Seguidores

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

LIÇÃO 08 COM SUBSIDIOS - NAUM - O LIMITE DA TOLERANCIA DIVINA.



4º Trimestre de 2012

Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares

Lição 8: Naum — O limite da tolerância divina
Data: 25 de Novembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32).

VERDADE PRÁTICA

No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada indivíduo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 18.20
O pecado de Sodoma e Gomorra
Terça - Sl 18.25,26
Deus faz justiça aos justos e ímpios
Quarta - Is 1.9
O exemplo do juízo divino
Quinta - Ez 14.13
O juízo divino à nação pecadora
Sexta - Mt 11.23,24
A ruína de uma cidade orgulhosa
Sábado - Rm 11.22
A bondade e a severidade de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Naum 1.1-3,9-14.
1 - Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita.
2 - O SENHOR é um Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR toma vingança e é cheio de furor, o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos.
3 - O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.
9 - Que pensais vós contra o SENHOR? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia.
10 - Porque, ainda que eles se entrelacem como os espinhos e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha seca.
11 - De ti saiu um que pensa mal contra o SENHOR, um conselheiro de Belial.
12 - Assim diz o SENHOR: Por mais seguros que estejam e por mais numerosos que sejam, ainda assim serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais.
13 - Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços.
14 - Contra ti, porém, o Senhor deu ordem, que mais ninguém do teu nome seja semeado; da casa do teu deus exterminarei as imagens de escultura e de fundição; ali farei o teu sepulcro, porque és vil.

INTERAÇÃO

Nínive havia provado da graça e da misericórdia do Senhor. No tempo de Jonas, o povo ninivita arrependeu-se dos seus pecados e prostrou-se perante o Eterno, confessando a sua ignomínia. Assim, o povo recebeu de Deus o perdão dos seus pecados. Aquela nação foi salva do juízo divino! Mas o tempo passou e depois de aproximadamente um século e meio, a nova geração de Nínive esqueceu-se do passado de quebrantamento ao Senhor. Ela voltou pecar contra Deus com requintes de crueldade, perversidade e malignidade. Por isso o profeta Naum vocifera: “Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo”. Agora o juízo divino sobre Nínive seria irreversível.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Explicar o contexto histórico do livro de Naum.
• Apontar os limites entre tolerância e vindicação.
• Conscientizar-se da existência do juízo divino.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA




Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o na introdução da lição. Explique que o livro de Naum é constituído por três capítulos. O primeiro descreve a natureza de Deus. O segundo proclama o juízo iminente sobre a cidade de Nínive. E o terceiro alista os pecados de Nínive, terminando com um quadro de julgamento divino já executado. Conclua enfatizando que no tempo de Deus, cada nação, e cada indivíduo, passará pelo crivo da justiça divina.

ESBOÇO DO LIVRO DE NAUM

TÍTULO (1.1) — PESO DE NÍNIVE

I. A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15).
• Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7).
• A Ruína Iminente de Nínive (1.8-11.14).
• Consolo para Judá (1.12,13,15).

II. Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)
• Introdução (2.1,2).
• O Combate Armado (2.3-5).
• A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12).
• A Voz do Senhor (2.13).

III. Razões da Queda de Nínive (3.1-19)
• Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4).
• A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Tolerância: Ato ou efeito de tolerar, indulgência, condescendência.

Quando Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e meio que Deus havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa cidade. No tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de iminente destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão divino, voltando a pecar contra Deus. Por isso, o profeta Naum proclama a ruína inevitável de Nínive. Agora, o juízo divino é irreversível!

I. O LIVRO DE NAUM

1. Contexto histórico. Naum, à semelhança de outros profetas menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado (v.1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por Senaqueribe, rei da Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias, rei de Judá, em 621 a.C. (cf. 2 Rs 22.1-23.37; 2 Cr 34.1-35.27).
a) Origem do profeta. Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum — na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum” — é apontada como local de nascimento do profeta.
b) Período aceitável. Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi destruída. A profecia menciona também o desmoronamento de Nô-Amon como fato comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio, Assurbanípal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um período histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum.
c) Nínive (v.1). Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de 4500 a.C. — tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 - 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria.
O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que os acompanhou durante toda a história.

2. Estrutura. O “Livro da visão de Naum” (v.1b) consiste em três breves capítulos. O capítulo 1 divide-se em duas partes principais: a primeira é um salmo de louvor a Jeová (vv.2-8); a segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos (vv.9-14), sendo que o versículo 15 é parte do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de Nínive. E o terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda.

3. Mensagem. O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão “peso de Nínive” (v.1a) proclama o início de sua ruína. O substantivo hebraico para “peso” é massa que significa “carga, fardo, sofrimento” (Êx 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Is 14.28; 23.1; 30.6).



SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Naum é a “queda de Nínive”. Ele descreve o juízo de uma cidade que deliberadamente rebelou-se contra Deus.

II. TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO

1. Vingança (v.2). A mensagem de Naum é o juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem os atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se, tomar vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser devidamente compreendido. Vingança é o castigo imposto por dano ou ofensa; diz respeito a infratores contumazes da lei divina. Visto que a vingança pertence a Deus (Sl 94.1), contra eles está o justo “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25).

2. Longanimidade. Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v.3a), pois a longanimidade divina espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia, isso não é sinônimo de impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado por inocente. Uma vez que Nínive persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império pela violência e desrespeito aos direitos humanos, massacrando muitos povos, dentre eles o de Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com a queda e a humilhação da cidade maléfica (3.5-7).

3. O poder de Deus. As descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao poder e a majestade de Deus (1.3-8). O profeta declara que o Senhor “tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (v.3). Em linguagem metafórica, o poder, a grandeza e a majestade do Senhor são descritos através da força da natureza. Essas descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se deu por falta de poder, mas por causa de sua longanimidade.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus é tolerante, compassivo, pois espera o arrependimento do pecado. Todavia, a sua justiça não permite tomar o culpado por inocente.

III. O CASTIGO DOS INIMIGOS

1. Quem são os “inimigos”? Os assírios eram os “inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v.1) — referindo-se à capital da Assíria — o confirma. A ausência da indicação desse povo (vv. 9-14) também ensina as nações, ao longo da história, que sentenças similares às da Assíria são aplicáveis a qualquer povo que se levantar contra Deus. Por essa razão a queda dos assírios foi definitiva (v.9).

2. O estilo de Naum. O livro do profeta Naum é rico em metáforas. O exército assírio é comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho (v.10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas são uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo, Nabopolassar, rei de Babilônia e pai do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C. sem resistência alguma dos assírios.

3. Reminiscências históricas? Alguns expositores bíblicos pensam que o “conselheiro de Belial” (vv.11,12) é uma referência a Senaqueribe (2 Rs 18.13). É verossímil que o versículo 14 pareça aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37), pois a reminiscência histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não é o que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome seja semeado” (v.14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do império. Tal sentença indica o caráter definitivo do castigo divino.

4. A consolação de Judá. Assim como a profecia de Obadias era contra Edom, mas a mensagem era para Judá, semelhantemente ocorre aqui, conforme a declaração profética: “serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (v.12). Essa abrupta mudança da terceira para a segunda pessoa indica a mensagem de esperança para Judá. O castigo de Judá é corretivo. O povo ainda achará o favor divino (v.13). Mas o juízo dos assírios é final, por haverem eles rejeitado a misericórdia que o Deus de Israel, gratuitamente, lhes havia oferecido através de Jonas.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O castigo divino contra os inimigos de Judá trouxe-lhe consolação e o favor divino de misericórdia.

CONCLUSÃO

Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do mal.
Nesse dia, todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que adverte o próprio Senhor através de seus profetas. Contudo, a porta da graça está aberta, oferecendo gratuitamente, a toda as nações, ampla oportunidade de arrependimento e salvação através de Jesus Cristo (2 Pe 3.9).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

KAISER JR., W. C. Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento: Um guia para a igreja. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
EDWARDS, J. Pecadores nas Mãos de um Deus Irado: e outros Sermões. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

SUBSIDIOS

LONGANIMIDADE

A longanimidade de Deus é uma qualidade da natureza divina que O faz tardio ao tratar com Seus inimigos. Deus não tem um ataque de ira quando provocado. A palavra hebraica, que às vezes é traduzido como "longânimo" ou às vezes "tardio em se irar," significa literalmente "com nariz longo" ou "respirar". Ira é indicada pela respiração rápida e violenta pelas narinas e o oposto é a longanimidade ou tardio em irar-se. Um touro bufante é um emblema de ira colérica. Mas Deus não Se assemelha a um touro, pronto a atacar, na obra do julgamento. Deus não Se apressa a punir Seus adversários. Ele não é como um ditador cruel e nervoso, impaciente para ver Seus inimigos mortos ao romper do dia. Deus é paciente com os rebeldes e esta paciência pertence a Sua natureza. Uma redenção geral ou universal não é necessária para acertar as contas pela longa demora da punição duma raça perversa e rebelde. O diabo, como também o homem, desprezou a Deus em todos os tempos, e ainda continua a desprezá-lO, não porque Cristo morreu pelo diabo, mas porque Deus é longânimo. Deus está esperando julgar, não quando Sua paciência Se esgotar, mas quando o cálice da iniqüidade do mundo se encher. A hora do julgamento fica por conta da Sua vontade e não depende de maneira alguma da Sua paciência. Ele é infinito em paciência e o julgamento não será um ato de impaciência, mas de severa justiça.

PACIENCIA DIVINA NA HISTORIA HUMANA.

Há muitas ilustrações sobre a paciência divina na história bíblica como também na observação dos acontecimentos em geral. A paciência de Deus já foi observada através de séculos de rebelião satânica e humana.

1. No tempo de Noé, a longanimidade de Deus foi grande. Lemos que a paciência de Deus esperou nos dias de Noé. 1 Pedro 3:20. Aqueles foram dias de perversidade, mas Deus foi tardio em puni-los. Mesmo após ter anunciado Seu plano de destruição do mundo, Ele esperou cento e vinte anos para cumprir Seu propósito de mandar o dilúvio. Aqueles eram dias quando a imoralidade sexual reinava; dias quando as ameaças divinas eram ignoradas; dias de zombaria ao pregador da justiça de Deus; mesmo assim Deus esperou para puni-los, pois Ele é o Deus paciente.

BONDADE PROVENIENTE DO CARÁTER DE DEUS.
(1) Deus é perfeito em benevolência e o supremo bem para todas as suas criaturas. Esta realidade não poderia ser diferente, pois este é o caráter de Deus:
(a) só Ele é bom (Mc 10.18); ele é a essência da bondade e todo o seu agir é permeado por esta bondade, que é proveniente de seu próprio caráter. Tiago fala desta realidade rogando à igreja que não se engane, pois “toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes...” (1.17).
(b) Sua bondade leva-o a tratar benigna e generosamente a todas as Suas criaturas (SI 36.6; 104.21; 45.8,9; Mt 5.45; At 14.17).

MANIFESTAÇÕES DA BONDADE DE DEUS.
a) Quando Seu amor se revela no perdão ao pecador, na benção imerecida é chamado GRAÇA: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,” Tt 2.11.
b)  Ao aliviar a miséria daqueles que sofrem as conseqüências do pecado, é chamado MISERICORDIA ou COMPAIXÃO. “Ef 2.4 nos diz que Deus é rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou.
c) Quando mostra paciência para com o pecador que não atende às instruções e avisos do Seu Criador, chama-se LONGANIMIDADE. (Rm 2.4; 9.22)
d) Deus demonstrou sua longanimidade logo cedo na história do homem. A rebelião do primeiro casal humano havia causado a violação da sua lei. Mas, em vez de Deus os executar imediatamente, como poderia ter feito com toda a justiça, demonstrou em amor a sua longanimidade. Para Tiago, a bondade de Deus independe das circunstâncias ou do próprio homem. A bondade divina é proveniente de seu caráter e é imutável, ou seja, nenhuma situação, ou nenhum pecado, ou erro, mudará a forma bondosa de Deus tratar o homem.
e) No ser humano há sempre uma variação de mudança, e a bondade de Deus é revestida de uma total imutabilidade; segundo Tiago, n’Ele “não pode existir variação ou sombra de mudança”(l .17).
f) Esta imutabilidade da bondade de Deus, vinda de seu caráter, é um desafio à igreja cristã para uma prática mais intensa da bondade. Até que ponto temos imitado a bondade de Deus nos nossos relacionamentos? Às vezes, somos apegados à verdade de Deus e, em nome da verdade, não agimos de acordo com a bondade de Deus.

O LIMITE DA TOLERANCIA DE DEUS

Genesis  6.5 A MALDADE DO HOMEM SE MULTIPLICARA. Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: 
(a) a concupiscência carnal (v. 2) e 
(b) a violência (vv. 11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e 
a violência dominam a sociedade inteira (ver Mt 24.37-39; ver Rm 1.32).

Genesis  6.6 ENTÃO, ARREPENDEU-SE O SENHOR. Deus se revela, já nestes primeiros caps. da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade. 
(1) Aqui, a expressão arrependeu-se significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longanimidade passou à atitude de juízo. (2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis (1 Sm 15.29; Tg 1.17), porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2 Sm 24.16; Jr 18.7-10; 26.3,13,19; Ez 18.4-28; Jn 3.8-10). 
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl 139.7-18).

Genesis  6.9 NOÉ ERA VARÃO JUSTO E RETO EM SUAS GERAÇÕES. Em meio à iniqüidade e maldade generalizadas daqueles dias (v. 5), Deus achou em Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era varão justo . 
(1) Reto em suas gerações , equivale dizer que ele se mantinha distanciado da iniqüidade moral da sociedade ao seu redor. Por ser justo e temer a Deus e resistir à opinião e conduta condenáveis do público, Noé achou favor aos olhos de Deus (v. 8; 7.1; Hb 11.7; 2 Pe 2.5). 
(2) Essa retidão de Noé era fruto da graça de Deus nele, por meio da sua fé e do seu andar com Deus (v. 9). A salvação no NT é obtida exatamente da mesma maneira, i.e., mediante a graça e misericórdia de Deus, recebidas pela fé, cuja eficácia conduz o crente a um esforço sincero para andar com Deus e permanecer separado da geração ímpia ao seu redor (v. 22; 7.5,9,16; At 2.40). Hebreus 11.7 declara que Noé foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. 
(3) O NT também declara que Noé não somente era justo, como também pregador da justiça (2 Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser.

Genesis  6.14 UMA ARCA. A palavra hebraica aqui traduzida como arca , significa um objeto apropriado para -flutuar, e ocorre somente aqui e em Êx 2.3,5 (onde a mesma palavra refere-se ao cesto flutuante em que o nenê Moisés foi colocado). A arca de Noé era semelhante a uma barcaça de tamanho colossal. Sua capacidade de carga corresponde à de mais de 300 vagões ferroviários. Calcula-se que a arca podia comportar cerca de 7.000 tipos de animais. Hebreus 11.7 assinala a arca como um tipo de Cristo, aquele que é o meio de salvação do crente, para livrá-lo do juízo e da morte (1 Pe 3.20,21).

Genesis  18.20 O SEU PECADO SE TEM AGRAVADO MUITO. Deus não faz concessão ao pecado; Ele observa cada maldade, injustiça e imoralidade que é cometida (4.10; Sl 34.17; Tg 5.4). No tempo 
certo, não havendo arrependimento do pecado, Deus o julgará. A própria natureza de Deus requer que a iniqüidade seja castigada.


 LIÇÃO 08 – NAUM - O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA

INTRODUÇÃO
Nínive, a capital do império Assírio, compõe uma boa parte do livro de Naum. Nesta lição veremos que a notícia de sua iminente destruição trouxe alívio para o Reino do Sul (Judá-Jerusalém), que estava sujeita a dominação assíria. O profeta portador das boas novas noticiou que Judá não seria mais forçada a pagar tributos como um seguro contra invasões e isto proporcionou alegria aos judeus por saberem que Deus é Justo e que ainda estava no controle. Veremos ainda que Nínive é um exemplo para todos os governantes, nações e pessoas do mundo, de que todo aquele que volta contra Deus, vivendo dissolutamente em pecado, irá sofrer a devida punição.
I – INFORMAÇÕES SOBRE O PROFETA NAUM
1.1 Nome. Do hebraico Nahum significa “conforto ou confortador”. Como podemos ver, o seu nome revela o propósito de Deus em levantá-lo como profeta, que é o de trazer consolo ao Reino do Sul (Judá-Jerusalém) (Na 1.7). Este homem de Deus é mais um que pertence ao grupo de profetas sem biografia, exceto que ele é descrito como “o elcosita” (Na 1.1), ou seja, um nativo da vila de Elcos, cuja localização é incerta. Todavia, a maioria dos estudiosos supõe que esta vila pertencia a cidade de Cafarnaum, que significa “vila de Naum” (cidade em que Jesus fora criado) (Mt 9.1). Ela está localizada na parte norte da Galiléia. Sugere-se ainda que Naum fosse profeta de Judá, pois o Reino do Norte (Israel-Samaria), já tinha sido levado ao cativeiro.
1.2 Livro. Seu livro é o sétimo dos profetas Menores e contém apenas três capítulos. É um dos três livros proféticos do AT, cuja mensagem é dirigida quase que exclusivamente a uma nação estrangeira (os outros dois são Obadias e Jonas). Naum teve duplo propósito em seu livro: (1) Deus o usou para pronunciar a destruição iminente da ímpia e cruel Nínive (Na 1.1-6; 3.1-4); (2) Ao mesmo tempo, o profeta entrega uma mensagem de consolo ao povo de Deus (Na 1.12,13,15). Este consolo advém, não da destruição dos inimigos, mas em saber que Deus preserva a justiça no mundo. Há uma referência do livro do profeta no NT, onde o apóstolo Paulo usou a linguagem figurada “dos pés formosos” para destacar que, assim como o mensageiro no AT foi acolhido com júbilo pelo povo de Deus ao trazer-lhe as boas novas de paz e livramento das mãos da Assíria (Na 1.15), de igual forma os mensageiros do Novo Concerto levam as boas novas de salvação ao mundo (Rm 10.15).
1.3 Período que profetizou. Naum é um dos Profetas Menores que não menciona o período em que profetizou, no entanto, indícios internos, existentes no seu livro, oferecem evidências fidedignas que nos dão condições de datar o seu ministério entre 663 e 612 a.C. pois, em (Na 3.8-10), refere-se o profeta a queda de Nô-Amon (a cidade egípcia de Tebas) como evento passado, ocorrido em 663 a.C. E, em (Na 1.14), ele profetizou a queda de Nínive que historicamente ocorreu em 612 a.C.
1.4 Contemporâneos. Considerando que Naum profetizou entre 663 a 612 a.C, os profetas que profetizaram neste período foram Sofonias e Jeremias no Reino no Sul (Sf 1.1; Jr 1.3).
II – A SITUAÇÃO DE JUDÁ NO PERÍODO DE NAUM
Apesar do livro de Naum estar repleto de profecias concernentes a Nínive, a capital da Assíria, encontramos também registros proféticos direcionados ao Reino do Sul (Judá-Jerusalém) (Na 1.7,12,13,15). Estas mensagens anunciadas pelo profeta traziam alento e consolação para os judeus, visto que estavam amedrontados, pois o Reino do Norte já havia sido levado ao cativeiro pelos assírios em 722 a.C conforme profetizado por Oseias e Amós (Os 11.7; Am 7.11). Vejamos qual a situação de Judá no período do profeta:
2.1 Situação política. Estudiosos afirmam que o rei de Judá no tempo de Naum era Josias. Ele foi o rei de Judá no período de 640 a 609 a.C. (II Rs 22.23; 2 Cr 34 e 35). Seu avô, o perverso rei Manassés reinara por 55 anos; perseguiu as pessoas piedosas e reprimiu a verdadeira religião em Judá. Seu pai, Amom, governou apenas 2 anos (II Re 21.19-26; 2 Cr 33.21-25) e deu continuidade às práticas malignas de Manassés; seu reinado foi interrompido por intrigas na corte que culminaram com seu assassinato (II Rs 21.24). Nessa época difícil, Josias chegou ao trono, com apenas 8 anos de idade (II Re 22.1).
2.2 Situação social. O reinado de Josias concedeu a Judá um certo alívio da pressão Assíria, que durante um século controlou a política, a religião e a vida social dos judeus. Porém, no final do século VII, o extenso império assírio foi ameaçado pelos caldeus, quando Nínive não teve forças para enfrentar Nabopolassar, rei da Babilônia (625 a 605 a.C). Por isso, entrou em colapso após a queda de sua principal cidade, Nínive (612 a.C), conforme profetizado por Naum (Na 1.8,14).
2.3 Situação espiritual. O Rei Josias introduziu reformas religiosas maravilhosas em Judá, e, devido a este reavivamento espiritual, Deus os defendeu (2 Reis 22 e 23). Seu perfil espiritual assemelha-se ao de Davi, no sentido de que “E fez o que era reto aos olhos do SENHOR...”; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda” (II Rs 22.2). A Bíblia ainda diz que Ele buscou a Deus (II Cr 34.3); aos 16 anos erradicou sistematicamente o paganismo (II Re 23.4-16); e aos 20 anos acabou com a profanação da terra e a purificou, quando destruiu os lugares altos, os postes ídolos. Até os túmulos dos sacerdotes idólatras foram profanados e seus ossos queimados sobre os altares pagãos (II Cr 34.3-7; I Rs 13.2). Quando Naum chamou o povo de Judá a celebrar as suas festas (Na 1.15), sem dúvida ele relembrou a famosa celebração da páscoa nos dias de Josias, como registra as Escrituras (2 Rs 23.21).
III – A MENSAGEM DE DEUS ATRAVÉS DE NAUM
No original hebraico (Na 1.2-8) representa um salmo ou poema em três estrofes descrevendo a majestade de Deus quando Ele se manifesta na terra. Vejamos alguns atributos morais de Deus descritos por Naum em seu livro:
3.1 “O SENHOR é Deus zeloso e vingador...” (Na 1.2). De modo semelhante a Miqueias (Mq 1.3-7), o profeta Naum principia sua profecia dando ênfase a grande ira do Senhor contra o pecado e sua vinda para trazer julgamento aos perversos (Na 1.2,6). Nessa passagem, entretanto, encontramos sua ira dirigindo-se mais aos inimigos de Israel do que aos israelitas (Na 1.12,13). Naum descreve o Senhor como como um Deus“zeloso e vingativo”, que virá com ira abrasadora contra seus inimigos. Esse caráter zeloso de Deus foi apresentado em (Êx 20.5), e mais tarde com mais detalhes em (Dt 32.21).
3.2 “O SENHOR é tardio em irar-se...” (Na 1.3). A expressão “tardio em irar-se” alude a longanimidade ou paciência de Deus em relação ao homem (Êx 34.6,7; Nm 14.18; Ne 9.17; Sl 103.8; Jl 2.13). A longanimidade é a qualidade de autodomínio em face da provocação que não retalia impetuosamente ou castiga prontamente. Portanto, Deus é cheio de compaixão e graça (Sl 86.15) e sua longanimidade visa o benefício do homem tentando conduzi-lo ao arrependimento (Rm 2.4; 9.22,23). Deus havia estendido sua clemência a Nínive em resposta ao seu arrependimento mediante a pregação de Jonas (Jn 3.8-10; 4.2). No entanto, aproximadamente 150 anos mais tarde, o profeta Naum é levantado por Deus para desta vez pronunciar o irremediável juízo contra esta sanguinária cidade, a quem Deus destruiria completamente (Na 1.14).
3.3 “O SENHOR é bom...” (Na 1.7). Enquanto Deus se mostra para os ninivitas como um Deus “zeloso, vingativo e paciente”, para Judá (Reino do Sul), Ele se apresenta como um Deus bom, que protege seu povo e destrói seus inimigos. O Senhor conhece aqueles que lhe pertencem e serve de refúgio para os que nele confiam (Na 1.7). Deus iria romper com o jugo assírio que estava sobre o seu povo (Na 1.13), e restaurar a sua condição (Na 2.2), por isso o convida a celebrar as festas religiosas em gratidão ao Senhor, porque seus inimigos seriam de todo consumidos (Na 1.15).
IV – O JULGAMENTO DIVINO SOBRE NÍNIVE
Nenhum outro livro da Bíblia é tão enfático na mensagem de julgamento e misericórdia não aproveitada, como no Livro de Naum. Ele é o livro que sem dúvida Jonas desejaria ter escrito (ELLISEN, 2012, p. 318). Nele o profeta anuncia a queda de Nínive, capital da Assíria, uma grande potência mundial, que parecia uma nação aparentemente impossível de ser detida. No entanto, por meio do profeta, Deus diz que não reteria a sua ira para sempre, pois além de ser “zeloso e vingador” (Na 1.2), “...ao culpado não tem por inocente...” (Na 1.3). Ou seja, desta vez o Senhor não os pouparia e iria destruir esta pomposa cidade com seus habitantes (Na 1.8). A história diz que aliando entre si as suas forças, medos e babilônios vieram contra a Assíria, efetuando a destruição de Nínive, em 612 a.C. No espaço de poucos anos, o forte império assírio foi absorvido pelos vencedores. De acordo com a profecia de Naum, aconteceu que uma súbita enchente do rio Tigre fez ruir uma grande parte da muralha, o que ajudou o exército atacante a destruir a cidade “as portas dos rios se abrirão, e o palácio será dissolvido” (Na 2.6) (MEARS, 1997, p. 278).
V – A ATUALIDADE DA MENSAGEM DE NAUM PARA A IGREJA
Como podemos perceber, a visão de Naum acerca de Nínive constitui-se num alerta quanto a realidade de que Deus pune aqueles que rejeitam o seu convite de arrependimento (Ez 7.9; Am 3.2). Nínive simboliza todas as nações que voltam as costas para Deus. Portanto, o indivíduo, ou a nação, que deliberada e definitivamente rejeita a Deus, escolhe a sua própria ruína. Na verdade, Ele não está alheio aos pecados cometidos pelos homens, pois tem reservado um dia em que julgará os vivos e mortos por meio de seu Filho Jesus Cristo (At 17.31). O fato é que Deus, por sua longanimidade está concedendo tempo ao mundo para que se arrependa (II Pe 3.9,10).
CONCLUSÃO
Concluímos dizendo que embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade de Deus, todavia, não serão esquecidos (Ez 7.3; I Pe 4.3-5). É interessante destacar que apesar de Ele ser “tardio em irar-se” e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso (Ez 33.11; I Tm 2.4), não é absolutamente imune à ira quando a sua Lei não é obedecida e o seu favor desprezado (Os 4.6; Ap 2.21). Enquanto que o livro de Jonas apresenta a misericórdia aos que se arrependem, o livro de Naum, mostra o juízo sobre os impenitentes.
ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
REFERÊNCIAS

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
• GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
• ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
• MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA





Nenhum comentário:

Postar um comentário