LIÇÃO 13
A Morte de
Eliseu
Data: 31 de Março de 2013
HINOS SUGERIDOS 398,
442, 535.
TEXTO ÀUREO
“E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um
bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e
tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pês" (2 Rs
13.21).
VERDADE PRATICA
O ultimo milagre relacionado a vida de Eliseu demonstra o
poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.
LEITURA DIARIA
Segunda - 2 Rs
13.20 A transitoriedade da vida
Terça - 2 Rs 13.14 O
sofrimento humano
Quarta - 2 Rs 13.1
7 O lado divino na profecia
Quinta - 2 Rs
13.18 O lado humano na profecia
Sexta - 2 Rs 13.21
O justo abençoa em todo tempo
Sábado - 2 Rs
13.23,25 A fidelidade de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 13.14-21
14 - E Eliseu estava doente da sua doença de que morreu; e
Jeoas, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu
pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!
15 - E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um
arco e flechas.
16 - Então, disse ao rei de Israel: Poe a tua mão sobre o
arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as mãos do
rei.
17 - E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a.
Então, disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do SENHOR
e a flecha do livramento contra os siros; porque ' feriras os siros em Afeca,
ate os consumir.
18 - E disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então, disse
ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes e cessou.
19 - Então, o homem de Deus a se indignou muito contra ele e
disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros ate
os consumir; porem agora só três vezes feriras os siros.
20 - Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas
dos moabitas invadiam a terra, a entrada do ano.
21 - E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram
um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e
tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pês.
INTERAÇÃO
Nesta ultima lição do trimestre estudaremos os derradeiros
dias do profeta Eliseu. Ele foi um homem fiel ao Senhor ate o fim dos seus
dias. Todavia, como homem ele era mortal. Não temos como escapar, um dia
enfrentaremos a morte. Porem, ela não nos assusta.
Eliseu começou bem seu ministério profético e o encerrou
também com excelência. Ele viveu todos os seus dias como servo do Senhor e com
certeza pode declarar como o apostolo Paulo: ‘‘Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me esta guardada, a
qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia [“...]” (2 Tm 4.7). Que quando
chegar o nosso dia, possamos também declarar estas mesmas palavras.
OBJETIVOS
Apos esta aula, o aluno devera estar apto a:
Conscientizar-se sobre a brevidade da vida e a eternidade de
Deus,
Compreender a natureza da profecia final de Eliseu.
Explicar o proposito do ultimo milagre de Eliseu.
ORIENTACAO PEDAGÓGICA
Professor para a aula de hoje sugerimos que você reproduza o
quadro da pagina seguinte conforme as suas possibilidades. Utilize-o para
concluir a licao, fazendo um resumo geral da vida de um dos maiores profetas do
Antigo Testamento, Eliseu. Conclua enfatizando que o ultimo milagre relacionado
a vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a
Deus.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, acompanharemos os últimos passos do profeta
Eliseu. Constataremos que Eliseu foi, de fato, um gigante espiritual. Mas, como
todos os homens, estava sujeito as limitações comuns a todos os mortais —
nasceu, cresceu, envelheceu e morreu. Fica, portanto, em destaque o fato de que
os homens fazem historia, mas Deus e o Senhor da historia.
I - A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU.
1. A velhice de
Eliseu. Um bom tempo já se havia passado desde a ultima aparição do profeta
de Abel-meola no registro bíblico (2 Rs 9.1). De fato, entre os capítulos 9 e 1
3 de 2 Reis, há um intervalo de aproximadamente quarenta anos. Os estudiosos t
acreditam que, por essa época, Eliseu deveria estar com a idade aproximada de
oitenta anos.
Eliseu fora chamado ainda jovem para o ministério profético,
mas agora estava velho e doente. Às vezes, idealizamos de tal forma os homens
de Deus, que acabamos nos esquecendo de que eles também são humanos.
Envelhecem, adoecem e também morrem.
O texto bíblico deixa em patente o lado humano do profeta.
Fora um grande homem de Deus e ainda o era, mas ainda assim era um homem.
2. O sofrimento de
Eliseu. O mesmo texto que trata da doença e velhice de Eliseu fala também
do seu sofrimento (2 Rs 13.14,20). Eliseu estava doente, e isso sem duvida
causava-lhe algum sofrimento. Eliseu envelheceu e padeceu. Mas o foco aqui não
e o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse momento de sua vida e
como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pela idade, Eliseu continuava com o
mesmo vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma visão da obra de Deus.
Em nada a doença, ou quaisquer outras coisas, impediu-o de continuar sendo a
voz profética do Deus de Israel.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A doença não conseguiu impedir o profeta Eliseu de continuar
sendo a voz profética do Deus de Israel.
II - A PROFECIA FINAL
DE ELISEU
1. A ação de Deus na
profecia. Hoje esta na moda o jargão: “Eu profetizo sobre a tua vida".
Embora muito bonito e vestido de roupagens espirituais, tal jargão não passa de
orgulho e afetação humana. Isso por uma razão bem simples: nenhuma profecia,
que se ajuste ao modelo bíblico, tem seu ponto de partida no querer humano, mas
na vontade soberana de Deus (2 Pe 1.20,21).
Eliseu, por exemplo, refletindo os desígnios divinos, dizia
ao profetizar: “Assim diz o Senhor” (2 Rs 2.21; 3.1 6). A expressão “flecha do
livramento do SENHOR” (2 Rs 1 3.1 7) possui sentido semelhante. A profecia tem
sua origem em Deus e não no homem. Eliseu não profetizou para depois se
inspirar, mas foi primeiramente inspirado para depois profetizar (2 Rs 3.15).
2. A participação
humana na profecia. Vimos que uma profecia genuinamente bíblica tem sua
origem em Deus. Todavia, a Escritura mostra também que existe | a participação
do homem nesse processo. E o que vemos em 2 Reis 13.14-19. A indignação de
Eliseu quanto a relutância do rei Jeoas de Israel em continuar a atirar as suas
flechas, símbolo do livramento do Senhor contra os sírios, e bastante significativa.
Deixa clara a decepção do profeta com a falta de discernimento e perseverança
do rei. Faltou fé a Jeoas! Ele pensava
certamente tratar-se de uma mera cerimonia na qual ele teria
apenas uma participação técnica. A sua vitória seria do tamanho da resposta que
ele desse ao profeta. Deveria ter ferido a terra cinco ou seis vezes, mas fez
apenas três.Uma fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida. Em o Novo
Testamento, o Senhor Jesus ira por em destaque essa verdade (Mt 9.29).
SINOPSE DO TÓPICO (2) |
Aprendemos mediante a ultima profecia de Eliseu que uma fé
tímida obtém uma vitória igualmente tímida.
III - O ULTIMO MILAGRE DE ELISEU.
1. A eternidade e
fidelidade de Deus. E interessante observarmos que o ultimo milagre de
Eliseu deu-se postumamente. Eliseu já estava morto quando ocorre algo que
desafia a razão humana (2 Rs 13.20,21). Essa passagem revela pelo menos dois
aspectos dos atributos de Deus — Deus e eterno. Ele não morre quando morre um
homem de Deus, nem tampouco deixa de cumprir a sua Palavra quando as
circunstancias parecem dizer o contrario.
Ao permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse
vida a um morto, Deus mostrava ao rei Jeoas que a morte de Eliseu não iria
impedir aquilo que há algum tempo ele havia prometido a ele. Deus é fiel e zela
pela sua Palavra para a cumprir.
2. A honra de Eliseu. Além da fidelidade e
da eternidade de Deus, que ficam bem patentes nesse I ultimo milagre de Eliseu,
ha ainda mais uma lição que o texto deixa em relevo. Aqui e possível perceber
que, mesmo morto, o nome de Eliseu continuaria a ser lembrado como um autentico
homem de Deus.
Elias subiu ao céu vivo, Eliseu deu vida mesmo estando
morto. Os interpretes destacam que esse milagre, envolvendo os| restos mortais
de Eliseu, mostra que o Senhor possui planos diferenciados para cada um de seus
filhos. Portanto, não devemos fazer comparações nem questionar os atos divinos
(Jo 21.19-23). A Bíblia fala de homens, cujas ações continuam falando mesmo
depois * de haverem morrido (Hb 11.4).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
IV - O LEGADO DE ELISEU.
1. Legado
socio-cultural. já estudamos que Eliseu supervisionava as escolas de
profetas (2 Rs 6.1). Esse sem duvida foi um dos seus maiores legados.
Todavia, Eliseu fez muito mais; teve uma participação ativa
na vida espiritual, moral e social da nação. Enquanto Elias era um profeta do
deserto, Eliseu teve uma atuação mais urbana. Eliseu tinha acesso aos reis e
comandantes militares, e possuía influencia suficiente para deles pedir algum
favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas
aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.
2. Legado espiritual.
Há uma extensa lista de obras e milagres operados através do profeta Eliseu.
Sem duvida, eles demonstram seu grande legado. Podemos enumerar alguns:
abertura do Jordao (2 Rs 2.13,14); a purificação da nascente de agua (2 Rs
2.19-22); o azeite da viúva (2 Rs4.1-7); o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); a
panela envenenada (2 Rs 4.38-41); a multiplicação dos pães (2 Rs 4.42-44); a
cura de Naamã (2 Rs 5.1 -1 9) e o machado que flutuou (2 RS 6.1-7).
SINOPSE DO TÓPICO (4)
Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas
aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.
CONCLUSÃO
Assim termina a vida do profeta Eliseu. Um grande homem de
Deus que nunca deixou de ser servo. Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs
3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e foi exaltado por Deus. Mesmo
sem ter escrito uma linha, levanta-se como um dos maiores profetas bíblicos de
todos os tempos. Devemos imita-lo em sua vida de serviço e amor a Deus.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsidio Bibliográfico
“Joas visitou Eliseu devido ao grande respeito que tinha
pelo profeta, que estava próximo de falecer. Sua saudação: Meu pai, meu pai,
carros de Israel e seus cavaleiros!, foi a exclamação que o profeta pronunciou
na ocasião em que Elias foi levado ao céu (2 Rs 2.1 2). O fato de Joas utilizar
esta expressão e uma indicação de que ele reconhecia a proximidade da morte de
Eliseu. A ordem relacionada ao uso do arco e das flechas estava relacionada com
a Síria, que era a nação que oprimia Israel. Uma flecha lançada em direção ao
oriente simbolizava a vitória em Afeca; as setas lançadas ao solo simbolizavam
a vitória de Israel sobre a Síria.
Eliseu se indignou muito contra Joas, por saber que confiar
e se apoiar em outras nações era uma atitude errada. Era necessário ter uma
completa confiança em Deus para que fossem ajudados contra as nações
estrangeiras que procuravam oprimir Israel. O poder miraculoso associado aos
ossos de Eliseu tinha a finalidade de mostrar a Joas que o poder do Deus de
Israel seria manifestado sobre a Síria, mesmo apos a morte do profeta”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 2. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.
360-61).
VOCABULARIO
Afetação: Fingimento; simulação.
Alquebrado: Fraco, abatido, prostrado.
Postumamente: Posterior a morte de alguém.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de
Deus na terra. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
ELISEU
Pontos fortes e êxitos:
Foi sucessor de Elias como profeta de Deus.
Teve um ministério que durou mais de 50 anos.
Teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá,
Moabe e Síria.
Foi um homem integro que não tentou enriquecer-se a custa
dos outros.
Fez muitos milagres
para ajudar aqueles que estavam sofrendo necessidades.
Lições de
vida
Aos olhos de Deus uma medida de grandeza e a disposição para
servir aos pobres como também aos poderosos.
Um substituto eficaz não só aprende com o seu mestre; também
constrói sobre as realizações de seu mestre.
Revista Ensinador
Cristão.
Aqui chegamos ao fim de todos os homens, mesmo aqueles que
possuem um ministério tão marcante quanto o de Eliseu: a morte. Tal qual Elias,
Eliseu conheceu o fim do seus dias. Desta lição, podemos tirar pelo menos duas
grandes lições:
(1) Eliseu morreu de uma doença. O detalhe da Palavra de Deus
não nos permite ter equívocos: "Eliseu estava doente da sua doença de que
morreu" (2 Rs 13.14). Esse verso pode deixar constrangidos os proponentes
da confissão positiva, que alegam que um crente não pode ficar doente, e se
estiver doente, é porque não tem fé ou está em pecado. Eliseu era um homem de
Deus. Era um homem de fé. Realizou muitos milagres. Mas quando chegou sua hora
de partir, esse momento ocorreu porque o profeta ficara doente e a doença o
levou. Entende-se que Eliseu já era um homem de idade avançada, e que
naturalmente seu organismo, como o de outras pessoas dessa fixa etária, ficou
propenso a fraquezas e doenças. Foi um fato natural.
Precisamos entender dois princípios claros: a) que a nossa
obrigação é orar ao Senhor pedindo cura, e é Ele quem manda a cura para o seu
povo, conforme a sua vontade; b) Em sua soberania, Deus pode permitir que nossa
partida para estar com Ele se dê de diversas formas, inclusive por meio de
doenças. Ainda que isso ocorra, não podemos pensar que a morte, para o cristão,
é uma punição, mas sim uma promoção para estar lado a lado com o Senhor. Deus tem
uma forma de tratar com cada pessoa. Elias foi levado ao céu, vivo; Eliseu
passou pela morte, mas ambos estão com o Senhor.
(2) Eliseu teve um ministério respeitado. Ao longo de sua vida,
Eliseu teve contato direto com a escola de profetas em seus dias. Foi um homem
que viu milagres em seu ministério, trouxe orientações a governantes e gozava
da honra de outros profetas. E mesmo depois de morto, realizou um milagre de
ressurreição. Este último fato não nos permite crer que podemos rogar a
"santos homens e mulheres" para que nos ajudem em nossas
dificuldades, pois se observarmos a narrativa dessa ressurreição, não foi feito
nenhum pedido ao "santo Eliseu" para que ele ressuscitasse o homem
morto que foi jogado em sua cova. O fato simplesmente aconteceu pelo poder de
Deus, e não pela súplica direcionada a um profeta que estava no céu e poderia
interceder pelo morto a Deus. Nossas orações devem ser para o Senhor, e não
para pessoas consideradas santas. Nosso único intercessor é o Senhor Jesus
Cristo, o próprio Filho de Deus, e ninguém mais.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°53. p.42.
SUBSÍDIOS
I - A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU.
1. A velhice de Eliseu.
13.14 - Eliseu foi grandemente considerado por seu poder
profético e pelos milagres que Deus realizou por seu intermédio a favor de
Israel. Jeoas chamava-o de “carros de Israel e seus cavaleiros!". Isto
lembra o titulo que Eliseu deu a Elias em 2.12. Jeoas temeu a morte de Eliseu
porque atribuía o bem-estar da nação a este profeta, em vez de concede-lo a
Deus. O temor de Jeoas revela sua falta de entendimento espiritual. Pelo menos
43 anos passaram-se desde que Eliseu foi mencionado pela ultima vez nas Escrituras
(9.1), quando ungiu a Jeu rei (841 a.C.). O reinado de Jeoas começou em 798
a.C.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 528.
2. O sofrimento de Eliseu.
No livro de minha autoria, A Prosperidade à Luz da Bíblia
(CPAD, 2012), refutei a crença dos teólogos da Confissão Positiva acerca do
sofrimento. Para esses mestres, os crentes não precisam mais sofrer, pois
segundo eles, todo sofrimento já foi levado na cruz do calvário e o Diabo deve
ser responsabilizado por toda e qualquer situação de desconforto entre os
crentes. Aqui há uma clara influência da Ciência Cristã que também não admitia
a existência do sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o
sofrimento nem tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10).
John Ankerberg e Dillon Burroughs (2010, p.53), escrevem
que:
O sofrimento geralmente não é uma experiência agradável. No
entanto, o bem pode ser encontrado em tempos de sofrimento, até mesmo nas
situações mais extremas. Em nosso livro Defending Your Faith (Defendendo a sua
Fé), compartilhamos algumas razões por que às vezes as pessoas experimentam o
sofrimento:
• Para nos tornarmos exemplos para os outros.
• Para melhor nos compadecermos dos outros.
• Para permanecermos humildes.
• Como uma ferramenta de aprendizado.
• Para dependermos do poder de Deus.
• Para crescermos no nosso relacionamento com Cristo
(desenvolvendo o fruto do Espírito — Gálatas 5.22,23).
• Para revelar a necessidade da disciplina de Deus em nossa
vida.
• Para promover a obra de Cristo (quando os maus tratos a um
missionário abrem oportunidades para impactar outros com o amor de Cristo).
Um grande exemplo pode ser encontrado em Filipenses 1.12-14,
onde lemos:
“Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que
me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de
maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a
guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no
Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus”.
Ainda nessa obra, em um capítulo onde procurei mostrar a
melhor interpretação das palavras do apóstolo Paulo em Filipenses 4.13, tratei
mais exaustivamente sobre a questão das adversidades da vida:
“Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a
vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido
oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância:
em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura,
como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas
as coisas naquele que me fortalece. Todavia fizestes bem em tomar parte na
minha aflição. E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do
evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com
respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também uma e outra vez me
mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas, mas procuro o
fruto que abunde para a vossa conta. Mas bastante tenho recebido, e tenho
abundância: cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte
me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a
Deus. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas
necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.10-19).
Aqui estão as palavras que tem sido o carro-chefe do
triunfalismo neopentecostal: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece
(Fp 4.13). Estas palavras foram escritas pelo apóstolo Paulo e endereçadas à
igreja de Filipos por ocasião de sua segunda viagem missionária (At 16.6-40).
Os estudiosos da Bíblia estão de acordo que o apóstolo
endereçou essa carta à igreja de Filipos por ocasião de seu aprisionamento em
Roma. Mas o que essas palavras de Paulo significam não tem tido o mesmo
consenso entre os evangélicos. O sentido mais popular dado a ela expõe mais
presunção do que confiança; mais triunfalismo do que uma verdadeira fé. Fora do
seu contexto, o entendimento que lhe é atribuído é que o crente pode possuir o
que quiser, já que é Deus quem lhe garante isso. “Tudo posso” ganhou o sentido
de “Tenho Posse”. Passa, então a ser usado como um mantra que garante a
conquista de bens materiais seja em que condição for. Mas será esse o real
sentido desse versículo?
Como já vimos, uma das regras básicas dos princípios de
interpretação da Bíblia é a análise do contexto da passagem que se está
estudando. A grande maioria dos erros doutrinários surge por conta da violação
desse princípio. O texto ora em estudo não foge a essa regra.
Quando alguém usa as palavras de Paulo para justificar uma
vida em total saúde e riqueza e isenta de problemas, evidentemente que está
fazendo uso indevido do pensamento do apóstolo. Isso por uma razão bastante
simples — antes de declarar sua total suficiência em Cristo, o apóstolo diz:
“Sei estar abatido, e sei também ter abundância: em toda a maneira, e em todas
as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância
como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Somente após afirmar que passou por
situações mais adversas nas quais viveu em escassez e em outras nas quais
experimentou abundância é que ele diz poder todas as coisas naquEle que o
fortalecia. Ao estudar exaustivamente as palavras de Paulo em sua carta aos
filipenses, o erudito William Hendriksen (2005, p.593) destacou que:
“Paulo não é nenhum presunçoso para proclamar: ‘Eu sou o
capitão da minha vida’. Nem tampouco é um estoico que, confiando em seus próprios
recursos, e supostamente imperturbável ante o prazer ou dor, busque com todas
as suas forças supor, sem a menor queixa, sua irremediável necessidade. Conhece
(pessoalmente) tanto as alegrias quanto as aflições, e aprendeu a permanecer
contente. Seu contentamento, porém, tem sua razão em um outro, além de si
mesmo. O verdadeiro Manancial ou Fonte da suficiência espiritual de Paulo está
mencionado no versículo 13. E essa fonte jamais secará, não importa quais forem
as circunstâncias (...) aqueles que rejeitam a Cristo não podem compreender
como um cristão pode permanecer calmo na adversidade e humilde na
prosperidade.”
Dizer, portanto, que Paulo “deu a volta por cima” é forçar a
Escritura dizer uma coisa que ela não diz. Paulo não serve como exemplo de
alguém que começou pobre e terminou rico. Paulo nunca se preocupou por estar
por baixo e também nunca se preocupou em ficar por cima. Paulo começou seu
ministério fazendo tendas, que era um trabalho duro (At 18.3), e terminou em
uma prisão em Roma (Fp 3.12; At 28.30). A prosperidade do apóstolo não dependia
da abundância ou escassez de bens materiais, mas da sua suficiência em Cristo.
Hendrikson resume as palavras do apóstolo nesse contexto como segue:
1. Viver em circunstâncias de apertura
O apóstolo de fato sabia o que era passar necessidade (At
14.19; 16.22-25; 17.13; 1812; 20.3; 21—27; 2 Co 4.11; 6.4,5; 11.27,33).
Ele sabia o que era fome, sede, jejum, frio, nudez,
padecimentos físicos, tortura mental, perseguição, etc.
2. Ter fome
Fome e sede são com frequência mencionadas juntas (Rm 12.20;
1 Co 4.11; 2 Co 11.27; cf. como anseio espiritual: Mt 5.6).
3. Ter carência
O apóstolo, com frequência, não tinha o necessário. Sua
falta de conforto era tanta, que sua situação chegava à mais dura penúria.
Todavia, nenhuma dessas coisas o privou de seu contentamento.
4. Ter fartura
Antes de sua conversão, Paulo era um fariseu preeminente. O
futuro se lhe divisava brilhante e promissor. Paulo possuía abundância, e isso
de várias maneiras. Todavia, ele tinha carência do tesouro mais precioso: a paz
centrada em Cristo.
Para o apóstolo, a sua prisão estava sendo uma fonte de
bênçãos para o progresso do evangelho da mesma forma que a sua liberdade havia
sido (Fp 1.13,14). O que importava naquele momento não era uma conquista
pessoal, mas ser Cristo Jesus engrandecido pelo seu testemunho, mesmo que esse
fosse dado de dentro de uma masmorra. Não vemos em Paulo um escapismo
triunfalista que nega o sofrimento através da confissão positiva do tipo “tudo
posso, tudo posso!”. Nem vemos lamentando tampouco por Deus haver permitido tal
situação. O que prevalece é o contentamento em tudo! Somente pessoas
amadurecidas na fé são conscientes de que a alegria espiritual pode brotar em
meio ao sofrimento (2 Co 12.10).
O expositor bíblico R.C. Sproul (199, p.305,306), comenta
que: “As vezes, a presença da dor em minha vida traz o beneficio prático de me
santificar. Deus trabalha em mim através da aflição. Por mais desconfortável
que a dor possa ser, sabemos que as Escrituras nos dizem constantemente que a
tribulação é um meio pelo qual somos purificados e conduzidos a uma dependência
mais profunda de Deus. Há um beneficio a longo prazo que presumivelmente
perderíamos não fosse pela dor que somos chamados a “suportar por um pouco”. As
Escrituras nos dizem para suportar por um pouco, porque a dor que
experimentamos agora não pode ser comparada com as glórias reservadas para nós
no futuro. Do outro lado, o prazer pode ser narcótico e sedutor, de modo que
quanto mais o apreciamos e mais o experimentamos, menos conscientes nos
tornamos de nossa dependência e necessidade da misericórdia, auxílio e perdão
de Deus. Prazer pode ser um mal disfarçado, produzido pelo Diabo para nos levar
à ruína final. Essa é a razão porque a procura do prazer pode ser perigosa.
Quer experimentando dor ou prazer, não queremos perder Deus de vista, e nem a
necessidade que temos dele”.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 145
– 149. 2 Reis 13
Versículos 1-9: O reinado de Jeoacaz; 10-19: Jeoás rei de
Israel; Eliseu agoniza; 20-25: A morte de Eliseu; as vitórias de Jeoás.
Vv. 1-9. Era uma antiga honra dos israelitas ser um povo de
oração. Jeoas, o seu rei, em sua angustia, buscou ao Senhor e pediu a ajuda
direta dEle, e não aos bezerros. Que ajuda Deus poderia dar-lhe? observe quão
rápido e Deus para mostrar misericórdia; quão pronto e para ouvir a oração;
quão disposto a encontrar uma razão para ser bondoso; se não o fosse assim, não
teria olhado para tempos passados tão remotos, para o antigo pacto que Israel
infringira e abandonara por tantas vezes. Que isto seja para nos um convite e
nos comprometa para sempre com Ele; e que ainda alente os que o esqueceram,
para que retornem e se arrependam; porque nEle ha perdão, para que seja temido.
E se o Senhor responde o clamor de angustia que pede alivio temporal, quanto
mais considerara a oração de fé que pede bênçãos espirituais.
Vv. 10-19. Jeoas, o rei, foi visitar Eliseu para receber o
seu conselho e a benção do profeta que estava prestes a morrer. Pode ser para
nos uma grande vantagem espiritual visitar os homens bons em seu leito de
enfermidade ou de morte, para que sejamos exortados na fé através de seus
conselhos, transmitidos antes de eles morrerem. Eliseu garantiu ao rei o seu
êxito; porem, com a condição deste manter o seu olhar em Deus, em busca de
direção e forca. Não deveria confiar tanto em suas próprias mãos, mas
prosseguir na dependência do socorro divino. As mãos tremulas do profeta a
beira da morte, ao representar o poder de Deus, deram a esta flecha mais forca
do que toda a forca que pudesse haver nas mãos do rei. Por desprezar o sinal, o
rei perdeu o que fora sinalizado, para tristeza do profeta moribundo. Para os
homens bons, e um problema ver aqueles a quem querem bem abandonarem as suas
misericórdias, e vê-los perder as suas vantagens contra os inimigos
espirituais.
Vv. 20-25. Deus tem muitas maneiras para castigar um povo
provocador. Às vezes, os problemas surgem de um ponto que pouco tememos. Ao
mencionar que haveria invasões apos a sua morte, Eliseu indicou que a partida
dos fieis profetas de Deus e um pressagio dos juízos vindouros. O seu corpo
morto foi o meio para ressuscitar outro morto. Este milagre foi uma confirmação
de suas profecias. Este poderia ter referencia a Cristo, por cuja morte e
sepultura a tumba e transformada em uma passagem segura e feliz para a vida, a
todos os que creem. Jeoas triunfou contra os sírios por tantas vezes quantas
havia golpeado o solo com as flechas, e então as suas vitorias terminaram.
Muitos já se arrependeram da desconfiança e da timidez de seus desejos, mas
quando já e demasiadamente tarde.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico. 2 Reis pag. 23 – 25.
2 Reis 13. 14 – 21. É
irônico, o grande gigante da fé que havia feito tantos milagre durante a sua
vida ( e ate mesmo na depois de sua morte ver vs. 21, 22 ), tenha morrido de
doença . Há um elemento de mistério no ministério do milagroso ( ver nota em 2
Tm 4. 20 ).
PLENITUDE. Bíblia de Estudo. Editora Sociedade Bíblica do
Brasil. pag.398.
2 Timóteo 4. 20. O
fato de Paulo tê-lo deixado doente em Mileto expressa um enigma em relação a
cura. Embora a cura divina seja parte da herança dos santos (ver Mt 8. 14 –
17). Algumas vezes não somos curado, mesmo quando oramos com fé e confessamos
nossa fé extremamente. A Bíblia não da resposta explicitas a esse enigma, e o
fato de um colaborador próximo de um Apostolo não ter sido curado mostra que o
dilema desde os primeiros dias da igreja. Um fato como esse jamais deveria
desencorajar, ou causar dúvida nas nossas orações. Deveria, entretanto, servir
de proteção contra a presunção ou a condenação.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo. Editora Sociedade Bíblica do
Brasil. pag.1272, 1273.
13. 14 Eliseu estava
doente Eliseu, através de quem Deus realizara muitos milagres grandiosos,
morreu de uma doença fatal. A realidade nos ensina que grandes homens de fé às
vezes morrem de doença inclusive aqueles que antes exerceram um ministério de
cura divina. Entre as consequências da queda de Adão e de Eva estão à
enfermidade e a morte; ninguém esta isento delas.
STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora
CPAD. pag. 594.
II - A PROFECIA FINAL DE ELISEU
1. A ação de Deus na profecia.
Infelizmente há pregadores que se passam por profetas
tomando como ponto de partida em suas mensagens não mais as Escrituras
Sagradas, mas o ocultismo ensinado na Cabala, no judaísmo rabínico e em
diversos livros apócrifos. Para esses “profetas” o mundo espiritual é formado
por ciclos que se materializam neste mundo físico. Dessa forma alegam que
quando Deus criou o mundo, passou-se o primeiro, o segundo, o terceiro dia até
chegar ao ciclo completo que é o sábado! Depois do sábado o ciclo começa novamente! Para eles, a
Bíblia é cheia de códigos e esse arranjo matemático provaria que o ciclo muda a
cada “sete”, sendo que esse “sete” seria o número de Deus enquanto o seis seria
o número do homem! Fundamentado nesse artifício, que não tem uma só letra do
Novo Testamento a seu favor, derramam suas falsas profecias do tipo: “Daqui a
cinquenta dias algo tremendo vai acontecer em sua vida”.
A propósito, Wayne Grudem (2004, pp.232,233) faz uma
importante observação sobre o profetizar no Novo Testamento:
“No NT, a palavra “profeta” parece não descrever ofício
formalmente reconhecido ou posição. Em vez disso, é um termo funcional. Os que
profetizam regularmente são chamados de profetas. Contudo, mesmo quem não
profetiza com regularidade podia profetizar ocasionalmente.”
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 150.
2. A participação humana na profecia.
O escritor C. Samuel Sorms, pertencente ao Movimento
Terceira Onda, põe esse fato sobre a profecia em destaque quando diz:
“A chave se acha em reconhecer que, com cada profecia,
existem quatro elementos, dos quais somente um é seguramente da parte de Deus:
existe a revelação propriamente dita; existe a percepção ou recepção, por parte
do crente, daquilo que foi revelado; existe a interpretação daquilo que foi
revelado, ou a tentativa de averiguar seu significado; e existe a aplicação
daquela interpretação. Deus é responsável exclusivamente pela revelação. Tudo
quanto ele desvenda diante da mente humana é totalmente isento de erro. E tão
infalível quanto o próprio Deus. Não contém nenhuma falsidade; é totalmente
verdadeiro em todas as suas partes. Realmente, a revelação, que é a raiz de
toda expressão verbal profética genuína, é tão inerrante e infalível quanto a
própria Palavra de Deus registrada por escrito (a Bíblia). Em termo de
revelação somente, o dom profético no NT não difere em nada do dom profético no
AT.
O erro entra quando o ser humano que recebe a revelação de
Deus a percebe, a interpreta e/ ou a aplica erroneamente. O fato de Deus ter
falado de modo perfeito não significa que os seres humanos escutaram de modo
perfeito. E possível que interpretem e apliquem, sem erro, aquilo que Deus
revelou. Mas a mera existência de uma revelação divina não garante, por si só,
que a interpretação ou aplicação da verdade revelada por Deus compartilhará
daquela mesma perfeição.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 150,
151.
III - O ULTIMO MILAGRE DE ELISEU.
1. A eternidade e fidelidade de Deus.
A. W. Tozer (2000, pp. l 1,12) chamou a atenção para esse
fato quando comentou o texto bíblico: “Como fui com Moisés, assim serei
contigo”. Tozer destacou que:
“A incondicional prioridade de Deus em seu universo é uma
verdade no Antigo e no Novo Testamentos. O profeta cantou essa verdade em
linguagem de êxtase: ‘Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, ó meu
Santo?’ O apóstolo João a expõe com cuidadosas palavras de denso significado:
‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem
ele nada do que foi feito se fez.’[...] Não podemos pensar certo sobre Deus
enquanto não começamos a pensar nEle como estando sempre ali, e ali primeiro,
sempre existente antes de tudo mais. Josué teve que aprender isso. Ele fora
servo de Moisés, servo de Deus, e com tanta segurança recebera em sua boca a
Palavra de Deus, que Moisés e o Deus de Moisés se fundiram na mente dele, em
fusão tal que ele mal podia separar os dois pensamentos; por associação sempre
apareciam juntos em sua mente. Agora Moisés estava morto e, para que o jovem
Josué não seja abatido pelo desespero, Deus lhe fala para dar-lhe segurança:
‘Como fui com Moisés, assim serei contigo.’ Moisés estava morto, mas o Deus de
Moisés continuava vivo. Nada mudara e nada se perdera. De Deus nada morre
quando morre um homem de Deus.”
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 151,
152.
2. A honra de Eliseu.
13.20,21 - Eliseu morreu; porem, sua boa influencia
permaneceu, ao realizar ate milagres. Isto demonstrou que ele foi, na verdade.
um profeta de Deus. Também atestou o poder do Senhor — não dos ídolos pagãos
que jamais ressuscitaram alguém dentre os mortos. Este milagre serviu como mais
uma lembrança a Israel de que a nação rejeitara a Palavra de Deus, que fora
dada através deste profeta.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 528.
13.21 reviveu o
homem. Um homem morto retornou a vida depois de tocar os ossos de Eliseu. Esse
milagre foi um sinal de que o poder de Deus continuava a agir em relação a
Eliseu, mesmo depois da sua morte. O que Deus havia prometido a Jeoacaz por
meio de Eliseu, quando ainda estava vivo, certamente se cumpriria depois da
morte do profeta (cf. vs. 14,25), na derrota do inimigo, na recuperação das
cidades tomadas e na restauração do reino de Israel (vs. 22-25).
MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil.
pag. 496.
13. 21 TOCANDO (O
MORTO) OS OSSOS DE ELISEU, REVIVEU. Eliseu morreu e foi sepultado, mas mesmo la
na sua sepultura, Deus se manifestou o seu poder e deu testemunho do caráter de
Eliseu como o profeta que vivifica ( 4. 32 – 37, 1 Reis 17, 17 – 24 ). Este milagre
sugere que a influencia de uma pessoa que anda com Deus não cessa
automaticamente com a morte, mas que depois disso poderá ser um manancial de
vida espiritual para os outros ( Jo 12. 24; 2 Cor 4. 11, 12).
STAMPS. Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 595.
IV - O LEGADO DE
ELISEU.
1. Legado socio-cultural.
Vv. 8-17. O rei de Israel pensava bem a respeito de Eliseu,
por causa de seus últimos serviços prestados. Um homem bom pode ter tanto
prazer em servir aos demais quanto em sua própria prosperidade. Porem, a
sunamita não necessitava de um bom oficio desta categoria.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico. 2 Reis pag. 8.
1-7. Eliseu aumenta o óleo da viúva.
A seção 4.1-8.6 rompe a historia sincronizada dos reinados
dos soberanos de Judá e Israel, e forma um interlúdio que trata do ministério
milagroso de Eliseu. Em Israel, podia-se vender um filho como escravo para
pagar uma divida (Ex 21.7; Dt 15.12-18; Lv 25.9-34; cf. Jr 34.8-16; cf. o
milagre de Elias em l Rs 17.14-16).
8 -3 7 .0 filho da sunamita e ressuscitado. A mulher vivia
em Sunem, cerca de oito quilômetros ao norte de Jezreel. Ela não só concebeu um
filho já idosa, segundo a palavra de Deus por meio de Eliseu, 8-17, mas o
menino foi ressuscitado, 18-37. (Cf. o milagre análogo de Elias, 1 Rs 17.17-24.
Cf. também Hb 11.35.)
38-4 1 .0 cozinhado venenoso fica são. A farinha, jogada no cozinhado para anular as
venenosas cabeças silvestres (provavelmente colocíntidas, um forte laxante que
e venenoso em grandes quantidades), retrata o poder que tem Deus de eliminar o
mal. Por meio da nossa fe, ele pode eliminar o mal que existe em nos.
42-44. A multiplicação dos pães encontra notável paralelo no
ministério do Senhor (Mt 14.13-21; 15.32-38).
5. Eliseu e Naamã
1-19. A cura de Naamã. Naamã ("agradável") e um
retrato do homem natural, que desfruta do bom e do melhor, mas e obstinado.
"Porem [era] leproso", 1; a lepra ilustra vividamente o pecado. O
testemunho da israelita cativa foi eficaz, e Naamã foi ter com o rei de Israel
em busca da cura, levando "dez talentos de prata, seis mil sidos de
ouro", 2-7. Naamã se revela um homem orgulhoso, ofendido pela rude
instrução que recebe de Eliseu, de lavar-se sete vezes no barrento Jordao,
8-12. Sua aquiescência e análoga ao pecador orgulhoso que aceita o humilde
caminho de salvação pela graça de Deus e é purificado do pecado, 13-14, e
salvo, 15-19.
O desejo de Naamã de levar para casa "uma carga de terra de
dois mulos" de Israel, 17, deveu-se a sua ideia errônea de que um deus não
poderia ser adorado fora da sua própria terra. Sua posição de oficial exigia
que ele fingisse cultuar Rimom, o principal deus da Síria, chamado também
Hadade; mas Naamã foi realmente curado e salvo. (Cf. Lc 4.25-27).
20-27. Pecado e castigo de Geazi. A cobiça rendeu a Geazi a
lepra, da qual a graça havia salvado o gentio sírio. Salvação maior que a de
Eliseu foi aceita pelos gentios, enquanto aqueles tão intimamente ligados ao
Salvador (Israel) endureceram os seus corações (Rm 11.1-25).
6—7. Eliseu e outros milagres
6.1-7. A cabeça de machado que flutuou.
Eliseu recuperou a cabeça de ferro do machado. Naamã parece
ter ficado indignado com a mensagem de Eliseu, para que se lavasse sete vezes
no lamacento rio Jordao.
6.8-23.
O exercito sírio foi cegado e capturado pelas
orações de Eliseu. Dota, cerca de dezesseis quilômetros ao norte de Samaria,
foi escavada por J. P. Free, da Faculdade Wheaton, Illinois.
6.24-7.20. A fuga do exercito sírio que cercava Samaria,
segundo profecia de Eliseu, foi fruto da intervenção de Deus.
8. Eliseu e Hazael
1-6. Eliseu novamente ajuda a sunamita.
A historia dessa mulher e retomada, dando continuação a
4.8-37. Eliseu profetizou a fome, 1-2, e enviou a mulher a Filisteia (cf. Gn
26.1), aonde fora Isaque pelo mesmo motivo. A influencia de Eliseu rendeu a
mulher a restituição de sua propriedade em Sunem.
7-15. Eliseu prevê a morte de Ben-Hadade e a usurpação de
Hazael. Hazael foi divinamente escolhido para castigar Israel pelos seus
pecados e, por isso, Eliseu chorou, 11. Hazael tornou-se rei da Siria como o
previsto (cf. lRs 19.15-16; Os 13-16).
16-29. Os reinados de Jeorão e Acazias em Judá. Atalia era
esposa de Jeorão. A "lâmpada" simbolizava a permanência da dinastia
davidica, 19 (cf. 2Sm 21.17; lRs 11.36; 15.4). A Jeorão (Jorão) sucedeu seu
filho Acazias, cuja mãe era Atalia. Jeorão reinou de 852 a 841 a.C.; Acazias,
em 841.
9—10. 0 reinado de Jeu
9.1-37. Eliseu faz ungir Jeu. Jeu teve um longo reinado, c.
841-814 a.C. Ele foi ungido (cf. lR s 19.15-16) como grosseiro instrumento da
cruenta tarefa de exterminar a casa de Acabe e o baalismo. Esse ultimo era tão
indizível e viciosamente cruel, que se fazia necessário um homem como Jeu, de
persistência incansável. Jorão, Acazias e Jezabel foram liquidados. Zinri, 31, foi
um assassino brutal (lR s 16.8-12).
10.1-36. Continua a purgação de Jeu.
Com sagacidade e impiedade, Jeu varreu toda a casa de Acabe,
os "setenta filhos", 1, entre os quais sem duvida havia netos, além
dos adoradores de Baal, 11. Jonadabe, o recabita ("filho de Recabe"),
15-17, uniu-se a Jeu no extermínio. Os recabitas eram um povo de vida simples
que conservava estritamente o estilo de vida do deserto, evitando a corrupção
da vida urbana (lC r 2.55; Jr 35).Ao exterminar os sacerdotes e adoradores de Baal,
18-27, Jeu aproximou-se do zelo de Elias, mas com este contrastava em sutileza.
Começa a cruel carreira de Hazael, 32-33.
UNGER. Merrill Frederick. Manual Bíblico Unger. Editora Vida
Nova. pag. 181, 183.
2. Legado espiritual.
Assim termina a vida do profeta de Abel-meolá. Um grande
homem de Deus que nunca deixou de ser servo. Começou pondo água nas mãos de
Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e terminou sendo
exaltado por Deus. Mesmo sem ter escrito uma linha, se levanta como um dos
maiores profetas bíblicos de todos os tempos. Deixou sua marca na História, mas
em nenhum momento atraiu para si a atenção pelos milagres feitos. Deus a quem
ele amava e servia era sua fonte de satisfação. Devemos imitá-lo nisso.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 153.
SUBSÍDIOS
A MORTE DE ELISEU
Texto Áureo: II Rs. 13.21 – Leitura Bíblica: II Rs. 13.14-21
INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre de estudos
inspirativos na Escola Bíblica Dominical com base na vida de Elias e Eliseu.
Nesta última aula trataremos a respeito da morte de Eliseu, uma oportunidade
para refletir sobre a morte do cristão. A princípio destacaremos a realidade
bíblica e existencial da morte. Em seguida, trataremos especificamente sobre a
morte de Eliseu. Ao final, mostraremos a mensagem evangélica em relação à
morte, a fim de encorajar-nos à esperança.
1. MORTE, UMA REALIDADE BÍBLICO-EXISTÊNCIAL
A morte é uma realidade atestada na Bíblia e na experiência
humana. Em Gn. 2.17 nos deparamos com o primeiro texto elusivo à morte como
consequência do pecado. Paulo, em Rm. 5.12;6.23, confirma essa verdade,
ressaltando que o pecado tem seu salário. A morte sempre inquietou o ser
humano, desde o Antigo Pacto, no qual encontramos, no discurso de Jó (Jó.
19.25-37) e dos salmistas (Sl. 16.8-11; 17.15; 73.23-26), lampejos de esperança
em relação à vida após a morte. Mas é no Novo Testamento, na pessoa de Jesus
Cristo, que encontramos a revelação plena da vida eterna (II Tm. 1.10). Paulo,
em I Co. 15.55, destaca que, ao final, o ferrão da morte será aniquilado. Isso
acontecerá por ocasião da ressurreição, quando o que é corruptível se revestirá
da incorruptibilidade (I Co. 15.57). O sentido da palavra morte, na Bíblia, é
bastante amplo, e apresenta aspectos distintos. É preciso diferenciar a morte
física da espiritual. Para tanto, devemos explicitar que a palavra morte
significa separação, e não o final da vida, como se costuma pensar nos dias
atuais. A primeira morte, a respeito da qual trata a Bíblia, é a biológica,
quando as funções corporais param. A segunda morte, a espiritual, está
relacionada ao julgamento final (Mt. 8.22; Lc. 15.15.32; Ef. 2.1-3; Cl. 2.13; I
Tm. 5.6; Ap. 2.11; 20.14; 21.8). O materialismo predominante na sociedade
contemporânea tem conduzidos muitos à angústia em face da morte. Para alguns
filósofos, como Heidegger, o homem é um ser-para-a-morte, não pode escapar
desta. Para outros, como Jean Paul Sartre, ela é um tremendo absurdo, que nos
conduz ao desespero. Mas essa não é a realidade bíblica, as pessoas morrem, mas
Jesus, que é Senhor da Vida, tem Seus propósitos (Jo. 11.25,26).
2. ELISEU, QUANDO UM HOMEM DE DEUS MORRE
A morte de Eliseu é uma demonstração bíblica do que Deus
pode fazer através da morte dos Seus servos. Aproximadamente quarenta anos se
passaram entre os capítulos 9 e o 13 de II Rs. O profeta Eliseu envelheceu, e
com esta veio a enfermidade o sofrimento (II Rs. 13.14,20). Apesar da dor, Deus
estava presente com Eliseu, não o desamparando. No contexto da sociedade que
endeusou a longevidade, somos levados a menosprezar aqueles que adoecem. Mas a
Palavra de Deus revela que a enfermidade pode ser uma oportunidade para o
Senhor manifestar a Sua glória. Ninguém deve desprezar uma pessoa pelo fato de
essa se encontrar enferma. Ao contrário do que defendem os adeptos da teologia
da saúde, a doença necessariamente não é resultante de pecados específicos (Jo.
9.1). Eliseu, como tantos outros homens e mulheres de Deus ao longo da
história, viveu, envelheceu, adoeceu e morreu. Não
podemos esquecer que estamos em um mundo caído, sujeitos as
mesmas intempéries que as demais pessoas. Se apenas os servos de Deus não
adoecessem e não morressem os ouvintes não hesitariam em seguir o evangelho. A
doença e a morte chegam igualmente à casa do crente e do descrente, do rico e
do pobre. Eliseu, o profeta que fora maravilhosamente usado por Deus, também
morreu. Mas Deus usou aquela morte para trazer vida, já que um defunto, ao
tocar os restos mortais do profeta, voltou à vida. Esse tipo de milagre ainda
pode acontecer literalmente hoje, mas podemos também fazer uma aplicação
espiritual dessa realidade. Há mortos cujo testemunho vivificam ainda hoje,
suas palavras revelam a soberania de Deus, são heróis da fé, pessoas das quais
o mundo não era digno (Hb. 11.36-38).
3. O CRISTÃO E A VIDA PARA ALÉM DA MORTE
Diferentemente daqueles que não têm esperança, o cristão
sabe que Deus tem um propósito, na vida e na morte (Rm. 8.28). Como diz a letra
de um hino sacro: “porque Ele vive, podemos crer no amanhã, porque Ele vive,
temor não há”. A morte para o cristão não é o fim, trata-se de um acontecimento
precioso aos olhos de Deus (Sl. 116.15). Isso implica em um comprometimento
ético diante da vida terrena, de modo que precisamos aprender a contar os
nossos dias, a fim de alcançarmos corações sábios (Sl. 90.12). E quando
partimos, e deixarmos esse corpo terreno, temos a convicção de que estaremos na
presença de Cristo (I Co. 5.8). Esse é o motivo que nos faz jubilar, e saber
que partir, e estar com Cristo, é consideravelmente melhor (Fp. 1.21). Esta
geração de evangélicos deturpou o ensinamento bíblico em relação à morte. A
maioria daqueles que professa a fé evangélica vive aturdida, sem esperança,
assustada diante da morte. A teologia da ganância, que alguns chamam de
prosperidade, fundamentada em um pseudopentecostalismo, está minando a fé dos
“crentes”. Esses “evangélicos” foram tomados pela doutrina materialista,
somente conseguem colocar o tangível diante dos seus olhos. Eles falam de fé,
mas não a têm, pois a fé que esposam é somente para conseguirem o que desejam.
A fé genuinamente bíblica é a convicção das coisas que se esperam, mas que
ainda não podem ser tocadas (Hb. 11.1). A fé que agrada a Deus é aquela que vai
além da vida, que não se sustenta no transitório, mas no que é eterno (Hb.
11.6). Aqueles que não apenas professam, mas que vivem a partir dessa fé, sabem
que nada, absolutamente coisa alguma, os separará do amor de Deus em Cristo
Jesus, a vida, e muito menos a morte (Rm. 8.38,39).
CONCLUSÃO
Eliseu alcançou a velhice, e depois de muitos anos vividos,
adoeceu e morreu. A sua morte foi uma oportunidade para Deus manifestar o Seu
poder, e trazer um moribundo para a vida. Esse episódio é também um tipo da
morte de Cristo, pois através da Sua morte e ressurreição, muitos foram
trazidos à vida (Rm. 5.12-14). Cristo é a Semente da mulher de Gn. 3.15, a
maldição imposta à humanidade foi colocada sobre Ele (Rm. 5.9; I Ts. 1.10; Gl.
3.13), e, por essa, nos resgatou da morte e da escravidão do pecado (Cl.
2.13-15).
BIBLIOGRAFIA
DILLARD, R.
B. Faith in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New
Jersey: P&R, 1999.
RUSSEL, D.
Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.
SUBSÍDIOS
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2012
Título: Vencendo as
aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 3: A morte para
o verdadeiro cristão
Data: 15 de Julho de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque para mim o
viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
VERDADE PRÁTICA
Para o crente, a
morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão
com Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 6.23 A
morte é consequência do pecado
Terça - Gn 35.18; Tg
2.26 Morte, separação entre alma e corpo
Quarta - Sl 16.10;
49.14,15 A expectativa de vida após a morte
Quinta - Sl 16.9-11;
Is 26.19; Dn 12.2 A ressurreição no Antigo Testamento
Sexta - 1 Co 15.1-58 A
ressurreição no Novo Testamento
Sábado - Ap 20.14 A
morte da morte
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE: 1 Coríntios 15.51-57.
INTERAÇÃO
A morte é um fenômeno
que se abate sobre a pessoa de qualquer sexo, classe social ou idade. A morte
vem! Você já pensou nisso hoje? Não queremos usar de terror psicológico ao
abordar esse tema, mas é importante, num mundo materialista onde vivemos, ao
menos uma vez, darmo-nos conta de que a qualquer momento teremos de enfrentar
esse inevitável fenômeno. Pode ser hoje, amanhã ou daqui alguns anos. Não
importa; a “dama enigmática” nos cercará e, fisicamente, nos consumirá. Então,
onde estará a nossa esperança? Como nos comportaremos frente à iminência dessa
suprema realidade? Eis alguns dos questionamentos acerca desse tema.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Conceituar técnica e biblicamente o evento da morte.
Explicar a morte no Antigo e Novo Testamento.
Saber que a morte, apesar dos pesares, é o início da vida
eterna.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, a
morte de um ente querido significa a interrupção abrupta de uma íntima relação
humana. Esse fato traz o sentimento de vazio, saudade e solidão na alma. É
possível que isso esteja acontecendo com alguns dos seus alunos. Por isso, com amor
e cuidado, conclua a lição desenvolvendo a seguinte atividade reflexiva:
1. Selecione cinco alunos;
2. Peça a eles que relatem suas experiências de perda de
ente querido (pode ser dentro ou fora da família);
3. Em seguida, leia 1 Tessalonicenses 4.13,14,18. Encerre a
aula dizendo que o Espírito Santo é aquEle que consola os corações. Ore com
eles!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Morte: Interrupção definitiva da vida terrena.
Numa sociedade
materialista, evita-se falar sobre assuntos negativos. No entanto, a morte é um
fenômeno real que se abate sobre os seres humanos de todas as idades, classes
sociais e religiões. Afinal de contas, quem pensa em morrer? Há alguma virtude
na morte? Nos dias atuais, o desespero vem tomando conta das pessoas, até mesmo
das que professam a fé cristã. É uma pena que alguns púlpitos não estejam
preocupados em preparar as suas ovelhas, através das Sagradas Escrituras, para
enfrentar essa realidade que pode chegar a qualquer família, sem avisá-la ou
pedir-lhe licença. Por isso, nessa lição, demonstraremos que Deus se preocupa
com a fragilidade e vicissitude humanas, principalmente quando se trata de um
tema tão laborioso e delicado.
I. O QUE É A MORTE
1. Conceito. Não é tarefa fácil definir a morte. Como
fenômeno natural, ela é discutida na ciência, na religião e faz parte de
debates cotidianos, pois atinge a todos (Sl 89.48; Ec 8.8). Anteriormente
definida como parada cardíaca e respiratória, o consenso médico atual a define
como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco irreversível do corpo humano. No
entanto, a definição mais popular do fenômeno é a “interrupção da atividade
elétrica no cérebro como um todo”. A constatação de que a pessoa entrou em
óbito é o ponto de partida para a permissão, ou não, pela família, de doar
órgãos.
2. O que as Escrituras dizem? “O salário do pecado é a
morte” (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a mulher para morrer. O Senhor não
planejou tal realidade para o ser humano. Mas, conforme descrito em Romanos
6.23, a morte é consequência da queda (Gn 3.1-24). O pecado roubou, em parte, a
vida eterna da humanidade. Assim, a Bíblia demonstra que a morte é a
consequência inevitável do pecado, e realça esse fato como a separação entre
“alma” e “corpo” (Gn 35.18).
3. É a separação da alma do corpo. A base bíblica para esse
entendimento está em Gênesis 35.18, quando da morte de Raquel: “E aconteceu
que, saindo-se lhe a alma (porque morreu)”. Tiago, o irmão do Senhor, corrobora
esse pensamento quando ensina: “Porque, assim como o corpo sem o espírito
[alma] está morto, assim também a fé sem obras é morta” (2.26). Teologicamente
e, segundo as Escrituras, podemos afirmar que a separação da “alma” do “corpo”
estabelece o fenômeno natural e também espiritual que denominamos morte. Mas, o
que acontece com a alma após a separação do corpo? Há vida após a morte? São
indagações que podemos fazer.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Tecnicamente a morte
é o cessamento clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo.
Biblicamente, porém, é a separação entre o corpo e a alma.
II. A VIDA APÓS A MORTE
1. O que diz o Antigo
Testamento. “Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó 14.14a). Essa
é uma pergunta de interesse perene para todos os seres humanos. Indagações
como: “Há vida após a morte?”, “Existe consciência noutra vida?” são questões existenciais
não muito resolvidas até mesmo para alguns teólogos. Entretanto, as Escrituras
têm as respostas a essas perguntas.
a) Sheol. Em Salmos 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é
“sheol”. Essa palavra aparece ao longo de todo o Antigo Testamento. É traduzido
por “inferno” e “sepultura”. Tais expressões denotam a ideia de imortalidade da
alma e a esperança de se estar diante de Deus após a experiência da morte. Tal
expectativa representa o âmago das expressões do salmista.
b) A esperança da ressurreição. O patriarca Jó, após muito
padecer, expressou-se confiantemente: “E depois que o meu corpo estiver
destruído e sem carne, verei a Deus” (19.26 cf. vv.23-25,27). O salmista
expressou-se a esse respeito da seguinte forma: “Quanto a mim, feita a justiça,
verei a tua face; quando despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança”
(17.15 cf. 16.9-11). Os profetas Isaías e Daniel expõem a esperança da
ressurreição como um encontro irreversível com Deus (Is 26.19; Dn 12.2). Esses
textos realçam a doutrina da esperança na ressurreição do corpo em glória e
denotam, inclusive, a alegria do crente em se encontrar com o seu Deus após a
morte. Logo, podemos afirmar categoricamente que o Antigo Testamento, respalda,
inclusive com riqueza de detalhes, que há vida e consciência após a morte.
2. O que diz o Novo Testamento. A base bíblica
neotestamentária da existência de vida consciente após a morte e a imortalidade
da alma está fundamentada exatamente na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele foi quem
trouxe luz, vida e imortalidade ao homem que crê. As evidências são abundantes
(Mt 10.28, Lc 23.43, Jo 11.25,26; 14.3; 2 Co 5.1). Essas porções bíblicas
ensinam claramente a sobrevivência da alma humana fora do corpo, seja a do
crente ou a do não crente, após a morte. Não obstante, a redenção do corpo e a
alegre comunhão eterna com Deus são resultados da plena e bem-aventurada
ressurreição e transformação do corpo corruptível em incorruptível (1 Co
15.1-58; 1 Ts 4.16; Fp 3.21).
Definitivamente, e segundo as Escrituras, o dom da vida para
os cristãos não é uma existência finita, mas uma linda história de comunhão com
o Deus eterno. Foi Ele quem implantou em nós, através de Cristo Jesus, nosso
Senhor, a sua graça salvadora enquanto estivermos em nossa peregrinação
terrena.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
As Escrituras denotam
o dom da vida como uma existência infinita e, após o evento da morte, o início
de uma história eterna de comunhão com Deus.
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
1. Esperança, apesar
do luto. É natural que a experiência da separação de um ente querido traga dor,
angústia, tristeza e saudade. O luto chega de forma inesperada na vida de
qualquer pessoa. Mas a promessa do Mestre de Nazaré ainda sobrepõe-se a
qualquer vicissitude existencial: “[...] quem crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá” (Jo 11.25).
2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. O Pai
entregou seu Filho em favor da humanidade, e assim o fez simplesmente por amor
(Jo 3.16). Esse ato amoroso proporcionou a possibilidade de escaparmos do juízo
divino pelo sangue precioso derramado por Cristo Jesus. Isso leva-nos a
refletir que sem a morte de Jesus não haveria ressurreição. Logo, não haveria
pregação do Evangelho nem salvação. O apóstolo Paulo tinha a convicção de que a
Cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (1 Co 1.17), do novo nascimento e da vida
eterna. Hoje só amamos o Senhor porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Por
isso, pela sua morte, e morte de cruz temos, nEle, a vida eterna.
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. O fenômeno da morte
é para o crente a prova da fé vigorosa revelada em sua vida terrena. Essa fé
manifesta-se numa consciência de vitória apesar de a morte mostrar-se como uma
aparente derrota. O apóstolo Pedro lembra dessa fé quando exorta-nos: “[...]
alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que
também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1 Pe 4.13).
Para o crente a morte não é o fim, mas o início de uma
extraordinária e plena vida com Cristo. É a certeza de que o seu “aguilhão” foi
retirado de uma vez por todas, selando o passaporte oficial para a vida eterna
em Jesus (1 Co 15.55; Os 13.14). Um dia nosso corpo será plenamente arrebatado
do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17)!
SINOPSE DO TÓPICO
(III)
Apesar da dor e do
luto, para o cristão, a morte é o início do desfrutar da vida eterna.
CONCLUSÃO
Precisamos ter
consciência de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai
rapidamente. Todavia, tenhamos em mente que o “viver é Cristo e o morrer é
lucro”. Portanto, não se prenda às questões passageiras e efêmeras. Na
peregrinação existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final
de sua vida poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da
sua carreira: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda” (2 Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança, porque Ele é a
ressurreição e a vida.
VOCABULÁRIO
Enigmática:
Misteriosa; indecifrável.
Efêmeras: Passageira, temporária, transitória.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RHODES, R. Por que
coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja
e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à
Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Vida Cristã
“Enfrentando a Dor
Os braços de Jesus na Cruz — abertos e estendidos para
alcançar a todos — oferecem uma alternativa para nossas rotas de escape e para
nossos mecanismos de anulação da dor. Eles nos acenam para que abracemos o
sofrimento, a fim de que não fujamos dele; para que aceitemos e suportemos
ativamente a angústia, em vez de evitá-la. Jesus era ‘homem de dores,
experimentado nos trabalhos’ (Is 53.3). Nós também devemos, para caminhar na
vereda da cura, querer engajar a dor e o sofrimento em nossa vida.
[...] O mesmo é verdade na cura das feridas humanas:
enfrentar a dor é o caminho da cura. Em vez de recuar, devemos arremeter em
direção à dor e, depois, através dela. Será que estamos desejosos de fazer isso
em relação as nossas feridas? Embarcar em uma jornada em direção aos nossos
locais obscuros? Abraçar nossas dores? Engajar o sofrimento em nossa vida?
[...] O que envolve abraçar a dor? O que isso pode acarretar
em nossa vida? Depende muito da natureza e da profundidade da dor” (SEAMANDS,
S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006,
pp.122-24).
ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO
CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.
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