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sábado, 30 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ - SEXTA PARTE


6. A PALAVRA DE VITÓRIA


 “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado”

       João 19.30

 NOSSOS DOIS ÚLTIMOS ESTUDOS se ocuparam com a tragédia da cruz; porém, voltamo-nos agora para o seu triunfo. Nestas palavras, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” ouvimos o brado de desolação do Salvador; em “Tenho sede”, escutamos seu clamor de lamentação; agora, chega aos nossos ouvidos seu brado de júbilo — “Está consumado”. Das palavras da vítima voltamo-nos agora às palavras do conquistador. Um provérbio diz que toda nuvem tem seu interior prateado: deu-se assim com a mais escura de todas as nuvens. A cruz de Cristo tem dois grandes lados: ela mostrou a grande profundidade de sua humilhação, mas também assinalou o objetivo da Encarnação, e mais, falou da consumação de sua missão, e forma ela a base de nossa salvação.

“Está consumado”. Os antigos gregos orgulhavam-se de serem capazes de dizer muita coisa falando pouco — “dar um mar de assunto em uma gota de linguagem” era tido como a perfeição em oratória. O que eles buscavam é encontrado aqui. “Está consumado”, no original, é apenas uma palavra,[1] todavia, nessa palavra está contido o evangelho de Deus; nessa palavra está contido o fundamento da segurança do crente; nessa palavra é descoberta a essência de todo gozo, bem como o próprio espírito de toda consolação divina.

“Está consumado”. Isso não foi o grito de desespero de um mártir desamparado; não foi uma expressão de satisfação pelo término de seus sofrimentos haver então chegado; não foi o último suspiro de uma vida que se findava. Não, antes foi a declaração da parte do divino Redentor de que tudo pelo qual ele viera do céu à terra para fazer, estava agora feito; que tudo que era necessário para revelar o completo caráter de Deus agora se tinha concluído; que tudo que era requerido pela lei antes que os pecadores pudessem ser salvos tinha agora sido realizado: que o preço da nossa escravidão foi pago para a nossa redenção.

“Está consumado”. O grande propósito divino na história do homem era agora efetuado — efetuado de jure tanto quanto ainda o será de facto. Desde o princípio, a intenção de Deus foi sempre uma e indivisível. Foi declarada aos homens de várias maneiras: em símbolo e tipo, por misteriosos sinais e por claras sugestões, mediante predição messiânica e mediante declaração didática. Esse seu propósito pode ser assim resumido: mostrar sua graça e engrandecer seu Filho criando filhos a sua própria imagem e glória. E na cruz o fundamento que foi posto era para que isso se tornasse possível e real.
 “Está consumado”. O que está consumado? A resposta a tal questão é uma resposta mui abundante de significado, ainda que vários excelentes expositores procurem limitar o escopo de tais palavras e confiná-las estritamente a uma única aplicação. É-nos dito que foram consumadas as profecias que diziam respeito aos sofrimentos do Salvador, e que ele se referia apenas a isso. Admite-se de pronto que a referência imediata era às predições messiânicas, todavia, pensamos que há razões boas e suficientes para não confinar as palavras de nosso Senhor a elas. Sim, para nós parece certo que Cristo se referia especialmente à sua obra sacrificial, pois toda escritura acerca de seu sofrimento e vergonha não estava cumprida. Ainda restava entregar seu espírito nas mãos do Pai (Sl 31.5); ainda restava o “traspassar” com a lança (Zc 12.10: e repare que a palavra utilizada para o traspassar de suas mãos e pés — o ato de crucificação — no Sl 22.16 é diferente [2]); ainda restava serem seus ossos preservados sem quebra (Sl 34.20), e o enterro no sepulcro do homem rico (Is 53.9).

“Está consumado”. O que estava consumado? Respondemos, sua obra sacrificial. É verdade que havia ainda o ato da própria morte, que era necessária para fazer a expiação. Porém, como se dá freqüentemente no Evangelho de João — onde se encontra nosso texto — (cf. Jo 12.23,31; 13.31; 16.5; 17.4), o Senhor fala aqui antecipadamente da conclusão de sua obra. Além disso, deve ser lembrado que as três horas de trevas já haviam passado, o terrível cálice já havia sido sorvido até à última gota, seu precioso sangue já tinha sido vertido, a ira divina derramada já havia sido suportada; e esses são os principais elementos para se fazer a propiciação. A obra sacrificial do Salvador, então, estava completada, com exceção apenas do ato de morte que se seguiu imediatamente. Mas, como veremos, a consumação daquela obra pôs fim a várias coisas, e a elas voltaremos a nossa atenção.

 “Está consumado”

 1. Aqui vemos efetuado o cumprimento de todas as profecias que foram escritas sobre ele antes que viesse a morrer.

Esse é o pensamento imediato do contexto: “Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado” (Jo 19.30). Séculos antes, os profetas de Deus tinham descrito passo a passo a humilhação e o sofrimento por que o Salvador vindouro deveria passar. Uma por uma das profecias haviam sido cumpridas, maravilhosamente cumpridas, cumpridas ao pé da letra. Havia profecia que declarava que ele deveria vir da “semente da mulher” (Gn 3.15): então, ele veio “nascido de mulher” (Gl 4.4). Havia profecia que anunciava que sua mãe seria uma “virgem” (Is 7.14): então foi ela literalmente cumprida (Mt 1.18). Havia profecia que revelava que ele deveria ser da semente de Abraão (Gn 22.18): então, observe seu cumprimento (Mt 1.1). Havia profecia que fazia saber que ele deveria ser da linhagem de Davi (2Sm 7.12,13): então tal se deu em realidade (Rm 1.3). Havia profecia que dizia que ele receberia seu nome antes de nascer (Is 49.1): então assim se sucedeu (Lc 1.30,31). Havia profecia que previa que ele deveria nascer em Belém de Judá (Mq 5.2): observe então como essa aldeia mesma foi de fato sua terra natal. Havia profecia que alertava de antemão que seu nascimento acarretaria desgosto para outros (Jr 31.15): então, contemple seu trágico cumprimento (Mt 2.16-18). Havia profecia que mostrava com antecedência que o Messias deveria aparecer antes que o cetro da ascendência de Judá sobre as demais tribos tivesse dela partido (Gn 49.10); então assim foi, pois ainda que as dez tribos estivessem cativas, Judá ainda estava na terra na época de seu advento. Havia profecia que aludia à fuga para o Egito e ao subseqüente retorno para a Palestina (Os 11.1 e cf. Is 49.3,6): então, assim aconteceu (Mt 2.14,15).

Havia profecia que fazia menção de um que viria antes de Cristo para aprontar seu caminho (Ml 3.1): então, veja seu cumprimento na pessoa de João Batista. Havia profecia que dava a conhecer que no aparecimento do Messias “os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará” (Is 35.5,6): então, leia de uma ponta a outra os quatro evangelhos e veja de quão bendita maneira isso se provou verdadeiro. Havia profecia que falava dele como “pobre e necessitado” (Sl 40.17 — vide início do salmo): então, contemple-o não tendo onde reclinar a cabeça. Havia profecia que sugeria que ele falaria em “parábolas” (Sl 78.2): então tal foi amiúde seu método de ensino. Havia profecia que o representava acalmando a tempestade (Sl 107.29): então, isso foi exatamente o que ele fez.[3] Havia profecia que proclamava sua “entrada triunfal” em Jerusalém (Zc 9.9): então assim se sucedeu.

Havia profecia que anunciava que sua pessoa deveria ser desprezada (Is 53.3); que ele deveria ser rejeitado pelos judeus (Is 8.14); que ele deveria ser aborrecido “sem causa” (Sl 69.4): então, é triste dizê-lo, tal foi precisamente o caso. Havia profecia que pintava o quadro inteiro de sua degradação e crucificação — então, foi ele vividamente reproduzido. Houvera a traição por um amigo íntimo, a deserção por seus queridos discípulos, o ser levado ao matadouro, o ser levado a julgamento, o aparecimento de falsas testemunhas contra si, a recusa de sua parte de se defender, a demonstração de sua inocência, a condenação injusta, a pena de morte sentenciada sobre si, o traspassamento literal de suas mãos e pés, o ser contado entre os transgressores, a zombaria da multidão, o lançar sortes sobre suas vestes — tudo predito séculos antes, e tudo cumprido ao pé da letra. A última profecia de todas que ainda restava antes de encomendar seu espírito às mãos do Pai tinha agora sido cumprida. Ele clamou, “Tenho sede”, e após o oferecimento de vinagre e fel tudo estava agora “concluído”; e, quando o Senhor Jesus reviu o inteiro escopo da palavra profética e viu sua completa realização, ele bradou, “Está consumado”!

Somente nos resta assinalar que, enquanto houve um grupo todo de profecias que tinha de se dar no primeiro advento do Salvador, assim também há um outro que tem de acontecer em seu segundo advento — o último, tão definido, pessoal e completo em seu escopo quanto o primeiro. Assim como vemos o real cumprimento daquelas que tinham de ocorrer em sua primeira vinda à terra, também podemos aguardar com absoluta confiança e segurança o cumprimento daquelas que terão lugar em sua segunda vinda. E, como vimos que o primeiro grupo de profecias foi cumprido literal, real e pessoalmente [4], também devemos esperar que o último o seja. Admitir o cumprimento literal do primeiro, e então procurar espiritualizar e simbolizar o último, é não apenas grosseiramente inconsistente e ilógico, mas altamente pernicioso para nós e profundamente desonroso a Deus e à sua palavra.

 “Está consumado”

 2. Vemos aqui o término de seus sofrimentos.

E qual língua ou pena pode descrever os sofrimentos do Salvador? Ó, que angústia inexprimível, física, mental e espiritual que ele suportou! Apropriadamente foi ele designado “o Homem de Dores”. Sofrimentos nas mãos dos homens, nas mãos de Satanás e nas mãos de Deus. Dor infligida tanto pelos inimigos quanto pelos amigos. Desde o início ele caminhou entre as sombras que a cruz lançava de través sobre seus passos. Ouça seu lamento: “Estou aflito e prestes a morrer desde a minha mocidade” (Sl 88.15). Que luz isso lança sobre seus primeiros anos! Quem pode dizer quanto está contido nessas palavras? Para nós, um véu impenetrável está lançado sobre o futuro; nenhum de nós sabe o que um dia pode causar. Mas o Salvador conhecia o fim desde o começo!

Alguém apenas precisa ler os evangelhos para saber como a terrível cruz esteve sempre perante ele.

Nas bodas de Cana, onde tudo era alegria e divertimento, ele faz solene referência à sua “hora” que ainda não viera.[5] Quando Nicodemos o entrevistou à noite, o Salvador aludiu ao levantamento do Filho do homem.[6] Quando Tiago e João vieram lhe pedir dois lugares de honra em seu reino vindouro, ele fez menção ao “cálice” que ele tinha de tomar e ao “batismo” com que deveria ele ser batizado.[7]

Quando Pedro confessou que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo, ele voltou-se para os seus discípulos e começou a lhes mostrar “que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21). Quando Moisés e Elias ficaram diante dele no monte da transfiguração, foi para falar “da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém”.

Se é verdade que somos bem incapazes de avaliar os sofrimentos de Cristo devido à antecipação da cruz, menos ainda podemos sondar a pavorosa realidade da própria. Os sofrimentos físicos foram excruciantes, mas mesmo isso foi como nada se comparado com sua angústia de alma. Para uma consideração de tais sofrimentos já dedicamos vários parágrafos nos capítulos anteriores, todavia não nos desculpamos em nada em retornar a eles novamente. Não é demasiado de nossa parte poder contemplar com freqüência o que o Salvador suportou a fim de assegurar a salvação para nós. Quanto mais estivermos familiarizados com seus sofrimentos, e quanto mais amiúde meditarmos neles, mais caloroso será nosso amor e mais profunda a nossa gratidão.

Finalmente as últimas horas chegaram. Tinha havido a terrível experiência no Getsêmane seguida pelos comparecimentos perante Caifás, perante Pilatos, perante Herodes e novamente perante Pilatos. Tinha havido o açoitamento e o escárnio por parte dos soldados brutais; a jornada ao Calvário; a fixação de suas mãos e pés por pregos ao cruel madeiro. Tinha havido a injúria dos sacerdotes, do povo e dos dois ladrões com ele crucificados. Tinha havido a total indiferença de uma turba vulgar, dentre a qual ninguém houve que “tivesse compaixão” e que dissesse uma palavra de consolo (Sl 69.20). Tinha havido a apavorante escuridão que lhe ocultou a face do Pai, que arrancou dele o amargo clamor, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Tinha havido os lábios ressecados que tiraram dele a exclamação, “Tenho sede”. Tinha havido o horrendo conflito com o poder das trevas enquanto a serpente “feria” seu calcanhar. Bem podia o padecente perguntar, “Não vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? atendei, e vede, se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que me entristeceu o Senhor, no dia do furor da sua ira” (Lm 1.12).

Mas agora o sofrimento está findo. Aquilo a que sua santa alma recuava está acabado. O Senhor o tinha ferido; o homem e o diabo tinham feito o pior que podiam fazer. O cálice foi completamente bebido. A terrível tempestade da ira de Deus tinha acabado de passar. As trevas estão terminadas. A espada da justiça divina está embainhada. O salário do pecado tinha sido pago. As profecias acerca de seu sofrimento estavam todas cumpridas. A cruz tinha sido “suportada”. A santidade divina tinha sido plenamente satisfeita. Com um brado de triunfo — um forte brado, um brado que reverberou de uma extremidade a outra do universo — o Salvador exclama, “Está consumado”. A ignomínia e a vergonha, o sofrimento e a agonia são passado. Nunca mais ele experimentará dor. Nunca mais ele suportará a contradição de pecadores contra si mesmo. Nunca mais estará ele nas mãos de Satanás. Nunca mais a luz do semblante de Deus ficará ocultada dele. Bendito seja Deus, tudo está terminado!

 A cabeça que antes estava coroada de espinhos, está agora coroada de glória;
Um diadema real adorna a testa do poderoso Conquistador.
O mais alto lugar do Céu é Seu, é Seu por direito,
O Rei dos reis e Senhor dos senhores, e a eterna Luz do Céu.
O gozo de todos os que habitam encima, o Gozo de todos embaixo,
Àqueles a que ele manifesta seu amor, e concede que conheçam seu nome.[8]

 “Está consumado”

 3. Vemos aqui que o objetivo da Encarnação é alcançado.

A Escritura indica que há uma obra especial peculiar a cada uma das pessoas divinas, ainda que, como as pessoas mesmas, não é sempre fácil distinguir entre suas respectivas obras. Deus Pai está especialmente envolvido no governo do mundo. Ele governa sobre todas as obras de suas mãos. Deus Filho está especialmente envolvido na obra redentora: ele foi quem veio aqui para morrer pelos pecadores. Deus Espírito está especialmente envolvido com as escrituras: ele foi quem moveu os santos homens de outrora para falarem as mensagens de Deus,[9] assim como é quem agora dá iluminação espiritual e entendimento,[10] e guia na verdade.[11] Mas é com a obra de Deus Filho que estamos aqui particularmente interessados.

Antes que o Senhor Jesus viesse a essa terra uma obra definida foi confiada a ele. No princípio do livro isso foi escrito por ele, e ele veio a fazer a vontade registrada de Deus.[12]   

Mesmo quando garoto de doze anos, os “negócios” do Pai estavam diante de seu coração e ocupavam a sua atenção. Outra vez, em João 5.36, encontramo-lo dizendo: “Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço”. E, na última noite antes de sua morte, naquela maravilhosa oração sacerdotal, descobrimo-lo falando: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo 17.4).

Em seu livro sobre os sete ditos de Cristo na cruz, o Dr. Anderson-Berry lança mão de uma ilustração da história a qual, por sua contundente antítese, revela o sentido e a glória da obra completa de Cristo. Isabel, Rainha da Inglaterra, o ídolo da sociedade e a líder da alta sociedade européia, quando em seu leito de morte, voltou-se para a sua dama de companhia e disse: “Ó, meu Deus! Está acabado. Chego ao fim disso — o fim, o fim. Ter somente uma vida e acabado com ela! Ter vivido, e amado, e triunfado; e agora saber que está terminado. Pode-se desafiar tudo o mais, menos isso”. E, enquanto a ouvinte assistia a isso sentada, poucos momentos depois, a face cujo sorriso mais leve trouxera seus cortesãos aos seus pés, tornava-se numa máscara de argila sem vida, e retribuía a ansiosa contemplação de sua serva com nada mais do que um fixo olhar vazio. Tal foi o fim de alguém cuja meteórica carreira fora invejada por metade do mundo. Não podia ser dito que ela “consumara” alguma coisa, pois consigo tudo foi “vaidade e aflição de espírito”. Quão diferente foi o fim do Salvador — “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer”.

A missão na qual Deus enviou seu Filho ao mundo estava agora acabada. Na realidade, não foi terminada até que desse seu último suspiro, mas a morte viria em instantes e, antecipando-se a isso, ele brada, “Está consumado”. A difícil obra está feita. A tarefa divinamente dada a ele está executada. Uma obra mais digna de honra e mais importante do que qualquer outra jamais confiada ao homem ou aos anjos estava completada. Aquilo por que deixara a glória celeste, aquilo pelo qual ele tomara sobre si a forma de servo, aquilo pelo qual ele havia permanecido na terra por trinta e três anos para fazer, estava agora consumado. Nada mais tinha para ser adicionado. A meta da Encarnação é atingida. Com que jubiloso triunfo ele aqui deve ter visto a árdua e custosa obra que lhe foi entregue agora aperfeiçoada!

“Está consumado”. A missão na qual Deus enviara seu Filho ao mundo estava acabada. Aquilo que fora tencionado na eternidade viera a suceder. O plano de Deus fora plenamente levado a cabo. É verdade que o Salvador fora morto e crucificado “por mãos de iníquos”, todavia, foi “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus” (At 2.23, ARA). É verdade que os reis da terra se levantaram, e os príncipes se ajuntaram contra o Senhor, e contra o seu Cristo [13]; entretanto, não foi senão para fazer o que a mão e o conselho de Deus “tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” (At 4.28). Por que ele é o Altíssimo, não se pode frustrar a secreta vontade de Deus. Por que ele é supremo, o conselho de Deus deve ficar de pé. Por que ele é o TodoPoderoso, o propósito de Deus não pode ser malogrado. Repetidas vezes as escrituras insistem na irresistibilidade do desejo do Senhor Deus. Por que sua verdade é agora tão geralmente posta em discussão,[14] acrescentamos sete passagens que a afirmam:

Mas, se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará (Jó 23.13, ARA).

Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido (Jó 42.2).

Mas o nosso Deus está nos céus; faz tudo o que lhe apraz (Sl 115.3). Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor (Pv 21.30).

Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem pois a fará voltar atrás? (Is 14.27).

 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e, desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade (Is 46. 9,10).

E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes? (Dn 4.35).

E, no brado triunfante do Salvador — “Está consumado” — temos uma profecia e um penhor da execução definitiva do plano de Deus de modo completo e irresistível. No fim dos tempos, quando tudo estiver terminado, e o propósito divino for plenamente consumado, quando tudo que ele predeterminou que devesse ser feito estiver cumprido, então será dito novamente: “Está consumado”.

 “Está consumado”

 4. Vemos aqui a realização da expiação.

Falamos acima de Cristo alcançando a meta da Encarnação, e da consumação de sua missão na terra; o que foram tal meta e tal missão, a escritura claramente revela. O Filho do Homem veio aqui “para buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Cristo Jesus entrou no mundo “para salvar os pecadores” (1Tm 1.15). Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, “para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4.4). Ele foi manifestado “para tirar os nossos pecados” (1Jo 3.5). E tudo isso envolvia a cruz. O “perdido” que ele veio buscar só podia ser encontrado lá — no lugar de morte e sob a condenação divina. Os pecadores podiam ser “salvos” somente por alguém tomando seu lugar e levando suas iniqüidades. Aqueles que estavam sob a lei apenas podiam ser “remidos” por um outro que cumprisse suas exigências e sofresse sua maldição. Nossos pecados somente podiam ser “tirados” sendo apagados pelo precioso sangue de Cristo. As demandas da justiça têm que ser satisfeitas: as exigências da santidade divina têm que ser atendidas: o terrível débito em que incorremos tem que ser pago. E na cruz isso foi feito; feito por ninguém menos que o Filho de Deus; feito com perfeição; feito de uma vez por todas.

“Está consumado”. Aquilo para o qual tantos tipos apontavam, aquilo para o qual tanta coisa do tabernáculo e de seu ritual prefigurava, aquilo do qual tantos dos profetas de Deus tinham falado, estava agora realizado. Uma cobertura para o pecado e sua vergonha — tipificada pelas túnicas de peles com as quais o Senhor Deus vestiu nossos primeiros pais [15] — foi agora fornecida. O mais excelente sacrifício — tipificado pelo cordeiro de Abel [16] — fora agora oferecido. Um abrigo para a tempestade do julgamento divino — tipificado pela arca de Noé [17] — era agora providenciado. O Filho unigênito e mui amado — tipificado pelo oferecimento de Isaque por Abraão [18] — já havia sido posto sobre o altar. Uma proteção contra o anjo vingador — tipificada pelo sangue derramado do cordeiro pascal [19] — era agora suprida. Uma cura para a mordida da serpente — tipificada pela serpente de bronze sobre a haste [20] — era agora aprontada para os pecadores. A provisão de uma fonte que dá vida — tipificada pelo golpear de Moisés na rocha [21] — era agora efetuada.

 “Está consumado”.

 A palavra grega aqui, teleo, é vertida de várias formas no Novo Testamento. Uma olhada em algumas das diferentes traduções em outras passagens nos habilitará a discernir a plenitude e a finalidade do termo usado pelo Salvador. Em Mateus 11.1, teleo é traduzida como segue: “E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali”. Em Mateus 17.24, é assim traduzida: “Aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as didracmas?” Em Lucas 2.39 é traduzida: “”E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia”. Em Lucas 18.31, temos: “E se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito”. Ajuntando tudo, aprendemos o escopo da sexta elocução do Salvador na cruz, “Está consumado”. Ele clamou: está “posto um fim a”; está “pago”; está “realizado”; está “acabado”. A que se pôs um fim? Aos nossos pecados e sua culpa. O que foi pago? O preço de nossa redenção. O que foi realizado? Os mais extremos requerimentos da lei. O que foi acabado? A obra que o Pai lhe dera a fazer. O que foi findado? O fazer expiações.

Deus fornece ao menos quatro provas de que Cristo terminou sim sua obra a qual lhe foi dada para fazer. Primeiro, no rasgar do véu,[22] que mostrava que o caminho para Deus estava agora aberto.

Segundo, no ressurgir de Cristo dentre os mortos, que provou que Deus aceitara seu sacrifício.

Terceiro, na exaltação de Cristo a sua própria destra, [23] o que demonstrou o valor da sua obra e o deleite do Pai em sua pessoa. Quarto, no envio à terra do Espírito Santo para aplicar as virtudes e benefícios da morte expiatória de Cristo.[24]

 “Está consumado”.

 O que estava consumado? A obra da expiação. Qual o seu valor para nós? Este: ao pecador, é uma mensagem de boas novas. Tudo que um santo Deus requer foi feito. Nada é deixado para o pecador acrescentar. Obra nenhuma de nós é exigida como preço de nossa salvação. Tudo que é necessário ao pecador é descansar agora pela fé sobre o que Cristo fez: “O dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). Para o crente, o conhecimento de que a obra expiatória de Cristo está acabada traz um doce alívio contra todos os defeitos e imperfeições de seus serviços. Há muito de pecado e vaidade no melhor mesmo de nossos esforços, mas o grande consolo é que estamos “perfeitos” em Cristo (Cl 2.10)! Cristo e sua obra acabada é o fundamento de todas as nossas esperanças.

 Sobre uma Vida que não vivi,
Sobre uma Morte que não morri,
Sobre a morte de um outro, sobre a vida de um outro
Eu lanço minh’alma eternamente
Com ousadia ficarei de pé naquele grande dia,
Pois quem pode lançar sobre mim alguma acusação?
Completamente absolvido por Cristo estou,
Da tremenda maldição do pecado e da culpa.[25]

 “Está consumado”
5. Vemos aqui o fim de nossos pecados.

Os pecados do crente — todos os seus — foram transferidos ao Salvador. Como diz a escritura: “O Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Se Deus pois lançou minhas iniqüidades sobre Cristo, não mais estão elas sobre mim. Há pecado em mim, pois a velha natureza adâmica permanece no crente até a morte ou até o retorno de Cristo, caso ele venha antes que eu morra, porém, não há mais pecado algum sobre mim. Tal distinção entre pecado EM e pecado SOBRE é uma distinção vital, e deve haver pouca dificuldade em sua apreensão. Se eu dissesse que o juiz deu a sentença sobre um criminoso, e que esse está agora sob sentença de morte, todos entenderiam o que eu quis dizer. Da mesma forma, todos fora de Cristo tem a sentença da condenação divina que repousa sobre si. Porém, quando um pecador crê no Senhor, recebe-o como seu Senhor e Mestre, ele não mais está “sob condenação” — o pecado não mais está sobre si, ou seja, a culpa, a condenação, a pena do pecado, não mais está sobre ele. E por quê? Porque Cristo levou nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro (1Pd 2.24). A culpa, a condenação e a pena de nossos pecados foram transferidas ao nosso substituto. Em conseqüência, porque meus pecados foram transferidos a Cristo, eles não mais estão sobre mim.

Essa preciosa verdade foi contundentemente ilustrada nos tempos do Antigo Testamento em conexão com o Dia Anual da Expiação em Israel. Naquele dia, Arão, o sumo-sacerdote (um tipo de Cristo), dava satisfação a Deus pelos pecados que Israel cometera durante o ano anterior. A maneira como isso era feito está descrita em Levítico 16. Dois bodes eram tomados e apresentados diante de Deus à porta do tabernáculo: isso era antes que qualquer coisa fosse feita com eles: isso representava Cristo apresentando-se a Deus, oferecendo para entrar neste mundo, e ser o Salvador dos pecadores. Um dos bodes era então escolhido e morto, e seu sangue era levado para dentro do tabernáculo, no interior do véu, no Santo dos Santos e, ali, era espargido perante e sobre o propiciatório — prefigurando a Cristo oferecendo-se como um sacrifício a Deus, para satisfazer às exigências de sua justiça e aos requerimentos de sua santidade.

Lemos então que Arão saía do tabernáculo e punha ambas as mãos sobre a cabeça do segundo bode (vivo) — significando um ato de identificação pelo qual ele, o representante de toda a nação, identificava o povo com o animal, reconhecendo que seu destino era o que seus pecados mereciam, e que, hoje, corresponde às mãos da fé, segurando Cristo e identificando a nós mesmos consigo em sua morte. Tendo posto suas mãos na cabeça do bode vivo, Arão agora confessava sobre ele “todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados, e os porá sobre a cabeça do bode” (Lv 16.21). Desse modo, os pecados de Israel eram transferidos ao seu substituto. Finalmente se nos diz: “Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e enviará o bode ao deserto” (Lv 16.22). O bode que carregava os pecados de Israel era introduzido num ermo inabitado, e o povo de Deus não mais via, nem ele nem seus pecados! Tipificando, isso era Cristo introduzindo nossos pecados em uma terra desolada onde Deus não estava, e ali dando um fim a eles. A cruz de Cristo, pois, é o túmulo de nossos pecados!

 “Está consumado”

 6. Aqui vemos o cumprimento das exigências da lei.

“A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Rm 7.12). Como poderia ela ser menos que isso, já que o próprio Jeová a tinha ideado e dado! A culpa não estava na lei, mas no homem que, sendo depravado e pecador, não a podia guardar. Todavia, aquela lei tem que ser guardada, e guardada por um homem, de modo que a lei pudesse ser honrada e exaltada, e justificado aquele que a deu. Por conseguinte, lemos: “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em (não “por”) nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.3,4). A “enfermidade” aqui é aquela do homem caído. O envio do Filho de Deus na semelhança da carne do pecado (grego, corretamente traduzido pela versão Almeida Revista e Corrigida) refere-se à Encarnação: como lemos em uma outra escritura, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4,5 ARA). Sim, o Salvador nasceu “sob a lei”, nasceu sob ela para que pudesse guardá-la perfeitamente em pensamento, palavra e obras. “Não cuideis que vim destruir a lei, ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir” (Mt 5.17); essa foi sua pretensão.

Mas não apenas o Salvador guardou os preceitos da lei, ele também sofreu sua pena e suportou sua maldição. Nós a tínhamos quebrado e, tomando nosso lugar, ele deve receber sua justa sentença. Tendo recebido sua pena e sofrido sua maldição, as exigências da lei são completamente atendidas e a justiça é satisfeita. Por conseguinte, está escrito a respeito dos crentes: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13). E outra vez: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). E outra vez ainda: “Pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14).

 “Livres da lei, Ó feliz condição!
Jesus abençoa e há remissão.
Amaldiçoados pela lei e mortos pela queda,
A graça nos redimiu de uma vez por todas.[26]

“Está consumado”
7. Aqui vemos a destruição do poder de Satanás.

Veja-o pela fé. A cruz foi o presságio de morte do poder do diabo. Às aparências humanas parecia o momento de seu maior triunfo, todavia, na realidade foi a hora de sua derrota definitiva. Em virtude da cruz (vide contexto) o Salvador declarou, “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12.31). É verdade que Satanás não foi ainda acorrentado e lançado no abismo,[27] entretanto, a sentença foi dada (ainda que não executada); seu fim é certo; e seu poder já está quebrado no que diz respeito aos crentes.

Para o cristão, o diabo é um inimigo vencido. Ele foi derrotado por Cristo na cruz — “para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). Os crentes já foram tirados “da potestade das trevas” e transportados para o reino do Filho do amor de Deus (Cl 1.13). Satanás, então, deve ser tratado como um inimigo derrotado. Ele não mais tem qualquer reivindicação legítima sobre nós. Outrora éramos seus “cativos” por lei, mas Cristo nos livrou. Outrora andávamos “segundo o príncipe das potestades do ar”;[28] mas agora temos de seguir o exemplo que Cristo nos deixou. Outrora Satanás “operava em nós”; mas agora Deus é quem opera em nós tanto o querer quanto o efetuar, segundo sua boa vontade.[29] Tudo o que temos de fazer é “resistir ao diabo”, e a promessa é que “ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

“Está consumado”. Aqui estava a resposta triunfante à cólera do homem e à inimizade de Satanás. Ela conta a perfeita obra que vai de encontro ao pecado no lugar do julgamento. Tudo estava completado exatamente como Deus queria tê-lo, como os profetas haviam predito, como o cerimonial do Antigo Testamento prefigurava, como a santidade divina requeria, e como os pecadores necessitavam. Quão contundentemente apropriado é que esse sexto brado do Salvador na cruz seja encontrado no evangelho de João — o evangelho que mostra a glória da deidade de Cristo! Ele aqui não encomenda sua obra à aprovação divina, mas sela-a com o seu próprio imprimatur, atestando-a como completa, e dando-lhe a todo-suficiente sanção de sua própria aprovação. Nenhum outro além do Filho de Deus diz “ESTÁ consumado” — quem pois ousa duvidar ou questionar?

 “Está consumado”.

 Leitor, você crê nisso? ou está tentando adicionar algo de si mesmo à obra completa de Cristo para assegurar o favor de Deus? Tudo o que você tem que fazer é aceitar o perdão que ele adquiriu. Deus está satisfeito com a obra de Cristo, por que você não está? Pecador, no momento em que você crer no testemunho de Deus sobre seu Filho amado, nesse momento todo pecado que você cometeu é apagado, e você fica em posição aceitável em Cristo! Ó, não gostaria você de possuir a certeza de que não há nada entre sua alma e Deus? Não gostaria você de saber que todo pecado foi expiado e posto de lado? Então, creia no que a palavra de Deus acerca da morte de Cristo. Não descanse em seus sentimentos e experiências, mas na palavra escrita. Há apenas um caminho para se encontrar paz, e isso é mediante a fé no sangue derramado do Cordeiro de Deus.

“Está consumado”. Você realmente crê nisso? Ou está se esforçando para acrescentar algo seu mesmo a ele e assim merecer o favor divino? Há alguns anos atrás, um fazendeiro cristão estava profundamente preocupado com um carpinteiro não salvo. Ele procurou pôr diante de seu vizinho o evangelho da graça de Deus, e explicar como que a obra completa de Cristo foi suficiente para sua alma nela descansar. Porém, o carpinteiro persistia na crença de que ele mesmo tem que fazer algo. Um dia, o fazendeiro pediu a esse para lhe fazer um portão, e quando o portão estava pronto ele o transportou para a sua carroça. Ele ordenou ao carpinteiro que o visitasse no dia seguinte de manhã e visse o portão quando levantado no campo. Na hora marcada o carpinteiro chegou e ficou surpreso ao descobrir o fazendeiro lá perto com um afiado machado em sua mão. “O que você vai fazer?”, ele perguntou. “Vou fazer alguns cortes e dar uns golpes em sua obra”, foi a resposta. “Mas não há necessidade alguma disso”, respondeu o carpinteiro, “o portão está todo certo assim. Fiz tudo que era necessário”. O fazendeiro não prestou atenção a isso mas, erguendo seu machado, deu talhos e cortes no portão até ficar completamente inutilizado. “Veja o que você fez!”, gritou o carpinteiro. “Você arruinou meu trabalho!” “Sim”, disse o fazendeiro, “e isso é exatamente o que você está tentando fazer.

Você está procurando anular a obra completa de Cristo com seus miseráveis acréscimos a ela!” Deus utilizou essa lição com o vigoroso objeto para mostrar ao carpinteiro seu engano, e esse foi levado a se lançar em fé sobre o que Cristo tem feito pelos pecadores. Leitor, você quer fazer o mesmo?

EXTRAÍDO DO LIVRO;
OS SETE BRADOS DO SAVADOR SOBRE A CRUZ
ARTHUR W PINK




 
 





 

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