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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

LIÇÃO 07 - C0M SUBSIDIOS - MIQUEIAS: A IMPORTANCIA DA OBEDIENCIA


MIQUEIAS: A IMPORTANCIA DA OBEDIENCIA 

4º Trimestre de 2012
 Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares

 Lição 7: Miqueias — A importância da obediência
Data: 18 de Novembro de 2012

TEXTO ÁUREO
 “[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).
 VERDADE PRÁTICA
 A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Dt 10.12,13 A rejeição do sacrifício formal
 Terça - Is 1.15-17 Ritos sem piedade nada valem
 Quarta - Mt 12.7 A piedade é maior que sacrifícios
 Quinta - Mt 21.28-31 Prática e teoria da obediência
 Sexta - Mt 23.23 O dízimo não substitui a piedade
 Sábado - Lc 18.10-14 A lição do fariseu e do publicano

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Miqueias 1.1-5; 6.6-8.

INTERAÇÃO
 Professor, para aguçar a curiosidade de seus alunos, questione-os sobre o significado da palavra “rito”. Explique que rito é “o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé”. Enfatize que no tempo do profeta Miqueias o povo realizava muito bem todo o ritual levítico. Porém, o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios, pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação religiosa. Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao próximo. Que nunca venhamos a nos esquecer que Deus não está preocupado com nossas cerimônias religiosas, mas o que Ele espera é que seu povo o “adore em espírito e em
verdade”, que o ame acima de todas as coisas e ao próximo, pois toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).

 OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
Definir a obediência bíblica.
Conscientizar se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Para introduzir a lição, reproduza de acordo com suas possibilidades, o quadro abaixo. É importante que os alunos tenham uma visão geral da estrutura do livro. Explique que a estrutura utilizada pelo profeta Miqueias é bem simples de entender, pois a sua divisão está baseada numa dupla sequência de ameaças e promessas. Ao lermos Miqueias deparamo-nos com o juízo de Deus; a mensagem de esperança; juízos e misericórdia do Eterno.

ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
 Capítulos 1 — 3
Uma série de juízo contra Israel e Judá:
    •     Introdução (1.1).
    •     Destruição de Samaria (1.2-7).
    •     Destruição de Judá (1.8-16).
    •     Pecados específicos do povo (2.1-11): cobiça e orgulho (2.1-5); falsos profetas (2.6-11).
    •     Vislumbre de um livramento (2.12,13).
    •     Pecados dos líderes da nação (3.1-12).

Capítulos 4 — 5
Mensagem de esperança:
    •     Promessa do reino vindouro (4.1-5).
    •     A derrota dos inimigos de Israel (4.6-13).
    •     O Rei virá de Belém (5.1-8).
    •     O novo reino (5.9-15).

Capítulos 6 — 7
Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final:
    •     Deus contra o seu povo (6.1-8).
    •     Culpa de Israel e o castigo divino (6.9-16).
    •     O lamento do profeta (7.1-6).
    •     A esperança do profeta (7.7).
    •     Israel será restabelecido (7.8-13).
    •     Bênçãos finais de Deus para seu povo (7.14-20).

 COMENTÁRIO
 introdução

 Palavra Chave
Obediência: O ato ou efeito de obedecer.

 O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.

 I. O LIVRO DE MIQUEIAS
 1. Contexto histórico. Miqueias era de Moresete-Cate (1.1,14; Jr 26.18), cidade localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias, assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C, mas a soma desses anos deve ser reduzida significativamente por causa das corregências. O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miqueias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.

2. Estrutura e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3-5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4). O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina sobre os pecados de Samaria e Judá.

 II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
 1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá: “ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Samuel 15.22 e Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9). A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.

2. A desobediência das nações. O Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também contra todas as nações da terra (1.2).

3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). O profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
 A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento da mensagem divina.

 III. O RITUAL RELIGIOSO
 1. O rito levítico. Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus, que significa “cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo”. O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29).

2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito
protegeu seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.

3. Sacrifício humano (6.7). Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus e, muito menos, proporciona salvação.

 IV. O GRANDE MANDAMENTO
 1. A vontade de Deus. O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojusticar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18).

2. O sumário de toda a lei (6.8b). Os três preceitos — praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus — são considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C, o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
 O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

 CONCLUSÃO
 A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.

 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.


SUBSIDIOS

Considerações Preliminares
O profeta Miquéias era originário da pequena cidade de Moresete-Gate (1.14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de Jerusalém. À semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de família humilde. Se Isaías, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e observava o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a idolatria. E advertiu sobre as severas conseqüências de o povo e os líderes persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital, Samaria (1.6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (1.9-16; 3.9-12).
O ministério de Miquéias foi exercido durante os reinados de três reis de Judá:
Jotão (751—736 a.C.),
Acaz (736—716 a.C.) e
Ezequias (715—687 a.C.). Algumas de suas profecias foram proferidas no tempo de Ezequias (cf. Jr 26.18), porém a maioria delas reflete a condição de Judá durante os reinados de Jotão e de Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há dúvida de que o seu ministério, juntamente com o de Isaías, ajudou a promover o avivamento e as reformas dirigidas pelo justo rei Ezequias.

Propósito
Miquéias escreveu a fim de advertir a sua nação a respeito da certeza do juízo divino, para especificar os pecados que provocavam a ira de Deus, e para resumir a palavra profética dirigida a Samaria e a Jerusalém (1.1). Predisse, com exatidão, a queda de Israel; profetizou que destruição semelhante seria sofrida por Judá e Jerusalém em conseqüência de seus pecados e flagrante rebeldia. Este livro, portanto, preserva a grave mensagem de Miquéias às últimas gerações de Judá antes de os babilônios invadirem a nação. Além disso, faz uma contribuição importante à revelação total do Messias vindouro.

Visão Panorâmica
O livro de Miquéias consiste numa mensagem de três partes:
(1) recrimina Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém) pelos seus pecados específicos que incluem a idolatria, o orgulho, a opressão aos pobres, os subornos entre os líderes, a cobiça e a avareza, a imoralidade e a religião vazia e hipócrita;
(2) adverte que o castigo divino está para vir em decorrência de tais pecados; e
(3) promete que a verdadeira paz, retidão e justiça, prevalecerão quando o Messias estiver reinando. Igual atenção é dedicada aos três temas do livro.
Visto por outro prisma, os capítulos 1—3 registram a denúncia que o Senhor faz dos pecados de Israel e de Judá, e de seus respectivos líderes, e a iminente ruína destas nações e suas respectivas capitais. Os capítulos 4—5 oferecem esperança e consolo ao remanescente no tocante aos dias futuros, em que a Casa de Deus será estabelecida em paz e retidão, e a idolatria e a opressão serão expurgadas da terra. Os capítulos 6—7 descrevem a queixa de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal. Deus apresenta a sua causa contra Israel. Em seguida, Israel confessa a sua culpa, e logo há uma oração e promessa em favor dos filhos de Abraão. Miquéias encerra o livro, com um jogo de palavras baseado no significado do seu próprio nome: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?” (7.18). Resposta: Somente Ele é misericordioso, e pode dar o veredito final: “Perdoado” (7.18-20).

Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Miquéias.
(1) Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos camponeses humildes explorados pelos ricos arrogantes (cf. 6.6-8; cf Tg 1.27). Em seguida, Miquéias pronuncia sua exortação mais grave e memorável acerca das exigências divinas a Israel: “que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus” (6.8).
(2) Parte da linguagem de Miquéias é austera e direta; noutras ocasiões, é eloqüentemente poética com o complexo uso de jogos de palavras (e.g., 1.10-15).
(3) Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21), Miquéias expressa nítida consciência de sua chamada e unção proféticas: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (3.8).
(4) O livro traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia sobre a misericórdia de Deus e a sua graça perdoadora (7.18-20).
(5) O livro contém três importantes profecias citadas noutras partes da Bíblia: uma que salvou a vida de Jeremias (3.12; cf. Jr 26.18), outra que diz respeito ao local onde o Messias haveria de nascer (5.2; cf. Mt 2.5,6), e ainda uma outra usada pelo próprio Jesus (7.6; cf. Mt 10.35,36).

O Livro de Miquéias ante o NT
Assim como outros profetas do AT, Miquéias olhou para além do castigo de Deus a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e seu reino justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miquéias profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2). Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de Herodes concernente ao lugar onde o Messias nasceu. Miquéias revelou, também, que o reino messiânico seria de paz (5.5; cf. Ef 2.14-18), e que o Messias pastorearia o seu povo com justiça (5.4; cf. Jo 10.1-16; Hb 13.20). As referências freqüentes de Miquéias sobre a redenção futura, revelam que o propósito e desejo permanente de Deus para o seu povo é a salvação, e não a condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g., Jo 3.16).



Miquéias  1.1 MIQUÉIAS. Miquéias, habitante do sul de Judá, profetizou entre 750 e 687 a.C. Era contemporâneo de Isaías (cf. Is 1.1) e Oséias (cf. Os 1.1); Sua mensagem foi dirigida principalmente a Judá (o Reino do Sul), embora também houvesse tido revelações a respeito de Israel (o Reino do Norte). Apesar de o tema predominante de Miquéias ser o juízo, ele também discorreu sobre a restauração do povo de Deus.

Miquéias  1.1 SAMARIA E JERUSALÉM. Samaria era a capital de Israel; e Jerusalém, a de Judá. Ambas as cidades representavam nações apóstatas condenadas por Deus (vv. 5-7). Mesmo estando separados  politicamente Israel de Judá, Miquéias percebeu que os dois povos irmãos estavam se preparando para o mesmo destino fatal. A sua visão era sobre Samaria e Jerusalém, as duas capitais ameaçadas pela ira do Senhor Deus (1.2). Em grande contraste com os deuses pagãos, o Deus vivo é o Deus da criação, o Deus que manda terremotos e dilúvios (1.4). Ele age segundo os reconhecidos princípios de justiça imediata com a vida moral e espiritual do povo.

Miquéias  1.5 PREVARICAÇÃO... PECADOS. O povo seria castigado por causa dos seus pecados: (a) idolatria (v. 7),
(b) imoralidade (v. 7),
(c) crime e injustiça (2.1,2).
Os pecados que grassavam nas capitais eram os mesmos cometidos em todas as partes de Judá e Israel. A espantosa queda das duas capitais teria como causa “a transgressão de Jacó e o pecado de Samaria” (1.5). A lei de causa e efeito tem a sua máxima expressão na história espiritual dos judeus. O dilúvio, a destruição de Jerusalém e o exílio demonstram com grande alarde este princípio: “O salário do pecado é a morte!” (Rm 6.23).

Miquéias  1.6 FAREI DE SAMARIA UM MONTÃO. Esta profecia tornou-se realidade em 722 a.C., quando os assírios destruíram completamente a cidade (ver 2 Rs 17.1-5). Deu-se o seu cumprimento, por conseguinte, pouco depois de Miquéias tê-la proferido.

Miquéias  1.8,9 POR ISSO, LAMENTAREI, E UIVAREI. Miquéias lamentou a queda de Samaria (Israel; cf. v. 6). Ficou profundamente infeliz por terem os israelitas rejeitado a Deus, e agora, precisavam ser castigados. Também sentimos lástima e pesar quando nossos semelhantes persistem em pecar contra Deus? Lamentemos por eles, pois estão a caminho de sua própria perdição.

Miquéias  1.9 CHEGOU ATÉ JUDÁ. Judá era igualmente culpada de transgressão e rebelião contra Deus. Por isso, Miquéias convoca certas cidades em Judá (vv. 10-16) a lastimarem a destruição que estava prestes a se abater sobre elas. A profecia de Miquéias foi cumprida quando  Senaqueribe  tomou as cidades muradas de Judá (2 Rs 18.13). Segundo os registros assírios, foram tomadas quarenta e seis delas.

Miquéias  1.16 FAZE-TE CALVA. Tosquiar os cabelos era sinal de tristeza. Por isso, Miquéias conclama o povo de Deus a se pôr de luto desde já.
(1) O castigo seria severo. Os filhos dos hebreus seriam tirados destes e levados ao cativeiro. Miquéias exorta o povo a não desviar-se do Senhor, pois as conseqüências seriam terríveis.
(2) Os que se apartam de Deus e de sua Palavra, para se unirem com o mundo e suas atividades pecaminosas, descobrirão que Deus está contra eles, e que poderá trazer calamidade às suas vidas.

Miquéias  2.1-5 AI DAQUELES QUE... INTENTAM A INIQÜIDADE. Miquéias proclama a calamidade contra certas pessoas que, por serem suficientemente poderosas, exploravam o próximo a fim de atingir seus intentos egoístas.
(1) Eram latifundiários que compravam, ou roubavam, sítio após sítio. Não tinham a mínima hesitação em defraudar o próximo para obterem mais propriedades. Tendo dedicado seus corações à cobiça, não se importavam com o sofrimento infligido ao próximo.
(2) Deus tinha um plano para eles; ceifariam o que haviam semeado. Deus enviaria a Assíria para lhes confiscar as terras e levá-los ao cativeiro. (3) Devemos tomar cuidado para não nos tornarmos cobiçosos, nem oprimir o próximo a fim de obter dinheiro ou possessões.

Miquéias  2.6 NÃO PROFETIZEIS. Os falsos profetas de Judá censuravam Miquéias por trazer uma mensagem de condenação e castigo (cf. Is 30.10).
(1) Rejeitavam sua sombria e calamitosa profecia, e asseguravam que a vergonha e a desgraça não sobreviriam ao povo, pois Deus era um Deus de amor e perdão.
(2) A mensagem otimista de tais profetas permitia ao povo continuar em seus caminhos pecaminosos. Por isto, desrespeitavam as justas exigências de Deus.
(3) Às vezes a igreja manifesta a mesma insistência ao proclamar uma mensagem de amor, misericórdia e perdão, mas que desconsidera os justos padrões da chamada divina de um viver irrepreensível e santo. A igreja que tolera o pecado, deve ouvir de novo a mensagem clara dos profetas do AT e dos apóstolos do NT (cf. 1 Co 5;6).

Miquéias  2.11 DO VINHO E DA BEBIDA FORTE. Miquéias declara ironicamente que, se os falsos profetas de Judá estivessem profetizando prosperidade e abastança de bebida inebriante para todos quantos a desejassem, o povo aceitaria de bom grado semelhante mensagem. Hoje, ainda há pastores que se recusam a advertir o povo de Deus a respeito das conseqüências de se adotar os hábitos de beber da sociedade em derredor.

Miquéias  2.12,13 O RESTANTE DE ISRAEL. Miquéias acrescenta uma palavra de esperança ao proclamar que Deus pouparia um remanescente de Israel e de Judá, que acabaria por regressar à terra prometida (ver Is 6.13; 10.20; 17.7). A terra, então, voltará a ficar movimentada com o vai-e-vem de seus habitantes.

Miquéias 3.1-12 CHEFES DE JACÓ.
(1) Este trecho protesta contra a crueldade das classes governantes (vv. 1-4),
(2) as fraudes dos falsos profetas (vv. 5-7) e
(3) as perversões dos líderes, sacerdotes e profetas apóstatas de Judá (vv. 9-12). Deus condena a todos como merecem.

Miquéias  3.2 ABORRECEIS O BEM E AMAIS O MAL. Os líderes da nação haviam abandonado os padrões religiosos do passado, e, em seu lugar, adotado seus próprios códigos. Deliberadamente, amavam a iniqüidade e a injustiça em sua busca por ganhos materiais. Deus, porém, nos chama a amar a justiça e a aborrecer o mal (ver Am 5.15; Rm 12.9; Hb 1.9).

Miquéias  3.3 COMEIS A CARNE DO MEU POVO. Esta expressão vívida descreve a opressão e a exploração sofrida pelo povo comum.
Miquéias  3.4 NÃO OS OUVIRÁ. Por causa do comportamento maligno e cruel dos líderes, Deus se recusa a atender- lhes as orações. Conseqüentemente, teriam eles um triste fim: haveriam de ser abandonados por Deus.

Miquéias  3.5-7 CONTRA OS PROFETAS. Deus ansiava por trazer seu povo de volta aos caminhos da retidão e da verdade. Mas o interesse dos falsos profetas era bem outro. Levavam os israelitas a se sentirem à vontade com um modo de vida pecaminoso, pois lhes pregavam falsas esperanças. Ao invés de tomarem posição firme contra o pecado, chegavam mesmo a encorajar a iniqüidade. Por se recusarem a levar o povo de volta aos caminhos de Deus, os tais seriam abandonados pelo Senhor.

Miquéias  3.8 MAS, DECERTO, EU SOU CHEIO DA FORÇA DO ESPÍRITO DO SENHOR. Miquéias havia sido vocacionado para ser porta-voz de Deus.
(1) Falava sob o poder e inspiração do Espírito Santo (cf. Jr 20.9; Ef 3.7), que o inspirava a condenar o pecado na Casa do Senhor. Sua missão era revelar o coração de Deus, encorajar a prática do bem e desencorajar a injustiça.
(2) Os pastores e profetas de hoje têm a mesma tarefa. Não devem curvar-se às pressões dos crentes falsos e mundanos, nem se conformarem com o mundo. Devem, pelo contrário, ser a voz de Deus em favor da verdade, da piedade e da justiça.

Miquéias  4.1 NOS ÚLTIMOS DIAS. Miquéias profetiza acerca do período em que Deus reinará sobre o mundo todo.
(1) Será um período de paz, felicidade e santidade. Deus será honrado e adorado não somente por Israel, mas por todas as nações da terra.
(2) "O monte da Casa do Senhor" (i.e., Jerusalém) será o centro do governo divino. O reino de Deus será estabelecido quando Cristo voltar para destruir todo o mal e firmar a justiça (ver Ap 20.4).

Miquéias  4.5 NÓS ANDAREMOS NO NOME DO SENHOR. Como devemos viver enquanto aguardamos a vinda do reino de Deus em sua plenitude? Vivendo para Deus, andando nos seus justos caminhos, e testemunhando a todas as nações (cf. 2 Pe 3.11,12).

Miquéias  4.9-13 PORQUE FARÁS TÃO GRANDE PRANTO? O profeta volta a falar sobre o fim da Jerusalém de seus dias. Diz que seus habitantes serão levados em cativeiro para Babilônia. A profecia foi proferida cem anos antes de os babilônios tornarem-se no formidável império mundial. Estes haveriam de destruir Jerusalém em 586 a.C. Miquéias também previu que, futuramente, Judá retornaria em liberdade à sua terra (v. 10).

Miquéias  5. 2 E TU, BELÉM. Miquéias profetiza que um governante surgiria de Belém para cumprir as promessas de Deus ao seu povo. Este versículo refere-se a Jesus, o Messias (ver Mt 2.1,3-6), cuja origem é "desde os dias da eternidade" (cf. Jo 1.1; Cl 1.17; Ap 1.8). Não obstante, Ele nasceria como ser humano, para em tudo fazer-se semelhante a nós (v. 3; ver Jo 1.14; Fp 2.7-8).

Miquéias  5.3 PORTANTO, OS ENTREGARÁ. Israel seria abandonado por Deus até ao nascimento do Messias. "A que está de parto" refere-se fisicamente à virgem Maria, a mãe de Jesus e, espiritualmente, ao remanescente piedoso. Toda a esperança de Israel e das demais nações acha-se no nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. "O resto de seus irmãos" é uma referência às tribos do Norte, e demonstra que o Messias seria para as doze tribos de Israel.

Miquéias  5.4 ATÉ AOS FINS DA TERRA. À semelhança de Isaías (cf. Is 9.6,7; 61.1,2), Miquéias não faz distinção entre a primeira e a segunda vindas de Cristo. Quando Jesus voltar para destruir todo o mal, Israel viverá em segurança, e o Senhor reinará sobre o mundo inteiro.

Miquéias  5.5 ESTE SERÁ A NOSSA PAZ. Somente Jesus, o Messias, trará paz perpétua a Israel.
(1) Não precisamos esperar sua segunda vinda, pois através de sua primeira vinda, Ele proporciona paz com Deus, perdão do pecado e garantia de vida eterna aos que se arrependem, e o acolhem pela fé (ver Rm 5.1-11).
(2) Os verdadeiros crentes não serão condenados, pois crêem na sua morte expiatória (ver Jo 14.27; Ef 2.14).

Miquéias  5.5 A ASSÍRIA. A Assíria representa todos os inimigos de Deus. Mas virá o dia em que o Messias livrará o seu povo dos que se opõem à adoração a Deus.

Miquéias  5.10-14 DESTRUIREI OS TEUS CARROS. Quando o Messias voltar para julgar a iniquidade  do mundo, limpará também a Israel de seu poder militar, (vv. 10,11) e do pecado, feitiçaria e idolatria (vv. 12-14). Todos os que não forem leais a Deus e aos seus caminhos, hão de ser destruídos.

Miquéias  6.1-5 OUVI, AGORA, O QUE DIZ O SENHOR. O Senhor tinha uma acusação contra o povo, por isto os conclama a ouvir-lhe a queixa, e a justificar suas ações iníquas, caso o pudessem. Que direito tinham de rejeitar a seu Deus segundo o concerto, e desobedecer-lhe às leis? As acusações formais contra o povo são alistadas nos versículos 9-16.

6.3-5 QUE TE TENHO FEITO? Deus pergunta ao seu povo se Ele os decepcionou de alguma maneira.
 (1) Seria sua culpa terem eles desobedecido à sua palavra? Deus negligenciara os seus, deixando de amá-los? A resposta é óbvia. Israel não tinha desculpa. Deus havia tratado o seu povo com bondade e paciência no decurso de sua história.
(2) Hoje, Deus poderia repetir as mesmas perguntas a todos quantos lhe viram as costas. Se nos tornarmos desleais a Ele e aos seus justos padrões, conformando-nos com o mundo, não será porque Deus nos tem sido infiel. Pelo contrário: será devido aos nossos próprios desejos egoístas e à nossa ingratidão para com a sua graça e amor.

Miquéias  6.8 QUE É O QUE O SENHOR PEDE DE TI? Miquéias oferece uma tríplice definição do modelo divino concernente à nossa fidelidade a Deus:
(1) agir com justiça, sendo imparciais e honestos em nosso trato com o próximo (cf. Mt 7.12); (2) amar a misericórdia, demonstrando compaixão e misericórdia genuínas aos necessitados; (3) andar com o nosso Deus, humilhando-nos diante dEle todos os dias, com piedoso temor e reverência à sua vontade (cf. Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5,6).
(4) A adoração pública é apenas uma mínima parte de nossa dedicação total a Cristo. O amor genuíno ao Senhor deve manifestar-se em solicitude incessante pelos necessitados.

Miquéias  6.9-16 A VOZ DO SENHOR CLAMA. O Senhor alista alguns dos pecados de Israel, e anuncia a condenação que a nação teria de sofrer.

Miquéias  7.1-7 AI DE MIM! Miquéias lastima a corrupção da sociedade em que vive.
(1) A violência, a desonestidade e a imoralidade grassavam em Israel. Poucos eram os piedosos (v. 2).
(2) O amor à família havia quase que desaparecido (v. 6).
(3) Se realmente nos dedicarmos ao Senhor e aos seus caminhos, também lastimaremos a iniqüidade que predomina nos dias de hoje.
(4) Intensificaremos a nossa intercessão, pedindo a intervenção do Deus de nossa salvação (vv. 7-9).

Miquéias  7.7 EU, PORÉM, ESPERAREI NO SENHOR. Em meio a uma sociedade moralmente enferma, Miquéias coloca a sua fé em Deus e em suas promessas. Ele sabia que Deus o sustentaria, e que haveria de executar o castigo contra toda a iniqüidade, fazendo a justiça triunfar (v. 9).
(1) Deus conclama os crentes em Cristo a viverem "no meio duma geração corrompida e perversa", onde devem "resplandecer como astros no mundo" (Fp 2.15).
(2) Ainda que o mal aumente e a sociedade se desintegre, ofereçamos a salvação gratuita de Deus a todos quantos nos ouvirem. Oremos e antegozemos o dia em que Ele endireitará todas as coisas (cf. vv. 15-20).

Miquéias  7.8-13 LEVANTAR-ME-EI. O justo remanescente de Judá estava prestes a passar por dias sombrios em conse-qüência dos pecados da nação . No entanto, Miquéias proclama em alto e bom som, em favor destes, palavras de fé e esperança. O profeta olha para além do triunfo temporário dos inimigos, e vê o dia glorioso de sua restauração. "Levantar-me-ei" é uma afirmação de fé comparável à de Jó (ver Jó 19.25-27).

Miquéias  7.14-20 APASCENTA O TEU POVO. Estes versículos são uma oração de súplica, rogando a Deus que cumpra as palavras dos versículos 8-13. O desejo de Miquéias era que Deus voltasse a cuidar de Israel, assim como o pastor cuida de suas ovelha


ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
FONTE DE PESQUISA: BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.

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