Lições Bíbilicas CPAD - Jovens e adultos
lº Trimestre 2014
Título - Uma Jornada de Fé - A formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentarista - Antonio Gilberto
LIÇÃO 04 - A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PASCOA
26 de janeiro de 2014
TEXTO ÁUREO
“[...] Porque Cristo,
nossa páscoa, foi sacrificado por nós”( 1 Co 5.7b).
VERDADE PRÁTICA
Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Por meio do seu sacrifício
expiatório fomos libertos da escravidão do pecado e da ira de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 12.5 - Um cordeiro sem mácula deveria ser morto
Terça - Êx 12.7 - Sangue foi aspergido nas portas
Quarta - Êx 12.29-33 Morte nas famílias egípcias
Quinta - Jo 1.29 - O Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo
Sexta - 1 Jo 1.7 - O sangue purificador do Cordeiro de Deus
Sábado - Hb 11.28 - Pela fé, Moisés celebrou a Páscoa
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Êxodo 12.1-11
1 E FALOU o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito,
dizendo:
2 Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos
será o primeiro dos meses do ano.
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez
deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um
cordeiro para cada família.
4 Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome
um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um
conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro.
5 O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um
ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.
6 E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo
o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.
7 E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e
na verga da porta, nas casas em que o comerem.
8 E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães
ázimos; com ervas amargosas a comerão.
9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no
fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura.
10 E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar
até amanhã, queimareis no fogo.
11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os
vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente;
esta é a páscoa do SENHOR.
INTERAÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos uma das festas mais
significativas para Israel e a Igreja — a Páscoa. Deus queria que seu povo
nunca se esquecesse desta comemoração especial. Por isso, esta data foi
santificada.
No decorrer da lição, procure enfatizar que a Páscoa era uma
oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por
tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje, o nosso
Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios.
Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao
Senhor diariamente por tão grande salvação.
OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o significado da Páscoa para os israelitas,
egípcios e para os cristãos.
Saber quais eram os elementos principais da Páscoa.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para iniciar a lição faça a seguinte pergunta:
"O que significa a palavra Páscoa?” Ouça os alunos com atenção e explique
que o termo significa “passar por”. Diga que este vocábulo tornou-se o nome de
uma das mais importantes celebrações do povo hebreu. Diga que a festa da Páscoa
acontece no mês de abibe (março/abril).
Utilizando o quadro seguinte, explique aos alunos o
significado desta celebração para os egípcios, judeus e cristãos. Conclua, enfatizando
que a Páscoa nos fala do sacrifício de Cristo, o nosso Cordeiro Pascal.
1. A PASCOA – Para os egípcios
Significava o juízo divino sobre o Egito
2. A PASCOA – Para os israelitas
A saída do Egito, a passagem para a liberdade.
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3. A PASCOA – Para os cristãos
É a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de
santidade em Cristo.
INTRODUÇÃO
A Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas
celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É
uma festa repleta de significados tanto para os judeus quanto para os cristãos.
Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib
(corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo
significado são as “espigas verdes”.
Hoje estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu
significado para nós, cristãos.
PALAVRA CHAVE
Páscoa: Uma das importantes festas do povo hebreus em que
comemoravam a saída do Egito.
I - A PÁSCOA
1. Para os egípcios.
Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final
sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali.
O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo
suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é
misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2 Pe 3.9b). Porém, Ele
é também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um
Deus que se ira todos os dias” (SI 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças
sociais suscitam a ira do Pai.
O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o
Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a
Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra
do Egito morrerá” (Êx 1 1.4,5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível
para os israelitas.
2. Para Israel.
Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida
vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e
ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma
vida cristã abundante (Jo 10.10). Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas
casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó
ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam
escravos de ninguém.
3. Para nós.
Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a
ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o
seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1 Co 5.7).
Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos
nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi
imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro
(Jo 3.1 6).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Para nós cristãos a Páscoa é a passagem da morte dos nossos
pecados para a vida de santidade em Cristo.
II - OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
1. O pão.
Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para
que o pão pudesse crescer (Êx 1 2.8,1 1,34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento
também representa a purificação, a libertação do fermento do mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento
para ilustrar o falso ensino dos fariseus (Mt 16.6, 1 1,12; Lc 12.1; Mc 8.1 5).
Simbolizavam toda a amargura
e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia,
quando os hebreus eram cativos do Egito.
3. O cordeiro (Êx T 2.3-7).
Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue
derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um
símbolo da obediência.
A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa
judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo" (Jo 1.29).
O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os
filhos de Adão (1 Pe 1.18,19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e
aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi
oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos
pecados.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os três elementos da Páscoa eram: o pão, as ervas amargas e
o cordeiro sem mácula.
III - CRISTO, NOSSA PÁSCOA
1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51).
Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da
salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus.
Certa vez, Ele afirmou: “Eu sou o pão da vida; aquele que
vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Apenas Ele pode saciar a necessidade
espiritual da humanidade. Nada, pode substituí-lo.
Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é
possível a nossa reconciliação com Deus (2 Co 5.19).
2. O sangue de Cristo (1 Co 5.7; Rm 5.8,9).
No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus,
mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos
judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O
sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23).
Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em
seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo.
3. A Santa Ceia.
A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da
morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória
de mim” (1 Co 1 1.24,25).
É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O
crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor
de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do
Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de
Deus (1 Co 1 1.27-32).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A Ceia do Senhor é um memorial da morte redentora de Cristo
por nós e um alerta quanto à sua vinda.
CONCLUSÃO
Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da
Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os
israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento,
que foi a sua libertação e saída do Egito.
Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para
trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado
e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande
salvação.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise
de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 57, p.38.
Subsidio Bibliológico
“O propósito de Deus em instituir a Páscoa era estabelecer o
marco inicial para a libertação de Israel do cativeiro egípcio e proclamar a
redenção alcançada pelo sangue do Cordeiro, já revelada no sacrifício de Isaque
(Gn 22.1-19), conforme mais tarde escreveram os apóstolos Paulo e Pedro: ‘e
demonstrar a todos qual seja a dispensação do ministério, que, desde os séculos
esteve oculto em Deus’ (Ef 3.9); [...] o qual, na verdade, em outro tempo, foi
conhecido, antes da fundação do mundo’ (1 Pe 1.20).
Cristo é a nossa Páscoa (1 Co 5.1 7). Ele é o Cordeiro de
Deus (Jo 1.29).
O cordeiro deveria ser separado para o sacrifício até ao
décimo quarto dia do primeiro mês do ano (Êx 12.3-6) e tinha de ser sem defeito
(Êx 1 2.5).
O cordeiro precisava ser imolado pela congregação, assim
como Cristo foi sacrificado pelos líderes civis e religiosos de Israel e de
Roma e pela vontade do povo. Nenhum osso do cordeiro poderia ser quebrado (Êx
12.46), também nenhum osso de Cristo foi partido (Jo 19.33-36)” (COHEN, Armando
Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p.42).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
“Êxodo 12 não diz respeito somente ao momento da Páscoa, ao
porquê da Páscoa e a como ela deve ser observada, mas também quem deve
participar (Êx 12.43-49).
A Páscoa não era algo indiscriminadamente aberto para todos.
Quem podia participar?
A congregação de Israel (v. 47); os escravos (v. 44), quando
circuncidados, por terem os mesmos privilégios dos hebreus; os estrangeiros (v.
48), gentios que tivessem abraçado a fé em Jeová.
Quem não podia participar?
O forasteiro (v. 43), pagão e incrédulo; o viajante (v. 45)
que, hóspede ou de passagem, ficava algum tempo no território de Israel; o
servo assalariado (v. 45), que pertencia a uma outra nação mas trabalhava em
Israel. Essas distinções eram necessárias por causa da ‘mistura de gente’ (1
2.38) que deixou o Egito. Foi por isso que as instruções acerca da
elegibilidade para participar da Páscoa (1 2.43-49) foram passadas logo após essa
‘mistura de gente’ deixar o Egito (12.37-39)” (HAMILTON, Victor P. Manual do
Pentateuco. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 191-92).
SUBSIDIOS 001
SUBSIDIOS 001
A PÁSCOA
Êx 12.11 “Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos
cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis
apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.”
CONTEXTO HISTÓRICO.
Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 a.C., o
povo hebreu (posteriormente chamado “judeus”) celebra a Páscoa todos os anos,
na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa). Depois de os
descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos de
servidão no Egito, Deus decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e o
designou como o líder do êxodo (3 — 4). Em obediência ao chamado de Deus,
Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: “Deixa ir o
meu povo.” Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do
Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos
contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar
o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora
da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma
outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo
destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito... desde
os homens até aos animais” (12.12). Visto que os israelitas também habitavam no
Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem
específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a
cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha
de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao
entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um
único cordeiro entre si (12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os
israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa.
Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas
casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hb.
pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”).
Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da
condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus
ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distingüir
os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância
da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do
“Cordeiro de Deus,” que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo
1.29).Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e
preparados para viajar (12.11). A ordem recebida era para assar o cordeiro e
não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer,
portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir
apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que
deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (12.29-36).
A PÁSCOA NA HISTÓRIA ISRAELITA.
A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia
celebrar a Páscoa toda primavera, obedecendo
as instruções divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo”
(12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no
Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada
Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um
cordeiro, retiravam todo fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais
importante: recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo
milagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão ao Faraó. Assim, de
geração em geração, o povo hebreu relembrava a redenção divina e seu livramento
do Egito (ver 12.26 ). Uma vez construído o templo, Deus ordenou que a
celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém
(Dt 16.1-6). O AT registra várias ocasiões em que uma Páscoa especialmente
relevante foi celebrada na cidade santa (2Cr 30.1-20; 35.1-19; 2Rs 23.21-23; Ed
6.19-22). Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O
único incidente na vida de Jesus como menino, que as Escrituras registram, foi
quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos de idade, para a
celebração da Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, Jesus ia cada ano a Jerusalém
para participar da Páscoa (Jo 2.13). A última Ceia de que Jesus participou com
os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da
Páscoa (Mt 26.1, 2, 17-29). O próprio Jesus foi crucificado na Páscoa, como o
Cordeiro pascoal (cf. 1Co 5.7) que liberta do pecado e da morte todos aqueles
que nEle crêem. Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa, embora seu modo
de celebrá-la tenha mudado um pouco. Posto que já não há em Jerusalém um templo
para se sacrificar o cordeiro em obediência a Dt 16.1-6, a festa judaica
contemporânea (chamada Seder) já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as
famílias ainda se reunem para a solenidade. Retiram-se cerimonialmente das
casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo.
A PÁSCOA E JESUS CRISTO.
Para os cristãos, a Páscoa contém rico simbolismo profético
a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as festas judaicas “são
sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1), i.e., a redenção pelo sangue
de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que nos fazem lembrar do
nosso Salvador e do seu propósito para conosco.
(1) O âmago do evento da Páscoa era a graça salvadora de
Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor,
mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt 7.7-10).
Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da
maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).
(2) O propósito do sangue aplicado às vergas das portas era
salvar da morte o filho primogênito de cada família; esse fato prenuncia o
derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira
de Deus contra o pecado (12.13, 23, 27; Hb 9.22).
(3) O cordeiro pascoal era um “sacrifício” (12.27) a servir
de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição
à morte do crente (ver Rm 3.25). Paulo expressamente chama Cristo nosso
Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1Co 5.7).
(4) O cordeiro macho separado para morte tinha de ser “sem
mácula” (12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito
Filho de Deus (Jo 8.46; Hb 4.15).
(5) Alimentar-se do cordeiro representava a identificação da
comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte esta que os salvou da morte
física (1Co 10.16,17; 11.24-26). Assim como no caso da Páscoa, somente o
sacrifício inicial, a morte dEle na cruz, foi um sacrifício eficaz. Realizamos
em continuação a Ceia do Senhor como um memorial, “em memória” dEle (1Co
11.24).
(6) A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada
com fé obediente (12.28; Hb 11.28); essa obediência pela fé resultou, então, em
redenção mediante o sangue (12.7, 13). A salvação mediante o sangue de Cristo
se obtém somente através da “obediência da fé” (Rm 1.5; 16.26).
(7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos (12.8). Uma vez que na Bíblia o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção (ver 13.7; Mt 16.6; Mc 8.15), esses pães asmos representavam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito, i.e., o mundo e o pecado (ver 12.15). Semelhantemente, o povo redimido por Deus é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.
SUBSIDIOS 002
Êxodo 12
Versículos 1-20: A mudança do início do ano; a instituição
da Páscoa; 21-28: Instruções ao povo para a observância da Páscoa; 29- 36: A
morte dos primogênitos egípcios; pede-se aos israelitas que saiam da terra do
Egito; 37-42: A primeira jornada dos israelitas até Sucote; 43-51: A ordem de
respeitar a Páscoa.
Vv. 1-20. O Senhor faz novas todas as coisas para aqueles a
quem Ele liberta da escravidão de Satanás, e os toma para si mesmo, a fim de
que sejam o seu povo. O momento em que Ele faz isto é para eles o começo de uma
nova vida.
Deus anunciou que, na noite em que iam sair da terra do
Egito, cada família deveria matar um cordeiro, ou que, se fossem famílias
pequenas, cada duas ou três matassem um cordeiro em conjunto. Este cordeiro
deveria ser comido da maneira indicada nesta passagem, e o seu sangue deveria
ser borrifado em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o
comessem, para que fossem um sinal nas casas dos israelitas, para
diferenciá-las das casas dos egípcios. O anjo do Senhor, quando destruísse os
primogênitos egípcios, passaria por cima das casas marcadas com o sangue do
cordeiro: daqui vem o nome desta festa ou ordenança sagrada.
A páscoa deveria ser celebrada anualmente, tanto como um ato
para rememorar a preservação de Israel e a sua libertação do Egito, como um
notável tipo de Cristo. A segurança e a libertação dos israelitas não foram uma
recompensa por sua própria justiça, mas uma dádiva misericordiosa. A páscoa
lhes fazia recordar isto e, por meio desta ordenança, foi-lhes ensinado que
todas as bênçãos lhes chegaram por meio do derramamento e pelo espargir de
sangue.
Observe os seguintes aspectos:
Primeiro – O cordeiro pascal era um tipo, Cristo é a nossa
Páscoa (1 co 5.7), o cordeiro de Deus (Jo 1.29); às vezes, as passagens no
livro do Apocalipse referem-se a Ele como o Cordeiro. O cordeiro pascal
precisava ser de ótima qualidade; Cristo ofereceu-se no melhor de sua idade,
não quando era o bebê de Belém. O cordeiro pascal precisava ser isento de todo
o defeito; o Senhor Jesus Cristo foi um cordeiro sem mancha; o juiz que o
condenou declarou-o inocente. O cordeiro pascal precisava ser colocado à parte
quatro dias antes, a fim de denotar a designação do Senhor Jesus para ser o
salvador, tanto no propósito como na promessa. O cordeiro pascal precisava ser
morto e queimado com fogo, a fim de indicar os penosos sofrimentos do Senhor
Jesus até a morte, e morte de cruz. A ira de Deus é como fogo, e Cristo foi
feito maldição por nós. Nenhum dos ossos do cordeiro pascal deveria ser quebrado,
e isto se cumpriu em Cristo (Jo 19.33), a fim de indicar a fortaleza não
quebrantada do Senhor Jesus.
Segundo – O espargir do sangue era um tipo. O sangue do
cordeiro pascal deveria ser espargido, a fim de indicar a aplicação dos méritos
da morte de Cristo às nossas almas; temos que receber a expiação (Rm 5.11). A
fé é o hissopo com que as promessas e os benefícios do sangue de Cristo nos são
aplicados. O sangue do cordeiro pascal precisava ser espargido em ambas as
ombreiras e na verga da porta, a fim de anunciar a profissão direta de fé em
Cristo que temos que fazer. O sangue do cordeiro pascal não deveria ser
espargido sobre o umbral, o que nos adverte a termos o cuidado de não
pisotearmos o sangue do pacto. É um sangue precioso e deve ser precioso para
nós. O sangue do cordeiro pascal, assim espargido, foi um meio definido por
Deus para preservar os israelitas do anjo destruidor, que não tinha algo a
fazer onde estivesse o sangue. O sangue de Cristo é a proteção do crente quanto
à ira de Deus, a maldição da lei, e a condenação do inferno (Rm 8.1).
Terceiro – O ato de comer o cordeiro pascal de modo solene
era um tipo de nosso dever para com Cristo no Evangelho. O cordeiro pascal não
estava ali somente para ser contemplado, mas para ser comido.
Assim, pela fé, devemos apropriarmo-nos do Senhor Jesus
Cristo e receber força e alimento espiritual dEle, assim como no aspecto físico
o recebemos de nossa comida (Jo 6.53-55). O cordeiro pascal deveria ser comido
por completo; aqueles que pela fé se alimentam de Cristo devem alimentar-se do
Cristo completo: devem tomar a Cristo e o seu jugo, a Cristo e a sua cruz, e do
mesmo modo a Cristo e a coroa que Ele nos dará.
O cordeiro pascal tinha que ser comido de uma só vez,
imediatamente, sem que nada fosse deixado para o dia seguinte, Cristo tem sido
oferecido hoje, e deve ser recebido no dia de hoje, antes que durmamos o sono
da morte. O cordeiro pascal tinha que ser comido com ervas amargas, a fim de
recordar a amargura da escravidão do Egito. Devemos nos alimentar de Cristo
sentindo a dor e, com o coração quebrantado, lembrando-nos do perdão que
recebemos pelos nossos pecados, Cristo será doce para nós, pois o pecado é
amargo. O cordeiro pascal deveria ser comido de pé, todos com o cajado na mão,
prontos para partir. Quando nos alimentamos de Cristo pela fé, devemos
abandonar o reinado e o domínio do pecado, libertar-nos do mundo e de tudo
aquilo que nele há, deixar tudo por amor a Cristo, e não considerá-lo como mau
negócio (Hb 13.13,14).
A festa dos pães sem fermento era um tipo da vida cristã (1
co 5.7,8). Após recebermos a Jesus, o Senhor, devemos nos regozijar
continuamente nEle. Não deve ser feito qualquer tipo de obra, isto é, não devem
ser admitidos e nem abrigados afãs que não estejam de acordo com este santo
gozo, ou que o rebaixem. Os judeus eram muito enfáticos em que, durante a
Páscoa, nenhum tipo de fermento deveria ser encontrado em suas casas. Deve ser
uma festa observada com amor, sem o fermento da malícia; e com sinceridade, sem
o fermento da hipocrisia. Era uma ordenança perpétua. À medida que vivemos,
devemos nos alimentar de Cristo, regozijar-nos sempre nEle, e mencionar com
gratidão as grandes coisas que Ele fez por nós.
Vv. 21-28. Naquela noite, quando os primogênitos seriam
destruídos, nenhum israelita deveria sair pelas portas até que fossem chamados
a marchar para Canaã. A sua segurança devia-se ao sangue espargido. Se
deixassem esta proteção, o fariam por sua conta e risco. Eles deveriam
permanecer do lado de dentro, e esperar a salvação de Jeová. No tempo vindouro,
teriam que ensinar cuidadosamente aos seus filhos o significado desta
cerimônia. É bom que as crianças façam perguntas acerca das coisas de Deus;
aqueles que procurarem o caminho, o encontrarão. Observar anualmente esta solenidade
consistia em:
Primeiro – Olhar para trás, a fim de recordar quantas coisas
grandes Deus havia feito por eles e por seus pais. As misericórdias antigas
para conosco, ou para com os nossos pais, não devem ser esquecidas, para que
Deus seja louvado e a nossa fé nEle seja fortalecida;
Segundo – Tinha o propósito de olhar adiante como o penhor
do grande sacrifício do cordeiro de Deus, que seria cumprido no devido tempo.
Cristo, que é a nossa Páscoa, foi sacrificado por nós; através de sua morte,
temos vida.
Vv. 29-36. As trevas mantiveram os egípcios em ansiedade e
horror durante três dias e três noites; agora, o seu repouso é interrompido por
uma calamidade muito mais terrível. A praga atacou os seus primogênitos, que
eram o gozo e a esperança de suas famílias. Eles deram a morte aos filhos dos
hebreus, e agora Deus matava os seus filhos. Este castigo abrangeu desde o
trono até o calabouço, mostrando que tanto o príncipe como o simples camponês
estão no mesmo nível perante os juízos de Deus. O anjo destruidor, como
mensageiro do juízo, entrou em cada casa que não possuía o sinal do sangue,
realizando sua tarefa espantosa sem deixar sequer uma casa em que não houvesse
um morto. Imaginemos a intensidade do clamor que correu por toda a terra do
Egito, o grande e estridente uivo de agonia que rompeu em cada casa. Assim será
na hora espantosa em que o Filho do homem visitar os pecadores com o juízo
final. Os filhos de Deus, seus primogênitos, salvar-se-ão. Melhor é que os
homens se submetam primeiramente às condições de Deus, porque Ele jamais
seguirá as condições deles.
Agora, o orgulho de faraó é abatido, e ele se rende. A
Palavra de Deus é a que permanece; nenhum proveito podemos ter por disputar, ou
por tardarmos em nos submeter. O terror dos egípcios proporcionou o favor e a
rápida partida de Israel. Assim, o Senhor cuidou que lhes fossem pagos os
salários duramente ganhos, e o povo egípcio proveu os hebreus daquilo que lhes
era necessário para a viagem.
SUBSIDIOS 003
EXODO 12
0 ponto principal dessa seção é o cordeiro. A Páscoa marca o
nascimento da nação de Israel e sua libertação da escravidão. Esse grande evento
também retrata Cristo e sua obra na cruz (João 1:29; 1 Co 5:7-8; 1 Pe 1:18-20).
I. O cordeiro necessário (11)
"Mais uma praga!" Acabara-se a paciência de Deus e
estava para acontecer seu julgamento final — a morte dos primogénitos. Observe
que todos morreriam (11:5-6; 12:12- 13), a menos que fossem protegidos pelo
sangue do cordeiro. "Todos pecaram" (Rm 3:23), e "o salário do pecado
é a morte" (Rm 6:23). Deus especifica que o "primogénito"
morrerá, e isso expressa a rejeição de Deus ao nosso primeiro nascimento.
Todas as pessoas que não "nasceram de novo" são
"primogénitas". "O que nasce da carne é carne [...]. E
necessário que vocês nasçam de novo" (Jo 3:6-7, NVI). As pessoas não podem
salvar a si mesmas da pena de morte; elas precisam de Cristo, o Cordeiro de
Deus. Durante anos, os judeus foram escravos dos egípcios sem receber pagamento;
portanto, agora Deus permite que peçam seu salário de direito (não que "se
apropriem" dele). Veja a promessa de Deus em Génesis 15:14, e Êxodo 3:21 e
12:35ss. Do ponto de vista do homem, não há diferença entre o primogénito do
Egito e o de Israel. A diferença está na aplicação do sangue (v. 7). Todos são
pecadores, contudo os que confiam em Cristo estão "sob o sangue" e
são salvos. Essa é a diferença mais importante no mundo!
II. O cordeiro escolhido (12:1-5)
Os judeus têm um calendário religioso e outro civil, e a
Páscoa marca o início do ano religioso deles. A morte do cordeiro traz um novo início,
assim como a morte de Cristo traz um novo início para o crente pecador.
A. Escolhido antes de ser morto. Separava-se o cordeiro no
10° dia e ele era morto na noite do 14° para o 15o dia. Portanto, Cristo era o
Cordeiro predestinado antes da criação do mundo (1 Pe 1:20).
B. Imaculado
O cordeiro devia ser macho e sem defeitos, um retrato do
perfeito Cordeiro de Deus, sem mácula e sem defeito (1 Pe 1:19).
C. Testado
As pessoas, do 10 e ao 14 dia, vigiavam os cordeiros a fim
de certificarem-se de que eram satisfatórios; Cristo, da mesma forma, foi
testado e vigiado durante seu ministério terreno, principalmente na última
semana antes de ser crucificado. Observe a evolução: "um cordeiro"
(v. 3), "o cordeiro" (v. 4) e "cordeiro" (v. 5, NVI). Isso
faz paralelo com "o Salvador" (Lc2:11), "o Salvador" (Jo 4.42)
e "meu Salvador" (Lc 1:47). Não é suficiente chamar Cristo de "Salvador"
(um entre muitos) ou de "o Salvador" (para outra pessoa). Cada um de
nós deve dizer: "Ele é meu Salvador!".
III. O cordeiro morto (12:6-7)
Um cordeiro vivo é algo adorável, mas não pode salvar! Não
somos salvos pelo exemplo de Cristo ou por sua vida; somos salvos pela morte
dele. Leia Hebreus 9:22 e Levítico 17:11 para ver a importância do derramamento
do sangue de Cristo. É claro que, para os doutos egípcios, parecia tolice matar
um cordeiro, mas essa era a forma de salvação de Deus (1 Co 1:18-23). Deviam
marcar a porta das casas com o sangue do cordeiro (12:21-28). Em 12:22, a
palavra "verga" pode significar "soleira", portanto
marcavam o espaço vazio na soleira da porta com o sangue do cordeiro. Depois,
aplicava-se o sangue na verga de cima da porta e nos batentes laterais. Ninguém
que saísse da casa pisaria sobre o sangue (veja Hb 10:29). Cristo foi morto no
14° dia do mês, no exato momento em que ofereciam o cordeiro da Páscoa. Observe
que Deus fala que Israel o matou (o cordeiro), e não os matou (cordeiros), pois
para Deus há apenas um Cordeiro — Jesus Cristo. Isaque perguntou: "Onde está
o cordeiro?" (Gn 22:7), e, em João 1:29, João Batista respondeu: "Eis
o Cordeiro de Deus". Todos no céu dizem: "Digno é o Cordeiro"(Ap
5:12).
IV. O cordeiro deve ser comido (12:8-20,43-51).
Com frequência, negligenciamos essa parte importante da
Páscoa, a Festa dos Pães Asmos. Na Bíblia, levedura (fermento) retrata o
pecado: ele trabalha em silêncio, ele corrompe e cresce e só pode ser removido com
fogo. Na época da Páscoa, os judeus têm de tirar todo fermento de casa e não
podem comer pão com fermento durante sete dias. Paulo aplica isso aos cristãos
em 1 Coríntios 5; leia o capítulo com atenção. O sangue do cordeiro é
suficiente para salvar da morte, mas as pessoas devem se alimentar com o cordeiro
a fim de se fortalecerem para a peregrinação. A salvação é apenas o início.
Temos de nos alimentar de Cristo a fim de termos forças para segui-lo. Os
cristãos são peregrinos (v. 11), sempre prontos a se mover quando o Senhor
ordena. Eles deviam assar o cordeiro no fogo, o que fala do sofrimento de
Cristo na cruz. Não devem deixar nada para comer depois. As sobras não
satisfazem o crente, pois precisamos do Cristo inteiro. Precisamos da obra completa
da cruz. Além disso, as sobras estragam, e isso desonra o tipo, pois Cristo não
vê corrupção (SI 16:10). Infelizmente, muitas pessoas recebem o Cordeiro como
salvação da morte, mas não se alimentam diariamente dele. Os versículos 43-51
dão instruções adicionais a respeito da festa. Nenhum estrangeiro, ou servo assalariado,
ou homem não circuncidado pode participar da festa. Esse regulamento lembra-nos
que a salvação é o nascimento na família de Deus — não há estrangeiros nela.
Esse nascimento é pela graça,
ninguém se torna merecedor dele. E isso acontece por
intermédio da cruz — pois a circuncisão aponta para nossa verdadeira
circuncisão espiritual em Cristo (Cl 2:11-12). Não se deve comer o banquete do lado
exterior da casa (v. 46), pois o banquete não pode se separar do sangue
derramado. Enganam a si mesmos os modernistas que querem se alimentar de Cristo
à parte de seu sangue derramado.
V. O cordeiro da confiança (12:21-42).
Foi necessário ter fé para libertar-se naquela noite! Os
egípcios pensavam que todas essas coisas eram tolices, mas a Palavra de Deus
falou e isso era suficiente para Moisés e seu povo. Por favor, lembre-se de que
o povo foi salvo pelo sangue e garantido pela Palavra (v. 12). Sem dúvida,
muitos judeus salvos pelo sangue não "se sentiam seguros", exatamente
como hoje temos santos que duvidam da Palavra de Deus e preocupam-se em perder
a salvação. Deus fez exatamente o que dissera que faria. E os egípcios
apressavam os judeus para que deixassem a terra, exatamente como Deus dissera que
fariam (11:1-3). Deus não se atrasou nem um dia. Ele manteve sua Palavra.
VI. O cordeiro consagrado (13).
O cordeiro morrera pelo primogénito; agora, o primogénito
pertencia a Deus. Os judeus eram um povo comprado, exatamente como nós somos o
povo comprado de Deus (1 Co 6:18-20). A nação consagraria para sempre o
Cordeiro ao dar o primogénito — o melhor — para o Senhor. Deveriam dar as mãos,
os olhos e a boca para o serviço do Senhor (v. 9). Deus guiou seu povo não pelo
caminho mais próximo, mas pelo caminho que era melhor para ele (vv. 1 7-18),
exatamente como faz hoje. A coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo à
noite. Deus sempre deixa sua vontade clara para os que querem segui-lo (Jo
7:17). Ele salva-nos, alimenta-nos, guia-nos e protege-nos — e ainda fazemos
tão pouco por ele! José sabia em que acreditava e a que lugar pertencia. Seu
túmulo no Egito era um lembrete para os judeus de que Deus os libertaria um dia.
A respeito dos ossos de José, veja Génesis 50:24-26; Josué 24:32 e Hebreus
11:22.
SUBSIDIOS 004
A . A P áscoa, 1 2 .1 -3 6
A libertação de Israel do Egito foi acontecimento
extraordinário que sempre seria lembrado por Israel. O termo páscoa tem vários
sentidos. O acontecimento em si era a passagem de Deus sobre os filhos de
Israel quando o destruidor matasse os primogênitos egípcios (23,27). A festa na
época do acontecimento chamava-se a Páscoa do SENHOR (11). Israel celebraria
esta festa todos os anos por memória (14). A palavra páscoa é usada para descrever
todas estas três situações.
1. As Instruções de Moisés acerca da Primeira Festa da
Páscoa (12.1-13)
Deus instituiu um ano novo para Israel. O ano se iniciava
costumeiramente no outono com o mês de tisri. Mas agora, o primeiro dos meses
do ano religioso seria abibe (13.4), seis meses antes do começo do ano civil.
Depois do exílio, o mês de abibe tornou-se conhecido por nisã. Moisés tinha de
instruir os israelitas a tomar um cordeiro para cada casa (3) aos dez deste mês
de abibe. O versículo 3 fica mais claro assim: “Cada homem arranjará um
cordeiro para sua família paterna, um cordeiro para cada casa” (VBB). Se o
cordeiro fosse muito para uma só família, os vizinhos deviam se reunir de
acordo com a quantidade de pessoas para que um cordeiro fosse comido (4). A
escolha do cordeiro quatro dias antes da festa (cf. v. 6) era para observar o
animal. O animal não devia apresentar mácula (5) e tinha de ter menos de um ano
de idade. O animal mais novo indicava inocência. Este cordeiro podia ser uma ovelha ou cabrito, embora na
prática só se usassem ovelhas.
No décimo quarto dia, o cordeiro seria morto à tarde (6,
lit., “entre as tardes”). Podia significar entre o pôr-do-sol e o cair da noite
ou entre o declínio do sol e o pôr do sol. Lange acreditava que era no começo
da tarde, pois assim haveria mais tempo para as atividades pascais. Moffatt
traduz: “Todo membro da comunidade de Israel matará o cordeiro entre o pôr-do-sol e o cair da
noite”. O povo colocaria o sangue do cordeiro em ambas as ombreiras e na verga
da porta (7), ou seja, “nos batentes dos lados e de cima das portas das casas”
(NTLH). Podia ser uma janela guarnecida de treliça que ficava em cima da
porta. Os israelitas comeriam a carne à
noite, depois de tê-la assada ao fogo (8). O texto não identifica as ervas
amargosas, mas eram tradicionalmente endívia (tipo de chicória), agrião,
pepino, rábano, alface e salsa. O cordeiro era assado inteiro com a cabeça, os
pés e a fressura (9) ou as entranhas. “Os comentaristas judeus dizem que os
intestinos eram tirados, lavados e limpos, e depois colocados de volta no
lugar; assavam o cordeiro em um tipo de forno”. Nada ficava do cordeiro até
pela manhã seguinte; o que não era comido deveria ser queimado (10). Podemos
entender os detalhes dos versículos 5 a 10 como um tipo de “Cristo, o
Cordeiro de Deus”:
1) Era puro e imaculado, 5;
2) Morreu no final da tarde, 6;
3) Aplica seu sangue no coração dos crentes, 7;
4) Torna-se o Substituto para o portador da ira de Deus,
8,9;
5) Tem de ser recebido totalmente pelo crente. Deve ser
recebido sem o fermento do pecado e em tristeza de arrependimento segundo Deus.
Enquanto comiam, os israelitas deviam estar prontos para a
viagem, com as longas vestes reunidas e presas nos lombos com cinta(11). Deviam estar com os sapatos nos pés e o
cajado na mão, enquanto comiam às pressas — ação pelo menos em parte simbólica
da prontidão do cristão pela volta de Cristo. Durante a noite, Deus feriria os
egípcios e executaria juízos em todos os deuses do Egito (12). Os egípcios reputariam
a morte de todos os animais primogênitos do Egito como julgamento sobre seus
deuses. O sangue vos será por sinal que Deus veria e não feriria quem estivesse
na casa onde o sangue fora aspergido (13).
SUBSIDIOS 005
EXODO 12
12.1 — E falou o Senhor.
Essa revelação de Yahweh ocorreu antes dos acontecimentos
dos capítulos 10 e 11. Frequentemente, lemos as revelações divinas em Êxodo,
mas é importante compreender que tais palavras transmitem um enorme sentido da
graça condescendente de Deus. Que maravilha é o fato de Deus falar com um
homem! Também é imperativo entender que Moisés e Arão não instituíram festas,
tradições e rituais em Israel por conta própria, e sim de acordo com a
revelação divina. Consequentemente, toda vez que se fala das leis mosaicas,
deve-se ter a clara ideia de que estas são as Leis de Yahweh, reveladas por
intermédio de Seu agente Moisés, um homem de Deus.
12.2 — Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este
vos será o primeiro dos meses do ano.
Este primeiro mês no calendário sagrado hebraico, chamado de
Abibe em Êxodo 13.4, também é conhecido como Nissan [hb. primeiros frutos] e corresponde
aproximadamente aos meses de março/abril em nosso calendário [quando se inicia a
primavera no hemisfério norte]. Assim como o nascimento de Jesus, para nós,
cristãos, assinala a divisão das eras em duas [antes e depois de Cristo], para
os hebreus, a Páscoa assinalou uma nova era a partir da saída deles do Egito.
(Para os judeus, há dois calendários [um sagrado, e outro civil]. A bibe, ou
nissan, é o primeiro mês do calendário sagrado, e o sétimo no calendário civil,
e Tishrei ou Tishri [hb. início; iniciar] é o primeiro mês no calendário civil,
e o sétimo no calendário sagrado; corresponde aos meses de setembro/ outubro em
nosso calendário, quando começa o outono no hemisfério norte. Neste mês é
comemorado o ano novo, Hosh Hashaná [cabeça do ano], logo seguido do Yom Kipur
[Dia da Expiação].)
12.3 — De acordo com as instruções divinas, cada família
israelita deveria separar um cordeiro no décimo dia do mês, mas esperar até o
décimo quarto para sacrificá-lo (v. 6). Isso, talvez, para que pudesse haver
tempo de resolver qualquer problema relacionado às condições do animal para o
santo sacrifício. A palavra cordeiro pode fazer referência a um carneiro ou a
um cabrito novo (v. 5). A festa da Páscoa envolveu toda a família de todos os
israelitas.
12.4 — Qualquer família muito pequena para comer um cordeiro inteiro deveria juntar-se a
outra. Ninguém deveria ser excluído da refeição sagrada.
12.5 — O sacrifício não era uma maneira de livrar-se dos
animais indesejáveis. Apenas os melhores cordeiros, os perfeitos e sem mácula, eram
adequados. Um macho de um ano. Deus queria que o sacrifício de cordeiros da Páscoa tipificasse e
anunciasse profeticamente a vindoura morte do Salvador, Jesus Cristo (1 Co 5.7)
[o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)]. Cordeiro, ou
cabrito. Geralmente, o sacrifício era de um cordeiro, mas, neste episódio, foi
permitida a utilização de cabritos novos também.
12.6,7 — Cada família tinha de separar um cordeiro ou um
cabrito no décimo dia do mês, mas deveria esperar até o décimo quarto dia para
sacrificá-lo (v. 13). O sangue do animal novo devia ser passado nas ombreiras e
na verga das portas. Este era o sinal exigido por Deus para salvar os hebreus da
morte física. E o sangue de Cristo é a provisão de Deus para a salvação da
morte espiritual.
12.8 — Nos versículos 15 a 20 de Êxodo 12, as instruções
acerca dos pães asmos, sem fermento, são ampliadas. Veja 1 Coríntios 5.8, para
a explicação de Paulo sobre a verdade e a sinceridade simbolizadas pelos pães
sem fermento. As ervas amargas lembravam as pessoas do dissabor da escravidão.
O famoso rabino Gamaliel, o mestre de Saulo (At 22.3), que se tornou o apóstolo
Paulo (At 13.9), é lembrado na leitura da Hagadá (hb. narração), na noite do
Pessah (Páscoa), por suas palavras: “todos que comerem corretamente a refeição
de Páscoa devem comer o cordeiro acompanhado do pão sem fermento e das ervas amargas”
. [A Hagadá é um ritual litúrgico na Páscoa judaica, que inclui a leitura do
texto sobre a libertação dos judeus da escravidão egípcia às gerações
atuais/futuras, orações, cânticos e a leitura de provérbios judaicos que
acompanham esta festividade]. O próprio Paulo mais tarde faria uma analogia do
pão sem fermento com a pureza espiritual que deve ser mantida pelos cristãos à mesa
do Senhor, na Ceia (1 Co 5.8).
12.9 — Assado ao fogo. A maneira de preparar a carne é
enfatizada aqui, assim como o consumo total dela. Desta forma, nenhum dos ossos
do animal seria quebrado na preparação (Nm 9.12).
12.10 — E nada dele deixareis. Esta não era uma refeição comum em que se podia deixar
sobras. Era uma refeição de uma festa sagrada.
12.11 — Os israelitas deviam ficar prontos e em alerta para
marchar [para fora do Egito] ao comando do Senhor. Comumente, eles não usavam sandálias
(ou sapatos) em casa. O cajado ficava geralmente perto da porta, mas não nesta noite.
Os hebreus tinham de estar com ele nas mãos, prontos para sair. Esta é a Páscoa
do Senhor. As instruções para esta noite
não eram para o conforto dos israelitas. Eles deviam estar preparados para uma
rápida e miraculosa libertação. Nos tempos de Jesus, os judeus consumiam vagarosamente
a refeição, reclinados em almofadas, dispostas em torno de pequenas mesas de
três pernas, a romana triclinium (Jo 13.23). A primeira refeição de Páscoa foi
comida apressadamente, em pé, mas as refeições pascais posteriores puderam ser
feitas com calma, pois a libertação do Egito já havia acontecido.
SUBSIDIOS 006
EXODO 12
12.1-3 Certos feriados eram instituídos pelo próprio Deus. A
Páscoa era o feriado que celebrava a libertação de Israe do Egito e lembrava ás
pessoas o que Deus tinha feito. Hoje. Comemorar algumas datas em família e na
igreja também pode ser importante como lembrança do que Deus tem feito por nós.
Desenvolva tradições em sua família para destacar o significado de certas
datas. Elas servem como lembrança para as pessoas mais velhas e experiência de
aprendizado para os mais jovens.
12.3ss - Para que os israelitas fossem poupados da praga da morte,
em cada casa um cordeiro sem defeito teve de ser imolado e seu sangue aspergido nos umbrais das portas.
O que isto significava? Ao matarem o cordeiro, os israelitas estariam
derramando sangue inocente, e o animal sacrificado servia de substituto do
primogênito que seria morto naquela casa. Desse ponto em diante, o povo hebreu
entenderia com clareza que. para ser poupado da morte, urna vida inocente
deveria ser sacrificada em seu lugar.
12.6-11 A celebraçáo da Páscoa destinava-se a lembrar a noite
em que o Senhor "ignorou" a casa dos israelitas. Os hebreus seguiram
as instruções de Deus e aspergíram o sangue de um cordeiro no umbral de suas
casas. Naquela no te, o primogénito de toda família sem o sinal do sangue na
porta foi morto. Desse modo. o cordeiro prenunciava Jesus Cristo, o Cordeiro de
Deus. que derramou o seu sangue para tirar o pecado do mundo. Dentro das casas,
os israelitas fizeram uma refeição com cordeiro assado, ervas amargas e pão
feito sem levedura. Os Pães Asmos poderiam ser feitos rapidamente, pois a massa
não precisava crescer, e assim eles podiam partir a qualquer hora. As ervas amargas
significavam a amargura da escravidão.
12.11 - Comer o banquete da Páscoa vestidos e prontos para a
viagem era um sinal de fé dos hebreus. Embora nao estivessem ainda livres, eles
precisavam estar preparados, porque Deus havia dito que os tiraria do Egito. Demonstramos
nossa fé quando nos preparamos para o cumprimento das promessas de Deus. por
mais improváveis que estas possam parecer.
12.17,23 - A Páscoa tornou-se uma recordação anual de como Deus
libertou os hebreus do Egito. Anualmente, eles fariam uma pausa para recordar o
dia em que o anjo destruidor poupou as suas casas, e agradeceriam a Deus por
salvá-los da morte e liberta-los da escravidão. Os crentes também viveram o seu
dia de libertação quando foram salvos da morte espiritual e da escravidão do
pecado. A Ceia do Senhor ê a nossa Páscoa e lembra- nos a nova vida e
libertação que alcançamos em Cristo. Da próxima vez que você enfrentai lulas,
lembre-se de como Deus o libertou no passado e preste atenção a promessa de uma
nova vida com Ele.
ELABORADO PELO EVANGELISTA; NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
DIRIGENTE NA CONGREGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO)
NO BAIRRO NOVO HORIZONTE - CIDADE DE GUIRATINGA - MT.
PASTOR PRESIDENTE. Pr EDSEU VIEIRA.
COMENTARIO BIBLICO MATEU HENRY – ANTIGO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO BEACON – ANTIGO TESTAMENTO
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL
COMENTARIO BIBLICO MATEU HENRY - VELHO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO BEACON - VELHO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO EARL RADMACHER - RONALD B. ALLEN
BIBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL
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Muito bom mesmo para uma aula.
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