4º Trimestre de 2012
Título: Os Doze Profetas Menores —
Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares
Lição 11: Ageu — O compromisso do povo da
aliança
Data: 16 de Dezembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt
6.33).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira profecia liberta o povo
da indiferença e do comodismo espiritual.
HINOS SUGERIDOS
111, 394, 406.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Cr 36.23
O rei da Pérsia e o Templo
Terça - Ed 3.10
Lançam-se os alicerces do Templo
Quarta - Ed 4.3
A edificação do Templo
Quinta - Ed 4.23,24
O embargo da construção
Sexta - Ed 5.1,2
Reinicia-se a construção do Templo
Sábado - Ed 6.14
A nação prospera pela profecia
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ageu 1.1-9.
1 - No ano segundo do rei Dario, no sexto mês,
no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta
Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de
Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
2 - Assim fala o SENHOR dos Exércitos,
dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR
deve ser edificada.
3 - Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo
ministério do profeta Ageu, dizendo:
4 - É para vós tempo de habitardes nas vossas
casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?
5 - Ora, pois, assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.
6 - Semeais muito e recolheis pouco; comeis,
mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se
aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado.
7 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai
o vosso coração aos vossos caminhos.
8 - Subi o monte, e trazei madeira, e edificai
a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR.
9 - Olhastes para muito, mas eis que
alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe
assoprei. Por quê? — disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que
está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.
INTERAÇÃO
O
Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo. Nesse contexto
é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período
pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o
Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de
Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído,
e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da
primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os
israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa
do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o
seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta,
segundo as Escrituras Sagradas.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.
· Elencar os principais problemas encontrado pelos
judeus para reconstruir o Templo.
· Saber que temos responsabilidade diante de Deus e
dos homens.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Reproduza o esboço abaixo conforme as
suas possibilidades. Utilize-o para introduzir a lição. Explique que o livro do
profeta Ageu pode ser divido em duas partes principais: a primeira, “a
reconstrução do Templo”; a segunda, “o esplendor futuro do Templo”. Dê ênfase à
palavra-chave, pois a profecia de Ageu gira em torno deste tema. Conclua
dizendo que devemos encarar a nossa responsabilidade na obra de Deus não como
um fardo pesado, mas como um grande privilégio.
ESBOÇO DO LIVRO DE AGEU
Parte I — Reconstrução do Templo
(1.1-15)
(1.1)
................................. Introdução.
(1.2-11) ...........................
Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15) .........................
Segundo oráculo: resposta e compromisso.
Parte II — Esplendor Futuro do Templo
(2.1-23)
(2.1-9).............................Terceiro
oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23).........................Quarto
oráculo: decisões e bênçãos futuras.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Templo: Espaço ou edifício destinado
a culto religioso.
De Joel até Ageu passaram-se mais de
300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial,
estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como
impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro
erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a
indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra
de Deus.
I. O LIVRO DE AGEU
1. Contexto histórico. No
livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período
pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido
livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o
decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a
primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.
a) Cambises. Ciro
reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como
Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos
a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a
construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).
b) Dario Histaspes. Após
a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até
486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas
Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13).
2. Vida pessoal. Não
há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove
vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro
profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de
Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C
(1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10)
demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele,
apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações
(Hc 1.1; Zc 1.1).
3. Zorobabel. A
profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de
Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua
liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os
remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7;
12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que
a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa forma,
Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem. O
livro consiste de quatro curtos oráculos. O primeiro foi entregue “no sexto
mês, no primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; o
segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17
de outubro]; o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo
quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação
foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha
precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é reconstrução
do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa
de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento,
Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Ageu é a reconstrução
do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em
Jerusalém.
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
1. A desculpa do povo. Ageu
inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina
(v.2). O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar
o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que
não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”,
referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da
desculpa da nação (Jr 14.10,11).
2. Inversão de prioridades (vv.3,4). O
oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que
demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor
que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa.
Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o
Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono
(v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade
que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O
desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu
(veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
3. Um convite à reflexão. No
versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio
Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a
situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A responsabilidade e as obrigações devem
ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos
conhecer o agir do Senhor em nossa volta.
III. A EXORTAÇÃO DIVINA
1. Crise econômica. O
profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades
básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro
deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A
quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida
era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus
(v.6). Tudo isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós
corre à sua própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt
28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a
todos a refletir (v.7).
2. A solução. Nem
tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O
Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte,
cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria
de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as
autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias
são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de
maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do
Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué
(v.14).
3. O Segundo Templo. Enquanto
isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu
ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento
da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10).
Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed
6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus.
E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a
da primeira (2.9).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A presença de Deus no Templo fez a
glória da segunda Casa maior que a da primeira.
CONCLUSÃO
A lição de Ageu tem muito a
ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como
fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer
parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41).
Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a
nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16).
VOCABULÁRIO
Hegemonia: Supremacia,
superioridade.
Embargo: Impedimento, obstáculo.
Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.
Inóspito: Lugar em que não se pode viver.
Embargo: Impedimento, obstáculo.
Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.
Inóspito: Lugar em que não se pode viver.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos
do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
SUBSIDIOS
PROFETA AGEU
Autor: Ageu
Tema: Reedificação do
Templo
Considerações Preliminares
Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT (os
outros dois são Zacarias e Malaquias). É mencionado nominalmente duas vezes em
Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed
6.14) e “embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos
exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém, ainda se lembravam do templo
de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586
a.C. (2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade
ao profetizar. O livro tem uma data exata para sua composição: o segundo ano do
rei Dario da Pérsia (520 a.C.; 1.1).O contexto histórico do livro é importante
para compreendermos sua mensagem. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara
um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir
Jerusalém e o templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is
45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro
grupo de judeus a voltar para Jerusalém, havia deitado os alicerces do novo
templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10). No
entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao
empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou
por ser interrompida em 534 a.C.. A letargia espiritual generalizou-se,
induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Em 520 a.C.,
Ageu, acompanhado por um profeta mais jovem — Zacarias (ver a introdução de
Zacarias), conclama Zorobabel e o povo a retomar a construção da casa de Deus.
Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf. Ed
4—6).
Propósito
Durante um período de quatro meses, em 520 a.C., Ageu
entregou quatro concisas mensagens registradas neste livro (ver o esboço). As
mensagens tinham duplo propósito:
(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo
sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e
(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para
que a obra da Casa de Deus fosse recomeçada com as bênçãos divinas.
Visão
Panorâmica
O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida
pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20).
(1) Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão
interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a
Casa de Deus permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes
a considerar seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor Deus retirado a
bênção sobre eles em conseqüência de seus maus caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e
Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta,
demonstram reverência a Deus, e recomeçam a obra (1.12-15).
(2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que
haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam como nada o
segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então, exorta os líderes a se
mostrarem corajosos, porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro
profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será maior do
que a da primeira” (2.9).
(3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver
uma vida de santa obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23),
foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz que Zorobabel
representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica (2.23).
Características
Especiais
Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu.
(1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá
depois do exílio babilônico.
(2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito
versículos); Obadias é o menor.
(3) A frase “assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre
vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos repatriados.
(4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito
da visitação futura de Deus (2.6-9).
O Livro de
Ageu ante o NT
Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias
(vv. 6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é
referido pelo autor de Hebreus (Hb 12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que
Zorobabel será como o “anel de selar”, ou selo oficial. Em ambas as genealogias
de Jesus Cristo, no NT (Mt 1.12,13; Lc 3.27), Zorobabel é o ponto que liga as
ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel,
e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.
AGEU 1.1 VEIO A
PALAVRA DO SENHOR, PELO... PROFETA AGEU. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido
que 50.000 judeus exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador
Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (ver Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2; 5.1).
(a) Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C),
foram lançados os alicerces do templo (ver Ed 3.8-10).
(b) A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra
(ver Ed 4.1-5,24). Conseqüentemente, os judeus tornaram-se espiritualmente
apáticos.
(c) Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à
construção da Casa do Senhor. Deus, então, envia-lhes os profetas Ageu e
Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra.
AGEU 1.4 CASAS
ESTUCADAS. Os judeus que haviam voltado do cativeiro, estavam tão ocupados com
os próprios interesses, que passaram a negligenciar a construção da Casa de
Deus.
(a) Suas casas achavam-se revestidas de madeira de cedro, ao
passo que o templo permanecia em ruínas.
(b) Ageu, então, mostra-lhes que a obra de Deus tem de ter
toda a primazia.
(c )Da mesma forma, o reino de Deus e os interesses da causa
do Mestre devem ser a suprema prioridade em nossa vida (Mt 6.33).
(d) Note como o Senhor Jesus era zeloso pela casa e obra de
Deus (Jo 2.17; 4.34; 6.38; 9.4). O que estabelecemos como prioridade, indica o
amor que devotamos ao nosso Senhor.
AGEU 1.6-11 SEMEAIS
MUITO E RECOLHEIS POUCO. O povo de Deus perdera a sua bênção, pois estava
vivendo apenas em função das próprias vantagens.
(a) Eles revelavam um mínimo interesse pelos alvos e
propósitos divinos.
(b) De igual modo, poderemos esperar um declínio das bênçãos
e da ajuda de Deus em nossa vida, se não estivermos vitalmente interessados
pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações.
AGEU 1.12 OUVIU... A
VOZ DO SENHOR. Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu.
(a) Obedeceram e temeram ao Senhor.
(b) Levando a sério a palavra de Deus.
(c )Recomeçaram de imediato os trabalhos de construção da
Casa de Deus.
AGEU 1.13 EU SOU
CONVOSCO. Deus responde à obediência de seu povo.
(a) Prometendo-lhe que estaria ao seu lado.
(b) Fortaleceu-lhes a resolução, e
ajudou-os a levar a efeito a obra (cf. Zc 4.6).
(c )Estar "contigo" é a
mais grandiosa promessa que o Senhor pode fazer-nos (ver Gn 26.24; 28.15;
39.2,3,21,23; Êx 3.12; Mt 28.20).
AGEU 2.3 ESTA CASA NA
SUA PRIMEIRA GLÓRIA. Depois de concluída a obra do templo pós-exílico, algumas
pessoas viram-se desanimadas e desiludidas por considerarem o novo templo como
"nada" em comparação à magnificência do templo construído por
Salomão. Sendo assim, Deus encoraja o povo com três promessas:
(1) o próprio Deus estará com eles para garantir o
cumprimento de todas as suas promessas segundo o concerto;
(2) o Espírito de Deus permanecerá entre o povo (v. 5); e
(3) a glória do último templo seria maior que a do primeiro
por causa da demonstração do poder de Deus que nele haverá (v. 9; cf. o
ministério de Jesus e dos apóstolos, conforme registrado nos Evangelhos e em
Atos, dar-se-ia na época do segundo templo).
(4) Não é a beleza das estruturas eclesiásticas que, em
última análise, dá frutos ao reino de Deus. O que mais importa é a presença dos
dons, ministérios e poder do Espírito Santo em nosso meio.
(5) Perguntemo-nos a nós mesmos: O Espírito Santo manifesta-se em grande medida
em nossas reuniões, ou há pouca, ou nenhuma evidência, de sua presença e poder
entre nós
AGEU 2.6-9 FAREI
TREMER OS CÉUS, E A TERRA. Estes versículos referem-se ao juízo divino contra o
mundo antes e durante a volta de Jesus Cristo (cf. Hb 12.26,27):
(a) "Os céus e a terra tremerão" (Jl 3.16; cf. Mt
24.29,30). A glória de Deus, então, encherá o templo como nunca dantes
aconteceu. Ele habitará entre o seu povo, em paz, como o Salvador glorioso.
AGEU 2.10-14
PERGUNTA, AGORA, AOS SACERDOTES. Deus mostra ao povo que, embora a santidade
não possa ser transmitida mediante o contato, as influências corruptíveis do
pecado não deixam de ser contagiosas. Noutras palavras: morar na terra santa
não torna ninguém santo, ao passo que o pecado profana tudo quanto o povo faz,
inclusive os atos de adoração.
AGEU 2.15-19 APLICAI
O VOSSO CORAÇÃO A ISSO, DESDE ESTE DIA EM DIANTE. Deus ordena ao povo que
considere por que não fora ainda abençoado. A causa era a desobediência (ver
1.9-11). Agora, porém, dispunham-se a edificar o templo. Por sua vez, Deus faz
com que tudo quanto eles empreendam tenha êxito. Tal princípio é expresso
também no NT. O favor de Deus, seu amor e comunhão, vêm-nos somente à medida
que continuamos a buscá-lo, e a observar-lhe os mandamentos (ver Jo 14.21-23).
AGEU 2.21 FAREI
TREMER OS CÉUS E A TERRA. O profeta encoraja Zorobabel, governador do povo de
Deus, garantindo-lhe que, um dia, o Senhor destruirá o poder dos reinos e
nações em toda a terra. Este dia dar-se-á quando Jesus Cristo estiver reinando
sobre todos os habitantes do mundo (ver Ap 19.11-21).
AGEU 2.23
ZOROBABEL... COMO UM ANEL DE SELAR. Quando chegasse o momento de abalar os céus
e a terra, Ele faria de Zorobabel um anel de selar. Constituía-se este na marca
oficial da autoridade suprema; era uma garantia do favor de Deus para com o seu
povo. É possível que Ageu estivesse profetizando acerca de Jesus Cristo que,
como descendente de Zorobabel (ver Mt 1.12-13), será, "naquele dia",
o governante supremo, cujo reino há de ser absoluto e universal.
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