Seguidores

terça-feira, 14 de maio de 2013

O DIVÓRCIO - LIÇÃO 07 COM SUBSIDIOS




2º TRIMESTRE DE 2013
Título: A Família Cristã no Século XXI: Protegendo seu Lar dos Ataques do Inimigo.
COMENTARISTA: PR. ELINALDO RENOVATO DE LIMA

 LIÇÃO 7: O DIVÓRCIO
19 DE MAIO DE 2013

TEXTO ÁUREO
"Eu vos  digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não  sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério" (Mt 19.9).

 VERDADE PRÁTICA
O divórcio, embora admissível em caso de  infidelidade, sempre  traz sérias consequências à família. Por isso Deus o odeia.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt  24.1- O divórcio no  Antigo testamento
Terça - Dt  24.1-4- O divórcio sem volta
Quarta - Gn 2.24 - Deus institui o casamento
Quinta - 1 Co  7.39- Até que a morte os separe
Sexta - Mt 5.31,32  - O ensino de  Cristo sobre o divórcio
Sábado - 1 Co  7.27  - O ensino de  Paulo sobre o divórcio


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Mateus 19.3-12
 3 - Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua  mulher por qualquer motivo?
 4 - Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea,
 5 - e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?
 6 - Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
 7 - Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?
 8 - Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim.
 9 - Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e  casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
 10 - Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém  casar.
 11 - Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi  concedido.
 12 - Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba.

 INTRODUÇÃO
 Palavra-Chave – Divórcio: Dissolução do Vínculo Matrimonial
 Por ser algo traumático, o divórcio é sempre um assunto difícil de ser tratado. Existem pessoas que não o aceitam em nenhuma condição. Há pessoas que, sob determinadas circunstâncias são favoráveis, e há até os que buscam base nas Sagradas Escrituras para admiti-lo em qualquer situação. Qual a posição da Bíblia?
É o que estudaremos nesta lição.

 I. O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO
 1. A lei de Moisés e o divórcio. O capítulo 24 do livro de Deuteronômio trata a respeito do divórcio. Como a prática havia se tornado comum em Israel, o propósito da lei era regulamentar tal situação a fim de evitar os abusos e preservar a família. Nenhuma lei do Antigo Testamento incentivava alguém a divorciar-se, mas servia como base legal para a proibição de outros casamentos com a mulher divorciada. O divórcio era e é um ato extremo (Ml 2.16). Infelizmente, muitos que conhecem a Palavra do Senhor se divorciam por qualquer motivo. O casamento é uma aliança de amor, inclusive com Deus, um pacto que não pode ser quebrado, sobretudo por motivos fúteis e torpes.

 2. A carta de divórcio. Uma vez que recebia a carta de divórcio, tanto o homem quanto a mulher estavam livres para se casarem novamente.Todavia, segundo a lei, a mulher que fora repudiada, depois de viver com outro marido, não poderia retornar para o primeiro,pois tal atitude era considerada abominação ao Senhor (Dt 24.4).Divorciar-se não era fácil, pois havia várias formalidades, e somente o homem podia pedir o divórcio. A mulher não tinha tal direito. A Leide Moisés, apesar de não incentivar o divórcio, dispunha de vários mecanismos para torná-lo mais humano (Dt 24).

 II. O ENSINO DE JESUS A RESPEITO DO  DIVÓRCIO
 1. A pergunta dos fariseus. Procurando incriminar Jesus, e imbuídos da  ideia difundida pela escola do rabino Hilel (que defendia o direito de  o homem dar carta de divórcio à mulher "por  qualquer motivo"), os fariseus questionaram: "É lícito ao  homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" (Mt 19.3b).

Respondendo aos acusadores, Jesus relembrou o  "princípio" divino para o casamento, quando Deus fez  o ser humano, "macho e fêmea", "ambos uma [só] carne" (cf. Gn 2.24). Assim, o Mestre concluiu: "Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.6b). Essa é  a  doutrina originária a  respeito da  união entre um  homem e uma mulher; ela reflete o plano de Deus para o casamento, considerando-o uma união indissolúvel.

2. O  ensino de Jesus. Os fariseus  insistiram:  "Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de  divórcio e  repudiá-la?"  (Mt 19.7b). Respondendo à insistente  pergunta, Jesus explicou que Moisés permitiu dar carta de  repúdio às mulheres, "por causa da dureza dos vossos corações". Uma mulher abandonada pelo marido ficaria exposta à miséria ou à prostituição para sobreviver. Com  a carta de divórcio ela poderia casar-se novamente. Deus não é radical no trato com os problemas decorrentes do pecado e com o ser humano. Ele se importava com as mulheres e sabia o  quanto elas iriam sofrer com a dureza do  coração do  homem, e tornou o trato desse assunto mais digno para elas.

 Segundo ensinou o Senhor Jesus, o divórcio é permitido somente no  caso de  infidelidade conjugal.
 Ao  invés de  satisfazer o  desejo dos fariseus, que admitiam o divórcio "por  qualquer motivo", o Mestre disse: "Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e  casar com outra, comete adultério; e  o  que casar com a repudiada também comete adultério" (Mt 19.9). Numa outra versão bíblica, lê-se: "exceto por causa de infidelidade conjugal" ou "relações sexuais ilícitas". Essa foi a única condição que Jesus entendeu ser suficiente para o divórcio.

 3. Permissão para novo casamento. Pelo  texto bíblico, está claro que Jesus permite o divórcio, com a possibilidade de haver novo casamento, somente por parte do cônjuge fiel, vítima de prostituição, ou infidelidade conjugal. Deus admite a separação do  casal, não como regra, mas como exceção, em virtude de  práticas insuportáveis relacionadas à sexualidade, que desfazem o  pacto conjugal. Do contrário, um  servo ou  uma serva de  Deus seria lesado duas vezes: pelo Diabo, que destrói casamentos e,  outra, pela comunidade local, que condenaria uma vítima a passar o resto da  vida em  companhia de um  ímpio, ou  viver sob o jugo do celibato, que não faz parte do plano original de Deus (Gn 2.18). todavia, em  Jesus o crente tem forças para perdoar e fazer o possível para restaurar seu casamento.

 III. ENSINOS  DE PAULO  A RESPEITO DO  DIVÓRCIO
 1.   Aos   casais   crentes.Paulo diz:  "todavia, aos casados, mando, não eu,  mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Se,  porém, se apartar, que fique sem casar ou  que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher" (1 Co 7.10,11). Esta  passagem refere-se aos "casais crentes", os quais não devem divorciar-se, sem que haja algum dos motivos prescritos na Palavra de  Deus (Mt 19.9; 1 Co 7.15). Se há  desentendimentos o  caminho não é  o  divórcio, mas a  reconciliação acompanhada do  perdão sincero ou  o  celibato por opção e não por imposição eclesiástica.

2. Quando um dos cônjuges  não é crente. Paulo ensina que, se o cônjuge não crente concorda em  viver (dignamente) com o crente, que este não o deixe (1Co 7.12-14). O crente agindo com sabedoria poderá inclusive ganhar o descrente para Jesus (1 Pe 3.1).

3. O cônjuge fiel não está sujeito à  servidão.O apóstolo, porém, ressalva: "Mas,  se o  descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o  irmão, ou  irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a  paz. Porque, donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou,  donde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?" (1Co 7.15,16). Ou seja, o cristão fiel, esposo ou  esposa, não é obrigado a viver até a morte sob a servidão de  um  ímpio. Nesse caso, ele  ou ela,  pode reconstruir a sua vida de acordo com a vontade de  Deus (1Co 7.27,28,39). Entretanto, aguarde  o tempo de  Deus na  sua vida.

 CONCLUSÃO
 O divórcio causa sérios inconvenientes à igreja local, às famílias e à sociedade. No projeto original de  Deus, não havia espaço para o divórcio. Precisamos tratar cada caso de modo pessoal sempre em conformidade com a Palavra de Deus. Não  podemos fugir do  que recomenda e prescreve a Bíblia Sagrada. E não podemos nos esquecer de  que a Igreja é também uma "comunidade terapêutica".

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Lexicográfico

 "[...]  De  onde veio a  ideia de que a fornicação é o pecado sexual entre solteiros? O citado Dicionário Patrístico responde a essa pergunta em  seguida: 'Basílio,  o único entre os Padres, junto com Ambrosiáster, a  manter uma desigual concepção de adultério, com hesitação aplica o termo de  fornicação à união de  um homem casado com uma jovem não casada e reserva a palavra adultério para os casos em  que se trata de uma mulher casada'. Diante disso, não se sustenta a  ideia de  que o termo  'prostituição', na   cláusula de  exceção, aplica-se apenas  aos solteiros; também não é verdade que 'fornicação' é o pecado sexual entre os solteiros. Essa  interpreta-
ção  não resiste a  exegese bíblica. tudo é pecado, tudo é prostituição, casados também se prostituem, como a prática da  sodomia pode ocorrer dentro do  casamento. Ninguém pode provar que porneia se aplica apenas a  pessoas solteiras. Nenhuma autoridade em língua grega  afirma isso"  (SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da  Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.48-49).

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
 Subsídio Exegético

 “A Lei do Divórcio
 [Mateus 19]  vv.3-12
 Nós  temos aqui a lei  de  Cristo no  caso de  divórcio, ocasionada,  como algumas outras manifestações da  sua vontade, por uma discussão com 'os fariseus'. Ele suportou tão pacientemente as contradições dos pecadores, que as transformou em  instruções para os seus próprios discípulos! Observe aqui:
 O caso proposto pelos fariseus (v.3):  'É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?' Os fariseus lhe  perguntaram isso para provocá-lo, e não porque desejassem ser ensinados por Ele. Algum tempo atrás, Ele havia, na Galileia, manifestado seu pensamento sobre esse assunto, contra aquilo que era  uma prática comum (cap.5.31,32); e se Ele, do  mesmo modo, se pronunciasse agora contra o divórcio, eles fariam uso disso para indispor e enfurecer o povo desse país contra Ele,  que olharia com desconfiança para alguém que tentasse diminuir a liberdade de  que eles tanto gostavam. Os fariseus esperavam que Ele perdesse o afeto das pessoas tanto por esse como por qualquer um  dos seus preceitos. Ou  então, a armadilha pode ter sido planejada dessa forma: se Ele dissesse que os divórcios não eram legais, eles o apontariam como um  inimigo da lei de  Moisés, que os permitia; se dissesse que eram legais, eles caracterizariam a sua doutrina como não tendo em  si aquela perfeição que era  esperada na  doutrina do  Messias, uma vez que, embora os divórcios fossem tolerados, eles eram vistos pela parte mais rígida do  povo como não sendo algo de  boa reputação [...].

A pergunta dos fariseus foi a seguinte: Será  que um  homem pode repudiar a  sua mulher por qualquer motivo? O divórcio era praticado, como acontecia geralmente, por pessoas  irresponsáveis, e por qualquer motivo. Será  que ele  poderia ser praticado por qualquer motivo que um  homem pudesse julgar adequado (embora fosse, como sempre, frívolo), como também por qualquer antipatia ou desagrado? A tolerância, nesse caso, permitia isso: 'Se não achar graça em  seus olhos, por nela achar coisa feia, ele  lhe  fará escrito de  repúdio' (Dt 24.1). Eles interpretavam esta passagem literalmente;  e  assim, qualquer desgosto, mesmo que sem motivo, poderia ser tornar a base para um  divórcio" (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento:  Mateus a  João. 1.ed. Rio  de  Janeiro: CPAD, 2008, p.240).

SUBSIDIOS
Ao apresentarmos o conteúdo do presente subsídio, o fazemos com muita humildade, respeitando os entendimentos e interpretações contrários (em especial acerca do assunto "Novo Casamento", após o divórcio), apresentados pelos demais servos de Deus, bem como a todos os leitores que tiverem acesso a este material. A todos, minhas considerações e respeito. Permaneçamos na paz de Cristo Jesus, nosso Senhor.


I - INTRODUÇÃO:
O assunto do divórcio e de um novo casamento é problemático, para dizer o mínimo. Algumas pessoas que se casaram na presença de um juiz de paz, parecem que se casaram na presença de um ministro de guerra. A Igreja, que vive de acordo com a Palavra de Deus, não pode negligenciar, passar por cima, fugir ou ignorar o problema. O próprio Deus falou sobre casamento e divórcio e, apesar de não ser assunto fácil de se tratar, temos de nos preocupar com ele.

II – DUAS DEFINIÇÕES DE CASAMENTO:

- (1) - O casamento é o ato solene pelo qual duas pessoas de sexo diferente se unem PARA SEMPRE, SOB A PROMESSA RECÍPROCA DE FIDELIDADE NO AMOR E DA MAIS ESTREITA COMUNHÃO DE VIDA.

- (2) - O casamento é um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem INDISSOLUVELMENTE, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e a educar a prole que de ambos nascer.

III – UMA DEFINIÇÃO DE DIVÓRCIO:

Modo de dissolução do vínculo matrimonial, pondo termo à sociedade conjugal, com a conseqüente habilitação dos cônjuges para contrair novas núpcias.

Nosso direito não admitia a dissolução do casamento, A NÃO SER PELA MORTE DE UM DOS CÔNJUGES OU PELA ANULAÇÃO DO CASAMENTO, até que a Emenda Constitucional nº 9, de 28 de junho de 1977, instituiu o divórcio no nosso sistema legal, tendo sido regulamentada pela Lei nº 6515 de 26 de dezembro de 1977, cujo art. 24 dispôs: -"O DIVÓRCIO PÕE TERMO AO CASAMENTO E AOS EFEITOS CIVIS DO MATRIMÔNIO RELIGIOSO".
Uma pesquisa recente indica que, hoje, as chances de rompimento de um matrimônio são de cerca de 60%.

IV – DEFINIÇÃO DA ADULTÉRIO:
Relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge.

V – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PACTO (ALIANÇA ou CONCERTO):
Leiamos Ml 2:13-14 - Segundo a Bíblia, É UM CONTRATO DIVINAMENTE ORDENADO, QUE DETERMINA UM TIPO DE RELACIONAMENTO.
Deus sempre inicia um pacto com sangue:

(1) - No Antigo Testamento, matava-se um animal e espargia o sangue para selar o pacto;

(2) - Quando iniciou o novo pacto, Deus enviou Cristo à terra, onde Ele foi morto e Seu sangue derramado; e

(3) – Há derramamento de sangue até mesmo na inauguração do pacto matrimonial, quando se rompe o hímen da noiva virgem.
A presença de sangue mostra a seriedade de um pacto. Ele deve ser selado com sangue para legitimá-lo.
Assim, o MATRIMÔNIO É MUITO SÉRIO AOS OLHOS DE DEUS, POIS SEGUNDO MALAQUIAS, ELE É UM PACTO.

VI - CINCO VERDADES SOBRE PACTO:

- (1) - TODOS OS LEGÍTIMOS PACTOS NAS ESCRITURAS FORAM ESTABELECIDOS POR DEUS - O matrimônio é pacto de Deus; apenas fazemos parte dele. Devemos observar em Ml 2:14 que “O SENHOR FOI TESTEMUNHA ENTRE TI E A MULHER DA TUA MOCIDADE”, ou seja, a palavra TESTEMUNHA significa PROMOTOR, isto é, TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO. Assim sendo, Deus é testemunha contra aqueles que violam o pacto matrimonial! É por isso que quando há o casamento, o ministro pergunta: VOCÊ PROMETE FAZER ISSO OU AQUILO ATÉ QUE A MORTE VOS SEPARE? Logo, se um PACTO ou ALIANÇA ou CONCERTO É ESTABELECIDO POR DEUS, SÓ PODE SER DESFEITO PELO SENHOR! E isso não se aplica somente aos crentes. DEUS RECONHECE TODOS OS CASAMENTOS, MESMO QUANDO OS DOIS NÃO SÃO EVANGÉLICOS (Mt 14:1-4).

- (2) - TODOS OS PACTOS FUNCIONAM SOB AUTORIDADE DIVINA - I Cor 11:3; Ef 6:1 - Visto que os pactos são estabelecidos por Deus, eles devem funcionar com uma cadeia determinada de comandos. Em Malaquias 2, Deus diz que condenou os israelitas porque estavam abandonando suas legítimas esposas. Se o casal funcionar sob a orientação de Deus, será abençoado, porque a bênção brota em manter a ordem dessa corrente.

- (3) - TODOS OS PACTOS TÊM REGRAS, ISTO É, ORIENTAÇÕES QUE DETERMINAM COMO ELES OPERAM - Não podemos entrar na Aliança de Deus e estabelecermos nossas próprias regras! Deus prescreveu claramente a função que cada parte envolvida no matrimônio deve exercer: Ef 5:22-33 - SOMENTE QUANDO MARIDOS E MULHERES CUMPRIREM AS REGRAS ESTABELECIDAS POR DEUS, PODEM ESPERAR A BÊNÇÃO DO SENHOR E SEU PODER NO PACTO MATRIMONIAL.

- (4) - OS PACTOS TRAZEM EM SI SANÇÕES - Ml 2:13 cf I Pe 3:7- Se os maridos e esposas não estão fazendo o que Deus quer, então a bênção do Senhor não se faz presente no lar, em outras palavras, se uma das partes quebra o pacto, as sanções daquele pacto poderão ser invocadas pelo Senhor, que é o JUIZ e ao mesmo tempo, TESTEMUNHA.

-(5) - OS PACTOS TÊM CONSEQÜÊNCIAS - Uma decisão sobre romper o pacto matrimonial não afeta apenas os cônjuges, mas os descendentes. O impacto do divórcio ou do rompimento do pacto passa para a próxima geração.

Portanto, o divórcio não apenas termina um casamento, mas envolve a quebra de um pacto que foi feito com juramento de amar, cuidar, e honrar o cônjuge ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE.
A ÚNICA COISA QUE PODE TERMINAR COM ESTE PACTO É A MORTE. Com tal compreensão do casamento, não é de se estranhar que Deus odeie o divórcio - Ml 2.16.

VII - ENSINO DE JESUS SOBRE O CASAMENTO E O DIVÓRCIO:
Leiamos Mt 19.1-12:
Mt 19.3 - Os fariseus estavam "TESTANDO" Jesus, o que significa que não eram sinceros em sua pergunta. Eles queriam apenas apanhar Jesus em contradição.
Na linguagem de hoje, os fariseus perguntaram a Jesus: - "Pode-se conseguir um divórcio por qualquer motivo que desejar?"
Na época em que Jesus viveu, havia muita confusão em relação ao divórcio. As pessoas, orientadas pelos rabinos da época, quando tomavam uma decisão sobre o divorciar-se de alguém, seguiam duas opiniões diferentes, uma liderada pelo rabino Shammai e a outra liderada pelo rabino Hillel.
Tanto o rabino Shammai quanto Hillel baseavam seus argumentos no texto de Dt 24.1, mas com diferenças na interpretação da palavra "INDECENTE" ou "VERGONHOSO".

Para Shammai, o divórcio só era permitido quando havia caso comprovado de adultério; ele advogava que a tese de que a palavra "INDECENTE" se referia, exclusivamente, à ofensa de ordem sexual, tendo em visa que a raiz da palavra está ligada à idéia de "NUDEZ".
Já para o rabino Hillel, a palavra "INDECENTE" podia incluir coisas banais. Com isso, um marido podia dar carta de divórcio, se a sua esposa, por distração, salgasse a sopa de lentilhas, ou deixasse queimar o biscoito da refeição matinal, por exemplo.

Segundo ainda Hillel, o marido podia dar carta de divórcio se o relacionamento se tornasse monótono, tendo em vista que a palavra "DESPREZAR" em Dt 24.3.
Concluindo: O rabino Shammai era mais severo; Hillel era mais liberal.
Foi nesse contexto é que Jesus emitiu Seu posicionamento em relação ao divórcio.
Ele começou fazendo uma pergunta aos fariseus: - "NÃO LESTES?" - Mt 19.4 - Em outras palavras: - "Vocês não tem uma bíblia?"

O que Jesus estava dizendo é que o assunto divórcio NÃO ESTÁ ABERTO A DISCUSSÃO, DEBATE ou PONTOS DE VISTAS.
Quando se trata de divórcio, todo mundo tem uma opinião. Se nos encontrarmos em dificuldades conjugais, encontraremos sempre alguém que vai nos fazer com que nos sintamos bem acerca da sua posição.
Mas Jesus não estava interessado na opinião popular. Ele não molhou os dedos e os colocou no ar a fim de ver para onde o vento estava soprando. Ele conduziu os fariseus de volta às Escrituras, ao início de tudo, ou seja, Gênesis capítulos 1 e 2.

A grande tragédia sobre o matrimônio e o divórcio é que ouvimos a opinião de todo mundo, mas não lemos o que Deus disse sobre o assunto. Devemos ler a Sua Palavra sobre este assunto, porque o casamento é idéia e projeto de Deus. Estamos falando de um relacionamento divino, uma instituição autorizada e ordenada por Deus.

Portanto, o problema não é saber o que o povo diz, mas o que Deus fala. Quando Deus criou Adão e Eva e realizou o primeiro casamento, o divórcio não fazia parte da fórmula. Se Adão quisesse se separar de Eva ou vice versa, não teriam com quem se ajuntar. Nunca foi intenção de Deus que houvesse um divórcio. Estava e está fora de Suas intenções e Seus ideais - Ml 2.16.
Foi por isso que Jesus censurou os fariseus por não procurarem nas Escrituras o que Deus havia dito sobre o casamento e, particularmente, sobre o divórcio.
Em Mt 19.4-5 Jesus recordou aquela primeira cerimônia de casamento para os fariseus e então acrescentou  uma palavra pessoal em Mt 19:6 - "Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que deus ajuntou, não o separe o homem".

Dessa forma Jesus faz a mesma coisa que fizemos quando defrontamos o problema do divórcio. Ele diz que antes de falarmos sobre o divórcio, devemos falar sobre o plano e o propósito de Deus para o matrimônio. Quando Deus fala do casamento Ele quer que o mesmo seja algo que dure para sempre.
Leiamos Mt 19.7-8 - Devemos observar que Jesus e os fariseus utilizaram palavras diferentes para descreverem o divórcio: Os fariseus  chamaram de "MANDAMENTO", significando que era algo que deveriam fazer, algo que Moisés ordenara. Mas Jesus os corrige dizendo-lhes que, por causa do pecado, foi uma "PERMISSÃO" ou "CONCESSÃO" e não um "MANDAMENTO".
Logo, DEUS NUNCA ORDENOU O DIVÓRCIO. Mas, por causa do pecado, há a permissão para divorciar-se. Esta é a diferença fundamental. Deus nunca diz que devemos obter o divórcio. Mas há certas situações (por causa do pecado) em que há a permissão para optar-se pelo divórcio.

Os fariseus tentaram enganar Jesus usando um pequeno jogo de palavras, mas, evidentemente, não conseguiram. Jesus lhes fez ver que há apenas PERMISSÃO PARA O DIVÓRCIO; DEUS NÃO O ORDENOU A MOISÉS, E NÃO O ORDENA HOJE, POIS O SENHOR É MESMO, ELE NÃO MUDOU.  Portanto, a questão é saber em que circunstâncias há a PERMISSÃO para o divórcio.
Jesus tratou do assunto em Mt 19.9. Ou seja, a infidelidade de um dos cônjuges é o elemento que permite o divórcio.

A palavra "INFIDELIDADE" (PORNÉIA), pode ser aplicada a qualquer prática sexual ilícita, incluindo não somente  infidelidade ou adultério (Lv 18.20); homossexualismo (Lv 18.22; Rm 1.25-27); bestialidade (Lv 18.23) e incesto (Lv 18.6-18).
Observemos que Jesus diz que se o divórcio for por qualquer motivo que não seja a infidelidade conjugal e se casar com outra pessoa, comete adultério. Ou seja, no que se refere a Deus, a pessoa que se divorcia sem o único fundamento bíblico legítimo, ainda estará casada com o primeiro cônjuge.

- (1) - Os fariseus estavam testando Jesus (Mt 19:3);

- (2) - Jesus não deu opinião; Ele começou fazendo uma pergunta aos fariseus - Mt 19:4a - A grande tragédia sobre o matrimônio e o divórcio é que ouvimos a opinião de todo mundo, MAS NÃO LEMOS O QUE DIZ A PALAVRA DO SENHOR. Quando Deus criou Adão e Eva e realizou o primeiro casamento, o divórcio não fazia parte da fórmula. Por isso, Jesus conduziu os fariseus de volta às Escrituras, ao início, em Gn 1; 2.

- (3) - Mt 19:4-5 - O que Jesus quis dizer é que antes de falarmos sobre divórcio, devemos falar sobre o plano e o propósito de Deus para o matrimônio. Quando Deus fala do casamento, Ele quer que o mesmo seja algo que dure para sempre.

- (4) - Mt 19:6 - Parafraseando o que disse Jesus, temos: O QUE DEUS UNIU, NENHUM HOMEM TEM O DIREITO OU PODER DE SEPARAR ou O QUE DEUS UNIU, SOMENTE ELE TEM O DIREITO E O PODER DE SEPARAR.

- (5) - Mt 19:7-8 - Jesus e os fariseus usaram palavras diferentes para descrever o divórcio. Os fariseus o chamaram de MANDAMENTO, significando que deviam fazer algo que Moisés ORDENARA. Mas Jesus os corrige dizendo-lhes que Moisés deu UMA PERMISSÃO ou CONCESSÃO por causa do pecado, e não um mandamento. DEUS NUNCA ORDENOU O DIVÓRCIO.

- (6) - Mt 19:9 cf Mt 5:31-32 cf I Cor 6:15-16 - A infidelidade (relação sexual ilícita) de um dos cônjuges é o elemento que PERMITE O DIVÓRCIO. As pessoas estão desfazendo seus pactos matrimoniais levando-se em conta a PERMISSÃO que Moisés deu ao povo de Israel. Jesus diz que a pessoa NÃO PODE SE DIVORCIAR POR QUALQUER MOTIVO.

VIII - O ENSINAMENTO DA BÍBLIA A RESPEITO DO CASAMENTO, DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO:
Este assunto pode ser reunido em três afirmações:
- (1) - O Casamento é Permanente - Rm 7.2; I Cor 7.39 - A intenção de Deus é que um esposo e uma esposa permaneçam casados até que a morte os separe. Deus une esposo e esposa num só ser, e esta união é para ser permanente. Deus, certamente, não liga pessoas em casamentos que ele chama de adultério, e estes casamentos não são levados em consideração em nossos comentários.
- (2) - O Divórcio é Pecaminoso - Mc 10.9; Mt 5.32 - É pecaminoso por causa do que o homem faz à sua companheira, quando ele se divorcia dela. Jesus disse que ele a expõe cometer adultério. Fazer com que outro tropece e se perca é um pecado tremendamente horrível (Mt 18:6).
O divórcio também é pecaminoso, porque eu prometi ficar com minha esposa até que a morte nos separe. Deus detesta a mentira e a quebra da promessa (Apc 21:8; Rm 1:31).
- (3) - Casamento de Divorciado é Adultério: A pessoa divorciada não tem a opção de se casar novamente. Em I Cor 7:10-11, Paulo deu duas escolhas àqueles que haviam se divorciado: permanecerem descasados ou então se reconciliarem com o seu par.

Novo casamento de divorciados é adultério. É adultério para aquele que se divorcia de seu par (Mc 10:11-12), para aquele que está divorciado (Mt 5:32) e para aqueles que se casam com pessoas divorciadas (Lc 16:18).
De acordo com Rm 7:2-3 o adultério continua enquanto se está casado com um segundo par e o primeiro ainda vive.

IX – PESSOAS DIVORCIADAS QUE DESEJAM SER MEMBRAS DA IGREJA:
Os crentes divorciados caem em duas categorias distintas: Os que se divorciaram antes de ser tornarem crentes e os que se divorciaram depois de se tornarem crentes.
Há uma vasta diferença entre estas duas situações, e devemos distinguir entre elas cuidadosamente.
Aqueles que se divorciaram ANTES DE ACEITAR A CRISTO, não retêm o pecado do divórcio após a sua conversão.

Desta forma, há uma diferença entre aquele que se divorciou já sendo crente e aquele que passou pelo mesmo processo antes da conversão; o pecado não é o mesmo: O crente já tinha conhecimento e já possuía a graça em Cristo para fazer o seu casamento funcionar, ao passo que o recém-convertido não tinha o poder de Cristo em seu coração na época em que se divorciou.
O crente novo perdeu o seu velho eu em Jesus e, assim, todos os seus pecados anteriores tornaram-se ineficazes - II Cor 5.17; Rm 6.6-7, 10 - Ou seja, as coisas antigas não apenas passaram, mas se tornaram inexistentes, e portanto não tem poder para condenar. A paz, misericódria e a glória de Deus cumpriram a dívida da lei através de Jesus Cristo, desarraigando, assim, o passado do novo convertido.

II Cor 5.17b-18 - Aqui também Paulo nos dá um outro motivo pelo qual o novo crente pode ser considerado livre de todos os velhos pecados. Paulo está dizendo que Deus reconcilia totalmente os crentes consigo, quando estes aceitam Jesus, e então lhe dá o ministério de reconciliar os outros. Laconicamente, isso mostra como a Igreja (composta de pecadores já perdoados) deve aceitar a pessoa divorciada que se converteu após o seu divórcio e deseja se tornar um membro da Igreja.

Certamente, alguém pode estar perguntando: - "O perdão que Deus dá ao incrédulo  que se divorciou é diferente do perdão que Ele oferece ao crente que se divorciou?" A RESPOSTA É NÃO!
Em ambos os casos o perdão é completamente o mesmo, MAS OS RECEPTORES SÃO DIFERENTES.
O crente que se divorciou estando "casado" com Jesus Cristo, teve que negar o senhorio do Senhor, visto que era um com Cristo, não separado dEle, como era o incrédulo. O crenge foi incluído na cidadania dos crentes, ele não era um estrangeiro para as promessas e alianças. O crente possuía esperança em Deus, ao passo que o incrédulo estava sem esperança. Finamente, o crente tinha o meio, o caminho para fazer o casamento funcionar.

Podemos apenas concluir que para o crente um divórcio é um pecado maior visto que representou também um reendurecimento do coração redimido. Isto é muito ofensivo a Deus porque Jesus já tinha destruído a barreira do pecado entre o crente e Deus, dando, assim, acesso ao Pai através de Cristo e tornando o crente um com Cristo. O crente colocou tudo isso de lado quando se divorciou desobedientemente.

X - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A natureza da fé cristã não permite que Deus rebaixe Seus padrões para acomodá-los aos nossos, e, sim, que elevemos nossos padrões para ajustá-los aos de Deus. Nós é que devemos nos ajustar, e não Deus. Isto significa que temos que encarar o problema do divórcio e do novo casamento do ponto de vista de Deus e não do ponto de vista de nossas emoções.
Leiamos I Cor 7:10-17 cf Rm 7:1-3 cf I Cor 7:39 - Enquanto um dos cônjuges estiver vivo, o máximo que pode ser permitido ou tolerado (nunca será mandamento, ou recomendação), é o divórcio por causa de relação sexual ilícita. Mesmo neste caso, não haverá base para um novo casamento.

FONTES DE CONSULTA:
1) Divórcio e Novo Casamento - Editora vida - Tony Evans
2)  Estudo Bíblico: "Divórcio e Novo Casamento é adultério continuado" - Gary Fisher
3) Divórcio - Contra ou a Favor? A Bíblia Responde - Série Proposta - Paulo Florêncio e Silva


SUBSIDIOS


O DIVÓRCIO
Texto Áureo: MT. 19.9 – Leitura Bíblica: Mt. 19.3-12
INTRODUÇÃO
A aula de hoje tende a ser polêmica, tendo em vista que o tema divórcio, é um dos assuntos mais controvertidos das Escrituras. Ciente dessa realidade, objetivamos, com esta aula, não apenas esclarecer, com base na Bíblia, o que é e as possibilidades de divórcio, mas, também, apresentar encaminhamentos para que os crentes evitem, sempre que possível, passar por essa experiência frustrante.

1. O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra divórcio, do latim “divortium”, significa separar-se e diz respeito ao acordo judicial que os cônjuges, em comum acordo, decidem, perante a lei, dissolver o vínculo do casamento. No Antigo Testamento, essa prática era concretizada através da dissolução do vínculo matrimonial, dando o direito da parte inocente contrair novas núpcias (Dt. 24.2), a esse tipo de divórcio, ou repúdio, Jesus se refere em Mt. 5.31,32; 19.9. As razões que justificam o divórcio, de acordo com a Lei Mosaica, se encontram em Dt. 24.1-4, expressamente quando o homem identificasse, na mulher, uma “coisa indecente” ou “feia”. Em conformidade com a Lei de Moisés, o homem não podia conceder divórcio à mulher por dois motivos: 1) quando a esposa fosse acusada falsamente de infidelidade sexual (Dt. 22.13-19); e 2) quando um homem tirasse a virgindade de uma mulher e fosse compelido a se casar com ela (Ex. 22.16,17; Dt. 22.28,29). No Antigo Testamento, encontramos dois contextos nos quais o divórcio foi recomendado, o primeiro no caso de casamentos mistos, depois que os judeus retornaram do cativeiro babilônico (Ed. 9 e 10; Ne. 13). Em Ml. 2.16, texto no qual Deus revela Sua insatisfação com o divórcio, também, nos versículos 14 e 15, orienta para que os judeus retornem à mulher da sua mocidade. As tentativas de interpretação dos textos do Antigo Testamento deu origem, no período interbíblico, a duas escolas: Shammai – extremamente radical, defendia que o divórcio somente poderia acontecer em casos de adultério. Para esse rabino judeu, a “coisa indecente” de Dt. 24.1 se referia ao pecado sexual; Hillei, - mais liberal, argumentava que o divórcio poderia acontecer por qualquer motivo, assim sendo, a expressão “coisa indecente”, seria qualquer coisa que o marido não gostasse na mulher. Se o marido não gostasse da comida preparada por sua esposa poderia considerar isso uma “coisa indecente”, justificando o divórcio.

2. O DIVÓRCIO NO NOVO TESTAMENTO
Esse era o contexto no qual o Senhor Jesus se deparou, e a respeito do qual lemos em Mt. 5.31,32, em que o Mestre se opõe ao divórcio por qualquer motivo, a não ser em virtude de relações sexuais ilícitas. Certamente o divórcio era muito comum naqueles dias, não por acaso a mulher samaritana já havia se divorciado cinco vezes (Jo. 4.18), o objetivo do Senhor era coibir as interpretações demasiadamente liberais a respeito do assunto. A palavra grega para “relações sexuais ilícitas” é porneia, que aparece no Novo Testamento para se referir não especificamente ao adultério, mas a prostituição, fornicação, adultério e imoralidade. Esse termo grego é mais amplo, e diz respeito a todo e qualquer tipo de relação sexual ilícita, diferentemente de moicheia, que tecnicamente se refere ao adultério, restrito aos casados (Mc. 7.21). Em Mt. 19.3-12, o divórcio explicitado por Jesus está no contexto de uma pergunta feita pelos fariseus, com base nas escolas de interpretação em evidência na época, mais especificamente a de Shammai e Hillei (Mt. 19.3). Os fariseus queriam posicionar Jesus dentro de uma dessas escolas de interpretação judaica em relação ao divórcio. A resposta de Jesus não se inscreve em nenhuma dessas escolas, Ele remete diretamente ao princípio escriturístico de Gn. 2.24, da indissolubilidade do casamento. O Senhor adverte que “quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas (porneia no grego) e casar com outra, comete adultério (moicheia no grego). Através de Moisés, Deus permitiu que se entregasse Carta de Divórcio (ou de Repúdio) por causa da dureza do coração dos homens (Mt. 19.7,8). O divórcio, por conseguinte, é resultante da natureza caída, da perversão dos corações dos homens. Nas Epístolas de Paulo existem poucas passagens alusivas ao divórcio, as principais delas são Rm. 7.1-3 e I Co. 7.10-15. Na primeira passagem o apóstolo dos gentios não está tratando diretamente a respeito do divórcio, antes pretende ilustrar, a partir da indissolubilidade do casamento, a liberdade que há em Cristo, em comparação com a Lei Mosaica. Como regra geral, enquanto o marido viver a mulher estará ligada a ele pelo matrimônio, mas Paulo não está tratando da exceção, quando ocorre divórcio (Rm. 7.3). Na passagem da Epístola aos Coríntios, Paulo orienta os casais crentes, mais especificamente às mulheres, que “não se apartem dos seus maridos”, mesmo que eles sejam descrentes. A exceção é se o marido descrente não quiser conviver com a esposa crente, e resolver abandoná-la, nesse caso ela está livre, não mais sujeita à servidão (I Co. 7.10-15). Evidentemente todo esforço deve ser feito para que as partes vivam em paz, e que haja espaço para a reconciliação, o divórcio deve ser sempre a última saída. Como o texto bíblico afirma que a parte vitimada “não fica sujeito à servidão”, infere-se que essa está livre para contrair novas núpcias, contanto que seja “no Senhor” (I Co. 7.39).

3. O DIVÓRCIO E A IGREJA
No Brasil o divórcio foi instituído, oficialmente, com a Emenda Constitucional n. 9, de 28 de junho de 1977 e regulamentada pela Lei 6515 de 26 de dezembro desse mesmo ano. A Lei 11441, de 4 de janeiro de 2007, facilitou mais ainda a ocorrência do divórcio, tendo em vista que esse passou a ser requerido por via administrativa, dispensando a necessidade de uma Ação Judicial, bastando apenas que um advogado compareça ao tabelionato de notas com um requerimento, mas essa facilidade somente é possível caso os casados não tenha filhos menores ou incapazes. O divórcio no Brasil tem crescido consideravelmente, em 23 anos, deu um salto para 200%, um divórcio para cada quatro casamentos. Em 2009 surgiu a PEC 0028/2010, que posteriormente se transformou na EC 66/2010, que simplifica a concretização do divórcio, acabando com o cumprimento de prazos para a sua realização. Mas o posicionamento da Igreja deve ser diferente daquele exarado na Legislação. O divórcio, em oposição ao que vem fazendo o governo, não deve ser incentivado pela Igreja. Os dois casos com respaldo bíblicos para o divórcio são: a imoralidade sexual da parte do cônjuge e o abandono do descrente pela parte incrédula. Nesses casos, ao que tudo indica, há possibilidade de novo casamento. Evidentemente a Igreja precisa ser cuidadosa e avaliar cada caso individualmente, um exemplo é o de irmãs que não são abandonadas pelo marido descrente, mas que são vítimas de espancamento. Outro aspecto a ser considerado é o caso de pessoas que se divorciaram antes de virem para a igreja, no tempo da ignorância (At. 17.30), não podendo ser julgadas a partir dos mesmos critérios daqueles que sempre foram crentes (II Co. 5.17). As pessoas que passaram pela frustrante e angustiante experiência do divórcio, especialmente antes de se tornarem crentes, devem ser amparadas pela igreja, como fez Jesus com a mulher samaritana (Jo. 4.17,18).

CONCLUSÃO
Consoante ao exposto, compreendemos, pela Bíblia, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, que o divórcio não deve ser incentivado pela igreja. Muito pelo contrário, o princípio da indissolubilidade do casamento, como aliança, é a base do relacionamento. Mas por causa da imoralidade sexual, e do abandono do cônjuge, é possível que o casamento termine em divórcio. Nesses casos, a parte vitimada tem liberdade de contrair novas núpcias, contanto que seja no Senhor.

BIBLIOGRAFIA
LUGT, H. V. Divórcio: o que a Bíblia ensina. Curitiba: Publicações RBC, 2008.
SILVA, E. S. Analisando o divórcio à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.


COMPLEMENTO 001


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Dt 24.1 - O divórcio no Antigo testamento
24.1 ESCRITO DE REPÚDIO. O divórcio resulta do pecado humano (cf. Mt 19.8). As instruções que se acham nos versículos 1-4 foram dadas por DEUS para regular o divórcio no Israel antigo. Observe o seguinte nesses versículos:

(1) O termo "coisa feia", provavelmente se refira a certa conduta vergonhosa ou imoral, porém não da gravidade do adultério. Certamente não se trata de adultério, pois a penalidade deste era a morte, e não o divórcio (cf. 22.13-22; Lv 20.10).

(2) O "escrito de repúdio" era um documento legal entregue à mulher, para a rescisão do contrato do casamento, para protegê-la e liberá-la de todas as obrigações para com o seu ex-marido.

(3) Depois de receber o escrito de divórcio, a mulher estava livre para casar-se de novo. Nunca poderia, porém, voltar ao seu primeiro marido, se o segundo casamento se dissolvesse (vv. 2-4).

(4) A ocorrência do divórcio é uma tragédia (cf. Ml 2.16; ver Gn 2.24), mas não é pecado, se tiver fundamento bíblico (ver Mt 19.9; 1 Co 7.15).
O próprio DEUS repudiou Israel por causa da sua infidelidade e adultério espiritual (Is 50.1; Jr 3.1,6-8).

Terça - Dt 24.1-4 - O divórcio sem volta
1 Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem,3 e se este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,4 então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR, teu DEUS, te dá por herança.

Quarta - Gn 2.24 - DEUS institui o casamento
24 Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
2.24 DEIXARÁ O VARÃO O SEU PAI E A SUA MÃE. Desde o princípio, DEUS estabeleceu o casamento e a família que dele surge, como a primeira e a mais importante instituição humana na terra (ver 1.28). A prescrição divina para o casamento é um só homem e uma só mulher, os quais tornam-se uma só carne (i.e., unidos em corpo e alma). Este ensino divino exclui o adultério, a poligamia, a homossexualidade, a fornicação e o divórcio quando anti-bíblico (Mc 10.7-9; ver Mt 19.9).

 Quinta - 1 Co 7.39 - Até que a morte os separe
39 A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. Até que a morte os separe -essa é a receita de JESUS.

 Sexta - Mt 5.31,32 - O ensino de CRISTO sobre o divórcio
31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.

 Sábado - 1 Co 7.27 - O ensino de Paulo sobre o divórcio
27 Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher.
Para se dedicar exclusiva e integralmente a DEUS o melhor é fazer como Paulo - Não se casar - Mas terá que se vigiar para não se abrasar - ter domínio próprio apurado.



COMPLEMENTO 002
GENESIS  2. 24 DEIXARÁ O VARÃO O SEU PAI E A SUA MÃE.
Desde o princípio, Deus estabeleceu o casamento e a família que dele surge, como a primeira e a mais importante instituição humana na terra (ver 1.28 ). A prescrição divina para o casamento é um só homem e uma só mulher, os quais tornam-se uma só carne (i.e., unidos em corpo e alma). Este ensino divino exclui o adultério, a poligamia, a homossexualidade, a fornicação e o divórcio quando antibíblico (Mc 10.7-9; ver Mt 19.9).

CANTARES  2.16 O MEU AMADO É MEU, E EU SOU DELE.
O amor que os dois enamorados têm um pelo outro é genuíno e fiel. Não há desejo nem espaço para outra pessoa. No casamento, deve haver tal amor mútuo e dedicação, que a fidelidade conjugal seja da máxima importância na vida do casal.

MALAQUIAS  2.14 A MULHER DA TUA MOCIDADE.
Muitos homens eram infiéis às suas esposas, com as quais se haviam casado quando jovens. Agora procuravam divorciar-se delas, para se casarem com outras. O Senhor detesta tal ação, pois é movida pelo egoísmo. Ele declara que, do marido e da mulher, fez um só (v. 15). Em conseqüência destes pecados e transgressões, Deus lhes virara as costas, recusando-se a atender-lhes as orações (vv. 13,14).

MALAQUIAS  2.16 ABORRECE O REPÚDIO.
Deus odeia o divórcio motivado por propósitos egoístas. Quem pratica tal tipo de divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência com a sua veste". O divórcio, aos olhos de Deus, iguala-se à injustiça mais brutal, à crueldade e ao assassinato (ver Mt 19.9,).

DEUTERONOMIO  24.1 ESCRITO DE REPÚDIO.
O divórcio resulta do pecado humano (cf. Mt 19.8). As instruções que se acham nos versículos 1-4 foram dadas por Deus para regular o divórcio no Israel antigo. Observe o seguinte nesses versículos:

 (1) O termo "coisa feia", provavelmente se refira a certa conduta vergonhosa ou imoral, porém não da gravidade do adultério. Certamente não se trata de adultério, pois a penalidade deste era a morte, e não o divórcio (cf. 22.13-22; Lv 20.10).

(2) O "escrito de repúdio" era um documento legal entregue à mulher, para a rescisão do contrato do casamento, para protegê-la e liberá-la de todas as obrigações para com o seu ex-marido.

(3) Depois de receber o escrito de divórcio, a mulher estava livre para casar-se de novo. Nunca poderia, porém, voltar ao seu primeiro marido, se o segundo casamento se dissolvesse (vv. 2-4).

(4) A ocorrência do divórcio é uma tragédia (cf. Ml 2.16; ver Gn 2.24), mas não é pecado, se tiver fundamento bíblico (ver Mt 19.9 ; 1 Co 7.15). O próprio Deus repudiou Israel por causa da sua infidelidade e adultério espiritual (Is 50.1; Jr 3.1,6-8).

MATEUS  19.9 A NÃO SER POR CAUSA DE PROSTITUIÇÃO.
A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, i.e., que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (vv. 5,6; Mc 10.7-9; Gn 2.24 nota; Ct 2.7 ; Ml 2.14 ). Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a prostituição (gr. porneia), palavra esta que no original inclui o adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual (5.32; 19.9). O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar.

(1) Quando Jesus censura o divórcio em 19.8,9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como permitido no AT em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Dt 24.1). A vontade de Deus em tais casos era que os dois permanecessem juntos. Todavia, Ele permitiu o divórcio, por incontinência pré-nupcial, por causa da dureza de coração das pessoas (vv. 7,8).

(2) No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o AT determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Lv 20.10; Êx 20.14; Dt 22.22). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo (Rm 7.2; 1 Co 7.39).

(3) Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são menores. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, ele ou ela está livre para casar-se de novo com um crente (1 Co 7.27,28).

 1CORINTIOS 7.14 MARIDO... MULHER... FILHOS.
Quando no casamento, um dos cônjuges é incrédulo, tal casamento bem como os filhos nascidos dele são legítimos diante de Deus. A situação aludida neste versículo não é a do casamento no seu aspecto bíblico, mas no seu aspecto legal. Nesse caso, o crente deve continuar vivendo com o descrente, sem separar-se e sem dividir o lar. Além disso, por ser crente o marido ou a mulher, ele, ou ela poderá ter uma influência especial para levar o outro cônjuge a aceitar Cristo (cf. 1 Pe 3.1,2).

1CORINTIOS  7.15 NÃO ESTÁ SUJEITO À SERVIDÃO.
Na eventualidade do cônjuge descrente abandonar ou divorciar-se do cônjuge crente, o relacionamento conjugal é dissolvido e o crente está livre das suas obrigações conjugais anteriores. "Neste caso... não está sujeito à servidão", significa que o crente fica desobrigado do contrato conjugal. A palavra "servidão" (gr. douloo) significa literalmente "escravizar". Nesse caso, o crente fiel já não está escravizado aos seus votos conjugais. Tal cônjuge crente abandonado fica livre para casar-se de novo, mas só com um crente (v. 39; ver Mt 19.9,).

1CORINTIOS  7.1 QUE O HOMEM NÃO TOCASSE EM MULHER.
O cap. 7 todo é a resposta de Paulo às perguntas feitas pela igreja de Corinto a respeito da vida conjugal. Suas instruções devem ser lidas à luz do versículo 26: "Tenho, pois, por bom, por causa da instante necessidade". Um período de grande aflição e perseguição estava para vir sobre os cristãos de então, e nessa situação, a vida conjugal seria difícil. Note-se que "não tocar em mulher" significa, aqui, não casar-se.

1COTINTIOS  7.3 O MARIDO PAGUE À MULHER.
O compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do direito exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro cônjuge. Isso significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os desejos sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são naturais e providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de Satanás no campo do adultério (v. 5).

1CORINTIOS  7.11 SE, PORÉM, SE APARTAR, QUE FIQUE SEM CASAR.
No versículo 10, Paulo mostra que a vontade de Deus para o casamento é que ele seja permanente. Também mostra que, às vezes, o relacionamento conjugal se torna tão insuportável que é necessário os cônjuges se separarem. No versículo 11, portanto, Paulo não se refere ao divórcio permitido por Deus, causado por adultério (ver Mt 19.9 ), nem ao abandono de um cônjuge pelo outro (ver v.15 ). Pelo contrário, Paulo está falando da separação sem divórcio formal. Talvez isso se refira a situações em que o cônjuge age de modo a pôr em perigo a vida física ou espiritual da esposa e dos filhos. Em tais casos, é preferível que um dos cônjuges deixe o outro, mas que permaneça sem casar. É inaceitável que Paulo fosse favorável a não separação de um casal em que um dos cônjuges vive sempre a maltratar fisicamente o outro e a agredir os filhos.

1CORINTIOS  7.3 O MARIDO PAGUE À MULHER.
O compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do direito exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro cônjuge. Isso significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os desejos sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são naturais e providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de Satanás no campo do adultério (v. 5).

FONTE DE PESQUISA:
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL

ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO - MT
CAMPO DE GUIRATINGA - MT.


















Nenhum comentário:

Postar um comentário