e na solidariedade. Toda a criação e seus recursos pertencem a DEUS e devem servir para o sustento de todos, não para que alguns tenham excesso e outros tenham falta do mínimo necessário para a sua subsistência. Os filhos de DEUS devem ser bons mordomos das dádivas de DEUS, utilizando-as sabiamente e repartindo-as com os outros.
A Lei contém diversos mecanismos pelos quais a solidariedade social deveria ser praticada em Israel. Alguns exemplos notáveis são a respiga, mediante a qual parte do produto da terra devia ser propositalmente deixada para os necessitados (Lv 23.22; Dt 24.21; Rt 2.7,15); o ano sabático, ano de descanso da terra a cada sete anos, quando tudo que crescesse espontaneamente estaria disponível a todos indistintamente (Lv 25.1-7,20-22); e o ano do jubileu, a cada cinqüenta anos, no qual todas as propriedades retornavam aos seus donos originais e os escravos eram devolvidos a suas famílias (Lv 25.8-17,23-27). O argumento de DEUS na última passagem é “a terra é minha” e “vós sois para mim estrangeiros e peregrinos” (v. 23; ver também o v. 55).
A mensagem social mais enfática do Antigo Testamento está contida nos profetas do século oitavo antes de CRISTO (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias). Essa mensagem adquiriu uma conotação “política” ao denunciarem energicamente os males sociais do seu tempo, como a opressão e a injustiça praticadas pelos poderosos contra os necessitados. Ninguém pode ler as passagens desses profetas e continuar afirmando que os cristãos nada têm a ver com os problemas sociais do seu país. Alguns textos significativos são os seguintes: Isaías 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Oséias 10.12; Amós 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Miquéias 2.1-2; 6.8. No entanto, a ênfase do Antigo Testamento como um todo é positiva e construtiva: não somente deixar de praticar o mal e denunciar a injustiça, mas fazer o bem ao próximo concretamente.
3. Ensino do Novo Testamento
CRISTO e os apóstolos mantiveram implicitamente a mensagem social do Antigo Testamento. A ética de JESUS preserva e torna mais exigentes os requisitos da Lei, revelando a sua intenção mais profunda (Mt 5.17,20). A prática do bem deve estender-se também aos que não pertencem à família de DEUS (Mt 5.43-45; 6.1-4). Essas passagens mostram que as motivações dos discípulos de CRISTO devem ser a imitação de DEUS e a reverência para com ele. Outra motivação fundamental é o amor altruísta expresso no serviço desinteressado e até mesmo sacrificial, conforme exemplificado pelo próprio CRISTO (Mc 10.45; Jo 13.12-15).
CRISTO proferiu muitos ensinos sobre a prática da justiça e da misericórdia (Mt 5.6-7; 19.21; 23.23), especialmente através de suas parábolas (Mt 25.34-40). Acima de tudo, ele exerceu misericórdia, socorrendo continuamente os sofredores (Mt 4.23; 9.2,6,36; 12.9-13; 14.14,19; 15.30). À semelhança do Antigo Testamento, JESUS insistiu que meras palavras e atos externos de religiosidade não são suficientes na vida com DEUS (Mt 7.21-23), e sim os frutos, a prática da fé (vv. 16-20,24).
O Evangelho de Lucas dá uma ênfase especial aos sofredores, aos excluídos, aos membros mais frágeis da sociedade, como as mulheres, as crianças, os enfermos e outras categorias. Diversas parábolas e episódios do ministério de JESUS que revelam o seu interesse pelos marginalizados são exclusivos do terceiro evangelho (o filho da viúva de Naim: 7.11-15; a mulher com hemorragia: 8.43-48; o bom samaritano: 10.29-37; o filho pródigo: 15.11-24; os dez leprosos: 17.11-19). Outro tema importante para Lucas é pobreza e riqueza (1.52-53; 4.18-19; 6.20-21,24; 12.13-21; 14.12-14; 16.19-31).
Como era de se esperar, a temática social continua presente no outro livro atribuído a Lucas. Atos dos Apóstolos mostra como a vida da comunidade cristã original era caracterizada pelo compartilhamento dos bens de modo igualitário – o chamado comunismo cristão primitivo (2.42-47; 4.32-35). Ainda que esse não fosse um modelo para todos os tempos e lugares, apontava para a importância da solidariedade e generosidade entre os seguidores de CRISTO. O discurso de Pedro na casa de Cornélio destaca a prática da misericórdia no ministério de JESUS (10.38).
Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a tradição considera como os primeiros diáconos (6.1-6). A instituição do diaconato passou a ser um eloqüente testemunho da preocupação da igreja com a assistência aos necessitados (Fp 1.1; 1 Tm 3.8-13). Esta última passagem suscita a interessante possibilidade de que também houvesse diaconisas na igreja primitiva (ver ainda Rm 16.1-2). Parece claro que pelo menos as viúvas de mais idade desempenhavam um importante papel nessa área (1 Tm 5.9-10).
Devido às circunstâncias difíceis em que viviam os primeiros cristãos, o Novo Testamento dá mais ênfase ao serviço cristão voltado para os irmãos na fé. Mas fica implícito que a prática de beneficência devia aplicar-se também aos de fora. A história da igreja mostra que foi exatamente isso que os cristãos fizeram, desde o princípio.
(b) A prática da adoração cristã deve corresponder ao padrão do NT para a igreja (ver At 7.44). Os crentes atuais devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos constantes da prática da adoração vista no NT (cf. o princípio hermenêutico estudado na introdução a Atos).
(2) O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (ver Nm 28, 29). Uma vez que o sacrifício de CRISTO na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer necessidade de derramamento de sangue como parte do culto cristão (ver Hb 9.1—10.18). Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava continuamente o sacrifício de CRISTO, efetuado de uma vez por todas (1Co 11.23-26). Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15), e a oferecer nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS” (Rm 12.1).
(3) Louvar a DEUS é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a DEUS (e.g., Sl 100.4; 106.1; 111.1; 113.1; 117), bem como na adoração cristã primitiva (At 2.46,47; 16.25; Rm 15.10,11; Hb 2.12).
(4) Uma maneira autêntica de louvar a DEUS é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (e.g., 1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de JESUS, a totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor (Lc 2.13,14), e a igreja do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos dos cristãos eram cantados, ou com a mente (i.e. num idioma humano conhecido) ou com o espírito (i.e., em línguas; ver 1Co 14.15). Em nenhuma circunstância os cânticos eram executados como passatempo.
(5) Outro elemento importante na adoração é buscar a face de DEUS em oração. Os santos do AT comunicavam-se constantemente com DEUS através da oração (e.g. Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18). Os apóstolos oravam constantemente depois de JESUS subir ao céu (At 1.14), e a oração tornou-se parte regular da adoração cristã coletiva (At 2.42; 20.36; 1Ts 5.17). Essas orações eram, às vezes, por eles mesmos (At 4.24-30); outras vezes eram orações intercessórias por outras pessoas (e.g. At 12.5; Rm 15.30-32; Ef 6.18). Em todo tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a DEUS (Ef 5.20; Fp 4.6; Cl 3.15,17; 1Ts 5.17,18). Como o cântico, o orar podia ser feito em idioma humano conhecido, ou em línguas (1Co 14.13-15).
(6) A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. DEUS estabelecera o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para a confissão nacional de pecados (Lv 16). Salomão, na sua oração de dedicação do templo, reconheceu a importância da confissão (1Rs 8.30-36). Quando Esdras e Neemias verificaram até que ponto o povo de DEUS se afastara da sua lei, dirigiram toda a nação de Judá numa contrita oração pública de confissão (cap. 9). Assim, também, na oração do Pai nosso, JESUS ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt 6.12). Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da confissão sincera, recebemos a certeza do gracioso perdão divino (1Jo 1.9).
(7) A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel exposição. Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).
(8) Sempre quando o povo de DEUS se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos cristãos de Corinto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a DEUS deve, portanto ensejar uma oportunidade para apresentarmos ao Senhor os nossos dízimos e ofertas.
(9) Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do ESPÍRITO SANTO e das suas manifestações. Entre essas manifestações do ESPÍRITO na congregação do Senhor havia a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé, dons de curas, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos coríntios, Paulo expõe princípios normativos da adoração deles (ver 1Co 14.1-33 notas). O princípio dominante para o exercício de qualquer dom do ESPÍRITO SANTO durante o culto é o fortalecimento e a edificação da congregação inteira (1Co 12.7; 14.26).
(10) O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das ordenanças — o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor (ou o “partir do pão”, ver At 2.42) parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do Pentecostes (At 2.46,47), e, posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At 20.7,11). O batismo conforme a ordem de CRISTO (Mt 28.19,20) ocorria sempre que havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48; 16.30-33; 19.1-5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário