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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO - LIÇÃO 09 COM SUBSIDIOS



LIÇÃO 9 – ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO
TEXTO ÁUREO
"E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele" (Mt 17.2,3).

VERDADE PRÁTICA
O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 17.3 O Messias e a tipologia
Terça - Mt 17.10 O Messias e a escatologia
Quarta - Mt 17.12 O Messias rejeitado
Quinta - Lc 9.35 O Messias esperado
Sexta - Mc 9.12 O Messias humilhado
Sábado - Lc 9.29 O Messias exaltado 


INTRODUÇÃO
O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária!  O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré, Jesus. E não mais Elias. Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal.



I - ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração. O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: "o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17.2).A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.

2. Glória divina. Mateus detalha que durante a transfiguração "uma nuvem luminosa os cobriu" (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração  (Mt 17.1,2).

II - ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1. Tipologia. No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: "Escutai-o" (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se referia ao Profeta que viria depois dele: "O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.

2. Escatologia. Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias. O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3. 1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.

III - ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1. O Messias esperado. Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).  Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição,  João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.

2. O Messias rejeitado. O texto de Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a sentença: "Seis dias depois" (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que "seis dias" é uma outra forma de dizer: "uma semana depois". De fato, o texto paralelo de Lucas fala de "quase oito dias", isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.

IV - ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1. Humilhação. Os intérpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente a Elias falava de "restaurar todas as coisas" (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11).

2. Exaltação. Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: "Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido" (2 Pe 1.16,17).

CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus - o Cristo Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl 2.10,11).

SUBSIDIOS

NTRODUÇÃO
A transfiguração de Cristo, no Monte, é um dos textos que revela a glória do Senhor, antes mesmo da Sua morte e ressurreição. Na lição de hoje enfatizaremos esse importante episódios registrado nas páginas dos evangelhos. Inicialmente trataremos a respeito do evento propriamente dito, em seguida, a representação de Moisés e Elias em tal contexto, e ao final, refletiremos sobre a condição de cada crente após a transfiguração de Cristo.

1. A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS
A transfiguração de Jesus foi um evento particular (com alguns discípulos) e histórico (em tempo determinado), pois “seis dias depois”, Jesus tomou consigo “Pedro, Tiago e a João”, e os conduziu a um monte alto (Mt. 17.1). Esses apóstolos eram os mais próximos de Jesus (Lc. 6.12). Eles foram chamados, naquela circunstância, com o propósito específico de serem testemunhas oculares (Mc. 14.33).O monte, ao que tudo indica, se tratava do Tabor, situado cerca de 16 quilômetros de Cafarnaum. Mateus diz que “foi transfigurado diante deles”, e que seu rosto “resplandeceu como o sol” (Mt. 17.2). Suas vestes também foram modificadas, se tornaram “brancas como a luz”. Jesus, enquanto participante da glória divina, fez raiar essa luz. Esse momento glorioso antecipou, no plano escatológico, a glória que nEle haverá de ser revelada (Jo. 12.16,23; 17.5,22-24; II Co. 3.18; Mt. 13.43). Há quatro aspectos revelados naquele episódio:

1) a glória de Jesus – a palavra traduzida por transfiguração em português é metamorfose, que significa uma mudança exterior, proveniente do interior. Do interior de Jesus irradiou uma luz, ressaltando, assim, Sua glória essencial (Hb. 1.3). Esse acontecimento serviria para fortalecer a fé dos discípulos, o próprio Pedro confessou que Jesus era o Cristo, após aquele momento (Jo. 11.40);

2) a glória do Reino de Jesus – a transfiguração demonstrou a glória do Reino que está por vir (Mt. 16.28), cujo cumprimento visível se dará por ocasião do Milênio (Ap. 19). Após o arrebatamento da igreja (I Ts. 4.13-17), haverá a Tribulação, que terá fim quando Cristo vier em glória, como Rei dos reis e Senhor dos senhores;

3) a glória da cruz de Jesus – sofrimento e glória não são incompatíveis, Pedro aprendeu essa lição, e a registrou em sua epístola (I Pe. 1.6-8,11; 4.12). A morte de Jesus não foi uma derrota, mas uma conquista, não no plano político, mas espiritual, libertando as pessoas do sistema mundano (Gl. 1.4), do desespero (I Pe. 1.18) e da iniquidade (Tt. 2.14); e

4) a glória de sua submissão – aquele foi um ato de entrega, no qual Jesus deu o exemplo aos discípulos de que estava disposto a desfazer-se da glória para acatar o sofrimento. Aquela realidade inquietou os discípulos, principalmente a Pedro, que se negou a aceitá-la (Mt. 16.22).

2. MOISÉS E ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO
A presença de Moisés e Elias, durante a transfiguração de Cristo, tem um significado. Mateus diz que “apareceram Moisés e Elias, falando com ele (Mt. 17.3).
A visão possibilitou que os discípulos reconhecessem aqueles dois personagens como Moisés e Elias. Moisés representava a autoridade da Lei, é um símbolo do judaísmo, associado à vinda do Messias. Elias representava os profetas, sendo um dos maiores entre eles, confirmando, assim, a atuação messiânica de Jesus na terra. Moisés e Elias revelaram a aprovação do Pai em relação à missão de Jesus. O aparecimento daquelas duas figuras aponta para a aprovação do Pai do ministério messiânico de Jesus (Mt. 17.5).
Aquele foi um momento aprazível para os discípulos, que foram levados a perceberem a transitoriedade daquela circunstância. Isso serve de lição para muitos cristãos nos dias de hoje. Eles pensam que estão debaixo da transfiguração de Jesus, por isso, esquecem-se da cruz. Como os discípulos, acham que é muito bom está ali, sem atentar para a missão a ser desempenhada na terra (Mt. 17.4).
Há igrejas que se acomodam demasiadamente, a glória do templo os impede de saírem para libertar os cativos. Como Pedro, gostariam de ficar diante do Cristo transfigurado, querem construir “três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”.

3. APÓS O CRISTO TRANSFIGURADO
Certamente aquele foi um dos maiores momentos testemunhados por aqueles discípulos, e que os marcariam permanentemente. Mas eles não conseguiram compreender o significado daquela revelação. Talvez pensassem que se tratava da glorificação plena de Cristo, que aconteceria depois da ressurreição. Esse continua sendo um problema para a igreja desses dias. A teologia da glória tem recebido ênfase demasiada em detrimento da teologia da cruz. Alguns crentes parecem que estão vivendo já no reino milenial de Cristo. Não querem mais adoecer e pensam que estão isentos do sofrimento, querem apenas a plena prosperidade. É preciso destacar que estamos na condição do “ainda não”, o “já” está na dimensão do espiritual. É bem verdade que curas existem, e que não é proibido desfrutar de benção materiais. Mas elas não podem retirar o foco da glória que em nós haverá de ser revelada. Enquanto esse dia não chegar, tenhamos a consciência de que não podemos ficar no “monte da transfiguração”. O mundo nos espera, as palavras de Moisés e Elias nos impressionam, mas estão subordinadas ás palavras de Cristo (Mt. 17.5; Gl. 1.8,9; Hb. 1.1,2). Ele mesmo levantou os discípulos, dizendo que não tivessem medo. Moisés e Elias desapareceram, diante deles estava apenas Cristo, não mais transfigurado (Mt. 17.8). O sofrimento da cruz o aguardava, e também a do discipulado, que caracteriza aqueles que seguem a Cristo (Mt. 16.24).

CONCLUSÃO
Após descerem do monte Jesus orientou aos discípulos para que nada dissessem até que Ele mesmo ressuscitasse (Mt. 17.9) e fez a exegese de um texto do Antigo Testamento, mostrando que o Elias que haveria de vir na verdade era João Batista, (Mt. 17.11). Não que João Batista fosse a reencarnação de Elias, mas um antítipo, isto é, o cumprimento de um tipo. Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem, implorando para que libertasse seu filho oprimido (Mt. 17.15). Eis aqui a missão da igreja, não pode fugir da sua responsabilidade, pois ainda não chegou a hora da sua plena transfiguração (I Co. 15.54).

BIBLIOGRAFIA
GETZ. G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

A Glória do Rei

Mateus 17
Este capítulo começa com uma cena gloriosa no alto de um monte e termina com Pedro pegando um peixe para pagar seus impostos. Que contraste! No entanto, Jesus Cristo, o Rei, é o tema do capítulo todo. Os três acontecimentos deste capítulo oferecem três imagens do Rei.

1. O Rei  em sua glória
(Mt 17:1-13)
De acordo com Mateus e Marcos, a transfiguração aconteceu "seis dias depois", enquanto Lucas diz "cerca de oito dias depois"(Lc 9:28). Não há contradição, uma vez que o relato de Lucas é o equivalente judeu a "cerca de uma semana depois". Durante essa semana, os discípulos devem ter discutido o significado das declarações de Jesus sobre sua morte e ressurreição. Por certo, também estavam se perguntando o que aconteceria com as profecias do Antigo Testamento a respeito do reino. Se Jesus pretendia construir uma Igreja, o que aconteceria com o reino prometido? O texto não diz o nome do lugar em que esse milagre ocorreu, mas é provável que tenha sido no monte Hermom, perto de Cesaréia de Filipe. A transfiguração revelou quatro aspectos da glória de Jesus Cristo o Rei.

A glória de sua Pessoa.

Tanto quanto sabemos pelos relatos bíblicos, essa foi a única vez que Jesus revelou sua glória de tal forma durante seu ministério aqui na Terra. A palavra traduzida por transfiguração dá origem a nosso termo "metamorfose", que significa uma mudança exterior provinda de uma transformação interior. Quando uma lagarta constrói um casulo e depois sai de dentro dele na forma de uma borboleta, deu-se um processo de metamorfose. A glória de nosso Senhor não refletiu algo exterior, mas sim, irradiou algo interior. Houve uma mudança exterior que veio de dentro de Jesus e fez com que sua glória essencial resplandecesse(Hb 1:3).
Por certo, esse acontecimento serviria para fortalecer a fé dos discípulos, especialmente de Pedro, o qual havia confessado pouco tempo antes que Jesus era o Filho de Deus. Sua confissão de fé não teria sido tão significativa se ele a tivesse feito depois da transfiguração. Pedro creu, confessou sua fé e recebeu confirmação (ver Jo 11:40; Hb 11:6). Muitos anos depois, João relembrou este acontecimento quando o Espírito o inspirou a escrever: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, gfória como do unigênito do Pai" (Jo 1:14). Em seu Evangelho, João enfatiza a divindade de Cristo e a glória de sua pessoa (Jo 2:11; 7:39; 11:4; 12:23; 1 3:31, 32; 20:31). Quando veio à Terra, Jesus Cristo deixou de lado sua glória (Jo 17:5). Por causa de sua obra consumada na cruz, recebeu de volta sua glória, que hoje compartilha conosco (Jo 1 7:22, 24). No entanto, não precisamos esperar pelo céu para participar dessa "glória da transfiguração". Quando nos entregamos a Deus, ele "transfigura" nossa mente (Rm 12:1, 2). Ao nos sujeitarmos ao Espírito de Deus, ele nos transforma (transfigura)"de glória em glória" (2 Co 3:18). Ao examinarmos a Palavra de Deus, vemos o Filho de Deus e somos transfigurados pelo Espírito de Deus na glória de Deus.

A glória de seu reino.

No encerramento de seu sermão sobre tomar a cruz, Jesus prometeu que alguns de seus discípulos veriam "o Filho do Homem no seu reino" (Mt 16:28). Selecionou Pedro, Tiago e João para testemunhar esse acontecimento. Esses três amigos e sócios (Lc 5:10) haviam acompanhado Jesus à casa de Jairo (Lc 8:51) e, posteriormente, estariam com ele no jardim do Getsêmani, antes da crucificação (ver Mt 26:37).
G. Campbell Morgan chama a atenção para o fato de que, nessas três ocasiões, o assunto principal foi a morte. Jesus estava ensinando a estes três homens que ele é vitorioso sobre a morte (ressuscitou a filha de Jairo) e se entregou à morte (no jardim). A transfiguração ensinou que ele foi glorificado na morte. A presença de Moisés e de Elias foi significativa, pois Moisés representava a Lei e Elias os Profetas. Toda a Lei e os Profetas apontam para Cristo e se cumprem em Cristo (Lc 24:27; Hb 1:1). Nenhuma palavra do Antigo Testamento deixará de ser cumprida. O reino prometido será estabelecido (Lc 1:32, 33, 68-77). Assim como esses três discípulos viram Jesus glorificado na Terra, também o povo de Deus o veria em seu reino glorioso na Terra (Ap 19:11 - 20:6). Pedro aprendeu essa lição e nunca mais a esqueceu. "Nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade [...] Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética" (ver 2 Pe 1:12ss). A experiência de Pedro no monte apenas fortaleceu sua fé nas profecias do Antigo Testamento. O mais importante não é testemunhar grandes feitos e prodígios, mas ouvir a Palavra de de Deus. "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi" (Mt 17:5). Todos os que são nascidos de novo pertencem ao reino de Deus (Jo 3:3-5). Trata-se de um reino espiritual, separado das coisas materiais deste mundo (Rm 14:1 7). Mas um dia, quando Jesus voltar, haverá um reino glorioso por mil anos (Ap 20:1-7), com Jesus Cristo governando como Rei. Os que crerem nele reinarão com ele na Terra (Ap 5:10).

A glória de sua cruz.

Os discípulos precisavam aprender que o sofrimento e a glória andam juntos. Pedro não queria que Jesus fosse a Jerusalém para morrer, de modo que Jesus teve de ensinar-lhe que, sem seu sofrimento e morte, não haveria glória. Sem dúvida, Pedro aprendeu a lição, pois em sua primeira epístola enfatiza repetidamente o sofrimento e a glória (1 Pe 1:6-8,11; 4:12 - 5:11). Moisés e Elias conversaram com Jesus. Seu sofrimento e morte não seriam um acidente, mas uma conquista. Pedro usa a palavra “partida” ao descrever sua morte iminente (2 Pe 1:15). Para o cristão, a morte não é uma estrada de mão única para o esquecimento. Antes, é uma partida, um êxodo, a libertação da escravidão desta vida para a gloriosa liberdade da vida no céu. Pelo fato de Cristo ter morrido e pago o preço, pudemos ser redimidos: comprados e libertados. Os dois discípulos de Emaús esperavam que Jesus libertasse a nação da escravidão romana (Lc 24:21). Jesus não morreu para oferecer liberdade política, mas sim para conceder liberdade espiritual: fomos libertos do sistema do mundo (Gl 1:4), de uma vida fútil e sem propósito (1 Pe 1:18) e da iniqüidade (Tt 2:14). Nossa redenção em Cristo é decisiva e definitiva.

A glória de sua submissão.

Pedro não conseguia entender por que o Filho de Deus se sujeitaria a homens perversos e sofreria voluntariamente. Deus usou a transfiguração para ensinar a Pedro que Jesus é glorificado quando negamos a nós mesmos, tomamos nossa cruz e o seguimos. A filosofia do mundo é: "salve sua vida!", mas a filosofia cristã é: "entregue sua vida a Deus!" Ao se colocar diante deles em glória, Jesus provou aos três discípulos que a entrega sempre conduz à glória. Primeiro o sofrimento, depois a glória; primeiro a cruz, depois a coroa. Cada um dos três discípulos viveria essa importante verdade. Tiago seria o primeiro dos discípulos a morrer (At 12:1, 2). João seria o último, mas enfrentaria perseguições intensas na ilha de Patmos (Ap 1:9). Pedro passaria por muitas aflições e, no final, daria sua vida por Cristo (Jo 21:15-19; 2 Pe 1:12). Pedro opôs-se à cruz quando Jesus mencionou sua morte pela primeira vez (M t 16:22ss). No jardim, usou sua espada para defender o Mestre (Jo 18:10). Até mesmo no monte da transfiguração, Pedro tentou dizer a Jesus o que fazer, pois queria construir ali três tendas, uma para Jesus, outra para Moisés e outra para Elias, para que todos permanecessem ali e desfrutassem a glória! Mas o Pai interrompeu a Pedro e Deus  permite que seu Filho amado seja colocado no mesmo nível que Moisés e Elias. "A ninguém [...] senão Jesus", esse é o padrão de Deus (Mt 1 7:8). Enquanto descia o monte com seus três discípulos, Jesus advertiu-os a não revelar o que haviam visto, nem mesmo aos outros discípulos. Mas os três homens ainda estavam perplexos. Haviam aprendido que Elias viria primeiro em preparação para a fundação do reino. A presença de Elias no monte seria o cumprimento dessa profecia? (Ml 4:5, 6). Jesus responde a essa pergunta de duas maneiras. Sim, Elias viria conforme profetizado em Malaquias 4:5, 6, mas, em termos espirituais, Elias já havia vindo na pessoa de João Batista (ver Mt 11:10-15; Lc 1:17). A nação permitiu que João fosse executado e pediria que Jesus fosse morto. Apesar de tudo o que os líderes perversos fariam, Deus realizaria seu plano. Quando se dará a vinda de Elias para restaurar todas as coisas? Alguns acreditam que Elias virá como uma das "duas testemunhas", cujo ministério é descrito em Apocalipse 11. Outros acreditam que a profecia foi cumprida no ministério de João Batista e, dessa forma, Elias não virá outra vez.

Fonte.
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo : Novo Testamento : volume I / WarrenW. Wiersbe ; traduzido por Susana E. Klassen. - Santo André, SP :Geográfica editora, 2006.

SUBSIDIOS
Texto Básico:Mateus 17:1-8
“E Jesus transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”(Mt 17:2,3).

INTRODUÇÃO
O profeta Elias, foi um dos maiores profetas que Isael conheceu. Em momentos de decepção e expectativa frustrada, ele anseia a morte. Todavia, a Bíblia diz que ele não morreu, foi levado aos céus em um redemoinho(2Rs 2:11). Sua missão foi findada na Terra, mas a participação desse admirável homem de Deus na história sagrada não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos depois, como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus. Aliás, a experiência da transfiguração foi uma confirmação, por Deus Pai, que Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana – “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o”(Mt 17:5). Nesta Aula, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, Elias não aparece como a figura central, mas como uma figura secundária! O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré. Jesus, e não mais Elias, é o centro da revelação bíblica. No Monte da Transfiguração, Elias é apenas um figurante, representando os profetas, mas Cristo é a figura principal, o Messias prometido.

I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração. A transfiguração foi um breve vislumbre da verdadeira glória de Jesus, a afirmação divina de Deus de tudo o que Jesus havia feito, e que estava prestes a fazer. A Transfiguração revelou claramente não só que os discípulos estavam corretos ao crerem que Jesus era o Messias (Mt 16:16), mas que o compromisso deles estava bem firmado, e que a eternidade deles estava assegurada. Jesus era verdadeiramente o Messias, o divino Filho de Deus. A Palavra grega que relata que a aparência de Jesus mudou é “metamorphothe” de onde obtemos a palavra “metamorfose”. O verbo se refere a uma mudança extrema que vem de dentro. Não era uma mudança meramente de aparência, mas era uma mudança completa, em que a pessoa passa ter outra forma. Na terra, Jesus tinha a aparência de um homem, mas na Transfiguração, o corpo de Jesus foi transformado em um esplendor glorioso que Ele tinha antes de vir para a Terra (João 17:5); Fp 2:6), e que Ele terá quando voltar em glória (Ap 1:14,15).

2. A glória divina. Na Transfiguração, Pedro, Tiago e João viram a glória, identidade e poder de Jesus como o Filho de Deus (veja 2Pedro 1:16-18). Eles foram testemunhas oculares do poder e da glória do Reino de Cristo. Jesus quis transmitir aos seus discípulos que não teriam que esperar por outro Messias futuro, porque o Reino estava entre eles, e logo viria com poder. Mateus detalha que durante a Transfiguração “...uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o” (Mt 17:5). Da mesma maneira como a voz de Deus na nuvem sobre o monte Sinai conferiu autoridade à sua lei (Ex 19:9), a voz de Deus na Transfiguração também conferiu autoridade às Palavras de Jesus. Uma “nuvem luminosa” apareceu repentinamente, e a “voz” de Deus falou a partir da nuvem, destacando Jesus de Moisés e Elias como sendo o longamente esperado Messias, que possuía autoridade divina. Como já havia feito no batismo de Jesus, o Pai estava identificando Jesus como o seu “Filho amado” e o Messias prometido. Quando os discípulos ouviram a voz de Deus lhes falando diretamente, pois estavam envoltos pela nuvem luminosa, “tiveram grande medo”. Ao longo das Escrituras, a glória visível da divindade cria medo(veja Dn 10:7-9). Mas Jesus lhes disse que não temessem. Pedro desejou manter Jesus, Elias e Moisés ali, em três tabernáculos no Monte, mas o seu desejo era equivocado. O evento era meramente um vislumbre da glória divina, daquilo que estava por vir. Assim, quando “ergueram os olhos”, a nuvem e os profetas já não estavam mais ali. Os discípulos tinham que olhar somente para Jesus. Somente Ele estava qualificado para ser o Salvador.

II.  ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1. Tipologia. Na cena da Transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17:3). Estes eram considerados os dois maiores profetas do Antigo Testamento. Moisés representava a lei, ou a antiga aliança; ele havia escrito o Pentateuco e predito a vinda de um grande profeta(Dt 18:15-19). Elias representava os profetas que haviam predito a vinda do Messias (Ml 4:5,6). A presença de Moisés e Elias com Jesus confirmava a missão messiânica de Jesus para cumprir a lei de Deus e as palavras dos profetas de Deus (Mt 5:17). O aparecimento deles também removia qualquer pensamento de que Jesus fosse a reencarnação de Elias ou Moisés. Ele não era meramente um dos profetas. Como o único Filho de Deus, Jesus os sobrepujava grandemente em autoridade e poder. Além disto, a capacidade que eles tiveram de falar com Jesus, apóia a promessa da ressurreição de todos os crentes.

2. Escatologia. “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem, então, os escribas que é mister que  Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim  farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista” (Mt 17:10-13). O aparecimento de Elias no Monte causou uma pergunta na mente dos discípulos. Baseado em Malaquias 4:5,6, os escribas judeus criam que Elias devia voltar antes que o Messias viesse.  Elias havia aparecido no Monte, mas não tinha vindo em pessoa para preparar o povo para a chegada do Messias (especialmente na área do arrependimento). Os discípulos criam que Jesus era o Messias, mas queriam saber onde estava Elias. Jesus respondeu que Elias viria primeiro e restauraria todas as coisas. Estava escrito nas Escrituras que o Messias iria padecer muito e ser aviltado (por exemplo, Salmos 22:14,16,17; Is 53:1-12). Jesus explicou que, na verdade, Elias já veio. Mateus explica que os discípulos perceberam que Jesus se referia a João o Batista (Mt 17:13), que havia assumido o papel profético de Elias – confrontando o pecado com ousadia, e levando o povo a Deus. Assim como Elias, João Batista foi um profeta de confronto (Mt 3:7), ousado (Lc 3:1-14) e rejeitado (Mt 11:18). Como no caso de Elias, fizeram a João Batista tudo o que quiseram. Elias foi severamente perseguido pelo rei Acabe e pela rainha Jezabel, e fugiu para salvar a própria vida (1Reis 19). João Batista foi decapitado (Mc 6:14-20). Tudo isto ocorreu, como dele está escrito (Mc 9:13). Portanto, a presença de João Batista, o Elias que havia de vir, pregava com muita penetração que Jesus era o verdadeiro Messias vaticinado pelos patriarcas e profetas veterotestamentários.

III. A ESPIRITUALIDADE DO MONTE – ÊXTASE SEM DISCERNIMENTO ESPIRITUAL
Pedro, Tiago e João sobem o Monte da Transfiguração com Jesus, mas não alcançam as alturas espirituais da intimidade com Deus. Eles contemplam quatro fatos milagrosos: a transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolvem e a voz do Céu que troveja em seus ouvidos. Nenhuma assembleia na Terra jamais foi tão esplendidamente representada: lá estavam o Deus trino, Moisés e Elias – o maior legislador e o maior profeta. Lá estavam Pedro, Tiago e João - os discípulos mais íntimos de Jesus, os quais apesar de estarem envoltos num ambiente de milagres, faltou-lhes discernimento em quatro questões básicas:

1. Os discípulos não discerniram a centralidade da Pessoa de Cristo (Mt 17:3-8). Os discípulos estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem construir três tendas, dando a Moisés e a Elias a mesma importância de Jesus. Querem igualar Jesus aos representantes da Lei e dos Profetas. Como o restante do povo, eles também estão confusos quanto à verdadeira identidade de Jesus (Lc 9:18,19). Não discerniram a divindade de Cristo. Andam com Cristo, mas não lhe dão a glória devida ao seu nome (Lc 9:33). Onde Cristo não recebe a preeminência, a espiritualidade está fora de foco. Jesus é maior que Moisés e Elias. A Lei e os Profetas apontaram para Jesus. Tanto a Lei quanto os Profetas tiveram o seu cumprimento em Cristo (Hb 1:1,2; Lc 24:25-27). Moisés morreu e seu corpo foi sepultado, mas Elias foi arrebatado aos céus. Quando Jesus retornar, Ele ressuscitará os corpos dos santos que morreram e arrebatará os santos que estiverem vivos (1Ts 4:13-18).
O Pai corrigiu a teologia dos discípulos, dizendo-lhes: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o”. Jesus não pode ser confundido com os homens, ainda que com os mais ilustres. Ele é Deus. A Ele deve ser toda devoção. Nossa espiritualidade deve ser cristocêntrica. A presença de Moisés e Elias naquele monte longe de empalidecer a divindade de Cristo, confirmava que de fato Ele era o Messias apontado pela lei e pelos profetas.

2. Os discípulos não discerniram a centralidade da missão de Cristo. Moisés e Elias apareceram para falar da iminente partida de Jesus para Jerusalém (Lc 9:30,31). A agenda daquela conversa era a cruz. A cruz é o centro do ministério de Cristo. Ele veio para morrer. Sua morte não foi um acidente, mas um decreto do Pai desde a eternidade. Cristo não morreu porque Judas o traiu por dinheiro, porque os sacerdotes o entregaram por inveja nem porque Pilatos o condenou por covardia. Ele voluntariamente se entregou por suas ovelhas (João 10:11), pela sua Igreja (Ef 5:25).
Toda espiritualidade que desvia o foco da cruz é cega de discernimento espiritual. Satanás tentou desviar Jesus da cruz, suscitando Herodes para matá-lo. Depois, ofereceu-lhe um reino. Mas tarde, levantou uma multidão para fazê-lo rei. Em seguida, suscitou a Pedro para reprová-lo. Ainda quando estava suspenso na cruz, a voz do inferno vociferou na boca dos insolentes judeus: “desça da cruz, e creremos nele” (Mt 27:42). Se Cristo descesse da cruz, nós desceríamos ao inferno. A morte de Cristo nos trouxe vida e libertação. A morte de Cristo abriu as portas da nossa prisão e nos deu liberdade. Moisés e Elias entendiam isso, mas os discípulos estavam sem discernimento dessa questão central do cristianismo (Lc 9:44,45). Hoje, há igrejas que aboliram dos púlpitos a mensagem da cruz. Pregam sobre prosperidade, curas e milagres. Contudo, esse não é o evangelho da cruz, é outro evangelho e deve ser anátema!

3. Os discípulos não discerniram a centralidade de seus próprios ministérios (Mt 17:4). Eles disseram: “Senhor, bom é estarmos aqui”. Eles queriam a espiritualidade da fuga, do êxtase e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve.
É mais cômodo cultivar a espiritualidade do êxtase, do conforto. É mais fácil estar no templo, perto de pessoas co-iguais do que descer ao vale cheio de dor e opressão. Não queremos sair pelas ruas e becos. Não queremos entrar nos hospitais e cruzar os corredores entupidos de gente com a esperança morta. Desviamos das pessoas caídas na sarjeta. Não queremos subir os morros semeados de barracos, onde a pobreza extrema fere a nossa sensibilidade. Não queremos visitar as prisões insalubres nem pôr os pés nos guetos encharcados de violência. Não queremos nos envolver com aqueles que vivem oprimidos pelo diabo nos bolsões da miséria ou encastelados nos luxuosos condomínios fechados. É fácil e cômodo fazer uma tenda no monte e viver uma espiritualidade escapista, fechada entre quatro paredes. Permanecer no monte é fuga, é omissão, é irresponsabilidade. A multidão aflita nos espera no vale!(veja o caso do jovem lunático – Mc 9:14-29).

4. Os discípulos estavam envolvidos por uma nuvem celestial, mas tinham medo de Deus (Mt 17:5,6). Quando os discípulos ouviram a voz de Deus lhes falando diretamente, pois estavam envoltos pela nuvem luminosa, tiveram grande medo. Eles se encheram de medo a ponto de caírem de bruços. A espiritualidade deles é marcada pela fobia do sagrado. Eles não encontram prazer na comunhão com Deus através da oração, por isso, revelam medo de Deus. Jesus subiu ao Monte da Transfiguração para orar, mas em nenhum momento os discípulos estavam orando com Ele (Lc 9:28,29). Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Eles não tem sede de Deus. Eles estão o Monte a reboque, por isso veem Deus como uma ameaça. Eles se prostram não para adorar, mas por causa do medo. Eles estavam assombrados (Mc 9:6). Pedro, o representante do grupo, não sabia o que dizia (Lc 9:33). Mas Jesus lhes disse que não temessem (Mt 17:7). Deus não é um fantasma cósmico; Ele é o Pai de amor. O medo de Deus revela espiritualidade rasa e sem discernimento.

CONCLUSÃO
Diante do exposto acima, concluímos que os eventos ocorridos durante a Transfiguração aconteceram para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado (Mt 16:16), e que a aparição de Moisés e Elias com Jesus confirmava a missão messiânica de Jesus de cumprir a Lei de Deus e as palavras dos profetas de Deus. Os discípulos ficaram deslumbrados com a presença de Elias e Moisés, mas logo perceberam que eles foram embora, e que apenas Jesus ficou. Esses personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1:18,19; Hb 1:3). Nada neste mundo poderá substituir a presença de Jesus nem no culto nem em nossas vidas. Ao fim de tudo, que possamos ver unicamente a Jesus, como os discípulos também o viram.

CONSIDERAÇÕES DOS VÁRIOS COMENTARISTAS BÍBLICOS, A RESPEITO DA TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS.

(001) LUCAS  9.29 - TRANSFIGUROU-SE. Na sua transfiguração, Jesus foi transformado na presença de três discípulos, que viram a sua glória celestial, conforme Ele realmente era: Deus em corpo humano. A experiência da transfiguração foi:
(1) um alento para Jesus ante a sua iminente morte de cruz (cf. Mt 16.21);
(2) um comunicado aos discípulos de que Jesus teria de sofrer na cruz (v.31); e
(3) uma confirmação, por Deus, que Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana (v.35).
- Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal.

(002) MATEUS  17.1-13 Cf. também 2Pe 1.16-18.
MATEUS  17.2 Cf. Êx 34.29-35.
MATEUS  17.3 Moisés e Elias: Relacionados com as promessas do AT que Jesus veio cumprir. Cf. Dt 18.15; Ml 4.5-6.
MATEUS17.5 Nuvem luminosa: No AT a nuvem está relacionada com a presença divina; cf. Êx 16.10; 33.9-10; 40.34-38; 1Rs 8.10-11.
MATEUS  17.5 Gn 22.2; Sl 2.7; Is 42.1; Mt 3.17; 12.18; Mc 1.11; Lc 3.22. O meu Filho amado, em quem me comprazo: Ver Mt 3.17, n. A expressão a ele ouvi  ou escutai-o recorda Dt 18.15.
Fonte: Bíblia de Estudo Almeida

(003) MATEUS 17.1 PEDRO, Tiago e João, fizeram o círculo interno daqueles mais próximos de Jesus(Mt 20.20; 26.37).
17.2 Conquanto o verbo transfigurar possa denotar transformação espiritual(Rm 12.2; 2Co 3.18), aqui indica uma transformação visível, afirmando a glória essencial de Jesus, o Messias.
17.3 A aparição de Moisés e Elias significam que a Lei e os Profetas apoiam Jesus em sua missão de redenção.
17.5 A afirmação do Pai Celeste sobre a missão de redenção de Jesus ordena os discípulos a aceitar as instruções de Jesus sobre seu sofrimento.
Fonte; Bíblia de Estudo Plenitude.

(004) MATEUS 17.1 Seis dias depois. A expressão usada por Lucas(9.28) “Cerca de oito dias depois”, indica o dia inicial, o último dia e o intervalo entre os dois. Pedro{Pedro, Tiago e João}, o círculo mais íntimo de discípulos.
17.2 Foi transfigurado. Lit. foi transformado.
(a) A transfiguração ofereceu aos três discípulos um vislumbre da exaltação de Jesus e do Reino vindouro. O Senhor foi visto em seu corpo glorificado:
(b) Moisés e Elias representavam aqueles que Cristo levará consigo(por meio da morte ou do arrebatamento;  1Tess 4.13-18):
(c ) Os discípulos representavam Aqueles que contemplarão a sua vinda(Ap  1.7).
Fonte:  A Bíblia anotada  expandida(Editora Mundo Cristão) – Sociedade B. do Brasil.

(005) MATEUS 17.1 Seis dias depois,(Na linguagem hebraica isto é exclusivo, que significa, que todos os dias e o tempo não estão incluídos; Lucas disse, “Perto de oito dias”, mas isso em hebraico é inclusivo, significando que tudo está incluído),  tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, (Não nos diz qual monte;  “além” dos outros discípulos).

17.2 E transfigurou-se diante deles(Quer dizer que a glória não brilhou sobre Jesus, mas pelo contrário, brilhava para fora Dele, através de sua roupa) ; e o seu rosto resplandeceu como o sol,(Ap 1.16) e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.(A luz as fez brancas).

17.3  E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.(Moisés e Elias representaram a Lei e os profetas, os mortos, e santos arrebatados; falaram com Ele de Sua morte expiatória{Lucas 9.31}; esta doutrina é o grande tema do céu{Ap 1.5; 5.6 e 9; 7.14}).

17.5   E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu(Era uma demonstração da Shekiná, um símbolo da Presença do Mais Alto, que tinha aparecido sobre o Tabernáculo no deserto). E da nuvem saiu uma voz(a “nuvem” que os eclipsava, era uma olhada prévia da Obra do Espírito Santo depois do dia de Pentecostes em Glorificar a Cristo{João 16.14}  que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo(Temos aqui a Trindade, a vóz que saiu da nuvem, a qual era o Pai, Jesus, estando parado em uma luz brilhante e o Espirito Santo presente com a nuvem que os cobriu); escutai-o(Ouça-o ele Só; tudo vem por meio de Cristo e o que Cristo fez na cruz; em consequência o Espirito Santo trabalha{Rm 8.2}).

17.6  E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo(As palavras “tiveram grande medo”, significam que estavam temerosos de que morreriam).

17.7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo(Sempre é assim a Vóz do Salvador, aos que são na verdade sinceros, mas com tudo equivocados).

17.8 E, erguendo eles os olhos(Demonstra-os que examinam atentamente o lugar) , ninguém viram senão unicamente a Jesus(Tudo gira em torno de Jesus e o que Ele fez na cruz) .

17.9 E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos(Conforme o indicado, devido à vitória da cruz, a ressurreição nunca estava em dúvida).
Bíblia de Estudo do Expositor – JIMMY  SWAGGART.

ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO - MT.
FONTE DE PESQUISA: AS ACIMA SUPRA CITADAS.

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