Seguidores

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ESTUDO BIBLICO - MATEUS CAPITULO 5

ESTUDO BIBLICO

MATEUS CAPITULO 5

O sermão da montanha. As beatitudes.
Mt.5.1 Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
Mt.5.2 e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:
Mt.5.3  Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;
Mt.5.4 bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Mt.5.5 bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Mt.5.6 bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Mt.5.7 bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Mt.5.8 bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Mt.5.9 bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Mt.5.10 bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
Mt.5.11 bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.
Mt.5.12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.


MATEUS CAPITULO 5

subiu um monte. Este é o famoso Sermão do Monte: esses capítulos contêm a mais extensa porção unificada de falas de Jesus. Nada do que ele diz é tão fácil de entender que possamos ler e sair correndo para os nossos afazeres, sem entregar-nos a refletir, considerar e ponderar sobre seu conteúdo. Também não é tão difícil que precisemos deixar para a eternidade. Somos convidados a refletir sobre o que poderia ser chamado respeitosamente de "a psicologia de Jesus" — ou, pelo menos, algumas características psicológicas do que nosso Mestre foi e disse — temas que encontram paralelos interessantes com o campo da psicologia, a partir de problemas e vivências do dia a dia humano. Mas Jesus não era um filósofo ou um psicólogo analisando posturas e conceitos — ele era muito mais que tudo isto, e ensinava "com autoridade" (7.29). O Sermão do Monte é a cosmovisão de Jesus, que ele transmite a seus seguidores. A estes compete recebê-la, vivenciá-la e divulgá-la. Esta é a vida no Reino de Deus!

5.1 Quando Jesus viu aquelas multidões. Novamente, Jesus age de acordo com sua percepção das circunstâncias e não conforme uma agenda pré-programada ou estratégias e objetivos planejados de antemão. Jesus viu as multidões. E nós, será que as ignoramos, mergulhados em nossas ocupações, dominados por elas, presos em nossas agendas estressadas por tantos compromissos? subiu um monte e sentou-se. Portanto, era hora de parar de curar os doentes das multidões e gastar um tempo ensinando — aos discípulos! seus discípulos chegaram perto dele. Eles também deixaram de atentar para as multidões e voltaram-se para o Mestre. Que bom atendermos à alma, chegarmo-nos a Jesus, atentos, esperançosos, prontos a receber "descanso para a alma" (11.28-29). Este é o melhor tipo de saúde psicoemocional que podemos desejar. Nossa proximidade com Jesus nos trará a incomparável experiência de relaxar a alma, sossegar o pensamento e preparar-nos para qualquer embate na vida. Chegando perto de Jesus como os discípulos fizeram, poderemos ter a experiência que eles tiveram, ler e reler as palavras de Jesus, ponderar sobre elas, orar a Deus e ter a vida enriquecida de maneira esplêndida.


5.3-11 Felizes as pessoas que. É profunda a mensagem deste texto, que nos ensina o que é a verdadeira felicidade. Jesus considera felizes aquelas pessoas que percebem que é a entrega de si mesmo, em favor da dependência absoluta do Pai, que possibilita enxergar, sentir e compreender a necessidade daquele que caminha ao meu lado. Este trecho sobre as "bem-aventuranças" descreve também o caráter do próprio Jesus. Para serem eternamente felizes, seus seguidores podem imitar o caráter dele. As bem-aventuranças são o reverso dos critérios do mundo. Os "ricos" e os "bem-sucedidos" em nossa sociedade serão os "infelizes", por causa do Reino do Céu(Lc 6.24-26). Repare que não há nenhum imperativo, ne nhuma ordem a ser obedecida: são simplesmente descrições de como viver já aqui a felicidade do Reino de Deus que se tornou possível com a vinda de Jesus Cristo.

5.3 espiritualmente pobres. É a pessoa que "não se ache grande coisa", não tem uma imagem aumentada sobre si própria. Jesus não teve arrogância, sua mente e seu coração sempre tiveram lugar para todos os que quiserarr ouvi-lo. Por isso ele foi e é perdoador, simpático, aberto ; qualquer pessoa, venha de onde vier, tenha a idade, a cultura, a raça, ou a educação que tiver, ele sempre recebeu ; todos com alegria e simplicidade, sem exigências prévias.

5.4 Felizes as pessoas que choram. Jesus também era capaz de chorar pelas pessoas (23.37; Jo 11.33-38). Veja como a felicidade se encontra num lugar oposto ao que esperamos — isso acontece por causa da existência do Reino do Céu, que aqui ainda não é evidente, mas que Jesus conhecia muito bem. Deus as consolará. Haverá uma mudança radical no futuro, quando Deus intervier e consertar as coisas.

5.5 Felizes as pessoas humildes. Isto é, simples e leves no trato, mansas, sem apelar para violência nem exigir tratamento superior. Mais uma vez, por causa do Reino de Deus, a felicidade está onde não a imaginamos: do "lado de baixo" desta vida, junto com a pobreza, o choro, a simplicidade e a mansidão. Pessoas assim é que, no  futuro, "herdarão a terra", receberão o cumprimento da promessa de Deus. A palavra humildade é derivada de húmus, a força criadora e nutridora da terra. O caráter de Jesus era precisamente isto: criador, nutridor, sem alarde, e assim nos recomenda a aprendermos com ele (11.29).


5.6 que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus. Na tradução tradicional, esta é a "fome e sede de justiça". Isto levou Jesus até a morte (Fp 2.8; Hb 5.8), no ponto máximo da obediência! Somos felizes, bem-aventurados, temos a alma descansada ao nos dispormos a fazer tudo na terra como é feito nos céus. Não existe uma lista do que devemos ou não devemos fazer (como existia para os fariseus). Mas a natureza de nossa alma pode ter tal sintonia com Deus a ponto de que sua vontade transpareça naquilo que fazemos — no Reino do Céu, ele as deixará satisfeitas.


5.7 Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros. Aqui encontramos a bem-aventurança do conselheiro — pois escutar e aconselhar eficazmente também é algo que nasce da misericórdia e não do julgamento ou crítica, da mesma forma como o cuidado que Deus tem por nós não nasce de nosso bom comportamento. A palavra "misericórdia", no hebraico, carrega a raiz de "útero" — um dom aparentemente mais "feminino" de Deus, que é outra característica inegável de Jesus (9.13), abrangendo
todo o seu ministério: ter compaixão, condoer-se, a ponto de mover-se, agindo em favor dos miseráveis — a humanidade.

Nós temos o privilégio de ser "útero de Deus neste mundo", como descreve Chouraqui: aqueles que assumem entre seus irmãos a função principal de Deus, que é de ser a matriz do Universo, que recebe, mantém e dá a vida, oferecendo ao feto, a cada segundo, tudo de que ele precisa para viver. Um conselheiro, e todo aquele que ama a Deus, tem o chamado para oferecer-se como instrumento de Deus que nutre e faz crescer. A figura do útero também nos ajuda a perceber tempos diversos — vai
chegar o tempo de ajudar a sair do útero, a nascer e, aos poucos, se tornar mais independente. Não como passagem para a não misericórdia, mas, sensível ao crescimento do 'bebê', ser tal como uma mãe que se adapta ao que a criança necessita, ajudando a recriar e criar seus filhos. No futuro, na hora do juízo final, Deus terá misericórdia dessas pessoas, porque "a misericórdia triunfa sobre ojuízo" (Tg 2.13).


5.8 as pessoas que têm um coração puro. Jesus teve o coração mais puro deste planeta. Seus sentimentos, pensamentos, atitudes e propósitos nunca tiveram qualquer sinal de impureza (1Pe 2.22). E nós, embora sejamos, no dizer de Isaías, impuros que habitam em meio a outros também impuros, podemos orar como o salmista, pedindo um coração puro (SI 51.6-10). Na manifestação futura do Reino de Deus, essas pessoas verão a Deus.


5.9 as pessoas que trabalham pela paz. A palavra paz no  Antigo Testamento (shalom) significava saúde, bem-estar, harmonia, entrosamento, unidade — especialmente a restauração da unidade quebrada por alguma circunstância negativa e incontrolável. A afirmação do texto se refere, portanto, a um profundíssimo anseio da humanidade. Jesus era o próprio "Príncipe da Paz" e, assim, estabeleceu um bom relacionamento entre nós e Deus (Rm 5.1), que é a base para termos paz uns com os outros também. Uma parte desse ministério serve a humanidade em mediações de conflitos, desde brigas domésticas até guerras entre nações. Deus as tratará como filhos. É por causa de Jesus, Filho de Deus, que Deus tem o caráter de Pai. Essa é a grande novidade da Nova Aliança: em vez de sermos apenas servos de Deus, por causa de Cristo somos transformados em filhos e filhas pelo Espírito Santo (Rm 8.15). Aqui mesmo, nos v. 45-48, Jesus fala de seus seguidores nesta condição.
Nada está acima disto em toda a Bíblia. Isto é que é uma bem-aventurança, a verdadeira "felicidade"!


5.10 pessoas que sofrem perseguições. Talvez seja difícil em países como o Brasil de hoje pensar em alguém que sofra perseguição por fazer a vontade de Deus. Vivemos em um tempo e em um ambiente de liberdade e segurança.Jesus, porém, sabia do que falava, pois vivia sob a hostilidade constante dos fariseus e de outros religiosos exatamente porque pregava e fazia a vontade de Deus. Certamente seu coração sofria por isto. Mas no fundo ele se considerava feliz porque se dedicava totalmente à vontade do Pai, e nem de longe considerava a hipótese de mudar suas ações. Ao trabalharmos pela paz, pela justiça, com mansidão, choro, pobreza e misericórdia, certamente sofreremos algum tipo de perseguição. Mas seremos felizes porque, por causa de Jesus, o Pai nos dará o Reino do Céu.


5.11 Felizes são vocês. Aqui Jesus personaliza claramente  sua fala aos discípulos. Ele trilhava o caminho rumo ao seu Calvário, e agora era a vez dos seus seguidores, insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Esta bem-aventurança é uma decorrência da anterior. Acusações injustas são o que de mais ímpio se pode fazer contra os que seguem Jesus: o jogo da mentira, que foi também o que fizeram com ele mesmo. O insulto, a perseguição e a calúnia normalmente despertam uma reação emocional forte em quem o recebe. Esta reação, que poderia ser considerada até normal, é aqui enfocada em outra perspectiva totalmente diferente. Jesus chega a dizer que deveríamos nos considerar felizes por receber estas injustiças. À primeira vista isto é muito difícil de aceitar, mas os primeiros cristãos entenderam esta mensagem (At 5.41), e os apóstolos consideravam este tipo de sofrimento como
um privilégio (Fp 1.29; 1Pe 1.3-9), tal como Jesus o recomendou. Jesus teve o cuidado de preparar seus discípulos para estas ocasiões (Lc 6.22-23; Mt 10.16-25), pois sabia que seria inevitável que isso acontecesse. Na verdade isto é mais fácil falar do que praticar. Somos a geração mais confortável da história e não gostamos nem um pouco de pensar em sofrimento, especialmente um sofrimento do qual não podemos fugir, pois virá "de fora", uma vez que será infligido por
outros.


5.12 uma grande recompensa... no céu. O texto não deixa claro que recompensa será esta, mas será grande, e virá de Jesus. Podemos ter fé nessa promessa de Deus para o futuro dos que agora sofrem, e assim recebermos alegria já no presente. As palavras de Jesus são seu profundo aconselhamento para nós. Tudo o que ele quer é dar-nos certeza, confiança e tranqüilidade. Isto trará, certamente, paz às nossas emoções e segurança às nossas atitudes, afastando nossas aflições e inquietações nesta vida atribulada.





Nenhum comentário:

Postar um comentário