TEXTO AUREO
“Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores”. lT m 6.10
VERDADE APLICADA
Os insensatos derrubam os celeiros, constroem outros
maiores, mas se esquecem de cuidar da própria alma.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
►
Mostrar que as riquezas materiais cegam muitas pessoas no aspecto espiritual;
►
Explicar que a ganância por possuir bens materiais vai contra o Evangelho de
Jesus;
►
Ressaltar que possuir riquezas não é pecado; o problema é deixar descer para o
coração a avareza, o orgulho, o egoísmo e a vaidade excessiva enquanto despreza
a Palavra de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 12.15 - E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da
avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância do que possui.
Lc 12.19 - E direi à minha alma: Alma, tens em depósito
muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Lc 12.20 - Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão
a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
l Tm 6.9 - Mas os que querem ficar ricos caem em tentação e
em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens
na perdição e ruína.
l Tm 6.10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores.
A avareza é a sede insaciável de uma quantidade cada vez
maior de algo que acreditamos ser necessário para nos fazer sentir
verdadeiramente satisfeitos. Pode ser a sede de dinheiro ou das coisas que o
dinheiro pode comprar, pode também ser a sede de cargos e de poder. Jesus
deixou claro que a vida verdadeira não depende da abundância de posses. Não
negou que temos certas necessidades básicas (Mt 6:32; 1 Tm 6:17). Apenas afirmou
que não tornaremos a vida mais rica adquirindo mais coisas.
Mark Twain certa vez definiu "civilização" muito
apropriadamente como "uma multiplicação ilimitada de necessidades
desnecessárias". De fato, muitos cristãos já foram contaminados pela
avareza e não sabem. Acreditam que a admoestação de Paulo em 1 Timóteo 6
aplica-se apenas aos "ricos e famosos". Comparado ao padrão de vida
do restante do mundo, muitos cristãos brasileiros são, de fato, abastados.
Jesus contou essa parábola a fim de relevar os perigos que
se escondem num coração avarento. Ao lê-la, deve-se testar a própria reação às
diversas experiências desse fazendeiro.
De que maneira reagimos ao dilema dele? Eis um homem cujo
problema era ter riquezas demais! Caso exclamemos: "Gostaria de ter esse
problema!", é possível que estejamos mostrando a avareza de nosso coração.
Se herdasse, de repente, uma porção de bens, essa riqueza lhe traria
complicações? Ou você simplesmente louvaria a Deus e lhe pediria que mostrasse
o que fazer com esses bens?
A prosperidade tem seus perigos (Pv 30:7-9). A riqueza é
capaz de sufocar a Palavra de Deus (Mt 13:22), de criar armadilhas e
tentações (1 Tm 6:6-10, 17-19) e de dar uma falsa sensação de segurança. Dizem
que o dinheiro não traz felicidade, mas quem desejar viver nesse nível, poderá
encontrar satisfação no dinheiro. Os que se contentam com as coisas que o
dinheiro pode comprar correm o risco de perder aquilo que o dinheiro não pode
comprar.
Esse fazendeiro viu em sua riqueza uma oportunidade de
satisfazer a si mesmo. Não pensou em Deus nem nos semelhantes.
De que maneira reagimos às decisões desse homem rico?
Dizemos: "Assim é que se faz negócios! Economizando agora a fim de
garantir o futuro!". Mas Jesus considerou que as decisões do homem
basearam-se em seu egoísmo e o chamou de "Louco". A filosofia do
mundo diz que devemos cuidar primeiro de nós mesmos, mas Jesus não apoia essa
filosofia.
Claro que não há nada de errado em seguir certos princípios
sólidos nos negócios nem em poupar para o futuro (1 Tm 5:8). Jesus não aprova o
desperdício (Jo 6:12), mas também não aprova o egoísmo da avareza.
De que maneira reagimos aos desejos do fazendeiro? Dizemos:
"Isso sim é que é vida! Ali está um homem de sucesso, cheio de satisfação
e de segurança! O que mais poderia querer?". Mas Jesus não viu esse homem
desfrutando a vida, e sim encarando a morte! Quando chega nosso momento de
morrer, não há riqueza que nos mantenha vivos. A riqueza também não compra as
oportunidades que perdemos enquanto pensávamos em nós mesmos, ignorando Deus e
os semelhantes.
Jesus deixou claro que a vida, o sucesso e a segurança
verdadeiros não se encontram na abundância de bens. Esse homem tinha uma visão
equivocada da vida e da morte. Pensava que a vida vem do acúmulo de coisas e
que a morte estava distante. No dia 11 de março de 1856, Henry David Thoreau
escreveu em seu diário: "O mais rico dos homens é aquele cujos prazeres
custam menos". E também: "Um homem é rico na proporção do número de
coisas sem as quais pode viver".
Por fim, de que maneira reagimos à morte desse fazendeiro
presunçoso? Nossa tendência é pensar: "Que pena esse sujeito ter morrido
justo quando as coisas estavam indo tão bem para ele! Que tristeza não ter
conseguido terminar seus grandes planos!" Mas o mais triste de tudo não
era o que o homem havia deixado para trás, mas sim o que teria pela frente: uma
eternidade sem Deus! O homem viveu sem Deus e morreu sem Deus, e sua riqueza
não passou de uma circunstância desta vida. Deus não se impressiona com nosso
dinheiro.
O que significa ser "rico para com Deus"?
Significa reconhecer com gratidão que tudo o que temos vem de Deus e nos
esforçar para usar o que ele nos dá para o bem de outros e para a glória de
Deus. A riqueza pode ser desfrutada e usada ao mesmo tempo se nosso propósito
é honrar a Deus (1 Tm 6:10). Ser rico para com Deus significa enriquecimento
espiritual, não apenas prazer pessoal. Como é triste quando as pessoas são
ricas nesta vida e pobres na outra!
Introdução
O pecado da avareza é basicamente composto de duas ideias:
procurar obter obcecadamente o que não se tem, e preservar, a todo custo,
aquilo que possui. Ela também é considerada um vício, que tem escravizado uma
boa parte da sociedade no mundo. No entanto é preciso dizer que obter as
coisas, ou desejá-las simplesmente, não há problemas. O pecado está no desejo
pelas possessões temporais sem controle, que passa a ser idolatria, ou seja,
quando a confiança nas dádivas de Deus, substitui a confiança no próprio Deus.
1. O pecado da avareza
A pessoa que é possuída pelo pecado da avareza tem em seu
alvo maior a posse, a autoridade, o domínio e o controle. A avareza se torna,
na pessoa, uma espécie de edema espiritual, impulsionando o avaro a uma sede
insaciável de ter. Quanto mais o indivíduo procura acabar com sua sede, mais
ela aumenta. Esses homens e mulheres dominados por esse pecado, são
essencialmente tristes, pois muitas vezes possuem casas abarrotadas de
mobílias, enfartadas de objetos preciosos, mas sem moradores que possam
aproveitar como companhia. Na verdade, o avarento é o causador de sua própria
miséria.
(Dicionário Aurélio) edema: Substantivo masculino. Acúmulo anormal
de líquido em qualquer tecido ou órgão.
1.1. O avarento e seus bens
Jesus disse que a vida de um homem não pode se restringir à
quantidade de bens que ele possui (Lc 12.15). A teologia moderna diz que
riqueza é sinônimo de bênção de Deus na vida da pessoa e pobreza é o mesmo que
maldição. A verdadeira doutrina da prosperidade são os dízimos e as ofertas com
fidelidade ao Senhor. Quem faz esta semeadura atendendo ao que diz Malaquias
3.10 e outros textos bíblicos pode esperar bênçãos do Senhor. Tiago diz que
Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino
que prometeu aos que O amam (Tg 2.5-6).
O cristão que tem apego excessivo ao dinheiro, às riquezas,
e que não é generoso, pode ser chamado de avaro. É preciso cuidado (Lc 12.15),
pois avareza é idolatria (Cl 3.5). Evite este mal. O desejo demasiado e sórdido
para adquirir e acumular riquezas não é legítimo para um cristão, porque nenhum
avaro e idólatra tem herança no Reino de Deus (Ef 5.5). A orientação bíblica é
para que os crentes não fiquem obcecados por adquirir bens materiais, mas
satisfeitos com o que já possuem (Hb 13.5,6). Aqui o ensino é para que ninguém
seja dominado pela avareza, mas para que todos atentem pela possibilidade de
crescimento pessoal.
1.2. Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá
Jó disse que não tem como levar nada daqui (Jó 1.21).
“Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar
dele” (lTm 6.7). No caixão, não existe gavetas para levar ouro ou outros bens.
O que se leva desta vida é a vida que se leva. Para que tanto orgulho e
desprezo pelas pessoas mais pobres? Pobreza não é defeito nem tira a dignidade
das pessoas. Jesus disse que os pobres sempre estariam presentes entre os
discípulos (Mt 26.11). Os bens conquistados e registrados em nossos nomes nos
dão apenas conforto provisório, pois somos apenas “mordomos”, e nada é nosso,
e, após a morte, passam-se as riquezas para outros administrarem. Os bens vão
passando de mão em mão, nada é permanente.
As hostes do céu e do inferno ficaram observando a reação
de Jó ao perder suas riquezas e seus filhos. Ele expressou sua tristeza do
modo costumeiro da época, pois Deus espera que sejamos humanos (1 Ts 4:13).
Afinal, até mesmo Jesus chorou (Jo 11:35). Mas, em seguida, Jó adorou a Deus e
realizou uma profunda declaração de fé (Jó 1:21).
Em primeiro lugar, olhou para o passado, para o dia de seu
nascimento: "Nu saí do ventre de minha mãe". Jó havia recebido tudo o
que possuía das mãos de Deus, e o mesmo Deus que lhe concedeu essas coisas
tinha o direito de tomá-las de volta. Jó simplesmente reconheceu ser um
mordomo.
Em seguida, Jó olhou para o futuro, para o dia de sua morte:
"e nu voltarei". Não voltaria ao ventre de sua mãe, pois isso seria
impossível. Voltaria para a "terra mãe", seria sepultado e tornaria
ao pó. (A ligação entre o "nascimento" e a "terra mãe"
também pode ser encontrada em Sl 139:13-15.) Nada do que ele havia adquirido
entre seu nascimento e sua morte o acompanharia ao outro mundo. Paulo escreve:
"Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar
dele" (1 Tm 6:7).
Por fim, Jó olhou para o alto e proferiu uma declaração
magnífica de fé: "o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome
do Senhor!" (Jó 1:21). Ao invés de amaldiçoar a Deus, como Satanás disse
que Jó faria, Jó abençoou o Senhor! Qualquer um pode dizer: "o Senhor o
deu" ou "o Senhor o tomou"; mas é preciso fé verdadeira para
dizer, no meio da tristeza e do sofrimento: "Bendito seja o nome do
Senhor".
"Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta
alguma" (v. 22).
1.3. A felicidade e o dinheiro
Com ou sem dinheiro, precisamos estar convictos da nossa
felicidade (salvação) e viver intensamente para o Senhor, pois a felicidade não
está na riqueza que se possui. Paulo escrevendo a Timóteo diz: “Manda aos ricos
deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das
riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas
gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e
sejam comunicáveis, que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o
futuro, para que possam alcançar a vida eterna (lTm 6.3-10,17-19).
Paulo escreveu sobre o perigo do amor ao dinheiro, mas
acrescenta uma "ordem" especial para Timóteo transmitir aos ricos.
Ao contrário do que se pode imaginar, essa ordem aplica-se a nós. Afinal,
nosso padrão de vida hoje certamente nos faz "ricos" em comparação
com a congregação de Timóteo!
Sejam humildes (v. 17a). Se a riqueza torna alguém
orgulhoso, isso mostra que não compreende a si mesmo nem sua riqueza.
"Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força
para adquirires riquezas" (Dt 8:18). Não somos proprietários, apenas
despenseiros. Se temos riquezas, é pela bondade de Deus, não por algum mérito
especial de nossa parte. A posse de bens materiais deve tornar a pessoa
humilde e levá-la a glorificar a Deus, não a si mesma.
É possível ser rico "(no) presente século (mundo)"
(1 Tm 6:17) e pobre no mundo por vir. Também é possível ser pobre neste mundo e
rico no mundo por vir. Jesus falou sobre ambos os casos (Lc 16:19-31). No
entanto, um cristão também pode ser rico neste mundo e no outro, se usar o
que tem para honrar a Deus (Mt 6:19-34). Na verdade, uma pessoa pobre neste
mundo pode usar até seus limitados recursos para glorificar a Deus e ser
grandemente recompensada no mundo por vir.
Confiem em Deus, não nas riquezas (v. 17b). O fazendeiro
rico da parábola de Jesus (Lc 12:13-21) pensou que sua riqueza representava
segurança, quando na realidade, era evidência de sua insegurança. Ele não
estava confiando em Deus de coração. As riquezas são incertas, não apenas em
seu valor (que muda constantemente), mas também em sua durabilidade. Os
ladrões podem roubar os bens, os investimentos podem desvalorizar e o tempo
pode corroer casas e carros. Se Deus nos der riquezas, devemos confiar nele, o
Doador, não nas dádivas.
Desfrutem o que Deus lhes der (v. 17c). Sim, a palavra
"desfrutar" está na Bíblia! Na verdade, um dos temas que se repetem
ao longo de Eclesiastes é "desfrutar as bênçãos hoje, pois, um dia, esta
vida chegará ao fim" (ver Ec 2:24; 3:12-15, 22; 5:18-20; 9:7-10; 11:9,
10). Não se trata de "hedonismo" (Tendência a considerar que o prazer
individual e imediato é a finalidade da vida.)
pecaminoso nem de
viver em função dos prazeres da vida, mas sim de aproveitar o que Deus nos dá
para sua glória.
Usem o que Deus lhes der (vv. 18, 19). Devemos usar as
riquezas para fazer o bem a outros; devemos compartilhar e também aplicar nosso
dinheiro. Desse modo, enriquecemos a nós mesmos espiritualmente e fazemos
investimentos para o futuro (ver Lc 16:1-13). "A fim de se apoderarem da
verdadeira vida" (1 Tm 6:19) não significa que essas pessoas não eram salvas.
Um modo mais adequado de expressar isso seria: "a fim de tomarem posse da
vida que é real". As riquezas podem atrair as pessoas a um mundo de
fantasia, repleto de prazeres superficiais. Mas as riquezas somadas à vontade
de Deus podem conduzir a uma vida real e a um ministério duradouro.
A última frase de Paulo não é para Timóteo, pois o pronome
está no plural: "A graça seja convosco". Paulo pensava na igreja toda
quando escreveu essa carta e, sem dúvida, se dirigiu a todos os presbíteros,
não apenas a Timóteo. Como líder da igreja, Timóteo deveria atentar para as
palavras do apóstolo; mas todos os membros da igreja tinham a responsabilidade
de ouvir e obedecer. Temos a mesma responsabilidade hoje.
2. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males
Nessa cobiça, alguns se desviaram da fé (lTm 6.10). A
atenção demasiada ao dinheiro tira a visão divina do crente, quanto mais formos
atraídos pelo dinheiro, mais distantes vamos ficando de Deus. Os nossos
pensamentos não podem estar concentrados o tempo todo em ganhar dinheiro e
obter lucros financeiros. Não podemos deixar a avareza crescer e a fome
insaciável por riquezas dominar nossas vidas, tornando-nos escravos. O que ama
o dinheiro nunca se fartará dele (Ec 5.10).
2.1. Os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço
Os que almejam a riqueza caem também em muitas
concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e
perdição (lTm 6.9). A vontade de ficar rico escraviza os desejos e leva a
pessoa a vender coisas ilícitas, subir na vida prejudicando outros, vender o
próprio corpo, matar membro da família por causa de herança, participar de
tramoias, subornos e lavagem de dinheiro, sonegar impostos, superfaturar
produtos e fraudar a concorrência pública. Até o dízimo é retido por quem ama
demais o dinheiro. Muitos deixam de honrar e preservar o próprio nome; colocam
suas dignidades em jogo para obter vantagens financeiras (Pv 22.1).
A tradução exata é: "os que ficarão ricos" e
descreve pessoas que precisam de cada vez mais coisas para ser felizes e se
sentirem bem-sucedidas. Mas as riquezas são uma armadilha; conduzem à
escravidão, não à liberdade. Em vez de saciar, as riquezas criam outras
concupiscências (desejos) a serem satisfeitas. Paulo dá uma descrição vívida
dos resultados: "muitas concupiscências insensatas e perniciosas [...]
afogam os homens na ruína e perdição" (1 Tm 6:9). Vemos aqui a imagem de
um homem se afogando! Ele confiava em suas riquezas e navegava tranquilamente
pela vida, quando veio a tempestade e o afundou.
É perigoso usar a religião como fachada para obter riquezas.
Por certo, o obreiro de Deus é digno de seu salário (1 Tm 5:17, 18), mas sua
motivação para trabalhar não é o dinheiro. Se fosse, ele seria apenas um
"mercenário", não um verdadeiro pastor (Jo 10:11-14). Não devemos
perguntar: "Quanto vou ganhar com isso?", mas sim: "Quanto
posso dar?"
2.2. Onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso
coração
O coração não pode estar alienado aos tesouros (Lc 12.34). O
jovem rico colocou o seu coração na riqueza, mesmo “guardando” os mandamentos
de Deus. Após Jesus lhe pedir para vender o que tinha e repartir com os pobres,
ele ficou triste, porque era muito rico (Lc 18.22-23). A riqueza em si não é
má, mas pôr o coração no dinheiro e deixar o Reino de Deus em segundo plano é
atitude condenada por Deus. Muitos preferem as riquezas a manter uma vida
consagrada e de comunhão com o Senhor. Confiar no dinheiro é um grande engano,
apegar-se a ele uma ilusão.
Os prazeres de Deus e nossos tesouros devem andar juntos.
Devemos olhar para a Terra do ponto de vista do céu e ter certeza de que
colocamos o reino de Deus em primeiro lugar em todas as coisas. A grande
pergunta é: "Onde está seu coração?" Se nosso coração está nas
coisas passageiras deste mundo, passaremos os dias preocupados. Mas, se
estamos voltados para o que é eterno, a paz de Deus guardará nossa mente e
coração (Fp 4:6-9). Em se tratando das coisas deste mundo, não devemos
"esquentar a cabeça", estando dispostos até a vender o que temos para
ajudar a outros (At 2:44, 45; 4:34, 35). Não é errado possuir coisas, desde que
elas não nos possuam.
2.3. O dinheiro atrai coisas boas, mas também coisas ruins.
Quantas pessoas estão escravizadas, porque o dinheiro as
fascinou e fê-las envolver-se com coisas ilícitas! O que tem muito dinheiro e o
que corre atrás dele precisam ter muito cuidado, pois as tentações são enormes
nesta área. No meio eclesiástico, muitos têm maculado os seus ministérios,
manchado seus nomes e perdido as suas dignidades por colocar o dinheiro como
alvo em suas vidas.
A teologia da prosperidade é uma inversão de valores, pois a
atenção aos bens materiais está mais em evidência do que os bens espirituais e
eternos, principalmente o Projeto de Redenção. Em muitas igrejas, só se pregam
vida abundante para o lado do dinheiro e das realizações materiais neste mundo.
Muitos acumulam tanta riqueza que não podem nem andar livremente pelas ruas com
medo de sequestro. Não é porque se tem muito dinheiro que se pode fazer o que
bem quer com ele, somos “mordomos” e não podemos aplicá-los em coisas espúrias.
3. Devemos ajuntar tesouros aonde o ladrão não chega
O melhor lugar para guardar dinheiro é onde a traça não
consome (Lc 12.33). O homem parece insaciável por natureza, quanto mais tem
mais quer. Não é correto ser preguiçoso, pois todos precisam sobreviver do suor
dos seus rostos, mas também não precisam ser gananciosos para ajuntar tesouros
nesta vida a ponto de impedir o verdadeiro relacionamento com Deus. As melhores
riquezas são aquelas que depositamos nos céus, não as passageiras que podem ser
roubadas a qualquer momento.
3.1. O dinheiro conseguido de forma desonesta atrai maldição
Quem planta desonestidade colherá frutos da mesma natureza
da semente, pois a lei da semeadura não falha. Nunca se viu pessoas viverem
felizes por conseguirem dinheiro de procedência duvidosa. Até um troco recebido
a mais deverá ser devolvido ao seu dono. Pessoas que enganam e passam os outros
para trás não ficarão impunes. Tiago diz que o salário dos trabalhadores retido
com fraude está clamando, enquanto os patrões vivem deliciosamente. Mas as
riquezas deles estão apodrecidas e as vestes comidas de traça (Tg 5.1-6).
Subtrair objetos ou valores de alguém, fazer negócios
desonestos ou passar um coitado para trás geram consequências. Não podemos usar
aquele ditado que diz que “o mundo é dos espertos”, isso não é coisa de
cristão. A Lei de Gérson - levar vantagem em tudo - deve ser deixada de lado.
Participar de negócio desonesto, desviar verba, sonegar impostos, superfaturar
licitações, tudo isso atrai maldição, é pecado e prejudica a obra de Deus.
3.2. O dinheiro adquirido de forma lícita não deve ser usado
de forma ilícita
Quem tem dinheiro não deve menosprezar os que não tem nem
deve ser avarento ou orgulhoso, pouco ainda deve se omitir de ajudar os
necessitados; não deve usá-lo na prostituição, nas bebidas alcoólicas, no fumo,
nas drogas, nos jogos de azar, nem na vaidade excessiva. Não se deve gastar
dinheiro com aquilo que não é pão, isto é, fora da vontade de Deus (Is 55.2).
Não seja esbanjador, seja econômico.
3.3. Quem confia na riqueza tem dificuldade para entrar no
Reino dos Céus
Jesus alertou que é mais fácil passar um camelo pelo fundo
de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus, porque a maioria deles
está muito apegada ao dinheiro que possui e confia nas suas posses, são
avarentos, egoístas e orgulhosos. Mas, quando a morte chega, ela não distingue
o pobre do rico, mas leva todos. A riqueza não é capaz de deixar o rico para
semente. Preste atenção: tudo ficará aqui! (Lc 18.24-25). O materialismo está
evidente até no meio cristão, o dinheiro tem falado mais alto, as pessoas valem
pelo que têm e não pelo que são. Este é o pensamento mundano.
Ser rico não é pecado. O pecado está em: 1) colocar o
coração na riqueza; 2) tornar-se orgulhoso, arrogante, exaltado e soberbo; 3)
considerar-se autossuficiente e que não depende de ninguém; 4) deixar de
priorizar o Reino de Deus; 5) desprezar os pobres; 6) ajuntar tesouros
ilicitamente; 7) usar as riquezas nos prazeres carnais; 8) sonegar os dízimos e
não dar ofertas.
Esse acontecimento levou Jesus a fornecer aos seus um
ensinamento sobre o perigo da riqueza. Um rico dificilmente entra no reino de
Deus, porque o coração pecaminoso se apega demais à propriedade terrena. A fim
de incutir mais firmemente essa verdade em seus ouvintes, o Senhor acrescenta
ao que foi dito até agora um provérbio: “É mais fácil que um camelo passe pelo
fundo de uma agulha do que um rico entrar no reinado de Deus.” O ponto de
comparação desse provérbio é o humanamente impossível. Com certeza não é
condizente imaginar aqui a pequena entrada no muro de Jerusalém pela qual um
camelo carregado passava apenas com dificuldade. Um ditado semelhante ocorre no
Alcorão (Surata 7,38) e no Talmude (neste caso, com um elefante). Alguns
manuscritos gregos trazem em lugar de kamelos = “camelo” uma corda marítima ou
de ancoragem, que se chama kamilos. Essa última explicação na verdade foi
frequentemente questionada, porém ela expressa muito bem a total
impossibilidade.
A declaração do Senhor ensinou os ouvintes a lançar um olhar
sincero para seu próprio coração. Consternados eles perguntam quem, então,
poderá ser salvo? A pergunta não é “que pessoa rica pode tornar-se
bem-aventurada?”, como consta no título do livrinho de Clemente de Alexandria,
mas: “que pessoa realmente pode tornar-se bem-aventurada?” Não obstante,
tornar-se bem-aventurado, ser salvo, algo impossível a partir do ser humano,
pode ser viabilizado por Deus. Nenhuma pessoa é capaz de transformar seu
coração por força próprio, para não se apegar mais às coisas terrenas. A
onipotência da graça de Deus, porém, consegue renovar o coração, para que abra
mão de tudo o que é terreno por causa do reino de Deus, para que busque, ao
invés de bens terrenos, o tesouro celestial.
Conclusão
Paulo declara, em Filipenses 4.12,13, que aprendeu a passar
necessidade e também a ter abundância. Todos os momentos por que passou,
aprendeu tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” diz o
apóstolo, no versículo 13. Diferentemente, muitos estão mais preocupados com o
dia de amanhã do que em se relacionar com Deus, o Dono da prata e do ouro.
FONTE:
Read more:
http://www.revistaebd.com/2013/04/precisamos-combater-o-pecado-da-avareza.html#ixzz2Xyxuk2zf
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