Seguidores

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

LIÇÃO 13 COM SUBSIDIOS - MALAQUIAS - A SACRALIDADE DA FAMILIA.



Lição 13 - Malaquias - A Sacraliade da Família
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares
Data: 30 de Dezembro de 2012

TEXTO ÁUREO
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).

VERDADE PRÁTICA
É da vontade expressa de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 128.3,4 O modelo da família
Terça - Ef 5.22-24 Submissão na família
Quarta - Ef 5.25-28 Amor sacrifical na família
Quinta - Ef 6.1-3 Obediência na família
Sexta - Sl 133.1 A comunhão no âmbito familiar
Sábado - Tt 2.2-6 A família que agrada a Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Malaquias 1.1; 2.10-16.
Malaquias 1
1 - Peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério de Malaquias.
Malaquias 2
10 - Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?
11 - Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 - O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao SENHOR dos Exércitos.
13 - Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 - E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.
15 - E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade.
16 - Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio e aquele que encobre a violência com a sua veste, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais.

INTERAÇÃO
Comumente isolamos um assunto de determinado contexto literário ignorando o tema central daquela obra. O livro de Malaquias é o exemplo perfeito disso. Quando falamos nele, pensamos logo em “dízimo”. É como se “Malaquias” e “dízimo” fossem termos amalgamados. No entanto, veremos que o assunto predominante do profeta Malaquias não é o dízimo (este apenas é tratado num contexto de corrupção sacerdotal e da nação), mas contrariamente, é o relacionamento familiar e civil entre o povo judeu que constituem o seu tema principal.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar o contexto social, a estrutura e a mensagem do livro de Malaquias.
Reconhecer quais são as implicações de um péssimo relacionamento familiar.
Conscientizar-se que é vontade de Deus vivermos  um bom relacionamento na família e na sociedade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, chegamos a última lição desse trimestre. Estudamos os doze livros dos Profetas Menores. Sugerimos que você inicie a aula dessa semana fazendo uma recapitulação dos profetas estudados anteriormente. Pergunte aos alunos qual o profeta que eles mais gostaram e o porquê. Você também pode relembrar o período histórico dos profetas e o propósito dos livros. Para auxiliar na recapitulação, utilize o esquema da Orientação Didática da Lição 1. E para introduzir a lição de hoje, use o esquema abaixo, mostrando aos alunos um panorama geral do livro de Malaquias.
        
COMENTÁRIO
Palavra Chave
Família: Pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos.

No presente estudo, veremos que a mensagem de Malaquias enfoca a sacralidade do relacionamento com o Altíssimo e com a família. Durante o exílio na Babilônia, a idolatria de Judá fora definitivamente erradicada. A questão agora era outra: o relacionamento do povo com Deus e com a família. E tais relacionamentos precisavam ser encarados com mais piedade e temor.

I. O LIVRO DE MALAQUIAS
1. Contexto histórico. O livro não menciona diretamente o reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Também não informa o nome do seu pai, nem o seu local de nascimento. Isso é observável também nos livros de Obadias e Habacuque. Não obstante, há evidências internas que permitem identificar o contexto político, religioso e social do livro em apreço.
a) O governador de Judá. Jerusalém era governada por um pehah, palavra de origem acádica traduzida por “príncipe” na ARC (Almeida Revista e Corrigida), ou “governador”, na ARA e TB (1.8). O termo indica um governador persa e é aplicado a Neemias (Ne 5.14). O seu equivalente na língua persa étirshata (“tirsata, governador”, cf. Ed 2.63; Ne 7.65; 8.9; 10.1). A profecia mostra que o templo de Jerusalém já havia sido reconstruído e a prática dos sacrifícios, retomada (1.7-10).
b) A indiferença religiosa. As principais denúncias de Malaquias são contra a lassidão e o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o divórcio e o casamento com mulheres estrangeiras (2.10-16); e o descuido com os dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta para o período em que Neemias ausentou-se de Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O primeiro período de seu governo deu-se entre os anos 20 e 32 do rei Artaxerxes (Ne 5.14) e equivale a 445-433 a.C.

2. Vida pessoal de Malaquias. A expressão “pelo ministério de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta traduz porangelo sou (“seu mensageiro, seu anjo”). O termo é ambíguo, pois pode referir-se a um nome próprio ou a um título (3.1). No entanto, entendemos que Malaquias é o nome do profeta, uma vez que nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo. Por que com Malaquias seria diferente?

3. Estrutura e mensagem. A profecia começa com a palavra hebraicamassa — “peso, sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso é um sermão contínuo com perguntas retóricas que formam uma só unidade literária. São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis versículos do capítulo quatro foram deslocados para o
final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Malaquias é a denúncia contra a formalidade religiosa, a prática da corrupção generalizada entre os fariseus e escribas e o despertamento da nação de Judá.

II. O JUGO DESIGUAL
1. A paternidade de Deus (2.10). A ideia de que Deus é o Pai de todos os seres humanos é biblicamente válida. O Antigo Testamento expressa que essa paternidade refere-se a Israel (Êx 4.22,23; Jr 31.9; Os 11.1). A criação divina dá base para isso, embora não garanta uma relação pessoal com Ele (At 17.28,29). Jesus, porém, fez-nos filhos de Deus por adoção. Por isso, temos liberdade e direito de chamar ao Senhor de Pai (Mt 6.9; Jo 1.12; Gl 4.6).

2. A deslealdade. O termo “desleal” aparece cinco vezes nessa seção (2.10,11,14-16). Trata-se do verbo hebraico bagad, que significa “agir traiçoeiramente, agir com infidelidade”. Não profanar o concerto dos pais — estabelecido no Sinai (2.10) que proíbe a união matrimonial com cônjuges estrangeiros (Dt 7.1-4) — é uma instrução ratificada em o Novo Testamento (2 Co 6.14-16,18). O profeta retoma essa questão em seguida.

3. O casamento misto (2.11). É a união matrimonial de um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação e profanação. Os envolvidos são ameaçados de extermínio juntamente com toda a sua família (2.12).
a) Abominação. O termo hebraico para “abominação” é toevah e diz respeito a alguma coisa ou prática repulsiva, detestável e ofensiva. A Bíblia aplica-o à idolatria, ao sacrifício de crianças, às práticas homossexuais, etc. (Dt 7.25; 12.31; Lv 18.22; 20.13). Trata-se de um termo muito forte, mas o profeta coloca todos esses pecados no mesmo patamar (2.11).
b) Profanação. Profano é aquele que trata o sagrado como se fosse comum (Lv 10.10; Hb 12.16). A “santidade do SENHOR”, que Judá profanou (2.11), diz respeito ao Segundo Templo, pois em seguida o oráculo explica: “a qual ele ama”. A violação do altar já fora denunciada antes (1.7-10). Mas aqui Malaquias considera o casamento misto como transgressão da Lei de Moisés: “Judá [...] se casou com a filha de deus estranho” (2.11b). A expressão indica mulher pagã e idólatra. E mais adiante inclui também o divórcio (2.13-16).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O jugo desigual ou casamento misto, é a união matrimonial de um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação ou profanação.

III. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO
1. O relacionamento conjugal (2.11-13). Malaquias é o único livro da Bíblia que descreve o efeito devastador do divórcio na família, na Igreja e na sociedade. As lágrimas, os choros e os gemidos descritos aqui são das esposas judias repudiadas. Elas eram santas e piedosas, mas foram injustiçadas ao serem substituídas por mulheres idólatras e profanas. As israelitas não tinham a quem recorrer. Nada podiam fazer senão derramar a alma diante de Deus. Por essa razão, o Eterno não mais aceitou as ofertas de Judá (2.13). Isso vale para os nossos dias. Deus não ouve a oração daqueles que tratam injustamente o seu cônjuge (1 Pe 3.7). O marido deve amar a sua esposa como Cristo ama a Igreja (Ef 5.25-29).

2. O compromisso do casamento. Os votos solenes de fidelidade mútua entre os noivos numa cerimônia de casamento não são um acordo transitório com data de validade, mas “um contrato jurídico de união espiritual” (Myer Pearlman). O próprio Deus coloca-se como testemunha desse contrato. Por isso, a ruptura de um casamento é deslealdade e traição (2.14). A reação divina contra tal perfídia é contundente.

3. A vontade de Deus. A construção gramatical hebraica do versículo 15 é difícil. Mas muitos entendem o seu significado como defesa da monogamia. Deus criou apenas uma só mulher para Adão, tendo em vista a formação de uma descendência piedosa (2.15). A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos. É uma desgraça para a família! Por isso, o Altíssimo aborrece e odeia o divórcio (2.16). Ele ordena que “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (2.15).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos.

CONCLUSÃO
A sacralidade do relacionamento familiar deve ser levada em consideração por todos os cristãos. Todos devem levar isso a sério, pois o casamento é de origem divina e indissolúvel, devendo, portanto, ser honrado e venerado.

VOCABULÁRIO
Lassidão: Prostação de forças, cansaço. Purgar: Tornar puro, purificar.Perfídia: Deslealdade, traição.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., 


SUBSIDIOS
Autor: Malaquias
Tema: Acusações de DEUS Contra o Judaísmo Pós-Exílico
Data: Cerca de 430—420 a.C.

Considerações Preliminares
“Malaquias” significa “mensageiro de Jeová”. A opinião de que “Malaquias”, em 1.1, seja um título descritivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente improvável. Embora não tenhamos mais informações no restante do AT a respeito do profeta, sua personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu devoto da Judá pós-exílica, e contemporâneo de Neemias. Era, provavelmente, um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto (2.4,5, 8, 10), e contra a adoração hipócrita e mecânica (1.7—2.9), a idolatria (2.10-12), o divórcio (2.13-16) e o roubo de dízimos e ofertas (3.8-10), revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a DEUS. O conteúdo do livro indica que: 

(1) o templo já havia sido reedificado (516/515 a.C.), e que os sacrifícios e festas achavam-se plenamente restaurados; 

(2) um conhecimento geral da Lei havia sido reintroduzido por Esdras (c. 457—455 a.C.; ver Ed 7.10; 14.25,26); e 
(3) uma apostasia subseqüente ocorrera entre os sacerdotes e o povo (c. 433 a.C.). 
(a) Além disso, o ambiente espiritual e a negligência contra as quais Malaquias clamava, assemelhavam-se à situação que Neemias encontrara em Judá depois de ter voltado da Pérsia (c. 433—425 a.C.), para servir como governador em Jerusalém pela segunda vez (cf. Ne 13.4-30); 

(b) os dízimos e as ofertas eram negligenciados (3.7-12; Ne 13.10-13); e 

(c) o concerto do casamento era violado, pois os homens judeus divorciavam-se para se casarem com mulheres pagãs, provavelmente mais jovens e bonitas (2.10-16; Ne 13.23-28). É razoável acreditar que Malaquias haja proclamado sua mensagem entre 430—420 a.C.

Propósito
Quando Malaquias escreveu, os judeus repatriados passavam novamente por adversidade e declínio espiritual. Eles se haviam tornado cínicos, e questionavam a justiça de DEUS, duvidando do proveito em se obedecer aos seus mandamentos. À medida que a sua fé minguava, iam se tornando mecânicos e insensíveis na sua observância ao culto divino, e indiferentes às exigências da Lei. Eles faziam-se culpados de muitos tipos de transgressões contra o concerto. Malaquias confronta os sacerdotes e o povo com o apelo profético: 

(1) para se arrependerem de seus pecados e da hipocrisia religiosa para que não fossem surpreendidos pelo castigo divino; 
(2) para removerem a desobediência que bloqueava o fluxo do favor e bênção de DEUS; e (3) para voltarem ao Senhor e ao seu concerto com corações sinceros e obedientes

Visão Panorâmica
O livro, que consiste num sêxtuplo “peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério de Malaquias” (1.1), está entremeado por uma série de dez perguntas retóricas e irônicas feitas por Israel com as respectivas respostas de DEUS por intermédio do profeta. Embora o emprego de perguntas e respostas não seja exclusivo de Malaquias, seu uso é distintivo por ser crucial à estrutura literária do livro.
O “peso” (ou “mensagem repressiva”) do Senhor proclamado por Malaquias é assim constituído: 

(1) DEUS reafirma seu fiel amor a Israel segundo o concerto (1.2-5). 

(2) DEUS repreende os profetas por serem vigilantes infiéis do relacionamento entre o Senhor e Israel segundo o concerto (1.6—2.9). 

(3) DEUS repreende Israel por ter rompido o concerto dos pais (2.10-16). 

(4) DEUS relembra a Israel a certeza do castigo divino por causa dos pecados contra o concerto (2.17—3.6). 

(5) DEUS conclama toda a comunidade judaica pós-exílica a arrepender-se, e a voltar-se ao Senhor, para que tornasse a receber as suas bênçãos (3.7-12). 

(6) A mensagem final refere-se ao “memorial escrito” diante de DEUS a respeito daqueles que o temem e lhe estimam o nome (3.13-18). Malaquias encerra seu livro com uma advertência e promessas proféticas a respeito do futuro “dia do Senhor” (4.1-6).

Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Malaquias. 

(1) De modo simples, direto e vigoroso, retrata vividamente o debate entre DEUS e seu povo. O debate é levado a efeito na primeira pessoa do singular. 

(2) Dá destaque ao método de perguntas e respostas na apresentação da palavra profética com nada menos que vinte e três perguntas trocadas entre DEUS e o povo. Sugere-se que o método adotado por Malaquias pode ter-se originado quando o profeta apresentou, pela primeira vez, sua mensagem nas ruas de Jerusalém ou nos átrios do templo. 

(3) Malaquias, o último dos profetas do AT, é seguido por 400 anos de silêncio profético. A longa ausência profética terminaria no surgimento de João Batista. Foi este o previsto por Malaquias como o antecessor do Messias (3.1). 

(4) A expressão “o SENHOR dos Exércitos” ocorre vinte vezes neste breve livro. 

(5) Destaca-se que a profecia final (que encerra a mensagem profética do AT) prediz que DEUS enviaria alguém como Elias para restaurar os pais piedosos em Sião, contrariamente às tendências sociais predominantes que levaram a desintegração da família (4.5,6).

O Livro de Malaquias ante o NT
Três trechos específicos de Malaquias são citados no NT. 

(1) As frases “amei a Jacó” e “aborreci a Esaú” (1.2,3) são registradas por Paulo em suas considerações sobre a eleição (Rm 9.13). 

(2) A profecia de Malaquias a respeito do “meu anjo, que preparará o caminho diante de mim” (3.1; cf. Is 40.3) é citada por JESUS como referência a João Batista e seu ministério (Mt 11.7-15). 

(3) Semelhantemente, JESUS entendia que a profecia de Malaquias a respeito do envio do “profeta Elias”, antes do “dia grande e terrível do SENHOR” (4.5), aplicava-se a João Batista (Mt 11.14; 17.10-13; Mc 9.11-13).
(4) Além destas três claras referências a Malaquias no NT, a condenação que o profeta faz do divórcio injusto (2.14-16) antevê o ensino do NT sobre o tema (Mt 5.31,32; 19.3-10; Mc 10.2-12; Rm 7.1-3; 1 Co 7.10-16,39). 

(5) A profecia de Malaquias a respeito do aparecimento do Messias (3.1-6; 4.1-3) abrange tanto a primeira quanto a segunda vinda de CRISTO.
 
1.1 MALAQUIAS. Malaquias profetizou cerca de cem anos após os primeiros exilados terem voltado de Babilônia. Embora os repatriados tivessem, de início, reagido com zelo à sua restauração, com o decorrer dos anos a sua dedicação a DEUS foi diminuindo. Por volta de 430 a.C., Malaquias censura-os por sua falta de confiança em DEUS, adoração insincera e desobediência à lei divina.

1.2 EU VOS AMEI. Os israelitas achavam-se duvidosos quanto ao amor divino, por causa das aflições que sofriam. Chegaram, inclusive, a acusar a DEUS de ser infiel às promessas do concerto. O Senhor mostra-lhes, então, o cuidado especial que lhes vinha dispensando no decurso dos anos. Na realidade, era Israel que havia deixado de amar e honrar a DEUS por haver desobedecido à Lei (vv. 6-8).

1.3 ABORRECI A ESAÚ. A palavra "aborreci" significa apenas que DEUS escolhera a Jacó em lugar de seu irmão Esaú para herdar as promessas do concerto, e ser progenitor do povo escolhido, através do qual viria o Messias. A rejeição de Esaú e de seus descendentes nada tem a ver com o seu destino eterno. O desejo de DEUS era que eles viessem a servi-lo e a receber-lhe a bênção (ver Gn 25.23; Rm 9.13).

1.6-8 Ó SACERDOTES, QUE DESPREZAIS O MEU NOME. Malaquias apresenta uma acusação contra os sacerdotes da terra. 

(1) Eles desprezavam o Senhor, oferecendo-lhe animais aleijados ou doentes, o que contraria a Lei de DEUS (Lv 22.22). 

(2) Como crentes em CRISTO, devemos ofertar a DEUS o melhor que possuímos: nossa vida inteira como sacrifício vivo (Rm 12.1). O tempo que dedicamos à oração e ao estudo da Bíblia deve ser o horário nobre do dia, e jamais quando estivermos cansados para fazer outra coisa. 

(3) "A mesa do SENHOR" era usada para sacrificar os animais trazidos em oferenda pelos filhos de Israel.
1.11 SERÁ GRANDE ENTRE AS NAÇÕES O MEU NOME. Malaquias prediz o tempo quando as nações adorarão a DEUS com sinceridade e em verdade (cf. Is 45.22-25;49.5-7; 
59.19). O DEUS da Bíblia será conhecido no mundo todo. Esta profecia está sendo parcialmente cumprida, com os missionários enviados até aos confins da terra para anunciar o evangelho de CRISTO. Uma maneira de demonstrarmos a genuinidade de nossa fé é ajudar no sustento e manutenção das missões mundiais.

2.1-4 Ó SACERDOTES. Os sacerdotes haviam corrompido o ministério para o qual DEUS os chamara. Eles não o temiam, nem lhe reverenciavam o nome. Não proclamavam a sua palavra, nem viviam uma vida virtuosa e reta. Por isso, DEUS lhes enviaria um castigo terrível: amaldiçoaria-os bem como ao seu ministério.

2.4-6 PARA QUE O MEU CONCERTO SEJA COM LEVI. Os sacerdotes tinham de ser escolhidos da tribo de Levi. DEUS usa a Levi e aos seus fiéis descendentes como exemplos do que devem ser os ministros do altar. Hoje, os obreiros precisam demonstrar as mesmas qualidades mencionadas nestes versículos: amor e respeito a DEUS, honestidade e retidão no viver, pregar a verdade e, mediante o exemplo e ensino, conduzir muitos à justiça.

2.9 FIZESTES ACEPÇÃO DE PESSOAS NA LEI. Os sacerdotes estavam demonstrando parcialidade quanto aos ricos e influentes, permitindo-lhes continuar nos seus caminhos iníquos e pecaminosos. Não os confrontava com a palavra de DEUS. Os pastores devem pregar todo o conselho divino (ver At 20.27), proclamando à congregação as exigências do DEUS justo e santo. Pregar as bênçãos de DEUS e omitir suas justas reivindicações é abominação diante dEle.

2.11-16 ABOMINAÇÃO SE COMETEU. Malaquias repreende os israelitas por causa de sua dupla transgressão da Lei de DEUS: divorciavam-se de suas esposas, e casavam-se com mulheres pagãs (ver as duas notas seguintes).

2.11 E SE CASOU COM A FILHA DE DEUS ESTRANHO. Os homens casavam-se com mulheres pagãs, prática esta proibida pela Lei de Moisés (ver Êx 34.15,16; Dt 7.3,4; 1 Rs 11.1-6). O NT declara que o crente não pode casar-se com incrédulo, por ser isto jugo desigual (ver 1 Co 7.39). O cristão que se casa com alguém que não se dedica ao Senhor, corre o risco de se apartar de CRISTO, o mesmo acontecendo com os filhos do casal.
2.14 A MULHER DA TUA MOCIDADE. Muitos homens eram infiéis às suas esposas, com as quais se haviam casado quando jovens. Agora procuravam divorciar-se delas, para se casarem com outras. O Senhor detesta tal ação, pois é movida pelo egoísmo. Ele declara que, do marido e da mulher, fez um só (v. 15). Em conseqüência destes pecados e transgressões, DEUS lhes virara as costas, recusando-se a atender-lhes as orações (vv. 

13,14).2.16 ABORRECE O REPÚDIO. DEUS odeia o divórcio motivado por propósitos egoístas. Quem pratica tal tipo de divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência com a sua veste". O divórcio, aos olhos de DEUS, iguala-se à injustiça mais brutal, à crueldade e ao assassinato (ver Mt 19.9).

3.1 ENVIO O MEU ANJO. Respondendo ao ceticismo do povo, Malaquias enfatiza a certeza na vinda do Messias. Antes, porém, que o Messias chegasse, Ele enviaria um mensageiro para preparar-lhe o caminho. Esta profecia foi cumprida quando João Batista apresentou-se como precursor de JESUS CRISTO (ver Mt 11.10; Mc 1.2; Lc 1.76; 7.27).

3.1-5 O ANJO DO CONCERTO. Este "anjo" é JESUS, o Messias. Neste trecho, a primeira e a segunda vindas de CRISTO são unidas numa só profecia.
3.2 O DIA DA SUA VINDA. O cumprimento final desta profecia dar-se-á na segunda vinda de CRISTO. Ele, então, purificará (v. 3) e julgará a Israel (v. 5), e expurgará todos os ímpios do país. Somente os justos hão de permanecer até o fim (cf. Is 1.25; Ez 22.17-22).
3.8 ROUBARÁ O HOMEM A DEUS? Os israelitas roubavam a DEUS ao deixarem de lhe trazer os dízimos (a décima parte do que ganhavam). O dízimo era exigido pela Lei de Moisés (Lv 27.30). 

(1) Por isto, DEUS ameaça com maldições os que, egoisticamente, recusam-se a contribuir (vv. 8,9), e promete abençoar os que sustentam a sua obra (vv. 10-12). 

(2) Os crentes do NT têm a obrigação de contribuir com os seus dízimos para manter a obra do Senhor tanto local quanto no campo missionário (ver 2 Co 8.2).

3.10 DERRAMAR SOBRE VÓS UMA BÊNÇÃO. Se o povo se arrependesse e se voltasse ao Senhor, e como sinal de seu arrependimento, passasse a sustentar a obra de DEUS e os seus ministros com os dízimos e ofertas, o Senhor o abençoaria de forma abundante. DEUS espera que demonstremos amor e devoção a Ele e à sua obra por meio dos dízimos e ofertas para que o seu reino seja promovido. As bênçãos que acompanham a fidelidade na contribuição financeira virão tanto nesta vida como na do porvir.

3.14 INÚTIL É SERVIR A DEUS. Os judeus acreditavam que a adoração externa seria suficiente para se merecer a bênção de DEUS, mas estavam enganados. Por isso, alegavam que não valia a pena servi-lo. Eles não conseguiam perceber que o seu coração não era reto diante do Senhor.

3.16 AQUELES QUE TEMEM AO SENHOR. Contrastando com a maioria, ainda havia uns poucos que honravam a DEUS. 

(1) O Senhor, então, promete que conservará no céu um registro permanente dos que o honram e o temem através de uma vida fiel diante dEle. 

(2) Esta passagem assegura-nos que DEUS observa e anota nossa fidelidade e o amor que lhe dedicamos. 

(3) (Quando comparecermos diante de sua presença, Ele há de se lembrar de nossa leal dedicação, e nos tratará como seus filhos.

4.1 AQUELE DIA VEM. Este "dia" concerne tanto à primeira quanto à segunda vinda de CRISTO. O profeta fala como se ambas fossem um único evento. Semelhante superposição é vista freqüentemente nas profecias do AT (ver Zc 9.9,10 notas). Os que se entregam ao orgulho e à iniqüidade, serão excluídos do reino de DEUS (cf. 3.2,3; Is 66.15; Sf 1.18; 3.8; 1 Co 6.9-11).

4.2 MAS PARA VÓS, QUE TEMEIS O MEU NOME. O dia do Senhor implicará também na salvação e livramento de todos quantos o amam e o servem. No reino de DEUS, a sua glória e justiça brilharão como o sol, trazendo aos fiéis a bondade, a bênção, a salvação e a cura de maneira mais que abundante. Tudo será endireitado! O povo de DEUS saltará de alegria tal como os bezerros ao se verem livres no campo.

4.4 LEMBRAI-VOS DA LEI DE MOISÉS. Malaquias alerta que, para se sobreviver ao dia do Senhor, é necessário obedecer a Lei de Moisés. A fé em DEUS implica na obediência sincera ao Senhor. Os crentes, hoje, não estão desobrigados da observância dos requisitos morais da Lei do AT, juntamente com os mandamentos de CRISTO (ver Mt 5.17)

4.5 EIS QUE EU VOS ENVIO O PROFETA ELIAS. Malaquias profetiza que Elias viria ministrar antes que chegasse o dia do Senhor. O NT revela que esta profecia refere-se a João Batista (Mt 11.7-14) que, "no espírito e virtude de Elias" (ver Lc 1.17), preparou o caminho ao Messias. Alguns ainda crêem que Elias virá outra vez. Desta feita, aparecerá no período da tribulação para atuar como uma das duas testemunhas men-cionadas no Apocalipse (ver Ap 11.3).

4.6 CONVERTERÁ O CORAÇÃO DOS PAIS AOS FILHOS. O ministério do profeta vindouro teria por objetivo reconciliar as famílias com DEUS e consigo próprias, i.e., entre seus respectivos membros. João Batista direcionava sua pregação neste sentido (Lc 1.17). 
(1) Não poderá haver bênçãos, nem vida abundante no ESPÍRITO, se o povo de DEUS não fizer da autoridade familiar, do amor e da fidelidade, as prioridades absolutas da igreja. A pureza e a retidão do lar precisam ser mantidas. Doutra forma, nossas congregações fracassarão. 

(2) A responsabilidade pela realização de tais tarefas cabe ao pai de família. Os pais devem amar os filhos, orando por eles (ver Jo 17.1), dedicando-lhes tempo, advertindo-os contra os caminhos ímpios, e ensinando-lhes diligentemente a Palavra de DEUS e os padrões de retidão. 

(3) Os pastores também devem fazer do alvo de João Batista sua própria meta na condução da igreja a fim de prepará-la à vinda do Senhor (ver Lc 1.17).
 
Elaborado pelo Ev. Natalino dos Anjos
Professor da E. B. D. e Pesquisador
Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo Pentecostal

Nenhum comentário:

Postar um comentário