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domingo, 20 de outubro de 2013

LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO - LIÇÃO 04 COM SUBSÍDIOS

Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
4º Trimestre de 2013
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Comentarista: José Gonçalves

Lição 4: Lidando de forma correta com o dinheiro
Data: 27 de Outubro de 2013

TEXTO ÁUREO
 “Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23).

VERDADE PRÁTICA
 Quando o dinheiro não é dominado como servo, mas domina como senhor, transforma-se num grande e terrível tirano.

 LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Pv 11.15 Advertência contra a fiança
 Terça - Pv 22.26,27 Advertência acerca do crédito
 Quarta - Pv 28.8 Advertência contra a usura
 Quinta - Pv 17.16 Advertência contra o tolo
 Sexta - Pv 23.23 Buscando virtudes
 Sábado - Fp 4.19 Buscando a suficiência em Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Provérbios 6.1-5.

1 - Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho,
2 - enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca.
3 - Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra- te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu companheiro;
4 - não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;
5 - livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

INTERAÇÃO
 O amor ao dinheiro desperta o lado mais primitivo do ser humano. Por dinheiro, as pessoas mentem, golpeiam, dissimulam, roubam, matam, etc. Por dinheiro os homens constroem impérios sem prestar atenção na pobreza estabelecida ao redor deles. Por dinheiro pessoas lucram através do suor do rosto alheio, apesar de a Bíblia dizer que o homem viveria do suor do próprio rosto. Enfim, o apego ao dinheiro é o elemento responsável por muitas tragédias humanas. À luz do ensino de Provérbios, devemos munir-nos da sabedoria divina em relação ao dinheiro para não cometermos as mesmas injustiças que os homens sem Deus cometem.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
Decidir usar corretamente o dinheiro.
Buscar o equilíbrio financeiro.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Professor, providencie para a aula de hoje revistas antigas e jornais que tenham matérias ou artigos a respeito de escândalos financeiros (agiotagem, corrupção, etc).
Divida a turma em quatro grupos. Solicite aos alunos que eles façam uma pesquisa sobre escândalos financeiros utilizando as revistas e jornais. Reúna os grupos novamente e dê três minutos para cada grupo relatar a matéria escolhida. Em seguida, pergunte a opinião deles sobre o caso. Ouça as respostas. Conclua a tarefa afirmando que praticar atos ilícitos para obter dinheiro não compensa, pois é um grave pecado contra Deus e contra o próximo!

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave
Dinheiro: Meio de pagamento, na forma de moedas e cédulas, emitido e controlado pelo governo de cada país.

Guerras, assassinatos, fomes e violência. Tanto no passado como no presente, podemos afirmar que boa parte desses males tem como causa primária o amor ao dinheiro. De fato, é o que as Escrituras afirmam em 1 Timóteo 6.10. Já vimos que ser rico e possuir bens não é errado, pois “a bênção do Senhor é que enriquece” (Pv 10.22).
Todavia, amar o dinheiro significa torná-lo nosso senhor em vez de nosso servo. Isto traz um grande mal, pois na condição de senhor o dinheiro torna-se um tirano cruel. Por isso, nesta lição, aprenderemos como usar o dinheiro de forma que ele venha a glorificar a Deus.

I. O CUIDADO COM AS FIANÇAS E EMPRÉSTIMOS
 1. O Fiador. O Dicionário Aurélio define o fiador como “aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança”. O crente deve ter cuidado ao afiançar ou avalizar alguém, pois como diz o sábio, poderá sofrer “severamente aquele que fica por fiador do estranho” (Pv 11.15).
Tenha cuidado com o cartão de crédito e com o famoso “cheque emprestado”. Este último se não houver fundos para cobri-lo, na data da apresentação, você será cadastrado na lista de emitentes de cheques sem fundos. Siga a recomendação do sábio, evite esse tipo de problema e esteja “seguro” (Pv 11.15).

2. Empréstimo. O Dicionário Aurélio auxilia-nos também na definição do termo emprestar: “Confiar a alguém (certa soma de dinheiro, ou certa coisa), gratuitamente ou não, para que faça uso delas durante certo tempo, restituindo depois ao dono”. Sobre isso, o conselho encontrado em Provérbios é atualíssimo: “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22.26,27).
Não há nada de errado em emprestar, ou tomar emprestado, desde que se cumpra o compromisso firmado. Comprou? Pague! Tomou emprestado? Devolva! Quem compra e não paga, toma emprestado e não devolve, age desonestamente para com a pessoa que lhe deu crédito e desonra o nome do Senhor.

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

O cristão deve ter prudência ao decidir ser um fiador ou efetuar um empréstimo.

II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL
 1. Evitando a usura. A prática de emprestar dinheiro a juros é bem antiga. Para Milton C. Ficher, erudito em Antigo Testamento, a legislação de Deuteronômio 23.19,20 já proibia a prática de se “emprestar com usura” (“juros” na ARA). Mas não apenas dinheiro, também comida e “qualquer coisa que se empreste à usura”.

Os termos hebraicos neshek e nashak aludem a qualquer tipo de cobrança abusiva feita por ocasião do pagamento da dívida. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos devia ser observado pela nação israelita. Sobre isso e acerca de quem habitaria o tabernáculo do Altíssimo, Davi advertiu solenemente (Sl 15.5). A legislação brasileira prevê que o crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares forem maiores que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei. Portanto, agiotagem é crime! É pecado!

2. Evitando o suborno. De acordo com os léxicos, subornar é “dar dinheiro ou outros valores a, para conseguir coisa oposta à justiça, ao dever ou à moral”. Subornar é corromper para ganhar vantagens. A imprensa veicula constantemente exemplos de pessoas que receberam suborno quando deveriam zelar pelo cumprimento de suas obrigações.

A Palavra de Deus afirma que aquele que aceita suborno secretamente perverte o caminho da justiça (Pv 17.23). O cristão não pode aceitar suborno nem muito menos pagá-lo, pois ele anda na luz e precisa honrar a Deus em todas as áreas de sua vida. A prática do suborno é uma perigosa armadilha. O que se apresenta como lucro hoje, amanhã se revelará numa perda irreparável. Por isso, atentemos ao conselho de Provérbios (Pv 17.23 — ARA).


 SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Bíblia rechaça a prática do lucro fácil que advém da usura e do suborno.

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO
 1. Para promover valores espirituais. Um dos melhores conselhos sobre a promoção dos valores espirituais pode ser encontrado em Provérbios: “Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23). Aquilo que é eterno custa caro e, por isso, poucos têm interesse nesse investimento.

Para Judas foi mais fácil vender Jesus do que se desfazer de sua cobiça. O mesmo aconteceu com os irmãos de José. Venderam-no para o Egito por um punhado de dinheiro (Gn 37.1-36). Hoje, muitos crentes estão negociando a sua herança espiritual e moral, trocando-a por coisas pecaminosas. Por que não investir o dinheiro naquilo que promove a sabedoria, a instrução e o conhecimento? Cuidado! Não desperdice o seu salário com futilidades. Adquira somente o que glorifica a Deus e honra o Evangelho de Cristo.

2. Para promover o bem-estar social. Para o pobre, o dinheiro mal dá para suprir as necessidades mais elementares e básicas. Felizmente, o dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).
Entretanto, há muitos crentes com dinheiro, e muito dinheiro, mas que não o utilizam para honrar a Deus e ajudar ao próximo. Eles não trazem os seus dízimos à Casa do Senhor, não ofertam, não contribuem com a obra missionária, não investem em obras sociais e nem do bem-estar da própria família cuidam. A estes as Escrituras chamam de insensatos (Pv 17.16 — ARA). Os tais ainda não leram o conselho do sábio: “Porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?” (Pv 27.24). Quando morrerem, outros irão usufruir o que eles deixarem!


 SINOPSE DO TÓPICO (III)

O conselho bíblico diz que o uso do dinheiro deve promover valores espirituais e o bem estar social.

IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
 1. Buscando a suficiência. Em Provérbios 30.8,9, o sábio ensina o sentido de ter uma vida financeira suficiente, isto é, nem pobreza nem riqueza. Esse ponto de equilíbrio define bem o que é ter uma vida próspera na perspectiva bíblica. É ter a suficiência, como ensinou o apóstolo Paulo (Fp 4.19). Essa suficiência mantém nossa vida equilibrada. Ela não permite o muito tornar-se excesso nem o pouco virar escassez. Atentemos ao conselho do sábio!

2. Buscando o que é virtuoso. Para o sábio, há coisas que superam o valor do dinheiro: “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela” (Pv 3.13-15).
A sabedoria, como bem espiritual, em muito supera o dinheiro, pois para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia. É incomparável o seu valor (Pv 8.11). Diz ainda Salomão: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro” (Pv 22.1).


 SINOPSE DO TÓPICO (IV)

Uma vida financeiramente equilibrada se caracteriza quando o muito não se torna excesso nem o pouco, escassez.


 CONCLUSÃO
 A presente lição mostrou que, embora o dinheiro seja algo essencial à vida, não é o mais importante. Há outros valores mais importantes do que ele. É necessário, portanto, buscarmos um viver equilibrado como resultado da obediência aos princípios da Palavra de Deus. Em Cristo, o centro de toda revelação bíblica, temos toda a suficiência de que precisamos. Aleluia!

VOCABULÁRIO
 Agiotagem: Empréstimo de dinheiro a juros superiores à taxa legal; usura.
Mercado Financeiro: Segundo a Economia, é um complexo mecanismo que organiza os processos de compras e vendas em comércio (mercadorias, valores imobiliários, câmbio e outros bens).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2003.
Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed., RJ: CPAD, 2001.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Vida Cristã
 “Trata do Crédito com Cuidado
As intermináveis pressões de ‘mês mais comprido que o dinheiro’ é o bastante para separar famílias. Mas, em alguns casos, ter mais dinheiro não é solução. Devemos começar a administrar corretamente o que temos. O marido e a esposa têm de trabalhar juntos (e haverá o tempo e o lugar para envolver os filhos). Olhe além dos pagamentos mensais. Faça uma imagem mental de toda a dívida em destaque. Damos graças a Deus porque uma taxa de crédito nos permitirá tomar dinheiro emprestado, mas não nos enganemos: os juros serão altos. Cartões de crédito têm sido a ruína de muitos lares. Melhor deixar de comprar a crédito, a menos que tenha disciplina e limite. Abandone o uso de cartões de crédito, se você sabe que não haverá dinheiro para pagar. Pague suas contas no vencimento. Quando os pagamentos não puderem ser efetuados, comunique ao credor” (Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005, p.146).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Vida Cristã
 “É um Mundo Consumista
‘E o que há de errado com isto?’, você pode estar se perguntado. Talvez você pense que eu queira persuadi-lo a vender tudo o que tem e ir viver nas montanhas feito eremita. Relaxe, eu não pretendo fazer isto! Nem estou tentando fazê-lo sentir-se culpado por ter uma lista de ‘coisas a comprar’ guardada na gaveta de cômoda.
Não. Não é nada disso.

O que estou tentando dizer é que o problema está em ser acometido pela síndrome do ‘adquira-e-possua’ de nossa cultura, em viver para ter e ter para viver, em ter uma casa cheia de ‘coisas’ — todas estas coisas raramente satisfazem. A batedeira que você almejava desde 1987 rapidamente perderá seu brilho. E logo logo você estará procurando ‘mais uma coisinha’ para equipar sua cozinha. A casa de quatro quartos com piscina e churrasqueira na qual você depositou todas as suas economias, em algum momento perderá seu brilho também.
E quanto mais ficamos fascinados com as coisas novas que brilham à nossa volta, mais espaço, energia, tempo e dinheiro será necessário para manter o vício do consumo!

Coisas e Caos
Ilyce Glink, uma planejadora financeira [...], faz a seguinte observação:

Quando você compra uma casa grande para acomodar suas coisas, você paga altas taxas, altas contas de luz, altas contas de gás e uma hipoteca maior; somando-se ainda tudo o que estas coisas exigem de custos de manutenção!

Manter ou expandir as coisas que você já tem toma muito dinheiro e tempo. E não estou falando apenas de casas. Coisas simples como uma placa de memória com maior capacidade de armazenamento para o computador do seu filho. Ou ‘coisas’ como férias de família. Apenas visitar um parque temático já o deixa sem algumas centenas de dólares hoje em dia. E Disneylândia? Bem, é mais fácil ganhar uma medalha de ouro olímpica do que passar as férias lá!
Agora, eu imagino que muitos dos leitores ganham consideravelmente mais dólares do que eu e Rick. Outros de vocês mantêm família com salário mínimo. Não é minha intenção fazer um debate entre classes aqui. Pelo contrário, quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para um simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos” (BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem. 1 ed., RJ: CPAD, 2003, pp.70-1).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Lidando de forma correta com o dinheiro
 Você sabe lidar com o dinheiro de forma correta? Tem sua vida financeira equilibrada? Não é errado o crente possuir bens materiais e ter uma conta bancária abençoada. Deus é bom e deseja que tenhamos uma vida abundante (Jo 10.10). Porém, o que temos que temer é o amor ao dinheiro. Jesus nos adverte para que tenhamos cautela quanto à avareza, “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).

Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal “a palavra traduzida por ‘avareza’ (pleonexia) literalmente significa a sede de possuir mais”. A ganância, o desejo excessivo de possuir mais e mais tem levado muitos a se envolverem em negócios ilícitos, como por exemplo, a prática da agiotagem, suborno, corrupção. A agiotagem é uma prática perversa e bem antiga. A Palavra de Deus proíbe tal prática desumana (Dt 23.19,20). Segundo o Código Penal Brasileiro, agiotagem é crime.
O amor ao dinheiro também tem levado muitos a caírem em outra prática pecaminosa: o suborno. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “a palavra grega shohad significa um presente, mas no sentido corrupto”. A corrupção é como um vírus maligno, ela tem se espalhado em nossa nação trazendo dor, destruição, falência... A corrupção e o suborno são resultados do amor ao dinheiro. Certa vez, João Batista exortou alguns soldados para que eles se contentassem com seus soldos (Lc 3.14). Como profeta de Deus, João estava alertando-os quanto ao perigo da cobiça e do suborno.

Rocha ou areia, você pode escolher

Adquirir fortuna de modo ilícito (agiotagem, suborno) é como construir a casa sobre a areia; cedo ou tarde ela vai ruir (Mt 7.24-27). É bom lembrar que a areia não é o solo ideal para se estabelecer nenhum tipo de fundamento; a rocha sim é segura, capaz de sustentar uma construção. Porém, atualmente encontramos muita gente escolhendo o caminho mais fácil, mais curto, a areia. Estas visam apenas os bens materiais, o lucro fácil. A ganância cega. Trabalhar duro e no final do mês só ter dinheiro para pagar as contas, viver contando os trocados é muito difícil. Mas, você já viu alguém cavando na rocha? Não é fácil não! Exige muito esforço e tempo. É preciso suar a camisa. Mas vale a pena, pois o alicerce será sólido, firme, e principalmente, abençoado por Deus.


SUBSÍDIOS
Mamom - Moedas e Dinheiro - Riquezas - Salário - CHAMPLIN, R.N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
Foi nos dias de Isaías, após a rápida introdução das manufaturas, que certos israelitas ímpios adicionaram Mamom ao seu panteão pagão, que não tardou a igualar-se ao degenerado Baal. Depois que os habitantes de Jerusalém se negaram a arrepender-se, apesar dos repetidos apelos dos profetas, a cidade foi deixada vazia por setenta anos.
Há uma excelente descrição da riqueza móvel de Tiro, em Eze. 27:12-25, descrição essa que também se aplica a Israel. O trecho de Apo. 18:11-13 provê outra excelente lista de riquezas, onde o único item que não aparece nas listas do Antigo Testamento é a seda. Contudo, alguns estudiosos debatem se Eze. 16:10 menciona ou não a seda. Nossa versão portuguesa a menciona, seguindo versões em outras línguas. Mas a seda chinesa só apareceu na Ásia Menor por volta do século I A.C. (ver Seda).

Moedas e Dinheiro.
Antes da invenção das moedas, o dinheiro era transportado sob a forma de lingotes, barras ou argolas de ouro ou de prata, mas o metal também podia ser pesado sob alguma outra forma. As jóias feitas com esses metais sempre eram mais valiosas do que os metais propriamente ditos, dependendo do trabalho ai investido. O ouro que Acã roubou em Jericó (ver Jos. 7:21). literalmente, era uma «língua» de ouro. Uma dessas «línguas» foi encontrada em escavações em Gezer. Pedras preciosas de todas as variedades também eram usadas como dinheiro, mesmo após a invenção da moeda. Devido ao grande valor concentrado nas pequenas pedras preciosas, eram elas o método mais conveniente de transportar grandes somas de dinheiro. Até hoje muitos existem muitas joalheiros e montadores de jóias. A moeda só foi inventada no século VII A.C.. A primeira referência veterotestamentária às moedas aparece em Esdras 2:69, onde se lê sobre as «dracmas», que eram dários persas de ouro. O Novo Testamento faz alusão a diversas moedas de ouro, de prata e de cobre.

Riquezas no Novo Testamento.
O Novo Testamento usa apenas um quinto do número de palavras para indicar riquezas, em relação ao Antigo Testamento. E apenas um desses termos gregos aparece por mais de três vezes. O grego ploutos, termo usado na parábola do semeador, é usado mais figuradamente do que de maneira literal. O trecho de II Coríntios 8:2 contrasta as riquezas com a pobreza. Euporia é termo grego que se refere às riquezas obtidas com o fabrico de nichos de Diana. Em nossa versão portuguesa essa palavra é traduzida por «prosperidade» (ver Atos 19:25). A palavra grega euodóo, «prosperar», é usada na saudação que há em III João 2. Paulo, em I Coríntios 16:2, admoesta os crentes a contribuírem para a igreja em proporção à prosperidade de cada um.
Plousios é termo grego empregado em I Timóteo 6:17, onde os ricos são exortados a dependerem de Deus, e não de suas riquezas.

Teologia da Riqueza. Por toda a parte a Bíblia ensina que Deus é o Criador, o proprietário de todas as coisas. Só ele é o Criador e o distribuidor de riquezas. A riqueza é um dom de Deus. Em Deuteronômio 8:18, Israel foi instruído: «Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirires riquezas ... » O crente, pois, é apenas um administrador das riquezas pertencentes a Deus. Na aplicação da parábola dos talentos, porém, Cristo diz que ele merece um lucro em face do seu investimento.

Abusos e Obstáculos.
Em parte alguma da Bíblia as riquezas materiais são consideradas como más por si mesmas. De fato, Israel recebeu ordens para honrar ao Senhor com os seus «bens» (Pro. 3:9), e os dízimos eram uma parte integral da adoração. Não obstante, as riquezas materiais com freqüência se tomavam motivo de tentação, pelo que o salmista (ver Sal. 62:10) sabiamente aconselhou:«... se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração». A atitude de Jó para com a totalidade da vida também se aplica ao seu aspecto econômico: «Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!» (Jó. 1:21).
Nos dias do cristianismo primitivo, o dinheiro e a filosofia eram dois dos maiores obstáculos à adoração de Deus em Cristo. O perigo mortal do amor ao dinheiro se percebe na observação de Cristo: «Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!» (Mar. 10:23). E a parábola do rico tolo e o episódio do jovem dirigente salientam a mesma verdade. O Senhor Jesus sumariou: «Não pode.s servir a Deus e às riquezas» (Mat. 6:24). E também: «...porque onde está o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração» (Luc. 12:34).
Certos personagens do Antigo Testamento, como Abraão, Davi e Jó foram homens muito abastados. No Novo Testamento não há santo que se compare com eles quanto a esse particular. Podemos observar, entretanto, que o centurião romano, acerca de quem Cristo disse: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta» (Mat. 8:10), era homem suficientemente rico para haver construído a sinagoga de Cafarnaum, onde Cristo ensinou (ver Luc. 7:5). E, embora Jesus Cristo fosse o Senhor de todas as riquezas espirituais e materiais, achou por bem passar pela vida terrena sem riquezas materiais, confiando-se à compaixão de seus amigos.
10. A verdadeira riqueza é a Espiritualidade, I Tim. 6:18; Heb. 11:26; Luc. 12:21.

Salário
Nossa palavra salário é uma transliteração da palavra latina para sal. Soldados romanos recebiam parte de seus proventos em sal. O cloreto de sódio (sal) tornou-se um importante item comercial. Ver o artigo geral sobre Sal.
Primeiros Usos
A forma mais antiga do “salário” era o item de troca ou de comércio através do qual uma pessoa adquiria outros itens. O trabalho era vendido por objetos de valor, sejam agrícolas ou outros. O preço pago pelo trabalho era um salário. O trabalho é uma propriedade a ser vendida, seja em pares (para ganhar muitos itens), seja de uma só vez, para ser usado ao longo de um período específico de tempo. Trocas de uma coisa por outra constituíam a forma mais primitiva de salário. Produtos específicos pagavam por serviços: Ver Gên. 29.15,20. 31.7,8,41. “Salários” para soldados ou trabalhadores são mencionados em Ageu 1.6; Eze. 29.18,19; João 4.36, e tais pagamentos eram feitos em produtos, não em moedas, uma invenção posterior. Metais preciosos em peso, contudo, constituíam uma forma muito antiga de pagar salários. Embora já existissem moedas na Ásia Menor (entre os lidianos), em períodos tão remotos quanto 700 A. C,. c Oriente Próximo não adotou tal prática até cerca de 300 A. C.
Informações Bíblicas
A legislação mosaica era muito rígida em favor ao pagamento justo pelo trabalho e pela honestidade na troca de itens. Isso era controlado pela casta dos sacerdotes, que eram os guardiões da lei (Lev. 19.13; Deu. 25.14,15). Censura grave era invocada contra aqueles que abusavam da lei (Jó 24.11); a retenção de salários pagos era considerada um crime sério (Jer. 22.13; Mal. 3.5). Tia. 5.4 informa- nos sobre os maus patrões de seus dias. A barganha era uma forma de determinar a quantidade do salário, e um empregador poderia ser mais ou menos generoso, conforme suas qualidades espirituais e morais (Gên. 30.28; Mat. 20.1-16). A lei reduzia a exploração: os salários eram pagos diariamente, antes do pôr-do-sol (Lev. 19.13; Deu. 24.14,15). Mas, como nos tempos modernos, na história remota passada, era comum a exploração de trabalhadores. O homem que tivesse dinheiro não tinha dificuldade em explorar aquele que não tivesse. O “escravo do salário” tem sempre sido uma constante na história humana. Ver Jer. 22.13; Mal. 3.5. A medida de um homem é sua generosidade, outro nome que se pode dar à lei do amor, mas não são muitos os que seguem essa lei nas sociedades em que o dinheiro é deus e a maioria dos homens é escrava desse deus.
Um antigo padrão bíblico para trabalhadores diaristas era o denário, Mat. 20.2; ou o dracma, Tobias 5.14, que alguns calculam tivesse o valor de uns 16 centavos de dólar americano, mas todos as suposições dessa natureza são inúteis. Podemos assegurar-nos que o salário padrão, onde existisse, era suficiente apenas para sustentar a vida.
 
DINHEIRO, AMOR AO - Do grego philarguria, lit, "o amor à prata". Paulo exorta os cristãos a estarem contentes com o que têm, porque, em primeiro lugar, não trouxemos nada para o mundo quando nascemos, e não levaremos nada quando partirmos dele (1 Tm 6.7ss.). Em segundo lugar, as riquezas trazem muitas tentações. O amor ao dinheiro é a raiz, ou causa, de todos os males. Este era o pecado que constantemente afligia o jovem governante rico, e que o afastou de Cristo (Lc 18.23ss.). Judas Iscariotes vendeu seu Senhor por 30 moedas de prata (Mt 26.15). Barnabé, ao contrário, tendo terras vendeu-as, trouxe o dinheiro, e depositou-o aos pés dos apóstolos (At 4.37). Ele não deu à sua riqueza a possibilidade de tornar-se um laço para sua vida. As Escrituras não condenam a posse das riquezas, mas consideram o crente que as possui como um mordomo, e não simplesmente como uma pessoa abastada. Ele deve distribuir o que tem para a glória de Deus, e com a devida consideração pelas necessidades dos outros - tanto crentes como não crentes (1 Tm 6.17-19;G16.10;Fp2.4).
 
Moedas 
Antes do desenvolvimento da moeda corrente, os homens trocavam mercadorias e serviços utilizando a permuta. Suas palavras para gado e para dinheiro mostram o lugar central que o gado possuía nos sistemas romanos e israelitas de permuta. A palavra lat. pecunia (dinheiro) vem de pecus (gado), enquanto a palavra hebraica comum para gado, miqneh, pode significar "preço de compra" ou "posse (adquirida por meio de compra)", como acontece em Gêneses 17.12,13; 23.18; Levítico 25.16. Naturalmente, outras mercadorias
e animais, como ovelhas e cabras, também eram usados nas permutas. Hirão foi pago em azeite e trigo por sua ajuda na edificação do Templo (1 Rs 5.11).
Com o passar do tempo, o homem passou a usar metais, principalmente o ouro, a prata e o bronze, como meio de troca. A princípio, antes da introdução da cunhagem, o metal usado na troca era de vários tamanhos, formas e pesos. Assim, Abraão pagou o campo de Macpela pesando 400 siclos de prata (Gn 23.16), e Acã furtou de Jericó uma barra (ou cunha) de ouro que pesava 50 siclos, e uma quantidade de prata que pesava 200 siclos (Js 7.21). A palavra "siclo" foi o nome de uma unidade de peso, muito antes de se tornar o nome de uma moeda. O que Abraão deu em pagamento e o que Acã furtou não eram moedas; eram quantidades não descritíveis de ouro e prata. As jóias e os objetos intencionalmente criados também eram avaliados em relação ao seu peso (cf. Gn 24.22).
Em negociações comerciais, ouro ou prata eram pesados na presença dos participantes, como fizeram Abraão e Efrom (Gn 23.13). Jeremias pesou 17 siclos de prata pelo campo de Anatote (Jr 32.9), e Esdras pesou a prata e o ouro que seriam levados ao Templo em Jerusalém (Ed 8.24-30). É difícil fazer comparações exatas entre o valor do siclo de prata ou de ouro e o nosso dinheiro moderno, uma vez que o poder de compra de cada um varia, e as medidas de peso usadas naquela época variavam com o tempo e o lugar.
Origem das moedas. As primeiras moedas eram pedaços de eletro (uma liga natural de ouro e prata) estampados por negociantes com suas próprias marcas garantindo assim seu valor. Por terem sido de tamanho, qualidade e peso padrão, as moedas ofereciam um meio de troca mais simples e mais exato.
A primeira série de moedas a chegar perto de ser uniforme veio de Lídia na Ásia Menor em aprox. 700 a.C. (Heródoto i.94). Cidades gregas na costa na Ásia Menor e na Grécia rapidamente adotaram esta ideia. Com a conquista persa de Sardes em 547 a.C, o uso de moedas difundiu-se grandemente por toda parte (cf. "Coinage. Greek", Oxford Classical Dictionary, p. 208). A falsificação de moedas - como, por exemplo, revestir um metal inferior com prata, raspar as bordas para reduzir o peso - ocorria na Antiguidade, mas os benefícios trazidos para o comércio por um meio padrão de troca eram imensos.

As moedas não foram conhecidas entre os israelitas antes da queda do Reino do Norte em 721 a.C, ou do Reino do Sul em 586 a.C. A menção de dinheiro em nossas traduções do AT antes destas datas deve ser entendida como referências a barras, lingotes e jóias feitas de metais preciosos usados no comércio.
A primeira referência a moedas no AT parece ser Esdras 2.69; 8.27 e Neemias 7.70-72.
Os judeus ofereceram 61.000 dáricos de ouro para a reedificação do Templo de Jerusalém. (O termo heb. é darkemonim, uma palavra rara, que pode vir da palavra "dárico", um nome derivado de Dário I, ou pode estar relacionadocom a palavra grega "dracma"). Têm sido encontrados exemplos do dárico persa. Era uma moeda de formato oval de ouro puro. Seu verso mostra o rei ajoelhado com um arco em sua mão esquerda e uma lança em sua mão direita (cf. "Money", IDB, III, 431). A referência aos dáricos, na época de Davi (1 Cr 29.7), é anacrônica, e representa seu valor equivalente na época em que os livros de Crônicas estavam sendo redigidos. (Dárico).
As moedas antigas eram feitas de ouro, prata, eletro, cobre e bronze. Elas eram caracteristicamente redondas e achatadas, e de diversos tamanhos. O verso (ou o lado da inscrição) geralmente trazia uma imagem do governante e uma inscrição, além de uma data. No outro lado estariam informações adicionais e um desenho (para ilustrações, cf. "Money", IDB, III, 431-435).
Os períodos persa e intertestamentário. A referência ao dárico de ouro em Esdras 2.69 foi discutida acima. O dárico persa pode ter sido cunhado em Sardes, na área geral onde o ofício foi desenvolvido. A província persa de Yehud possuía uma casa da moeda no século IV a.C. Y'hud era o nome oficial da Judeia na época em que ela fazia parte do Império Persa (cf. Ed 7.14-16; Dn 2.25; 5.13). Uma moeda de prata com a inscrição YHD, mas de estilo grego, aparentemente encontrada em Gaza, data do século IV a.C. (IDB, III, 425, fig. 68). O mesmo ocorre com o antigo estilo ateniense, que também traz as letras hebraicas YHD. A moeda grega mais antiga já encontrada na Palestina, em Siquém, data do século VI a.C Ela veio da ilha de Tasos e é feita de eletro (G. E. Wright, Shechem, p. 168). Depois da conquista de Alexandre (em aprox. 330 a.C), o estáter de ouro e a tetradracma de prata eram as moedas dominantes na Palestina, e as casas da moeda mais próximas estavam em Acre e Sidom.
No final do século II a.C, depois da revolta macabeana em relação ao governo síro (ou selêucida), João Hircano da família asmoneana cunhou moedas com a inscrição " Jônatas o sumo sacerdote e a comunidade de judeus" (aprox. 111/110 a.C). Estas foram as primeiras moedas verdadeiramente judaicas, pois as moedas anteriormente cunhadas pelos judeus haviam estado sujeitas à permissão de dominadores estrangeiros. Para ser consistente com o mandamento de Êxodo 20.4, as moedas omitiam a imagem do governante no verso. Elas traziam uma grinalda com a inscrição. O verso mostrava uma planta e também a cápsula da papoula (indicando a plenitude e a fertilidade), a segunda freqüentemente usada em moedas sírias. O sucessor de João, Judas Aristóbulo, seguiu o mesmo padrão de cunhagem. Alexandre Janeu (105-78 a.C.) foi o primeiro a usar o termo "rei" em suas moedas. Antígono Matatias (40-37 a.C), o último do macabeus, e o governante que antecedeu Herodes o Grande, cunhou uma moeda retratando um candelabrode sete hastes. Esta é a mais antiga representação conhecida do candelabro sagrado que pertencia ao Templo de Jerusalém. Muitas das moedas de Matatias eram uma liga contendo chumbo.
O período do NT. No NT, há várias referências gerais a dinheiro. A palavra grega nomisma expressa a metade da frase "moeda do tributo" (Mt 22.19). É um termo geral para dinheiro. O Senhor Jesus usou a palavra ao falar sobre a moeda utilizada para o pagamento do imposto individual (Mt 22.19-22; Mc 12.14-18; Lc 20.21-26). A palavra grega argyrion é traduzida tanto por "prata" (At 3.6; 20.33; 1 Pe 1.18) como por "dinheiro" (Mt 25.18,27; Lc 9.3; 19.15,23; At 8.20). Ela refere-se várias vezes às moedas de prata, sem que alguma moeda em particular seja especificada; por exemplo, as 30 moedas pagas a Judas (Mt 26.15; 27.3-9) e a queima de livros no valor de 50.000 moedas (ou peças) de prata em Efeso (At 19.19). Ao dizer aos seus discípulos para não levarem ouro, prata ou cobre em suas missões de pregação, o Senhor Jesus pode ter-se referido a moedas ou ao suprimento de metais que poderia ser usado como dinheiro (Mt 10.9). Quando Jesus virou as mesas dos cambistas (Jo 2.15), João diz que ele derramou pelo chão o kerma ("dinheiro"). Referindo-se a dinheiro, geralmente moedas de cobre, este termo transmite a ideia de dinheiro de pouco valor. Uma outra palavra grega transmitindo às vezes a ideia de moedas de cobre ou de pouco valor é chalkos (Mateus 10.9, "cobre"; Marcos 6.8; 12.41, "dinheiro").
Como um exemplo final, o termo grego chrema ("dinheiro") é usado tanto para uma soma exata (como a quantia que José apresentou aos apóstolos em Atos 4.37), como para quantidades indefinidas (por exemplo, na tentativa de Simão de comprar o dom do Espírito com dinheiro, Atos 8.18,20; e no caso da esperança de Félix de receber um suborno de Paulo, Atos 24.26). Durante a era do NT, as moedas podiam ser emitidas pelo próprio Império Romano, por governadores romanos, reis locais e cidades livres. Algumas moedas romanas importantes que o General Pompeu introduziu em Israel em 63 a.C. representavam diretamente o governo e o imperador romano (cf. Mt 22.19-21). No entanto, a partir de 6 d.C, os governadores romanos podiam emitir moedas localmente em nome do imperador. O nome do governador não aparecia nestas emissões, e para não ofender os judeus elas geralmente levavam símbolos neutros tais como uma espiga de cevada, uma palmeira, um ramo de oliveira, folhas de uva e outras. No entanto, Pilatos antagonizava os judeus usando símbolos pagãos em algumas de suas moedas. Um exemplo é um lepton com o verso contendo as palavras, "Tibério César", e a vara mágica de um adivinho (a adivinhação foi proibida para os judeus em Deuteronômio 18.10). O verso tinha uma grinalda com as letras da data - LI Z - ao seu redor, indicando o 17° ano de Tibério, isto é, 30-31 d.C. A letra L era o símbolo egípcio para o ano, I e Z para 10 e 7 respectivamente. Foram encontradas moedas emitidas pelos governadores romanos Copônio (6-9 d.C), Valério (15-26), Pilatos (26-36) e Félix (52-59) (cf. J. A Thompson, The Bible and Archaeology, pp. 308-309).
Os reis locais também cunhavam moedas.
Herodes o Grande foi o primeiro governante judeu a abandonar o hebraico e usar o grego, e dele foram as primeiras moedas judaicas que mostravam uma data (cf. "Money", IDB, III, 427, 432). Na maior parte das moedas ele não usou símbolos romanos, mas os substituiu, por exemplo, por romãs e folhas, embora em uma de suas pequenas moedas ele tenha usado a ofensiva águia romana. Os filhos de Herodes o Grande, Arquelau (governante da Judeia, 4 a.C. - 6 d.C.) e Herodes Antipas (governante da Galileia e Peréia, 4 a.C-39 d.C.) usaram símbolos neutros. Um outro filho, Herodes Filipe (4 a.C. - 34 d.C), governando sobre uma área mais gentílica, Ituréia e Traconites (Lc 3.1), usou a imagem do imperador de um lado e a do Templo do outro.
Herodes Agripa I (37-44 d.C.) usou símbolos pagãos. Ele colocou o imperador de um lado, e deusas e templos pagãos do outro. Herodes Agripa II (50-100 d.C) completou a progressão. No princípio de seu remado ele mostrou sua própria imagem e às vezes o busto de uma deusa. Uma de suas moedas cunhadas depois da destruição de Jerusalém (70 d.C.) mostra Agripa II como um vassalo de Roma. Cidades independentes como Asquelom, Antioquia, Tiro, Damasco, Sidom, Biblos, Gadara, Selêucia, Beirute, Gaza e Cesaréia também cunhavam moedas. Entre as moedas gregas mencionadas no NT, a drachme aparece como "moedas de prata" na parábola do Senhor Jesus sobre a dracma perdida (Lc 15.8,9). A classificação comum da dracma em menos de 20 centavos não é esclarecedora; com uma dracma era possível comprar uma ovelha, e, com cinco, um boi (Arndt, p. 205).
A didrachma (didracma), uma moeda dupla ou de duas dracmas, era equivalente ao meio siclo judeu e era aceitável como o imposto anual do Templo para os indivíduos (Mt 17.24, com o sentido de tributo).
O estater (estáter) que Pedro encontrou na boca do peixe (Mt 17.27) valia quatro dracmas, ou o equivalente ao imposto do Templo para duas pessoas.
A mina (Lc 19.13-25, gr. mna) era uma unidade monetária igual a 100 dracmas. A mina Ática valia de 18 a 20 dólares americanos nos tempos normais (Arndt, p. 526).
O talento (Mt 18.24; 25.15-28, gr. talanton) era uma outra grande medida de dinheiro. Era originalmente uma medida de peso, e o valor de um talento variava consideravelmente com a época, a região e o tipo de metal.
Várias moedas romanas também são mencionadas no NT. O denarion (denário, lat. denarius, que algumas versões traduzem como "centavo") era uma moeda de prata. Valia normalmente 18 centavos de dólar, mas Nero a desvalorizou, reduzindo seu valor para cerca de 8 centavos (Arndt, p. 178). O denarion era o salário diário comum de um trabalhador (Mt 20.2; cf. Mt 18.28; Jo 6.7; Ap 6.6). No século I d.C. ela era cunhada principalmente em Roma sob a direção imperial.
Quando os maliciosos fariseus e herodianos perguntaram ao Senhor Jesus se era legal que o imperador romano cobrasse dos judeus o imposto do censo (gr. kensos), Ele mandou que eles mostrassem a "moeda do tributo" (Mt 22.17-19). Então eles lhe trouxeram um dinheiro (ou denário), que era a moeda legal usada para pagar o imposto individual. Ele perguntou de quem era a imagem e a inscrição na moeda, a fim de estabelecer a base para sua resposta à tentativa de o surpreenderem em uma armadilha. O denário corrente teria sido inscrito em um latim abreviado de um lado, César, Filho Augusto do divino Augusto"; e do outro lado: "Pontifex Maximus" (isto é, sumo sacerdote), com sua mãe Lívia mostrada sentada no assento de Pax, segurando um ramo e um cetro. A moeda, portanto, representava para os judeus tanto o poder odioso do governo romano como o culto imperial blasfemo que divinizava o governante terreno, e exigia que ele fosse adorado. Contudo, o Senhor Jesus, com extraordinária habilidade, evitou condenar a cobrança de impostos dizendo aos líderes judeus: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus" (v. 21).
Os pardais ou passarinhos de Mateus 10.29 e Lucas 12.6 eram avaliados em termos de assarion (lat. assarius, "asse" ou "ceitil"). Uma moeda de cobre, que valia algo em torno de um sexto de um denário (denarion). O valor do kodrantes ou quadrante (lat. quadrans, Mt 5.26; Lc 12.59, chamado de "centavo" ou "ceitil") era um quarto do assarion, e o valor do cobre lepton era a metade do quadrante. O lepto que a viúva lançou nas ofertas do Templo (Mc 12.42; Lc 21.2 era a menor moeda em circulação.
As moedas das revoltas judaicas. Durante suas duas insurreições contra Roma, os judeus confeccionaram moedas em seu próprio nome. Em 66-70 d.C, eles cunharam moedas de um siclo de prata e de meio siclo de prata usando símbolos neutros que falavam da esperança de livramento dos judeus, e outras moedas em bronze (Y. Yadin, Masada, pp. 98, 108-109, 168-171). Lia-se na moeda de um siclo de prata a seguinte inscrição em hebraico antigo: "Siclo de Israel I"; e no verso: "Santa Jerusalém". Lia-se na moeda de bronze: "Ano 4"; o verso trazia um cálice e as palavras: "Pela Redenção de Sião" (J. A. Thompson, The Bible and Archaeology, pp. 310ss.).
Depois de esmagar a revolta judaica em 70 d.C, os romanos cunharam moedas com as letras "s.c", isto é, "com o consentimento do senado". De um lado elas mostravam a cabeça do imperador Vespasiano com seus títulos; o outro lado retratava uma mulher (representando a Judeia) debaixo de uma palmeira sob a guarda romana, e trazia as palavras: "Judaea Capta" (pode-se ver a figura e a legenda na obra de Y. Yadin, Masada, p. 215).
Durante sua revolta de 132-135 d.C. sob a liderança de Ben Kosebah (Bar Kochba), os judeus colocaram uma nova estampa sobre as moedas romanas, e confeccionaram algumas próprias, incluindo uma tetradracma de prata e um denário de prata. A tetradracma levava uma estrela acima do Templo e o nome "Simão" de um lado. O outro lado tinha a inscrição: "Pela Liberdade de Jerusalém", com uma árvore cítrica e seus galhos.
O denário trazia o nome "Simão" de um lado, e "Ano da Libertação de Israel" do outro (cf. Thompson, op. cit., p. 311).
Depois de sufocar esta rebelião, os romanos emitiram uma moeda especial mostrando o imperador com um par de bois arando as fronteiras de uma nova cidade, tendo a inscrição Colônia Aelia, o novo nome que eles deram a Jerusalém.
Uso arqueológico das moedas. Os historiadores estudam as moedas encontradas em escavações arqueológicas a fim de aumentar nosso conhecimento dos tempos bíblicos.
Algumas descrevem personagens históricas, como por exemplo, as moedas que mostram Tibério, Vespasiano e os reis herodianos. Outras, refletem os êxitos em assuntos regionais políticos e militares, por exemplo, a esperança de Israel pela independência e a conquista romana. As moedas também podem ajudar a determinar a data de ruínas arqueológicas. Por exemplo, a ocupação de um grande edifício na Jericó romana pode ser datada do final do século I a.C até aprox. 65 d.C. com base nas moedas ali encontradas, e que foram cunhadas por Herodes o Grande, Arquelau, Herodes Agripa e vários outros procuradores romanos (cf. James B. Pritchard, "The 1951 Campaign at Herodian Jericho", BASOR #123 [1951], p. 14ss.).
As moedas encontradas em Qumran, onde os Rolos do Mar Morto foram copiados ou usados, mostram que o mosteiro esteve ocupado de forma intermitente. As ocupações ocorreram do início do século I a.C. até aprox. 37 a.C, e então de 4 a.C. a 68 d.C, e finalmente de 132 a 135 d.C. Moedas datadas de 66-70 d.C. indicam que a fortaleza Masada estava inabitada na época da primeira revolta judaica e esteve em contato com Jerusalém até 69-70 d.C. (Yadin, Masada, pp. 108, 168, 172).
 
Bibliografia. Florence A. Banks, Coins of Bible Days, Nova York. Macmillan, 1955. G. A. Barrois, "Chronology, Metrology etc"., IB, I, 153-164. A. Ben-David, "The Standard ofthe Sheqel", PEQ, XCVIII (1966), 168ss.; "The Talmud Was Right! The Weight ofthe Biblical Sheqel", PEQ, C (1968), 145-147, CornPBE, "Coins", pp. 228-230; "Weights and Measures", pp. 705-708. David Diringer, "Weights", DOTT, pp. 227-230. H. Hamburger, "Money, Coins", IDB, III, 423-435. A. Kindler, "Coins as Documents for Israel's Ancient History", Antiquity and Survival, II (1957), 225-236. Y. Meshorer, "A Stone Weight from the Reign of King Herod", IEJ, XX (1970), 97ss. A. Reifenberg, Ancient Jewish Coins, 2a ed., Jerusalém,1940; IsraeVs History in Coins from the Maccabees to the Roman Conquest, Londres.Horovitz, 1953. R. B. Y. Scott, "Weights and Measures ofthe Bible", BA, XXII (1959), 22-40; "The Scale-Weights from Ophel, 1963-64". PEQ. XCVII (1965), 128-139; "The N-S-P Weights from Judah", BASOR, #200 (1970), pp. 62-66. O. R. Sellers, "Weights and Measures", IDB, IV, 828-839. D. H. Wheaton, "Money", NBD, pp. 836-841. D. J. Wiseman e D. H. Wheaton, "Weights and Measures", NBD, pp. 1319-1325.
 
SALÁRIO
Compensação paga, em dinheiro ou bens, a um trabalhador contratado. A moeda não era o tipo mais comum de pagamento na Palestina antes do período grego. Nos tempos bíblicos, os homens eram contratados para diversos serviços, e apesar de geralmente receberem pelo dia de trabalho, existe uma referência que cita o pagamento anual (Is 16.14; 21.16). Os trabalhadores pagos eram homens livres, às vezes estrangeiros, porém eram pessoas pobres que haviam perdido suas terras.
Jacó prestou serviços durante 14 anos por suas esposas Raquel e Leia, depois fez com Labão um acordo pelo qual receberia pelos serviços prestados sob a forma de animais selecionados, ao cuidar da manada (Gn 29.15; 30.28,32ss.). Entre os trabalhadores pagos encontravam-se, entre outros, os trabalhadores agrícolas (Mt 20.1-16); pedreiros, marceneiros, e ferreiros, assim como aqueles que reparavam o Templo durante o império do rei Joás (2 Cr 24.12); enfermeiras (Ex 2.9), soldados (Lc 3.14); pastores (Jo 10.12) e pescadores (Mc 1.20). Até mesmo a contratação de meretrizes é mencionada (Ez 16.31).

O AT não fornece informações sobre a quantia paga regularmente. De qualquer forma, não se sabe a quanto o dinheiro equivalia comparado ao nosso tempo, e, sem dúvida, as taxas variaram com o passar dos séculos. Um escritor estima que nos tempos do NT um dia comum de trabalho seria equivalente a alguns dólares. Estes pagamentos eram acordados caso a caso, considerando-se a qualificação.
Na parábola em Mateus 20.1-16 é feita menção a um homem pagando um "denário" ou um "dinheiro" por dia (antigo ouro romano ou moeda de prata) aos trabalhadores de sua vinha. Ao pagar a todos os seus homens a mesma quantia todos os dias ao final do dia, embora alguns tenham sido contratados muito mais tarde do que outros, o empregador representa a generosidade graciosa de Deus e talvez também sua provisão para as necessidades mínimas de seu povo.
A lei de Moisés protegia os trabalhadores contra o tratamento injusto. O salário diário deveria ser pago na noite do mesmo dia e nunca deixado para a manhã seguinte (Lv 19.13; Dt 24.14ss.). Mas acredita-se que os servos contratados deveriam ter uma vida difícil (Jó 7.1ss.). Os empregadores nem sempre mantinham sua palavra, como no caso de Labão e Jacó (Gn 31.7). Os profetas denunciavam aqueles que retinham o salário ou que oprimiam o assalariado (Jr 22.13; Ml 3.5; cf. Tg 5.4).
O termo "salário" (galardão ou recompensa) é também utilizado de forma figurativa, como a compensação recebida por aqueles que trabalham na seara do Senhor Jesus Cristo (que é composta por almas, João 4.36), e da morte como o salário do pecado (Rm 6.23).
Bibliografia. Leon Morris, The Wages of Sin, Londres. Tyndale Press, 1954. N. B. B.
 
Ficar como fiador do companheiro (6:1-5) - Estudo no Livro de Provérbios - Antônio Neves de Mesquita 
Coisa tremenda é pôr o nome num documento de outrem, assumindo a obrigação de pagar, se o outro falhar. Isso é mais grave do que parece e não poucas vezes caímos nessa ratoeira. Este autor está calejado disso, mas prometeu jamais transgredir esse mandamento. É proibido ficar como fiador. Talvez haja uma ressalva, que faremos bem em colocar aqui: caso o afiançado der outras garantias por fora, de modo a cobrir os riscos assumidos. Assim ainda poderá ser dada a fiança, mas o melhor é: nem assim, nem de modo algum. É preceito bíblico. Não poucos têm sido arruinados por darem fiança a outrem. Não se entenda que todos que pedem fiança são caloteiros; todavia, no caminho acontecem coisas que levam um homem direito a não poder cumprir as suas obrigações. Então aí está o fiador. Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, o se te empenhaste ao estranho (6:1). A doutrina é que não devemos ficar por fiadores de companheiros, isto é, Irmãos ou até estranhos. Nem num caso nem noutro. Se ficarmos por fiador de quem quer que seja, já estás enredado com os teus lábios, estás prego com as palavras da tua boca (v. 2). Como se vê, o estatuto da fiança é antigo. Moisés legislou quanto a emprestar dinheiro, que é bem melhor do que ficar por fiador (Deut. 23:19). É melhor emprestar, admitindo que se pode perder, do que ficar por fiador. Se perdermos o emprestado, perdemos o nosso; mas se ficarmos por fiador poderemos perder até o que não é nosso. O conselho é este: Filho meu, agora faze isto: livra-te, pois caíste nas mãos do teu companheiro (v. 3), continuando a dar instruções quanto ao modo de se livrar da rede, implorando e não descansando nem de dia nem de noite, até se livrar da emboscada. Isso, atualmente é impossível, pois fiança é assinatura em documento, o que não seria o caso antigamente, porquanto a palavra valia. Como se poderia retirar a fiança dada em documentos? Não há jeito. Em casos de fiança de casa, o Código Civil, nos Artigos 1500/1501, admite que o fiador pode denunciar a fiança dada; mas os que pedem a fiança logo se cobrem contra esta possibilidade, incluindo no contrato a cláusula de que o fiador abre mão daquele direito; e, como poucos conhecem o Código Civil, então a prescrição é quase nula. O verso 5 usa uma linguagem típica de agir como a gazeia, ao se livrar do caçador, e a ave, do passarinheiro. Registrando nesta página esses conselhos, esperamos que os dez leitores do livro aprendam a lição.
Em Israel a fiança podia ser dada em objetos, como penhores. Todavia, o sábio legislador foi muito severo na maneira como se poderia aceitar essa fiança. Em Êxodo 22:25-27 admite-se dar objetos em penhor. Caso o irmão fosse pobre, daria o vestido; este, no entanto, deveria ser restituído antes do pôr do sol, para que se cobrisse com ele de noite. No caso de penhor de animal, este deveria ser entregue tal qual havia sido recebido. Em Levítico ainda há prescrições quanto a emprestar dinheiro. Se fosse a um irmão, não se podia cobrar juros; a estranho, sim. O que Moisés preveniu foi a usura contra o pobre. As Caixas Econômicas, nas suas seções de penhores, contam uma história triste, de gente que dá em penhor, a troco de meia dúzia de cruzeiros, objetos de estimação e até necessários para o sustento da vida, como máquinas de costura e outros. Isso deveria ser proibido, Mas a fome é má companheira, e a miséria é qualquer coisa que deve escurecer o coração do pobre.
Os intérpretes de Provérbios discutem minuciosamente os prós e os contras dessa escritura, e chegam a comentar o uso do dinheiro como um dos motivos de fianças em bancos, casas comerciais, agenciamento de diversas naturezas. O uso do dinheiro é um índice do caráter; e o que toma dinheiro emprestado, com um fiador amigo, deve ser um homem de caráter comprovado. O que toma dinheiro emprestado para negociatas é moralmente fraco e praticamente desonesto. Vive do que tens e não cries dificuldades para os outros. O capítulo ora em estudo previne especialmente contra dar fiança a estrangeiros. Isso seria possível em tempos antigos para comerciantes ambulantes, comprando em um lugar, para vender em outro. Cuida-te contra tais práticas. Jamais ponhas o teu nome em papel que envolva fiança. Se te empenhaste ao estranho (v. 1), estás enredado com o que dizem os teus lábios (v. 2). Trata-se, naturalmente, de fiança verbal, que nos tempos antigos valia, como, o mandar um cabelo da barba a alguém, pedindo emprestado. O cabelo era sólida garantia de pagamento.


Possivelmente a referência "ao estranho" signifique "a almocreves", que vinham à Palestina comprar azeite e vinho, para venderem na Fenícia, que não produzia em abundância esses produtos. Então o comerciante venderia a crédito e precisaria de um fiador para a dívida, até que o ambulante voltasse. Se era isto o que significa "ao estranho", então o risco era maior ainda, porque os tais, depois de vendidos os artigos, voltariam ou não. O comércio ambulante de azeite é muito comum na Europa, andando os assim chamados "almocreves", com um burrico, transportando dois pequenos barris, vendendo de porta em porta aos que não cultivam oliveiras e vinhedos.

Provérbios  6.1 SE FICASTE POR FIADOR DO TEU COMPANHEIRO. Este versículo é uma advertência para que ninguém seja "fiador" de um amigo (cf. 11.15; 17.18; 22.26). 

(1) Ser fiador significa aceitar a responsabilidade pela dívida doutra pessoa, se esta deixa de pagá-la.

Provérbios 11 15 Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro.
 
(2) Esse ato torna a situação financeira do co-signatário dependente dos atos do amigo e fica sujeita a fatos que escapam ao seu controle.

Provérbios 17. 18 O homem falto de entendimento dá a mão, ficando por fiador do seu companheiro.
Provérbios 22. 26 Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas.

(3) Pode levar à pobreza (cf. 22.26,27) e à perda de amizades vitalícias. Isso não significa, porém, que devemos recusar-nos a ajudar alguém que esteja realmente sofrendo, sem meios para atender às necessidades básicas da vida (Êx 22.14; Lv 25.35; Mt 5.42). 

Provérbios 22. 26 Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. 27 Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti

(4) Quanto aos pobres, não devemos emprestar e sim dar-lhes (cf. Mt 14.21; Mc 10.21; ver Pv 19.17 ).

Levítico 25. 35 E, quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás como estrangeiro e peregrino, para que viva contigo.

Marcos 10. 21 E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me.

Mateus 5. 42 Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
 
Provérbios 19.17 AO SENHOR EMPRESTA O QUE SE COMPADECE DO POBRE. Dar graciosamente daquilo que possuímos para socorrer o pobre é uma maneira de servirmos ao Senhor. Ele recompensará aqueles que assim fizerem.

ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DE TESOURO
CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.

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