1º Trimestre de 2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 4: Elias e os profetas de Baal
Data: 27 de Janeiro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse:
Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus,
segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada” (1 Rs 18.21).
VERDADE PRÁTICA
O confronto entre Elias e os profetas de Baal
marcou definitivamente a separação entre a verdadeira e a falsa
adoração em Israel.
HINOS SUGERIDOS
124, 342, 454.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Rs 1.2,3
Rejeitando os falsos deuses
Terça - 1 Rs 18.19
Rejeitando os falsos profetas
Quarta - 2 Rs 10.11
Rejeitando os falsos sacerdotes
Quinta - Êx 12.38
Rejeitando o sincretismo religioso
Sexta - 1 Rs 18.21
Rejeitando a falsa adoração
Sábado - 1 Rs 18.24
Promovendo a verdadeira adoração
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 18.36-40.
36 - Sucedeu, pois, que,
oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse:
Ó SENHOR, Deus de Abraão, de lsaque e de Israel, manifeste-se hoje que
tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua
palavra fiz todas estas coisas.
37 - Responde-me, SENHOR,
responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que
tu fizeste tornar o seu coração para trás.
38 - Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39 - O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!
40 - E Elias lhes disse:
Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram
mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.
INTERAÇÃO
Não são poucos os falsos profetas que tentam
atormentar a vida daqueles que servem a Jesus. O pior é que estes em
geral conhecem os sentimentos e as fragilidades espirituais dos que os
ouvem, e não perdem a oportunidade de lembrá-los de que tem autoridade
para determinar-lhes a “vontade divina”. Prezado professor, não são
poucos os casos com que nos deparamos com esse tipo de pessoa, por
isso, oriente seus alunos quanto a esse perigo. Encoraje-os a não
temerem os falsos profetas. A ordem de Jesus para nós em relação a
estes enganadores é: “Acautelai-vos”.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, para concluir o terceiro tópico da
lição, reproduza o esquema abaixo de acordo com as suas possibilidades.
Explique aos alunos que a adoração vai muito além do culto semanal. Ela
é um estilo de vida. Não há como enganar a si mesmo vinte e quatro
horas por dia. Adoração verdadeira é fruto da sinceridade do coração.
Não há lugar para dissimulação, perversidade e mentiras. Mas sim para a
verdade, o amor e a voluntariedade. É tudo aquilo que revela a essência
da vida. Sejamos, pois, verdadeiros adoradores!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Falso: Contrário a realidade; fingimento, dissimulação, dolo.
O confronto de Elias com os profetas de Baal,
conforme narrado no décimo oitavo capítulo do livro de 1 Reis, foi um
dos fatos mais significativos da história bíblica. Mais significativo
ainda foi a vitória que o profeta de Tisbe obteve sobre os falsos
profetas: significou a continuidade da existência de Israel como povo a
quem Deus havia escolhido para cumprir seu propósito salvífico com a
humanidade.
Nesta lição, estudaremos como o profeta Elias foi
usado pelo Senhor para confrontar os falsos profetas com seus falsos
deuses, fazendo com que o povo de Deus abandonasse a falsa adoração.
I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
1. Conhecendo o falso deus Baal. Baal era
uma divindade cananeia (1 Rs 16.31). Por diversas vezes fizemos
referência a esse fato, mas aqui iremos conhecer mais detalhadamente
esse falso deus, e assim entender porque ele causava tanto fascínio no
mundo cananeu e também em Israel. A palavra Baal significa proprietário, marido ou senhor.
Os estudiosos observam que esse nome traz esses
significados para demonstrar que a divindade pagã exercia controle e
posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também sobre as
pessoas. Os profetas estavam conscientes de que não se podia admitir
tal fato entre o povo de Deus, e por isso levantaram suas vozes em
protesto contra a divindade pagã (1 Rs 21.25,26).
2. Identificando a falsa divindade Aserá. A crença cananeia dizia que El
seria o deus principal, isto é, o pai dos outros deuses, e Aserá era a
deusa-mãe. O texto bíblico de 1 Reis 18.17-19, faz referência a essas
duas divindades. A palavra poste-ídolo neste texto é a tradução do termo hebraico `ashera ou Aserá, e mantém o significado de bosque para adoração de ídolos.
Aserá, conhecida também como Astarote ou Astarte, era uma deusa ligada
à fertilidade humana e animal e também da colheita. No texto bíblico
observamos que ela exerceu uma influência grandemente negativa entre o
povo de Deus (Jz 2.13, 3.7; 1 Rs 11.33). Assim entendemos o porquê da
resistência profética a esse culto.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A crença popular cananita dizia que El era o deus principal, ou seja, o pai dos outros deuses, e Aserá era a deusa-mãe.
II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob encomenda. Os fatos
ocorridos no reinado de Acabe vêm mais uma vez confirmar uma verdade:
nenhum sistema é profético, nenhum profeta pertence ao sistema. O texto
de 1 Reis 18.19 destaca essa verdade. Os profetas de Baal eram, de
fato, profetas, mas comiam da mesa de Jezabel. Eram profetas, mas
possuíam seus ministérios alugados para Acabe e sua esposa. Eles
profetizavam o que o rei queria ouvir, pois faziam parte do sistema
estatal de governo. Nenhum homem de Deus, nem tampouco a igreja, podem
ficar comprometidos com qualquer esquema religioso ou político. Se
assim o fizerem, perdem suas vozes proféticas (1 Rs 22.13,14).
2. Eram mais numerosos. Acabe e sua esposa,
Jezabel, haviam institucionalizado a idolatria no reino do Norte. Baal
e Aserá não eram apenas os deuses principais, mas também os oficiais. O
culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de
leste a oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião pagã na
mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos
profetas. O texto sagrado por diversas vezes destaca esse fato (1 Rs
18.19). E Elias pôs isso em evidência na presença do povo (1 Rs 18.22).
Não havia verdade, autenticidade e tampouco qualidade no falso culto,
mas apenas quantidade.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os falsos profetas de Acabe eram mais numerosos e profetizavam por encomenda.
III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
1. Em que ela imita a verdadeira. O relato
do capítulo 18 de 1 Reis revela que a adoração a Baal possuía rituais
que tinham certa semelhança com o ritual hebreu. Usavam altar, havia
música, danças e também havia sacrifícios. Elias, porém, sabia que
aquela religião falsa, apesar de suas crenças e rituais, jamais
conseguiria produzir fogo (1 Rs 18.24). O teste seria, portanto, a
produção de fogo!
Observamos que os profetas de Baal ficaram grande
parte do dia tentando produzir fogo e não conseguiram (1 Rs 18.26-29).
Uma das marcas do culto falso é exatamente a tentativa de copiar, ou
reproduzir, o verdadeiro. Encontramos ainda hoje dezenas de religiões e
seitas tentando produzir fogo santo e não logram qualquer êxito.
Somente o verdadeiro culto a Deus faz descer fogo do céu (1 Rs 18.38)!
2. No que ela se diferencia da verdadeira. A
adoração verdadeira se diferencia da falsa em vários aspectos. O relato
do capítulo 18 de 1 Reis destaca alguns que consideramos essenciais. Em
primeiro lugar, a adoração verdadeira firma-se na revelação de Deus na
história (1 Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó, foram pessoas reais assim
como foram reais as ações de Deus em suas vidas. Em segundo lugar,
verdadeira adoração distingue-se também pela participação do adorador
no culto. Elias disse: “E que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36). A Bíblia
diz que Deus procura adoradores (Jo 4.24). Israel havia sido uma nação
escolhida pelo Senhor (Êx 19.5). Elias invocou, como servo pertencente
a esse povo, os direitos da aliança. Em terceiro lugar, ela
diferencia-se pela Palavra de Deus, que é o instrumento usado para
concretizar os planos e propósitos de Deus (1 Rs 18.36).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira adoração firma-se na revelação de Deus na história.
IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo religioso. O dicionário da língua portuguesa de Aurélio define o vocábulo sincretismo
como “a fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em
um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originais”. Essa
definição ajusta-se bem ao culto judeu no reino do Norte durante o
governo de Acabe. A adoração verdadeira havia se misturado com a falsa
e o resultado não podia ser mais desastroso. Esse problema da “mistura”
do culto hebreu com outras crenças foi uma ameaça bem presente ao longo
da história de Israel (Êx 12.38; Ne 13.3). O sincretismo religioso foi
uma ameaça, ainda o é e sempre o será. A fé bíblica não pode se
misturar com outras crenças!
2. A resposta divina ao sincretismo. O texto
sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de
Elias (1 Rs 18.38), o profeta de Tisbe deu instrução ao povo: “Lançai
mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão
deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” (1 Rs
18.40). Parece uma decisão muito radical, mas não foi. O remédio para
extirpar o mal precisava ser tomado. A decisão de Elias não foi tomada
por sua própria conta, mas seguia a orien
tação divina dada pelo Senhor
a Moisés. A lei deuteronômica dizia que era necessário destruir todos
aqueles que arrastassem o povo de Deus para a idolatria (Dt 13.12-18;
20.12-13).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O Deus de Israel é rigorosamente contrário a idolatria. Nele não há sincretismo religioso.
CONCLUSÃO
O desafio do profeta Elias contra os profetas de
Baal foi muito além de uma simples luta do bem contra o mal. Ele serviu
para demonstrar quem de fato era o Deus verdadeiro e, portanto,
merecedor de toda adoração. Foi decisivo para fazer retroceder o
coração do povo até então dividido. Mostrou que o pecado deve ser
tratado como pecado e que a decisão de extirpá-lo deve ser tomada com
firmeza.
A luta contra a falsa adoração continua ainda hoje
por parte dos que desejam ser fiéis a Deus. Não há como negar que ao
nosso redor ecoam ainda os dons advindos de vários cultos falsos,
alguns deles travestidos da piedade cristã. Assim como Elias, uma
igreja triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira
adoração prevaleça.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, T.; HINDSON, E. (Eds.) Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ: CPAD, 2008.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
SUBSIDIOS
INTRODUÇÃO
A apostasia em Israel era manifestada no sincretismo religioso, isto
é, a mistura de crenças. Nestes dias esse tipo de pensamento predomina,
principalmente no contexto da pós-modernidade. Veremos, na lição de hoje, que
os profetas de Baal precisavam ser confrontados por Elias. E que, atualmente,
devemos assumir uma posição profética confrontando posicionamentos contrários à
Palavra de Deus.
1. O SINCRETISMO BAALISTA
EM ISRAEL
Baal, cujo nome significa
“senhor ou marido” em hebraico, era uma divindade cananéia (I Cr. 5.5; 8.30; 9.36)
adorada por alguns israelitas, inclusive nos tempos do rei Acabe. Esse deus era
cultuado conjuntamente com a natureza, associado à fertilidade, por isso tinha
a ver com o raio e a chuva. O povo de Israel desenvolveu uma espécie de
sincretismo, uma confluência de crenças. Algumas pessoas queriam,
simultaneamente, adorarem a Yahweh e a Baal. O confronto profético se fez
necessário a fim de distanciar o povo da apostasia. O povo está confuso,
dividido entre dois pensamentos. A assimilação do baalismo pelos israelitas
resultou de uma série de fatores, dentre eles: o casamento misto com os
cananeus, em sua expressão mais grave do rei Acabe com Jezabel; a participação
em festas pagãs, e que fomentavam pecados sexuais; e as flexibilizações das
religiões cananeias, em oposição às exigências da fé judaica. O sincretismo
religioso entre baalismo e judaísmo pode ser identificado nas seguintes
passagens: Jz. 2.1-5; 2.11-13,17,19; 3.5-7; 6.25). A própria combinação de
palavras revela a combinação entre o Deus de Israel e o deus dos cananeus:
Jeeubaal (Jz. 7.1); Beeliada (I Cr. 14.7); Es-Baal e Meribe-Baal (I Cr.
8.33,34). Em I Rs. 18, identificamos o cúmulo do sincretismo religioso em
Israel. Deus levantou um profeta fiel e corajoso para confrontar os profetas de
Baal, a fim de evitar que o povo fosse tomado pela idolatria.
2. O CONFRONTO DE ELIAS
CONTRA OS PROFETAS DE BAAL
Diante dos descalabros do rei Acabe e da rainha Jezabel, fomentando a
idolatria em Israel, Elias propôs um confronto com os profetas daquela divindade
cananéia. Ele convida todos a se apresentarem no monte Carmelo, também os
quatrocentos e cinquentas profetas de Baal e os quatrocentos profetas do
poste-ídolo (I Rs. 18.19). O objetivo do profeta do Senhor era revelar que de
fato era o verdadeiro Deus, já que o povo se encontrava dividido entre dois
pensamentos. Por isso indagou Elias: “Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal,
segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (I Rs. 18.21). Isso mostra
que a apostasia já estava generalizada, e falta de compromisso com Deus. Elias
orientou para que novilhos fossem postos sobre a lenha, sem que fosse colocado
fogo, Yahweh e Baal deveriam ser invocados, o que respondesse com fogo seria o
verdadeiro Deus (I Rs. 18.22-26). O povo gostou da ideia, aprovou o confronto,
e os profetas de Baal clamaram à divindade, que não respondeu, eles manquejavam
ao redor do altar, sem êxito. Diante da falta de resposta de Baal, os profetas
se flagelaram, o profeta de Deus os tratou com sarcasmo: “Clamai em altas vozes,
porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades,
ou de viagem, ou a dormir e despertará” (I Rs. 18.27). Em seguida Elias provoca
os profetas, restaura o altar do Senhor, arma a lenha, pede para que derramem
água sobre esta e ora ao Deus de Israel (I Rs. 18.36-37). A resposta foi que
“caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a
terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu
de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!” (I Rs. 18.38,39).
3. CONFRONTANDO OS ÍDOLOS
MODERNOS
Como Elias, estamos diante de um confronto com a sociedade moderna,
mas somente aqueles que estão no centro da vontade de Deus reconhecem seu
ministério profético. A maioria que conta é a do Senhor, não a dos homens, de
nada adianta serem 850 contra 1, se Deus estiver do lado desse 1. Como o povo
de Israel, não podemos ficar coxeando entre dois pensamentos, divididos, a fim
de sermos politicamente corretos. Precisamos tomar partido, e o partido de
Deus, não o dos homens, para não sermos vomitados da boca de Cristo (Ap.
3.15,16). A maior carência nos dias atuais é a de profetas comprometidos com a
verdade de Deus. Homens e mulheres de princípios, que não se vendam por
dinheiro ou posição. O instrumento dos profetas do Senhor é a Sua palavra, eles
sabem que precisam prestar contas Àquele que é O Senhor, não um senhor. Além da
Palavra, os profetas de Deus não se apartam da oração, sabem que é por meio
desta que o Senhor intervém. A oração foi o recurso que Elias usou para revelar
ao povo quem era o verdadeiro Deus. Os profetas do Senhor não temem os falsos
profetas, e muito menos aos deuses porque suas vidas são consagradas
inteiramente a Deus. É bastante comum hoje os evangélicos ajustarem a Bíblia
aos seus interesses. Ao invés de se ajustarem ao evangelho de Jesus, em toda
sua radicalidade, servem mais aos seus interesses pessoais do que a pessoa de
Cristo. Nestes dias de apostasia, não carecemos de mais evangélicos, mas de
verdadeiros discípulos, que estejam dispostos a carregarem a cruz (Mt.
16.34-28).
CONCLUSÃO
O sincretismo religioso está comprometendo a fé de vários cristãos,
igrejas inteiras estão abrindo mão da palavra, e do Senhor, e se prostrando
perante outros deuses. Mas ninguém pode servir a Deus e a Mamom (Mt. 6.24), só
existe um Deus Verdadeiro, que enviou Jesus Cristo (Jo. 17.3). Jesus é o
Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não for por Ele (Jo. 14.6).
Em nenhum outro há salvação, somente em Jesus está a vida eterna (At. 4.12).
Não podemos fazer concessões em relação a essa verdade, que não admite qualquer
tipo de sincretismo e confrontar o erro pela Palavra de Deus.
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São
Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e
humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.Lição 04 - Elias e os Profetas de Baal (4) - Pr Altair Germano
O
episódio que envolveu Elias e os profetas de Baal nos faz pensar sobre a crise
espiritual e moral que assola o sistema religioso evangélico e político no
Brasil.
UMA PALAVRA SOBRE “SISTEMAS”
Estar
(fisicamente) num sistema, não significa necessariamente "ser"
(essencialmente ou ideologicamente) deste sistema.
Numa
perspectiva macro, Jesus falou disso em João 17.14-18, onde substituirei no
texto o termo "mundo" (macrossistema, caído e influenciado por
satanás) por "sistema" (organizações religiosas, corporativas,
políticas, etc., microssistemas influenciados pelo macrossistema):
Eu
lhes tenho dado a tua palavra, e o "sistema" os odiou, porque eles
não são do "sistema", como também eu não sou. Não peço que os tires
do "sistema", e sim que os guarde do mal. Eles não são do
"sistema", como também eu não sou. Santifica-os na verdade, a tua
palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao "sistema", também
eu os enviei ao "sistema". (Jo 17.14-18)
Percebe-se
no texto a possibilidade clara de "estar no", sem "ser do".
Os profetas bíblicos, e Elias e Eliseu se enquadram aqui, não foram enviados de outras nações (sistemas politicamente constituídos) para profetizar contra os pecados de Israel e Judá. Eles viviam no sistema (nação israelita e judaica politicamente constituída), e do sistema foram levantados contra o próprio sistema (nação politicamente constituida e influenciada pela idolatria, imoralidade, violência, corrupção, suborno, injustiça social etc).
Os profetas bíblicos, e Elias e Eliseu se enquadram aqui, não foram enviados de outras nações (sistemas politicamente constituídos) para profetizar contra os pecados de Israel e Judá. Eles viviam no sistema (nação israelita e judaica politicamente constituída), e do sistema foram levantados contra o próprio sistema (nação politicamente constituida e influenciada pela idolatria, imoralidade, violência, corrupção, suborno, injustiça social etc).
Foi
dessa forma que para Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam
em Ananote, na terra de Benjamim, o Senhor falou:
Tu,
pois, cinge os lombos, dispõe-te e dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não te
espantes diante deles, para que eu não te infunda espanto na sua presença. Eis
que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muro de
bronze, contra todo o país (sistema), contra os reis de Judá (sistema), contra
os seus príncipes, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. Pelejarão
contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te
livrar." (Jr 1.17-19)
Observe
que Jeremias era filho de sacerdote e morador de Benjamim. Ele estava
diretamente relacionado com o sistema em termos religiosos e políticos, mesmo
assim, o SENHOR o escolheu de dentro do sistema para se posicionar contra o
sistema, sem se isolar do sistema:
Olha
que hoje te constituo sobre as nações (sistemas) e sobre os reinos (sistemas),
para arrancares e derribares (nos sistemas), para destruíres e arruinares (os
sistemas) e também para edificares e para plantares (nos sistemas). (Jr 1.10)
Ezequiel
é um outro exemplo de profeta cuja origens remonta à família sacerdotal
(ministros religiosos do sistema). Dele no diz a Bíblia:
Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus. No quinto dia do referido mês, no quinto ano de cativerio do rei Joaquim, veio expressamente a palavra do SENHOR a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do SENHOR. (Ez 1.1-3)
Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus. No quinto dia do referido mês, no quinto ano de cativerio do rei Joaquim, veio expressamente a palavra do SENHOR a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do SENHOR. (Ez 1.1-3)
Ezequiel
não apenas estava no sistema, como, inclusive, foi vitimado pelas consequências
da desobediência a Deus que dominava o sistema, sendo levado cativo para a
Babilônia junto com os demais integrantes do sistema.
Isaías
tinha uma alta posição social no sistema, visto a liberdade com que transitava
na corte real (Is 7.3-17; 39.3), a maneira como intervinha em questões de
Estado (Is 37.5-7) e como se relacionava com os sacerdotes e portadores de
altos cargos (Is 8.2). Mesmo assim, com toda esta liberdade e envolvimento com
ilustres personagens do sistema, foi de dentro deste sistema e para profetizar
contra este sistema que o Senhor o levantou.
Mesmo
os profetas que não estavam muito próximos do centro do sistema (Jerusalém e
Samaria), como é o caso de Elias (1 Rs 17.1), Amós (Am 1.1), Miquéias (Mq 1.1)
e Naum (Na 1.1), de alguma forma se relacionavam com o sistema.
Sim,
é possível estar no sistema sem ser do sistema.
É
possível conviver no sistema e ser contra o sistema.
É
possível realizar coisas boas no sistema e denunciar as coisas ruins do sistema.
É
possível arrancar e derribar no sistema e também edificar e plantar no sistema.
É
possível ser voz e arauto de Deus "no" e "para" o sistema.
É possível ser santo e íntegro no sistema.
É possível ser santo e íntegro no sistema.
É
possível não se vender e não se render ao sistema.
É
possível influenciar positivamente no sistema, sem ser influenciado pelo
sistema.
É
possível imitar Jesus.
A QUESTÃO DOS FALSOS PROFETAS
Em relação aos falsos
profetas, observe o que nos diz a Bíblia Sagrada:
"Sabe
que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra de se não cumpri,
nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o SENHOR não disse; com
soberba, a falou o tal profeta; não tenha temor dele." (Dt
18.22)
"Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um
sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e
disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não
ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus,
vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e
de toda a vossa alma. Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis;
guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos
achegareis". (Dt 13.1-4)
Perceba que um falso profeta
não é apenas alguém que fala (ou prediz) algo em nome de Deus, e que este algo
não acontece. O segundo texto deixa claro que um profeta ou sonhador pode
anunciar um sinal ou prodígio, e que isto pode vir a acontecer, mas que tal
fato não autentica a integridade e a autoridade do profeta, nem a legitimidade
da profecia.
Para discernir o falso do
verdadeiro a pergunta chave é: Juntamente com a profecia, há um cuidado do
profeta em se manter fiel ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus?
Os falsos “profetas”, ou
seja, aqueles que dizem falar em nome de Deus, são reconhecidos pela ausência
de frutos em suas vidas (caráter cristão e compromisso com Deus), ou pela má
qualidade dos mesmos. Eles geralmente;
- Falam para agradar seus
ouvintes (I Rs 22.1-6 ).
- Falam sem serem
autorizados por Deus (Ez 13.1-9)
- Suas profecias tendem a
afastar o povo da palavra de Deus (Dt 13.1-4)
- Sempre estão procurando
tirar vantagens dos seus “dons” (Nm 22.7; Jd 11)
Nos dias de Elias havia
também falsos profetas, e estes serviam a Acabe e Jezabel:
Agora,
pois, manda ajuntar a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os
quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do
poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel. (1 Rs 18.19)
Os profetas que eram
sustentados por Jezabel nos faz pensar em algumas situações atuais, que envolve
alguns “mensageiros”. Há profetas bajuladores que somente falam o que o seu “rei”
e “rainha” querem ouvir, e assim garantem o seu sustento. Há profetas
mercenários que sua mensagem é de acordo com a conveniência do momento e com o
valor da oferta. Há profetas “agendeiros” que fazem de tudo para voltar às igrejas
onde são convidados. Há profetas que nem
crente são, pois nunca nasceram de novo. Há profetas empresários que somente
pensam em aumentar seu patrimônio pessoal. Há profetas artistas, que somente
pensam em aparecer.
Assim como nos dias de Acabe
e Jezabel, tem muito líder político hoje comprando a consciência e calando a
boca de profetas através de esquemas fraudulentos, de cargos e salários para o próprio
profeta, ou para os seus parentes e familiares.
Apesar dos profetas de Baal
e do poste-ídolo de nossos dias, ainda existem nas ruas, praças e templos, no
interior e nos grandes centros urbanos do Brasil, homens levantados e
sustentados pelo Deus de Elias.
Fonte: Pr Altair Germano
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