APOCALIPSE 1.1-8
TEMA: APOCALIPSE, UMA MENSAGEM URGENTE PARA A IGREJA
INTRODUÇÃO
1.
Dois fatores contribuem para que muitos crentes evitem o livro de Apocalipse:
a) A idéia de que ele é um livro selado, que trata de coisas encobertas
-
Na verdade o livro de Apocalipse é oposto disto. Apocalipse significa tirar o
véu, descobrir, revelar o que está escondido. A ordem de Deus é: "Não
seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo"
(22:10). As coisas que em breve devem acontecer mostra que há uma tensão
entre o futuro imediato e o mais distante; o mais distante é visto como que
transparecendo do imediato. O Cordeiro é o executor do deve acontecer. Há
duas atitudes em relação à segunda vinda: 1) Quem se acomoda diz: "Onde
está a promessa da sua vinda?" 2) "Estai de sobreaviso, vigiai;
porque não sabeis quando será o tempo".
b) A idéia de que ele é um livro que fala de catástrofe, tragédia e caos
-
Esse é o significado da palavra hoje. Tornou-se sinônimo de tragédia. Mas
Apocalipse não fala de caos, mas do plano vitorioso e triunfante de Cristo e da
sua igreja.
I. O TÍTULO DO LIVRO DE APOCALIPSE
1.
O Apocalipse é um livro aberto e não fechado
•
A palavra "Apocalipse" significa descoberta, sem véu. Revelação não é
especulação humana, é a Palavra de Deus e o testemunho fiel (v. 2). Ele revela
o plano vitorioso, triunfante de Cristo e da sua igreja. Sua vitória absoluta
contra todos os seus inimigos: a Meretriz, a besta, o falso profeta, o dragão,
os incrédulos, a morte. O Apocalipse mostra que o último capítulo da história
não será de tragédia, mas de uma retumbante vitória do Cordeiro de Deus, o Rei
dos reis e Senhor dos senhores.
•
Apocalipse é um livro aberto em que Deus revela seus planos e propósitos para a
sua igreja.
2.
O Apocalipse não é revelação apenas das últimas coisas, mas sobretudo do
Cristo vencedor e glorioso
•
O Apocalipse não fala tanto de fatos, mas de uma pessoa. Apocalipse é
fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo (v.1), e não apenas de eventos futuros.
Você não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus. Apocalipse não é
revelação de João, mas revelação de Jesus Cristo a João.
•
Cristo veio ao mundo para revelar o Pai (Jo 17:6). No Apocalipse é o Pai quem
revela a Jesus (Ap 1:1). E como o revela? Como o servo lavando os pés dos
discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o matadouro? Como aquele de quem
os homens escondem o rosto? Como aquele que está pregado na cruz, com o rosto
cheio de sangue? Como aquele que têm as mãos atadas e os pés pregados na cruz?
Absolutamente não!
•
A revelação do Noivo da Igreja pelo Pai é de um Cristo glorioso: Seus cabelos
não estão cheios de sangue, mas são alvos como a neve. Seus olhos não estão
inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não estão pregados na cruz, mas
são semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está rouca, porque a língua está
colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é voz como voz de muitas águas.
Suas mãos não estão cheias de pregos, mas ele segura a igreja e a história em
suas onipotentes mãos. Seu rosto não está desfigurado, mas brilha como o sol.
•
O objetivo do livro de Apocalipse não é nos dar uma tabela do tempo do fim, mas
nos revelar o Noivo glorioso da igreja, o supremo conquistador. A igreja
precisa olhar para a supremacia do seu Senhor. Durante a sua primeira vinda a
glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da sua glória. Mas
na segunda vinda de Cristo, sua glória será auto-evidente (Mc 14:61-62; Ap
1:7).
II. O AUTOR DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 1-2,4
1.
Deus tem planos distintos ao usar seus servos
•
O Espírito Santo usou João para escrever o quarto evangelho, as cartas e o
Apocalipse. O objetivo do evangelho é alertar as pessoas a crerem em Cristo
(20:31). O objetivo das cartas é encorajar os crentes a terem certeza da vida
eterna (5:13). O objetivo do Apocalipse era alertar os crentes para estarem
preparados para a segunda vinda de Cristo (22:20).
2.
Deus transforma tragédias em triunfo
•
Domiciano, o segundo Nero, que arrogou para si o título de Senhor e Deus, baniu
João para a Ilha de Patmos, a colônia penal da costa da Ásia Menor. Mas ao
mesmo tempo em que se achava fisicamente em Patmos, achou-se também em espírito
e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as coisas que em breve devem acontecer.
•
Num tempo em que a igreja estava sendo massacrada e pisada, perseguida e
torturada, João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o Senhor absoluto
dos céus e da terra, está no total controle da igreja e da história (1:1.3;
5:5).
3.
Deus esclarece uns e confunde outros
•
O livro de Apocalipse é um livro altamente simbológico. Por que? É como as
parábolas: esclarece uns e confunde outros. Para a igreja era uma mensagem
clara, mas para os ímpios uma mensagem indecifrável.
•
Os símbolos não enfraquecem com o tempo. Em vez de falar do diabo como um ser
maligno, falou de um dragão. Em vez de falar de um ditador, falou de uma besta.
Em vez de falar de um sistema sedutor, falou de uma Meretriz, Babilônia, a
grande.
III. OS LEITORES DO LIVRO DE APOCALIPSE
1.
As sete igrejas da Ásia Menor
•
O número sete é um número importante no livro de Apocalipse. Ele aparece 54
vezes neste livro. O livro fala de sete candeeiros, sete estrelas, sete selos,
sete trombetas, sete taças, sete espíritos, sete cabeças, sete chifres, sete
montanhas. O número sete significa completo, total. Havia mais de sete igrejas
na Ásia Menor. Mas quando Jesus envia carta às sete igrejas, significa que ele
envia sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares, em todos os tempos.
•
Não há nenhuma indicação nas sete igrejas que elas representem sete períodos
sucessivos da história da igreja. João escolheu estas sete igrejas para que
elas servissem de representantes da igreja toda. O Apocalipse era e é para toda
a igreja.
2.
Este livro é destinado a todos os cristãos em todos os tempos
•
Não podemos limitá-lo à visão preterista nem à visão futurista. Ele é um livro
encorajador para os todos os cristãos em todos os tempos.
•
Este livro devia ser lido em voz alta em culto público (v. 3). Há uma bem-aventurança
para os que lêem, ouvem, e praticam a mensagem deste
livro.
•
Para todas as igrejas o Senhor que anda no meio dos candeeiros tem uma palavra
de exortação e também de encorajamento. Ele os desafia a serem vencedores!
•
A mensagem central de Jesus para a igreja é que nós não devemos nos aproximar
da profecia apenas com curiosidade acerca do futuro.
Quando
Daniel e João receberam a palavra da profecia, do plano de Deus, do futuro,
ambos caíram aos pés do Senhor (Dn 10:7-10; Ap 1:17). Eles ficaram esmagados
pela grandeza da manifestação do Senhor. É assim que nós devemos nos aproximar
do livro de Apocalipse, como adoradores e não como acadêmicos.
IV. O REMETENTE DO LIVRO DE APOCALIPSE
1.
Uma saudação de encorajamento e não de medo - v. 4
•
Graça e Paz não é uma palavra de medo, mas de doçura, de encorajamento a uma
igreja que passa pelo vale do martírio.
2.
A Graça e a Paz são enviadas à Igreja pela Trindade - v. 4-5
•
O Deus Pai, o Deus Espírito e o Deus Filho estão no completo controle da
história e num tempo de sombras e provas, eles enviam à igreja sua graça e sua
paz.
3.
Como a igreja deve ver o seu Noivo? - v. 5
a) Como a Fiel Testemunha - Jesus foi fiel durante todo o seu ministério. Nunca deixou
de testemunhar sobre o Pai, mesmo na hora do sofrimento e da morte. "Eu
vim para fazer a vontade do Meu Pai." = PROFETA.
b) Primogênito dos Mortos - Jesus foi o primeiro a ressuscitar em glória. Ele está vivo
para sempre. Ele é o primogênito porque é o primeiro da fila e nós vamos logo
atrás. Jesus matou a morte. Ele venceu nosso último inimigo. Uma igreja que
está enfrentando o martírio precisa saber que o seu Deus vencer o poder da
morte. A noiva do Cordeiro não tem mais a morte à sua frente, mas atrás de si =
SACERDOTE.
c) O Soberano dos Reis da Terra - A igreja precisa ver Jesus como o presidente dos
presidentes, diante de quem todos os poderosos vão se dobrar. Jesus está acima
de Roma, dos imperadores. Ele está acima dos impérios, das nações soberbas, dos
reis da terra, dos presidentes que ostentam o seu poder = REI.
4.
Como a igreja deve se posicionar diante do seu Noivo? - v. 5-6
•
Quando João vê a glória do Noivo, ele prorrompe numa doxologia suprema, diante
da suprema glória de Cristo. Ele se encanta com o Cristo que lhe é revelado.
Seu coração se derrama em adoração.
•
Por que a igreja deve adorar o seu Noivo?
a) Porque ele nos ama - O verbo está no presente. O amor de Cristo é algo que permanece. Ele nos
amou, ainda nos ama e nos amará até o fim.
b) Ele nos libertou dos nossos pecados - Fala de um ato de redenção concluído (5:9). A versão
King James diz que ele nos lavou. Ele quebrou as amarras do pecado e nos limpa.
O que é maravilhoso é que ele nos amou quando estávamos sujos e perdidos e
depois nos libertou.
c) Nos constituiu Reinos e Sacerdotes - A igreja não foi amada e libertada para nada. O
alvo do amor é nos constituir reis e sacerdotes para Deus. Ele nos ama. nos
levanta da lama e depois nos coloca a coroa e a mitra. Já estamos assentados
com Cristo nas regiões celestiais, mas haveremos de ser co-regentes com ele,
pois reinaremos com ele. Somos um reino não apenas porque Cristo reina sobre
nós, mas porque participamos do seu reinado. A mitra do sumo sacerdote tinha
uma placa de ouro "Santidade ao Senhor'. Temos livre acesso a ele, pois
somos uma raça de sacerdotes reais.
V. O TEMA DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 7-8
1.
Há uma descrição das características da sua Vinda
•
O grande tema do livro de Apocalipse é a glória e a vitória de Cristo na sua
vinda. Esta verdade é apresentada nas sete seções paralelas. Cristo vem para
estabelecer o juízo e triunfar sobre seus inimigos. Na primeira vinda a glória
de Cristo não era auto-evidente, mas na segunda vinda será (Mc 14:61). A igreja
triunfa com ele, enquanto seus adversários lamentarão (6:15-16; Zc 12:10). Os
ímpios não se converterão (9:20; 16:9,11). Como Jesus virá?
•
Aqueles que o amam se alegrarão na sua segunda vinda, mas aqueles que o
rejeitaram se lamentarão. Como será a sua vinda?
a)
Uma vinda Pessoal
b)
Uma vinda Pública
c)
Uma vinda Visível
d)
Uma vinda Poderosa
e)
Uma vinda para juízo
2.
Há uma descrição das características daquele que vem
•
Essas características da sua eternidade e onipotência são dadas, para mostrar
que Jesus é poderoso para executar o seu plano na história humana.
CONCLUSÃO
•
Temos hoje uma visão da glória do Noivo da Igreja? Temos honrado o nosso Noivo?
Estamos nos preparando para encontrar com ele, como as virgens prudentes?
Nossas lâmpadas estão cheias de azeite?
APOCALIPSE 1:9-20
TEMA: APOCALIPSE: UM LIVRO, UMA PESSOA E UM PLANO SINGULAR
INTRODUÇÃO
O
livro de Apocalipse pode ser sintetizado em nove características básicas:
1.
É um livro centrado na Pessoa de Cristo - Este livro magnífica a
grandeza e a glória de Cristo. Esse livro é a revelação de Jesus, da sua
glória, da sua majestade e triunfo, e não simplesmente a revelação de eventos
futuros.
2. É um
livro aberto - João
recebeu a ordem para não selar este livro (22:10), porque o povo de Deus
necessita da mensagem que ele contém. Esse livro deveria ser lido nas igrejas
em voz alta em culto público (1:3).
3.
E um livro cheio de símbolos - Este é um livro claro para uns e
misterioso para outros. Os símbolos eram janelas abertas para os salvos e
fechadas para os ímpios. As símbolos são ricos: Cordeiro, noiva, nova
Jerusalém.
4.
É um livro de profecia - Este livro é uma profecia (1:3; 22:7,10,18-19)
que assegura a vitória de Cristo e da igreja sobre todos os seus adversários,
num tempo em que a igreja estava sendo perseguida. Ele nasceu num berço de
aflição.
5.
E um livro com uma bênção completa - Este livro fala de sete
bem-aventuranças e sete é o número completo (1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6;
22:7; 22:7).
6.
É um livro relevante - Este livro trata das coisas que em breve devem
acontecer (1:3), porque o tempo está próximo (1:3). Veja também 22:7,10,12,20.
Breve aqui não é imediatamente, mas pronto. Deus não mede o tempo como nós (2
Pe 3:10). Ninguém sabe o tempo da volta de Cristo, por isso, precisamos estar
preparados.
7.
É um livro majestoso -' Apocalipse é o livro do Trono. A palavra
"trono” aparece 46 vezes no livro. Este livro magnífica a soberania de
Deus. Cristo é apresentado em sua glória e domínio.
8.
É um livro universal - João vê nações e povos (10:11; 11:9; 17:15) como
parte do programa de Deus. Ele também vê a sala do trono no céu e ouve vozes
vindas dos confins do universo.
9.
É um livro apoteótico - Apocalipse é o clímax da Bíblia. Tudo que
começou em Gênesis irá se completar e se consumar em Apocalipse. Jesus é o alfa
e o ômega. Tudo o que ele começa, ele termina.
•
Vejamos alguns pontos importantes deste livro para o nosso ensino:
I. O ESCRITOR É APRESENTADO - V. 9
1.
Um homem que tem comunhão e intimidade com os crentes da Ásia
•
Ele se autodenomina irmão e companheiro. João não se sente melhor do que
os demais irmãos nem se enaltece por ter recebido uma alta revelação (2 Co
12:17).
•
A condição de porta-voz de Deus não anula a condição de irmão, co-igual.
2.
Um homem que participa das alegrias e provas com a igreja
a) Tribulação -
A tribulação é o quinhão do povo de Deus nesta era (Jo 16:33; At 14:22). A
igreja está no meio do conflito entre o Reino de Deus e o Reino das trevas. A
igreja sempre foi e será atribulada no mundo. Em Mateus 24 Jesus fala desse
sofrimento de forma crescente: Os v. 4-8 descrevem o "princípio das
dores", os v. 9-14 os "tormentos" na forma de perseguição aos
discípulos, os v. 15-28 a "grande tribulação" como o auge, e os v.
29-31 os episódios "após a tribulação” que culminam na segunda vinda de
Cristo. As perseguições desencadeiam traição e apostasia na igreja (Mt
24:10-12). Essa perseguição já havia começado no banimento do apóstolo.
b) Reino - A
igreja é o povo sobre o qual o Reino já veio e que herdarão o Reino quando ele
vier na sua plenitude; mas nesta posição a igreja é o objeto do ódio satânico,
destinada a sofrer perseguição.
c) Perseverança em Jesus - Por causa desta perseguição e males nós precisamos ter uma
perseverança triunfadora. "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse
será salvo" (Mt 24:13). Ainda não chegou o que havemos de ser. Ainda
aguardamos o triunfo final. Nossos olhos estão fixados no Rei que vem. Somos a
noiva que espera o noivo. Vivemos em grande expectativa! Todas essas
dificuldades, entretanto, nós experimentaremos em Jesus, em união espiritual
com ele. Só existe um caminho entre tribulação e o Reino, entre aflição e a
glória, e este caminho é a paciência ativa.
II. AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DESCRITAS - V. 9-11
1.
O local é identificado
•
João foi banido para a ilha de Patmos, uma colônia penal romana, onde se
exilavam prisioneiros políticos. Ali esses prisioneiros perdiam todos os seus
direitos civis e toda possessão material. Os prisioneiros eram obrigados a
trabalhar nas minas daquela ilha, vestindo-se de trapos. A ilha ficava no Mar
Egeu e tinha 16 km de comprimento por 10 km de largura, uma ilha nua,
vulcânica, com elevações de até 300 metros.
2.
A razão do exílio é declarada
•
João é preso na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de
Jesus Cristo (v. 9). Possivelmente João foi acusado de subversão pelo
governador da Ásia por pregar o Evangelho e testemunhar do senhorio de Cristo,
num tempo em que o imperador Domiciano arrogava para si o título de Senhor e
Deus. João é condenado a sofrer humilhações, prisão, fome e trabalhos forçados
por amor à Palavra de Deus.
3.
A forma da revelação é descrita
•
João achou-se em espírito. Apesar de João estar fisicamente em Patmos, naquele
dia do Senhor, achou-se também em espírito. A ilha do exílio transforma-se em
porta do céu. Em Patmos ele enfrentou a dor do exílio, mas em espírito ele
entrou na sala do trono. Em Patmos nós sofremos, mas em espírito, nós reinamos.
Deus transforma nossas tragédias em triunfos gloriosos. Em Patmos João tocou o
outro mundo. Não importa as circunstâncias, se você está no palácio ou na
favela. O todo-poderoso pode sempre nos tocar e nos levar ao seu trono. O lugar
do exílio tornou-se a ante-sala da glória. Ilustração: com o banimento
Roma conseguiu resultado exatamente oposto - A rainha da Inglaterra em 1553 a
1558.
4.
A revelação é dada para ser transmitida
•
João recebeu esta revelação no dia do Senhor, dia que a igreja celebra a
vitória do seu Senhor sobre a morte e também o dia da esperança, que dirigia
seus sentidos para a consumação e a renovação do mundo. Na solidão da ilha,
isolado e exilado João ouve uma voz. Roma pôde até proibir João de ter contato
com os seus irmão perseguidos, mas não pôde proibir João de ter contato com o
trono de Deus. O mundo não pode proibir o nosso contato com o céu.
•
João ouve a voz por detrás dele grande voz como de trombeta - A visão
começa com uma audição. Por trás para que João não fosse confundido com vozes
paralelas (Is 30:21). A trombeta fala de uma voz sobrenatural, poderosa,
assustadora.
•
O que vês escreve em livro - A mensagem precisa ser registrada fielmente
e perpetuamente. Essa ordem percorre todo o livro (2:8,12;
3:1,7,14;10:4;14:13;19:9;21:5). Isso eleva essa profecia a uma categoria
normativa para toda a igreja em todos os tempos.
•
Todo o plano de Deus deve ser escrito - O verso 19 fala de coisas
passadas, presentes e futuras. O livro de Apocalipse é atual em todo o tempo.
Ele descreve o que já foi, o que é e o que há de vir.
•
Envia para as sete igrejas - Essas cidades eram sedes administrativas e
já por isso áreas de concentração do culto ao imperador.
III. A VISÃO É APRESENTADA
1.
João tem a visão da Noiva de Cristo como a luz do Mundo - v. 12
•
Antes de ter a visão do Cristo exaltado, ele teve a visão da igreja. O mundo vê
Cristo através da igreja e no meio da igreja. Isso significa que ninguém verá a
Jesus em glória senão por meio da sua igreja aqui na terra. Você precisa da
igreja. Precisa se congregar. O que é a igreja? Ela é a luz do mundo. Por isso,
ele é candeeiro e estrela.
•
João vê a igreja em duas figuras: sete estrelas e sete candeeiros. Tanto a
estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir luz. A igreja é a
luz do mundo. Ela resplandece no mundo. Se uma lâmpada deixasse de proporcionar
luz ela era afastada (2:5). A luz da igreja é emprestada ou refletida, como a
da lua. Se as estrelas têm de brilhar e as lâmpadas luzir, elas devem
permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo.
•
Os sete candeeiros são as sete igrejas, mas o que são os sete anjos (v. 16,20)?
Anjos celestes, mensageiros, pastores ou uma figura da própria igreja?
Hendriksen pensa que anjos aqui são os pastores. Mas este livro usa a palavra
"anjos" 67 vezes e em nenhuma delas refere-se a seres humanos. Assim
George Ladd entende que tanto os candeeiros como as estrelas falam da igreja
como luzeiros de Deus no mundo. Cristo está não apenas entre a igreja, mas a
têm em suas próprias mãos. Essas duas figuras, portanto, são um símbolo incomum
para representar o caráter celestial e sobrenatural da igreja, seja através dos
seus membros, seja através dos seus líderes.
2.
João tem a visão do Noivo na sua glória excelsa - v. 13-18
•
João vê dez características distintas do Noivo da igreja em sua glória e
majestade:
1)
Suas Vestes (v. 13) - Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos
conduz a Deus e reina sobre nós.
2)
Sua Cabeça (v. 14) - Falam da sua divindade, da sua santidade e da sua
eternidade.
3)
Seus Olhos (v. 14) - Falam da sua onisciência que a tudo vê e perscruta.
Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda.
4)
Seus Pés (y.,1.5) - Isso fala da sua onipotência para julgar os seus
inimigos. Convém que ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos
seus pés (1 Co 15:23).
5)
Sua Voz (v. 15) - Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu
julgamento. No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a
última palavra e é a única a ter razão.
6)
Sua Mão (v. 16) - A mão direita é a mão de ação, com a qual age e
governa. Isso mostra o seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você
das mãos de Cristo (Jo 10:28).
7)
Sua Boca (v. 16) - Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do
juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador no capítulo 19 é a
Espada que saía da sua boca (19:5). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida
a sentença judicial, e precisamente sem contestação.
8)
Seu Rosto (v. 16) - A visão agora não é mais de um Cristo servo,
perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de
glória. A luz do sol supera o brilho dos candeeiros.
9)
Sua Perenidade - O Primeiro e o Último (v. 17) - Ele é o criador,
sustentador e consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e
plenifica todas as coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o
último inimigo, a morte.
10)
Sua Vitória Triunfal (v. 18) - João está diante do Cristo da cruz, que
venceu a morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só
ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Quem tem
as chaves tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na
terra (Mt 28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (3:7), mas também a chave
da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo
está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna.
•
Esse parágrafo pode ser sintetizado em três aspectos: 1)0 que João ouviu (v.
9-11); 2) O que João viu (v. 12-16) e o que João fez (v. 17-18). Os dois
primeiros pontos já foram analisados. Vejamos agora, na conclusão, o último, o
que João fez.
•
A reação de João diante da visão do Cristo da glória:
Profundo quebrantamento (v. 18) - "Quando o vi, cai a seus pés como
morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai aos seus
pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn
8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao
contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele
habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem
se prostrar. Ilustração: as pessoas que dizem cair diante da glória de Deus e
se levantam do mesmo jeito.
2.
Gloriosamente restaurado (v. 18) - Jesus toca e fala. A
mesma mão que segura (v. 16), é a mão que toca e restaura (v. 18). O mesmo
Jesus que acalmou os discípulos muitas vezes, dizendo-lhes, não temas, agora
diz a João: Não temas. A revelação da graça de Jesus o põe de pé novamente para
cumprir o seu ministério.
Estudos no Livro de APOCALIPSE
Hernandes Dias Lopes
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