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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

LIÇÃO 04 - COM SUBSIDIOS - AMOS - A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO


4º trimestre de 2012:

LIÇÃO 04
28 DE OUTUBRO DE 2012
AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO.

TEXTO AUREO
"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e  fariseus, de modo nenhum entrareis  no Reino dos céus” (Mt 5.20).

VERDADE PRATICA
Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.

LEITURA DIARIA
Segunda - Pv 14.34 A justiça social exalta as nações
Terça - Pv 19.1 7 Quem ajuda o pobre empresta a Deus
Quarta - Is 1.13-15 O sacrifício e o estado espiritual do adorador
Quinta - Rm 1 5 .2 6 ,2 7 A espiritualidade do trabalho social
Sexta - 2 Co 9 .8 ,9 Deus abençoa quem socorre os pobres
Sábado - Tg 1.27 Socorrer os necessitados é parte da adoração

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Amós 1.1; 2.6-8; 5.21 23
O B J E T I V O S
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.
Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.

INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer “fardo" e Tecoa significa “soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a misturada política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante de Deus"dizendo sim para tudo o que o rei fazia.Mas lá, o profeta “boieiro" dizia não! Era o Soberano dizendo “não" para aquela espúria relação de poder.

INTRODUÇÃO
0 livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus demostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.

1. O LIVRO DE AMÓS
1 . Contexto histórico . Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 1 7 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de üzias, rei de Judá, e de JeroboãoII, filho de Joás, rei de Israel(1.1; 7.1 0). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.
2. Vida pessoal . Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer  parte da escola dos profetas, foi Ievado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei jeroboão II (7.10-16).Todo o sistema político, reli-1gioso, social e jurídico do Reino Ide Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. "Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.1 0-1 2;8.4-6). No cardápio da iniqüidade,estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra(1— 6) e a segunda, nas visões(7—9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais,morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça deDeus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26cp. At 7.42,43;9.11,12 cp. At 15.16-18).

SINOPSE DO TÓ P ICO (1 )
O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra (1— 6) e pelas visões (7— 9).

II POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e jeroboão I I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14;1 Rs 1 3.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7).
2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías,Miqueias e Sofonias.
3. O pecado. A expressão:“Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo”(2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 1 1.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniqüidade está cheia e não há como suspender a ira divina.

SINOPSE DO TÓ P ICO (2 )
O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, éparte do grande mandamento de Jesus Cristo.

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastadosno trato aos carentes do povo, que veem seus direitos serem violados(2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Talato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6).
2. Decadência moral . A prostituição cultuai era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual danação: "Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim,profanam o meu santo nome” (2.7-ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa . O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.

SINOPSE DO TÓ P IC O (3 ) As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas decadências social, moral e religiosa.

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão,  segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacaria a ira dos deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas li festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios . Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.1 1-21).
3= Os cântico s. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno [sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (SI 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a I adoração e o ato de adorar. Con-tudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

SINOPSE DO TÓ P ICO (4 )A verdadeira adoração nãoconsiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.

CONCLUSÃO
A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 1 2.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.

SUBSIDIOS

Autor: Amós
Tema: Justiça, Retidão e Retribuição Divina pelo Pecado
Data: Cerca de 760-755 a.C.

Considerações Preliminares
O profeta Amós exerceu o seu ministério em Israel no século VIII a.C., e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela quatro fatos importantes a respeito de si mesmo em 1.1: (1) Era boieiro e cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá, situada a cerca de 20 km ao sul de Jerusalém (ver 7.14). (2) Ele “via” suas mensagens (i.e., tinha visões proféticas; cf. 7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte. Embora fosse leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de ser chamado por DEUS para profetizar à rebelde Israel (cf. 7.14,15). Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos”. (3) O ministério de Amós, em Israel, foi desempenhado durante o reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Samaria. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 — 753 a.C. O mais provável é que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. (4) Ele profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A arqueologia apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um terremoto de grandes proporções, nesse período, em várias localidades de Israel, inclusive Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao mesmo terremoto (Zc 14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da catástrofe. A referência ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o considerava uma confirmação da sua mensagem e ministério proféticos em Israel (cf. 9.1). Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão territorial, à paz política e à prosperidade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria encontrava-se em voga. A sociedade esbanjava-se à procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade grassavam. O sistema judiciário corrompia-se cada vez mais, e a opressão aos pobres tornara-se lugar-comum. Obedecendo à vocação do DEUS de Israel, Amós proclama corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, retidão e retribuição divina. Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.

Propósito
A prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua mensagem. Seu propósito era: (1) entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de suas advertências proféticas; e (2) disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo da certeza do iminente juízo divino contra Israel e as nações em derredor, a não ser que estas se arrependessem de sua idolatria, imoralidade e injustiça. A destruição de Israel ocorreria três décadas mais tarde.

Visão Panorâmica
O livro de Amós divide-se, de modo natural, em três seções.
(1) Na primeira (1.3—2.16), o profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazeirosamente o castigo desses povos (1.3—2.5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e a punição que lhe estava reservada (2.6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exílio da nação israelita.

(2) A segunda seção (3.1—6.14) registra três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). Na primeira, DEUS julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (3.2). A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá, e bebamos” (4.1). Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de DEUS requeria (4.2,3). Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores. A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.

(3) A última seção (7.1—9.10) registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (8.1-14). A visão final mostra DEUS em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (9.1-10). O livro termina, com breve, porém poderosa promessa de restauração ao remanescente (9.11-15).

Características Especiais
Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Amós.

(1) É, primariamente, um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de DEUS. Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo.

 (2) Ilustra vividamente quão abominável é para DEUS a religião quando divorciada de uma conduta reta.

(3) É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17), que se tornaria uma cena clássica na profecia hebraica.

(4) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a DEUS e aos seus justos padrões para com o povo do concerto.

(5) Demonstra a disposição de DEUS em usar pessoas que lhe são tementes, ainda que desprovidas de credenciais formais, para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo.

(6) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, entre os quais 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 7.8; 8.11; 9.13.

Cumprimento de Amós ante o NT
A mensagem de Amós é vista mais claramente nos ensinos de JESUS e na epístola de Tiago. Ambos aplicaram a mensagem do profeta, mostrando que a verdadeira adoração a DEUS não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de DEUS, e o tratamento justo e reto ao próximo (e.g., Mt 7.15-27; 23; Tg 2).

JUSTIÇA SOCIAL
O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS

Am 5.12-14 “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.”

Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres
 
e necessitados.

O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS.
DEUS tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e oprimidos.
(1) O Senhor DEUS é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4),
 o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14),
o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e
provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).

(2) Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11).

Declarou-lhes em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4).

Por isso DEUS, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36).
Se o pobre entregasse algo como “penhor”, ou garantia pelo empréstimo, o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si mesmo e à sua família (Dt 24.14,15).

Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9).

Notável era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7-11).

DEUS, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução de propriedades — o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinqüenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (ver Lv 25.8-55).

E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, DEUS impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14).

(3) Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em conseqüência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).

A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEOTESTAMENTÁRIO DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS.
No NT, DEUS também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.

(1) Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).

(2) JESUS espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de CRISTO para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).

(3) O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30).

Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10).

Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26).

Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9).

Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2).

Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do ESPÍRITO SANTO, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de DEUS e de seu povo (ver Rm 12.8; ver 1Tm 6.17-19).

(4) Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em CRISTO. JESUS equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45).

A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37).

 Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do ESPÍRITO SANTO, para executar a tarefa (At 6.1-6).

Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).

DEUS quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14).

Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em CRISTO.
 
Estudos sobre ação social cristã 
PERSPECTIVA BÍBLICA

1. Definição de termos
Ação social cristã” é uma expressão imprecisa e genérica. Precisamos dar-lhe um conteúdo, dizer o que entendemos por ela. Uma tentativa de definição seria afirmar que consiste em toda atividade de cristãos individuais ou da igreja coletivamente no sentido de suprir necessidades materiais das pessoas, aliviar o sofrimento humano, atenuar ou eliminar males sociais que afligem indivíduos, famílias, comunidades e até mesmo a sociedade como um todo. Essa ação social é especificamente cristã, pois responde a motivações e princípios diretamente relacionados com as Escrituras e com o evangelho de CRISTO.

O objetivo da ação social cristã é proporcionar às pessoas e comunidades condições de vida mais condignas, o suprimento básico das carências humanas fundamentais no plano material (moradia, alimentação, saúde, educação, trabalho). Quanto à sua amplitude de atuação, a ação social pode ir desde o atendimento de necessidades emergenciais, muitas vezes chamado de assistencialismo, até aquela atuação mais ampla que visa resolver os problemas de modo mais permanente e profundo. Um exemplo disso seria não somente fornecer alimento para uma pessoa ou família, mas proporcionar-lhe meios de educação, capacitação profissional e oportunidade de trabalho para que ela mesma possa ganhar o seu sustento, libertando-se da dependência externa. O objetivo mais elevado e complexo da ação social cristã seria a transformação das estruturas sociais e econômicas do país, visando a eliminação das causas da pobreza, a correção das injustiças sociais, a melhor distribuição de renda e assim por diante. Nesse último caso, os cristãos e as igrejas precisam atuar junto ao poder público, a classe política e as diferentes instituições da sociedade.

Essas colocações mostram que, do ponto de vista cristão, a ação social é incompleta em si mesma para promover a plena dignidade humana, porque as necessidades humanas transcendem o plano meramente material. As pessoas e famílias têm também carências emocionais e espirituais. Daí falar-se no binômio evangelização-ação social como duas atividades complementares da igreja. Infelizmente, por razões históricas que serão abordadas posteriormente, muitos evangélicos fazem uma dicotomia entre esses dois elementos, considerando-os como mutuamente excludentes. Acham que a igreja deve preocupar-se apenas com atividades “espirituais” ou religiosas, como a evangelização, deixando a esfera social para outras instituições, principalmente o Estado.

Entendemos que a evangelização e a ação social são partes essenciais e complementares da missão da igreja no mundo. Cremos existirem abundantes argumentos bíblicos que apontam para o fato de que DEUS quer dar plenitude de vida às suas criaturas, e essa plenitude inclui tanto o conhecimento de DEUS e um relacionamento vital com ele, quanto o suprimento das necessidades humanas mais fundamentais no plano material. Não só o desconhecimento de DEUS, mas também a fome, a doença, a ignorância e a violência são fatores que atentam contra a dignidade humana. Portanto, a evangelização e a ação social devem caminhar lado a lado, como dois aspectos integrais da missão e do testemunho da igreja junto à sociedade.

Existem outros termos e expressões que são aplicados a essa atividade cristã, mas nem todos são muito felizes nas suas implicações. É o caso, por exemplo, de “assistência social” e “beneficência”, com suas conotações assistencialistas. Melhor seria falar em “responsabilidade social” ou “serviço cristão”, este último tendo forte conteúdo bíblico. Outros termos bíblicos aplicáveis são “socorros” (1 Co 12.28), “exercício da misericórdia” (Rm 12.8), “fazer o bem” (Gl 6.9-10), “prática do bem” (Hb 13.16) e “ministração” (2 Co 9.13).

2. Ensino do Antigo Testamento
A temática social está fortemente presente em todas as partes do Antigo Testamento: a Lei (Pentateuco), os Profetas e os Escritos. A base da ética social bíblica é o caráter de DEUS. DEUS se apresenta ao povo de Israel como um DEUS justo e misericordioso, que atenta para os sofredores (Jr 9.24; Sl 68.5-6; 103.6; 146.7-9). Acima de tudo, DEUS é gracioso e misericordioso para com Israel, amando-o, escolhendo-o, libertando-o do cativeiro, conduzindo-o pelo deserto, dando-lhe a terra prometida, suprindo todas as suas necessidades (Dt 4.37; 7.6-8; 8.4,7-10,15-16; Ex 20.2). E assim como DEUS tratou Israel, ele quer que os seus filhos tratem uns aos outros (Lv 19.9-10,33-34; Dt 10.17-19). Isso faz parte da aliança que DEUS firmou com Israel e da lei associada com essa aliança.

Israel é continuamente exortado a praticar a justiça e a misericórdia, como na conhecida passagem de Miquéias 6.8 (ver também Jr 22.3; Os 6.6). Outra motivação inculcada é o amor ao próximo (Lv 19.18). DEUS demonstra um interesse especial pelos elementos mais frágeis e vulneráveis da sociedade, tais como o órfão, a viúva, o pobre, o enfermo, o deficiente físico e o estrangeiro (Lv 19.10,13-15). A ética do Antigo Testamento está centrada na generosidade e na solidariedade. Toda a criação e seus recursos pertencem a DEUS e devem servir para o sustento de todos, não para que alguns tenham excesso e outros tenham falta do mínimo necessário para a sua subsistência. Os filhos de DEUS devem ser bons mordomos das dádivas de DEUS, utilizando-as sabiamente e repartindo-as com os outros.

A Lei contém diversos mecanismos pelos quais a solidariedade social deveria ser praticada em Israel. Alguns exemplos notáveis são a respiga, mediante a qual parte do produto da terra devia ser propositalmente deixada para os necessitados (Lv 23.22; Dt 24.21; Rt 2.7,15); o ano sabático, ano de descanso da terra a cada sete anos, quando tudo que crescesse espontaneamente estaria disponível a todos indistintamente (Lv 25.1-7,20-22); e o ano do jubileu, a cada cinqüenta anos, no qual todas as propriedades retornavam aos seus donos originais e os escravos eram devolvidos a suas famílias (Lv 25.8-17,23-27). O argumento de DEUS na última passagem é “a terra é minha” e “vós sois para mim estrangeiros e peregrinos” (v. 23; ver também o v. 55).

A mensagem social mais enfática do Antigo Testamento está contida nos profetas do século oitavo antes de CRISTO (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias). Essa mensagem adquiriu uma conotação “política” ao denunciarem energicamente os males sociais do seu tempo, como a opressão e a injustiça praticadas pelos poderosos contra os necessitados. Ninguém pode ler as passagens desses profetas e continuar afirmando que os cristãos nada têm a ver com os problemas sociais do seu país. Alguns textos significativos são os seguintes: Isaías 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Oséias 10.12; Amós 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Miquéias 2.1-2; 6.8. No entanto, a ênfase do Antigo Testamento como um todo é positiva e construtiva: não somente deixar de praticar o mal e denunciar a injustiça, mas fazer o bem ao próximo concretamente.

3. Ensino do Novo Testamento
CRISTO e os apóstolos mantiveram implicitamente a mensagem social do Antigo Testamento. A ética de JESUS preserva e torna mais exigentes os requisitos da Lei, revelando a sua intenção mais profunda (Mt 5.17,20). A prática do bem deve estender-se também aos que não pertencem à família de DEUS (Mt 5.43-45; 6.1-4). Essas passagens mostram que as motivações dos discípulos de CRISTO devem ser a imitação de DEUS e a reverência para com ele. Outra motivação fundamental é o amor altruísta expresso no serviço desinteressado e até mesmo sacrificial, conforme exemplificado pelo próprio CRISTO (Mc 10.45; Jo 13.12-15).

CRISTO proferiu muitos ensinos sobre a prática da justiça e da misericórdia (Mt 5.6-7; 19.21; 23.23), especialmente através de suas parábolas (Mt 25.34-40). Acima de tudo, ele exerceu misericórdia, socorrendo continuamente os sofredores (Mt 4.23; 9.2,6,36; 12.9-13; 14.14,19; 15.30). À semelhança do Antigo Testamento, JESUS insistiu que meras palavras e atos externos de religiosidade não são suficientes na vida com DEUS (Mt 7.21-23), e sim os frutos, a prática da fé (vv. 16-20,24).

O Evangelho de Lucas dá uma ênfase especial aos sofredores, aos excluídos, aos membros mais frágeis da sociedade, como as mulheres, as crianças, os enfermos e outras categorias. Diversas parábolas e episódios do ministério de JESUS que revelam o seu interesse pelos marginalizados são exclusivos do terceiro evangelho (o filho da viúva de Naim: 7.11-15; a mulher com hemorragia: 8.43-48; o bom samaritano: 10.29-37; o filho pródigo: 15.11-24; os dez leprosos: 17.11-19). Outro tema importante para Lucas é pobreza e riqueza (1.52-53; 4.18-19; 6.20-21,24; 12.13-21; 14.12-14; 16.19-31).

Como era de se esperar, a temática social continua presente no outro livro atribuído a Lucas. Atos dos Apóstolos mostra como a vida da comunidade cristã original era caracterizada pelo compartilhamento dos bens de modo igualitário – o chamado comunismo cristão primitivo (2.42-47; 4.32-35). Ainda que esse não fosse um modelo para todos os tempos e lugares, apontava para a importância da solidariedade e generosidade entre os seguidores de CRISTO. O discurso de Pedro na casa de Cornélio destaca a prática da misericórdia no ministério de JESUS (10.38).

Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a tradição considera como os primeiros diáconos (6.1-6). A instituição do diaconato passou a ser um eloqüente testemunho da preocupação da igreja com a assistência aos necessitados (Fp 1.1; 1 Tm 3.8-13). Esta última passagem suscita a interessante possibilidade de que também houvesse diaconisas na igreja primitiva (ver ainda Rm 16.1-2). Parece claro que pelo menos as viúvas de mais idade desempenhavam um importante papel nessa área (1 Tm 5.9-10).
O apóstolo Paulo, com toda a sua conhecida ênfase na evangelização, também demonstra nítida preocupação com a beneficência cristã. Um tema que ocupa bastante espaço em algumas de suas cartas foi a oferta levantada por ele junto às igrejas gentílicas para os crentes pobres de Jerusalém (1 Co 16.1-4; 2 Co 8.1-9.15; Rm 15.25-28; At 24.17; Gl 2.10). A seção prática de suas epístolas contém muitos ensinos sobre o serviço cristão e exortações ao mesmo (Rm 12.8,13,17,20; 1 Co 11.22; 12.28; 16.15; Gl 6.2,9-10; Fp 4.10-19; 1 Ts 4.9-12; 2 Ts 3.6-15; 1 Tm 6.17-19; Tt 3.8). As epístolas gerais igualmente possuem diversos preceitos nessa área (Hb 13.1-3; 1 Pe 4.9-10; 1 Jo 3.17-18). A carta de Tiago, devido ao ser caráter prático e seu teor veterotestamentário, aborda a temática social de modo muito insistente (1.9-11,27; 2.1-7,15-17; 5.1-6).

Devido às circunstâncias difíceis em que viviam os primeiros cristãos, o Novo Testamento dá mais ênfase ao serviço cristão voltado para os irmãos na fé. Mas fica implícito que a prática de beneficência devia aplicar-se também aos de fora. A história da igreja mostra que foi exatamente isso que os cristãos fizeram, desde o princípio.
 
 
A ADORAÇÃO A DEUS -
Ne 8.5,6 “E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.”
 
A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande DEUS do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em DEUS, e não no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de DEUS em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em CRISTO e através do ESPÍRITO SANTO. A adoração requer o exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso DEUS e Senhor.
 
BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS.
O ser humano adora a DEUS desde o ínicio da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com DEUS no jardim do Éden (cf. Gn 3.8). Caim e Abel trouxeram a DEUS oferendas (hb. minhah, termo também traduzido por “tributo” ou dádiva”) de vegetais e de animais (Gn 4.3,4). Os descendentes de Sete invocavam “o nome do SENHOR” (Gn 4.26). Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio (Gn 8.20). Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor (Gn 12.7,8; 13.4, 18; 22.9) e falou intimamente com Ele (Gn 18.23-33; 22.11-18).
Somente depois do êxodo, quando o Tabernáculo foi construído, é que a adoração pública tornou-se formal. A partir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e DEUS estabeleceu várias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas (Êx 23.14-17; Lv 1—7; Dt 12; 16). O culto a DEUS foi posteriormente centralizado no templo de Jerusalém (cf. os planos de Davi, segundo relata 1Cr 22—26). Quando o templo foi destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a DEUS enquanto no exílio, e aonde quer que viessem a morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel (Ed 3—6). Nos tempos do NT havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano (e.g. Lc 4.16; Jo 6.59; At 6.9; 13.14; 14.1; 17.1, 10; 18.4; 19.8; 22.19).
A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares (At 2.46,47). Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a DEUS nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a DEUS noutros lugares, geralmente em casas particulares (cf. At 18.7; Rm 16.5; Cl 4.15; Fm v. 2), mas, às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).
 
MANIFESTAÇÕES DA ADORAÇÃO CRISTÃ.
(1) Dois princípios-chaves norteiam a adoração cristã.
 (a) A verdadeira adoração é a que é prestada em espírito e verdade (ver Jo 4.23), i.e., a adoração deve ser oferecida à altura da revelação que DEUS fez de si mesmo no Filho (ver Jo 14.6). Por sua vez, ela envolve o espírito humano, e não apenas a mente, e também como as manifestações do ESPÍRITO SANTO (1Co 12.7-12). 

(b) A prática da adoração cristã deve corresponder ao padrão do NT para a igreja (ver At 7.44). Os crentes atuais devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos constantes da prática da adoração vista no NT (cf. o princípio hermenêutico estudado na introdução a Atos).

(2) O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (ver Nm 28, 29). Uma vez que o sacrifício de CRISTO na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer necessidade de derramamento de sangue como parte do culto cristão (ver Hb 9.1—10.18). Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava continuamente o sacrifício de CRISTO, efetuado de uma vez por todas (1Co 11.23-26). Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15), e a oferecer nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS” (Rm 12.1).

(3) Louvar a DEUS é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a DEUS (e.g., Sl 100.4; 106.1; 111.1; 113.1; 117), bem como na adoração cristã primitiva (At 2.46,47; 16.25; Rm 15.10,11; Hb 2.12).

(4) Uma maneira autêntica de louvar a DEUS é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (e.g., 1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de JESUS, a totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor (Lc 2.13,14), e a igreja do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos dos cristãos eram cantados, ou com a mente (i.e. num idioma humano conhecido) ou com o espírito (i.e., em línguas; ver 1Co 14.15). Em nenhuma circunstância os cânticos eram executados como passatempo.

(5) Outro elemento importante na adoração é buscar a face de DEUS em oração. Os santos do AT comunicavam-se constantemente com DEUS através da oração (e.g. Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18). Os apóstolos oravam constantemente depois de JESUS subir ao céu (At 1.14), e a oração tornou-se parte regular da adoração cristã coletiva (At 2.42; 20.36; 1Ts 5.17). Essas orações eram, às vezes, por eles mesmos (At 4.24-30); outras vezes eram orações intercessórias por outras pessoas (e.g. At 12.5; Rm 15.30-32; Ef 6.18). Em todo tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a DEUS (Ef 5.20; Fp 4.6; Cl 3.15,17; 1Ts 5.17,18). Como o cântico, o orar podia ser feito em idioma humano conhecido, ou em línguas (1Co 14.13-15).

(6) A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. DEUS estabelecera o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para a confissão nacional de pecados (Lv 16). Salomão, na sua oração de dedicação do templo, reconheceu a importância da confissão (1Rs 8.30-36). Quando Esdras e Neemias verificaram até que ponto o povo de DEUS se afastara da sua lei, dirigiram toda a nação de Judá numa contrita oração pública de confissão (cap. 9). Assim, também, na oração do Pai nosso, JESUS ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt 6.12). Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da confissão sincera, recebemos a certeza do gracioso perdão divino (1Jo 1.9).

(7) A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel exposição. Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).

(8) Sempre quando o povo de DEUS se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos cristãos de Corinto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a DEUS deve, portanto ensejar uma oportunidade para apresentarmos ao Senhor os nossos dízimos e ofertas.

(9) Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do ESPÍRITO SANTO e das suas manifestações. Entre essas manifestações do ESPÍRITO na congregação do Senhor havia a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé, dons de curas, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos coríntios, Paulo expõe princípios normativos da adoração deles (ver 1Co 14.1-33 notas). O princípio dominante para o exercício de qualquer dom do ESPÍRITO SANTO durante o culto é o fortalecimento e a edificação da congregação inteira (1Co 12.7; 14.26).

(10) O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das ordenanças — o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor (ou o “partir do pão”, ver At 2.42) parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do Pentecostes (At 2.46,47), e, posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At 20.7,11). O batismo conforme a ordem de CRISTO (Mt 28.19,20) ocorria sempre que havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48; 16.30-33; 19.1-5).
 
AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS VERDADEIROS ADORADORES. Quando os crentes verdadeiramente adoram a DEUS, muitas bênçãos lhes estão reservadas por Ele. Por exemplo, Ele promete
 (1) que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e ceará com eles (Ap 3.20); 
(2) que envolverá o seu povo com a sua glória (cf. Êx 40.35; 2Cr 7.1; 1Pe 4.14); 
(3) que abençoará o seu povo com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com a paz (Sl 29.11);
(4) que concederá fartura de alegria (Sl 122.1,2; Lc 15.7,10; Jo 15.11); 
(5) que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Mc 11.24; Tg 5.15); 
(6) que encherá de novo o seu povo com o ESPÍRITO SANTO e com ousadia (At 4.31); 
(7) que enviará manifestações do ESPÍRITO SANTO entre o seu povo (1Co 12.7-13); 
(8) que guiará o seu povo em toda a verdade através do ESPÍRITO SANTO (Jo 15.26; 16.13);
(9) que santificará o seu povo pela sua Palavra e pelo seu ESPÍRITO (Jo 17.17-19); 
(10) que consolará, animará e fortalecerá seu povo (Is 40.1; 1Co 14.26;2Co 1.3,4; 1Ts 5.11); 
(11) que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do ESPÍRITO SANTO (ver Jo 16.8); e 
(12) que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do ESPÍRITO SANTO (1Co 14.22-25).
 
EMPECILHOS À VERDADEIRA ADORAÇÃO. O simples fato de pessoas se dizendo crentes realizarem um culto, não é nenhuma garantia de que haja aí verdadeira adoração, nem que DEUS aceite seu louvor e ouça suas orações.
(1) Se a adoração a DEUS é mera formalidade, somente externa, e se o coração do povo de DEUS está longe dEle, tal adoração não será aceita por Ele. CRISTO repreendeu severamente os fariseus por sua hipocrisia; eles observavam a lei de DEUS por legalismo, enquanto seus corações estavam longe dEle (Mt 15.7-9; 23.23-28; Mc 7.5-7). Note a censura semelhante que Ele dirigiu à igreja de Éfeso, que adorava o Senhor mas já não o amava plenamente (Ap 2.1-5).
(2) Outro impedimento à verdadeira adoração é um modo de vida comprometido com o mundanismo, pecado e imoralidade. DEUS recusou os sacrifícios do rei Saul porque este desobedeceu ao seu mandamento (1Sm 15.1-23). Isaías repreendeu severamente o povo de DEUS como “nação pecadora... povo carregado da iniqüidade da semente de malignos” (Is 1.4); ao mesmo tempo, porém esse mesmo povo oferecia sacrifícios a DEUS e comemorava seus dias santos. Por isso, o Senhor declarou através de Isaías: “As vossas festas da lua nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.14,15). Semelhantemente, na igreja do NT, JESUS conclamou os adoradores em Sardes a se despertarem, porque “não achei as tuas obras perfeitas diante de DEUS” (Ap 3.2). Da mesma maneira, Tiago indica que DEUS não atenderá as orações egoístas daqueles que não se separam do mundo (Tg 4.1-5). O povo de DEUS só pode ter certeza que DEUS estará presente à sua adoração e a aceitará, quando esse povo tiver mãos limpas e coração puro (Sl 24.3,4; Tg 4.8).
 
 
SOBRE O LIVRO DE AMÓS
1.1 AMÓS. O profeta Amós morava em Judá - o Reino do Sul, mas sua mensagem foi dirigida a Israel - o Reino do Norte. Era um leigo piedoso que ganhava a vida como boieiro e cultivador de sicômoros (cf. 7.14). Deus o chamou para entregar uma mensagem de juízo a Israel, e dar à nação uma advertência final. Seu ministério foi levado a efeito entre 760-750 a.C. Outros profetas que, provavelmente, ministraram neste período foram Jonas e Oséias.
1.3-2.5 POR TRÊS TRANSGRESSÕES... E POR QUATRO. Amós começa por anunciar o castigo contra as sete nações vizinhas de Israel. Alista os pecados específicos de cada uma delas, até mesmo os de Judá, e os submete à mesma fórmula: "Por três transgressões... e por quatro" (i.e., pelos seus muitos pecados, e especialmente pela transgressão citada).
1.4 POREI FOGO. Esta frase (empregada também nos vv. 7,10,12,14; 2.2,5) refere-se à destruição, por meio do fogo, que seria levada a efeito por um exército invasor. Cidades importantes seriam completamente incendiadas.
1.6 PORQUE LEVARAM EM CATIVEIRO. A maioria das transgressões alistadas são relacionadas à violência e brutalidade dispensadas no tratamento ao próximo (ver vv. 6,9,11,13). Deus odeia a violência, e castiga severamente os que praticam atos desumanos. (cf. Rm 1.18-32). À luz da aversão que o Senhor Deus tem à crueldade, é essencial que o seu povo sempre se esforce por tratar o próximo com eqüidade, justiça e amor.
2.4 TRANSGRESSÕES DE JUDÁ. Embora Judá e Israel fossem o povo escolhido de Deus, seriam condenados por causa de seus muitos pecados. As transgressões de Judá centralizavam-se na sua rejeição à Lei de Deus, e em sua recusa sistemática em observar a palavra do Senhor. Os judeus haviam se desviado para a idolatria, i.e., para a adoração dos falsos deuses. O povo de Deus, ainda hoje, é tentado a desviar-se dos caminhos da justiça devido aos costumes e crenças mundanos.
2.6 TRANSGRESSÕES DE ISRAEL. Tendo dirigido sua atenção aos pecados dos vizinhos de Israel, Amós chega ao apogeu, e passa a enfocar as iniqüidades e a conseqüente condenação de Israel. Ao invés de seguirem a palavra de Deus, os israelitas maltratavam os pobres (vv. 6,7), viviam de forma imoral (v. 7) e corrompiam a adoração ao Senhor (vv. 7,8). Noutros trechos do livro, fica claro que eles se opunham ao ministério dos verdadeiros profetas (cf. 7.10-17).
2.10 VOS FIZ SUBIR. A despeito de terem recebido o amor e as bênçãos de Deus, os israelitas viraram as costas ao concerto divino, esquecendo-se de tudo quanto o Senhor lhes tinha feito. Tal rejeição tornou pior o seu pecado, e maior a sua culpa. Jamais nos esqueçamos, pois, do amor de Deus manifestado por nós mediante Jesus Cristo. Lembremo-nos de suas bênçãos. Permaneçamos fiéis a Ele durante toda a nossa vida.
2.12 AOS NAZIREUS DESTES VINHO A BEBER. Deus consagrara os nazireus para serem os mais sublimes exemplos de dedicação e justiça em Israel (ver Nm 6.2 nota). Parte de sua consagração consistia em abster-se de todos os tipos de vinho. Os israelitas gostavam tanto de bebidas inebriantes (6.6), que chegavam mesmo a subverter os nazireus para que estes abandonassem o seu compromisso de abstinência. Por causa disto, Deus lhes traria a condenação (2.12-16). Os que induzem o próximo ao pecado, incluindo a ingestão de bebidas alcoólicas, devem estar atentos à advertência divina.
2.13-16 EU VOS APERTAREI. Em conseqüência de seu pecado, a ira de Deus cairia sobre o iníquo Israel. Os que se consideravam fortes, independentes e bravos, desmoronariam, e seriam esmagados pela cólera divina. De igual forma, quando o juízo chegar à terra, no final dos tempos, os ímpios, embora se julguem poderosos e valentes, recuarão aterrorizados diante de sua iminente destruição.
3.2 A VÓS SOMENTE CONHECI. A palavra "conhecer" refere-se, aqui, à escolha que Deus fez por seu povo. Os israelitas levantaram objeções à mensagem de Amós, por acreditarem que Deus não os castigaria. Eram, afinal de contas, seus eleitos, chamados e redimidos por Ele. Achavam que a salvação experimentada no passado envolvia a sua segurança no presente, apesar de se haverem desviado de Deus. Deveriam lembrar-se, porém, que a eleição estabelecia um relacionamento que incluía a fiel obediência aos ditames divinos (ver os estudos O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS, e ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO). O castigo que Israel receberia era a conseqüência por não cumprir sua parte na eleição
3.3 ANDARÃO DOIS JUNTOS? Nenhuma comunhão genuína pode existir entre duas pessoas, no terreno espiritual, a não ser que ambas concordem entre si quanto às verdades fundamentais. Não podemos, portanto, ter qualquer relacionamento autêntico com Deus, senão aceitarmos a sua palavra, e concordarmos com ela. É impossível alguém se dizer crente e, ao mesmo tempo, não crer na Palavra de Deus.
3.3-8 ANDARÃO DOIS JUNTOS, SE NÃO ESTIVEREM DE ACORDO? Os exemplos nestes versículos demonstram que um segundo evento ocorre quando é antecedido por uma causa anterior. Assim, tão seguramente quanto Deus houvera falado, Amós via-se obrigado a pronunciar a condenação divina; não estava emitindo simplesmente suas próprias opiniões (vv. 7, 8).
3.7-8 SEM TER REVELADO O SEU SEGREDO. O Senhor nada fazia no tocante a Israel sem que, primeiramente, revelasse os seus planos aos profetas. Quando Deus assim o fazia, estes se sentiam compelidos a profetizar e a advertir o povo quanto aos castigos que o Senhor ameaçara aplicar em decorrência dos pecados cometidos.
3.9-15 AJUNTAI-VOS. Amós convoca as nações vizinhas para serem testemunhas da culpa, do pecado e do castigo de Israel. Reconheceriam que tal condenação era bem merecida.
3.11-12 UM INIMIGO SURGIRÁ. O inimigo era a Assíria, a nação que Deus usaria para destruir o seu povo. Somente um remanescente em Israel sobreviveria para contar a história do juízo divino (v. 12).
4.1 VACAS DE BASÃ. As mulheres da classe alta são chamadas "vacas de Basã" (i.e., o gado de criação esmerada e bem-alimentado, cf. Sl 22.12). À medida que tais mulheres bebiam o seu vinho, instavam com seus maridos a que ganhassem mais dinheiro mediante a opressão aos pobres, a fim de que pudessem beber ainda mais e refestelar-se na luxúria.
4.2 VOS LEVARÃO COM ANZÓIS. Retratos assírios, gravados em pedra, mostram presos sendo arrastados com anzóis fixados em seus narizes ou lábios. As mulheres ricas da capital de Israel seriam, pois, levadas como gado em decorrência de seus pecados.
4.4-5 MULTIPLICAI AS TRANSGRESSÕES. Os israelitas multiplicavam seus pecados ao prestarem a Deus um culto destituído da verdadeira adoração. De nada valiam, pois, seus sacrifícios e dízimos. Os que professam ser salvos, e demonstram adorar ao Senhor, inclusive com suas ofertas, mas continuam a amar os prazeres do mundo, são uma abominação ao Senhor. Deus aceita somente a adoração e devoção dos que o amam, e porfiam por trilhar seus caminhos.
4.6-11 CONTUDO, NÃO VOS CONVERTESTES A MIM. Deus enviara calamidade após calamidade contra o povo, a fim de conclamá-lo ao arrependimento, e a voltar-se a Ele. Nada, porém, surtiu efeito. Eles continuaram a manter o seu corrupto modo de vida. Por isso, sofreriam a derradeira condenação divina (v. 12).
4.12 PREPARA-TE... PARA TE ENCONTRARES COM O TEU DEUS. Israel receberia o castigo divino das mãos dos assírios - um julgamento final e sobremaneira terrível. Este trecho faz-nos lembrar que todo o povo de Deus será um dia julgado pelas suas ações (ver Jo 5.29 nota; ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)
5.1-27 UMA LAMENTAÇÃO. Nesta lamentação, Amós comunica a tristeza do Senhor em conseqüência dos pecados de Israel. O cântico sustenta que a ruína dos israelitas era certa, como se já fosse realidade. Mas Amós faz-lhes um apelo para que se voltem a Deus a fim de que, pelo menos, um "resto" seja salvo (v. 15).
5.4 BUSCAI-ME E VIVEI. Se o povo buscasse ao Senhor, um remanescente seria poupado da calamidade profetizada por Amós (ver v. 15). Buscar continuamente ao Senhor é essencial para se receber sua graça e misericórdia. Não podemos, pois, negligenciar a oração e a meditação na Palavra de Deus.
5.7 DEITAIS POR TERRA A JUSTIÇA. A genuína espiritualidade não existe onde não há desejo pela justiça. Todos devemos ter profundo zelo pela justiça em nossa própria vida e na sociedade em que vivemos (cf. Mt 6.33). A justiça é manifestada quando se segue a orientação do Espírito Santo, odiando o mal, e amando o bem (ver v. 15 nota).
5.12 AFLIGIS O JUSTO. De todos os pecados denunciados por Amós, os mais graves eram os sociais. Os ricos tiravam proveito dos pobres, e os exploravam. A vontade de Deus é que tenhamos amor e compaixão especiais pelos necessitados (ver o estudo O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS)
5.15 ABORRECEI O MAL, E AMAI O BEM. Se o povo de Deus tão-somente odiasse o mal e amasse o bem, o Senhor haveria de ter misericórdia do remanescente, i.e., dos que sobrevivessem ao juízo. Uma evidência de nossa dedicação a Deus é nosso ódio sincero ao pecado, e profundo amor aos seus retos caminhos (ver Hb 1.9 nota).
5.18 O DIA DO SENHOR. Os israelitas acreditavam que "o dia do SENHOR" seria a ocasião em que Deus castigaria todos os seus inimigos, enquanto eles, como povo escolhido, seriam
sumamente exaltados. Amós, porém, deixa-os chocados ao insistir que, quando chegasse o dia, a condenação da pecaminosa Israel seria certa (ver Jl 1.15 nota).
5.21-27 DESPREZO AS VOSSAS FESTAS. Deus odeia os freqüentes rituais eclesiásticos e o louvor dos que, embora professem ser crentes, buscam os prazeres do mundo. (1) Deus deseja a adoração e o louvor somente dos que procuram viver uma vida piedosa (ver o estudo A ADORAÇÃO A DEUS). (2) A hipocrisia religiosa é abominação diante de Deus, e trará condenação especial aos que a praticam (ver 1 Co 11.27 nota)
6.1-7 AI DOS QUE REPOUSAM EM SIÃO. A mensagem é dirigida ao povo de Deus tanto em Israel (Samaria) quanto em Judá (Sião). (1) Embora possuissem poder e prosperidade, haviam se tornado complacentes para com os seus pecados. Acreditavam que seus sucessos materiais fossem evidência de que estavam vivendo segundo a bênção de Deus. Também acreditavam que o juízo divino jamais os apanharia. (2) Por conseguinte, a prosperidade pode levar-nos a adotar um modo de vida mundano, onde não mais se sente fome nem sede por Deus (ver o estudo RIQUEZA E POBREZA)
6.6 NÃO VOS AFLIGIS. Ao invés de viverem no luxo material, os israelitas deveriam sentir pesar pelas iniqüidades da nação, e pela sua iminente ruína. Os que experimentam tristeza pelos pecados do povo, hão de escapar do castigo divino (ver Ez 9.4) e experimentar a bênção de Deus (Mt 5.4).
6.8 ENTREGAREI A CIDADE. Como os israelitas haviam se recusado a voltar ao Senhor, suas cidades seriam destruídas. Sua ruína era certa, pois o Deus onipotente assim o declarara num solene juramento.
6.10 CALA-TE. Ao chegar o dia do Senhor, o local da calamidade seria completamente tomado pelo terror procedente do juízo divino. Os ímpios nem sequer ousa-riam mencionar o seu nome, para que não lhes sobreviessem mais calamidades e ruínas.
7.1-6 O SENHOR JEOVÁ ASSIM ME FEZ VER. Amós recebeu duas visões do iminente castigo divino contra Israel. Viria na forma de gafanhotos (v. 1) e calor intenso (v. 4). E, assim, a terra seria completamente devorada; a fome seria generalizada. O profeta intercedeu em favor do povo, fazendo com que o Senhor adias-se o castigo (vv. 3,6). Deus não deseja a morte dos pecadores (1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9), e promete atender as orações do justo (Tg 5.16).
7.7-9 UM PRUMO. A terceira visão de Amós mostra Deus medindo Israel com um prumo. Era este composto por um barbante tendo um peso amarrado numa das pontas. O instrumento servia para verificar a verticalidade dos muros e paredes. Israel foi achado fora do prumo, com o risco de entrar em colapso, pois seus filhos haviam rejeitado a palavra de Deus (vv. 12-17). Eis porque o castigo divino não deixaria de vir.
7.12-17 Ó VIDENTE, FOGE. Estes versículos revelam uma das principais razões por que Deus já não pouparia a nação. O sacerdote Amazias, que representava o povo e especialmente os líderes, rejeitou abertamente o profeta de Deus e sua mensagem. Os que conscientemente rejeitam a palavra, condenam-se a si mesmos à morte eterna. Tempos virão em que a intercessão já não terá efeito.
8.1 UM CESTO DE FRUTOS DO VERÃO. O fruto maduro significa que já estava no tempo de o povo receber a condenação. Seu fim era iminente.
8.5 O SÁBADO. Os comerciantes eram tão materialistas que ficavam ansiosos pelo término do sábado a fim de voltarem rapidamente aos seus negócios. Perguntemos a nós mesmos: "Estou tão dedicado aos lucros que já não tenho nenhuma solicitude pela Palavra de Deus nem pela promoção do seu reino?" Segundo o próprio Jesus, não podemos servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (ver Mt 6.24 nota).
8.11 FOME... DE OUVIR AS PALAVRAS DO SENHOR. Israel havia rejeitado repetidas vezes a palavra de Deus (2.11-12; 7.10-13,16). Agora, receberiam o que tanto haviam desejado. (1) Deus não mais lhes enviaria qualquer profeta; nenhuma palavra divina chegaria até eles. Ainda que buscassem a orientação de Deus durante a calamidade vindoura, receberiam somente o silêncio como resposta. (2) Nenhum castigo é pior do que este: quando Deus entrega a pessoa aos seus próprios pecados. Tal pessoa afundar-se-á em degradação e perversidade, e acabará como escrava das forças demoníacas (Rm 1.21-32; ver Rm 1.24 nota).
9.1-10 VI O SENHOR. Em sua quinta visão, Amós vê o Senhor ao lado do altar, em seu santuário, pronto a destruir todos os adoradores. Ele derrubaria o santuário sobre a cabeça destes. Os que escapassem, seriam trucidados pela espada. Todos os pecadores morreriam (v. 10). De igual modo, quando Cristo voltar, julgará severamente a todos os que, na igreja, vivem uma vida pecaminosa. Nenhum escapará à ira de Deus.
9.11-15 NAQUELE DIA. O livro de Amós termina com a promessa de que Israel não seria totalmente destruído (cf. v. 8). O profeta prevê um dia em que a nação seria restaurada à sua terra, e abençoaria a todas as nações. O Senhor será o seu Deus! (v. 15). Este dia refere-se ao Reino Messiânico, quando Cristo estiver reinando sobre toda a terra. Tiago cita os versículos 11 e 12, para demonstrar que o plano divino da salvação tem o propósito de incluir os não-judeus em seu reino (ver At 15.16 nota).
9.11 A TENDA DE DAVI. Esta frase refere-se às doze tribos de Israel, que viverão sob o governo do Messias.
9.12 TODAS AS NAÇÕES. O Messias reinará sobre todas as nações, e Israel será uma bênção para o mundo. Este é o cumprimento final do concerto que Deus fez com Abraão e Davi (ver o estudos O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ e O CONCERTO DE DEUS COM DAVI)
9.13-15 O QUE LAVRA ALCANÇARÁ AO QUE SEGA. Amós profetiza acerca de uma terra transformada e gloriosa, onde o povo de Deus poderá continuamente plantar e colher ao mesmo tempo. A terra será abundantemente produtiva, e as bênçãos divinas jamais hão de terminar. Is-rael será finalmente restaurada ao Senhor, e nunca mais o aban-donará. Os israelitas permanecerão seguros na sua terra.
 
ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
FONTE DE PESQUISA; BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.
 
 
 
 
 
 




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