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domingo, 5 de janeiro de 2014

UM LIBERTADOR PARA ISRAEL - LIÇÃO 02 COM SUBSIDIOS

Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
1º Trimestre de 2014
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual

Comentarista: Antonio Gilberto
Lição 2: Um Libertador para Israel
Data: 12 de Janeiro de 2014

TEXTO ÁUREO
 “E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.14).

VERDADE PRÁTICA
 Assim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos liberta da escravidão do pecado e do mundo.


LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 3.3 Cristo é superior a Moisés
 Terça - Hb 3.5 Moisés, um servo fiel
 Quarta - Êx 2.23-25 Deus ouve o clamor do povo
 Quinta - Êx 3.10 Deus chama Moisés
 Sexta - Êx 4.3-8 Deus confirma a liderança de Moisés com sinais
 Sábado - Êx 5.1 Moisés diante de Faraó

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Êxodo 3.1-9.

1 - E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe.
2 - E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
3 - E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima.
4 - E, vendo o SENHOR que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui.
5 - E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.
6 - Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.
7 - E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.
8 - Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do a morreu, e do ferezeu, e do heveu, e do jebuseu.
9 - E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.

INTERAÇÃO
 Deus tinha um plano traçado para o seu povo através de Moisés. Este o conduziria até Canaã. Moisés foi dia a dia preparado e lapidado pelo Senhor para cumprir os propósitos divinos. A formação de um líder requer tempo, mas infelizmente muitos na atualidade não querem respeitar o momento de Deus. Vivemos em uma sociedade imediatista onde as pessoas não admitem mais esperar.
O enfoque da lição de hoje é o preparo de Moisés para se tornar o libertador do povo de Deus. Quando assumiu a missão de conduzir os israelitas pelo deserto, Moisés já havia sido preparado pelas universidades egípcias e pelo próprio Todo-Poderoso. O Deus que levantou Moisés não mudou, Ele continua a levantar e preparar pessoas para serem usadas na sua obra. Você está disposto a servir mais a Deus? O Senhor deseja usá-lo em sua obra para que muitos sejam libertos da escravidão do pecado e da ignorância espiritual.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender como se deu a chamada e o preparo de Moisés.
Saber quais foram as desculpas apresentadas por Moisés ao Senhor.
Analisar como foi a apresentação de Moisés a Faraó
.ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Professor, reproduza o mapa abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos o caminho que Moisés teve que percorrer de volta ao Egito. Ele andou aproximadamente 320 quilômetros. Enfatize que Deus chamou Moisés para uma importante Missão — libertar os israelitas do jugo da escravidão. Em obediência ao Senhor, Moisés voltou ao Egito. Muitas vezes Deus requer que voltemos de onde saímos. Porém, ao retornar, Moisés era um novo homem. Agora não agiria mais segundo as suas forças, mas em obediência restrita a Deus.

O CAMINHO DE VOLTA AO EGITO
 COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Libertador: O que liberta; que concede a liberdade.

Um líder cristão não é feito da noite para o dia. É preciso que sua liderança seja amadurecida pelo tempo. Na lição de hoje, veremos que Moisés foi preparado lentamente pelo Senhor ao longo dos anos até que se tornasse o libertador do seu povo. Moisés era um homem manso e ao que parece não era muito eloquente, porém Deus viu que ele seria obediente e capaz de libertar o seu povo da escravidão egípcia.

I. MOISÉS — SUA CHAMADA E SEU PREPARO (Êx 3.1-17)
1. Deus chama o seu escolhido. Quando o Senhor escolheu e chamou Moisés para libertar seu povo, ele estava pastoreando ovelhas — um excelente aprendizado para quem mais tarde iria ser o pastor do povo de Deus, Israel (Sl 77.20). É Deus que chama e separa aqueles que vão dirigir seu rebanho, e Ele continua vocacionando e capacitando para o santo ministério. O Senhor chama, mas cabe ao homem cuidar do seu preparo para ser útil a Deus. O que muito nos edifica no versículo seis é Deus identificar-se não somente como “o Deus de Abraão e o Deus de Isaque”, mas igualmente como “o Deus de Jacó”. Ele é, portanto, o Deus de toda graça, compaixão e paciência, uma vez que Jacó teve sérios incidentes negativos na sua vida em geral (1Pe 5.10; Jo 1.14,16).

2. O preparo de Moisés (Êx 3.10-15). Moisés foi chamado e recebeu treinamento da parte de Deus para que cumprisse sua missão com êxito. Deus ainda chama e prepara seus servos. Talvez Ele o esteja chamando para a realização de uma obra. Qual será sua resposta?
Moisés experimentou o silêncio e a solidão do deserto em Midiã (Êx 3.1). Em sua primeira etapa de 40 anos de vida viveu no palácio real e frequentou as mais renomadas universidades. O conhecimento adquirido por Moisés, e empregado com sabedoria, foi-lhe muito útil em sua missão de libertador, condutor, escritor e legislador na longa jornada conduzindo Israel no deserto.

3. O objetivo da chamada divina (Êx 3.10). O propósito divino era a saída do povo de Israel do Egito liderada por Moisés. Deus pode, segundo o seu querer, agir diretamente. Contudo, o seu método é usar homens e mulheres junto aos seus semelhantes. Hoje, em relação a muitas igrejas, Deus está dizendo à seus dirigentes: “Tira o ‘Egito’ de dentro do meu povo”. É o mundanismo entre os crentes, na teoria e na prática; no viver e no agir, enfraquecendo e contaminando a igreja. É Israel querendo voltar para o Egito (Êx 16.3; 17.3). Deus com mão poderosa tirou Israel do Egito, mas não tirou o ‘Egito’ de dentro deles, porque isso é um ato voluntário de cada crente que, quebrantado e consagrado, recorre ao Espírito Santo.
“Certamente eu serei contigo” (v.12). Isso era tudo o que Moisés precisava como líder espiritual do povo de Deus. Hoje, muitos já perderam essa divina presença em sua vida e em seu ministério, por acharem que são alguma coisa em si mesmos, daí, a operação do Espírito Santo cessar em sua vida. Paulo exclamou: “Nada sou” (2Co 12.11). Tudo que temos ou somos na obra de Deus vem dEle (1Co 3.7).


 SINOPSE DO TÓPICO (I)
 Moisés foi chamado e preparado por Deus para que cumprisse sua missão com excelência.

II. AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA PARA O EGITO
 1. O receio de Moisés e suas desculpas. O Moisés impulsivo que matou o egípcio e o enterrou na areia já não existia mais. Ele havia sido mudado e moldado pelo Senhor, e agora precisava crer não no seu potencial, mas no Senhor que o chamara. Ao ser chamado pelo Senhor para ser o libertador dos hebreus, Moisés apresentou algumas desculpas — “eles não vão crer que o Senhor me enviou”; “não sou eloquente”. Quantas desculpas também não damos quando Deus nos chama para um trabalho específico? As escusas de Moisés, assim como as nossas, nunca são aceitas pelo Senhor, pois Ele conhece o mais profundo do nosso ser. Se o Senhor está chamando você para uma obra, não tema e não perca tempo com desculpas. Confie no Senhor e não queira acender a ira divina como fez Moisés, que tentou protelar sua chamada dando uma série de desculpas a Deus (Êx 4.14).

2. Deus concede poderes a Moisés. A fim de encorajar Moisés e confirmar o seu chamado, o Senhor realiza alguns sinais (Êx 4.1-9). Da mesma forma Deus ainda demonstra sinais para nos mostrar o seu poder e a sua vontade.

3. O retorno de Moisés. Moisés não revelou ao seu sogro Jetro o que ele faria no Egito. Ainda não era a hora certa para isso. O líder precisa saber o momento adequado para revelar seus projetos. Entretanto, Moisés não poderia partir sem o consentimento de sua família, assim ele disse a Jetro que iria ao Egito rever seus irmãos: “Eu irei agora e tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para ver se ainda vivem” (Êx 4.18). Jetro prontamente liberou Moisés dizendo: “Vai em paz”. Moisés não saiu sem a bênção dos seus parentes. Para realizar a obra de Deus o líder precisa ter o apoio e cooperação da sua família. Se você ainda não o tem, ore a Deus nesse sentido.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
 Deus não aceitou as escusas de Moisés. Ele também não aceitará as nossas, pois Ele conhece o mais profundo do nosso ser.

III. MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (Êx 5.1-5)
 1. Moisés diante de Faraó. Chegando ao Egito, Moisés e seu irmão Arão procuraram Faraó para comunicar-lhe a vontade de Deus para o povo de Israel. Quão difícil e arriscada era a tarefa de Moisés. Após o encontro que já tivera com Deus, ele estava preparado para apresentar-se ao rei do Egito. Faraó recusou de imediato o pedido de Moisés. Além de recusar deixar o povo ir embora, Faraó agora aumenta o volume de trabalho do povo (Êx 5.8,9). Moisés fez tudo como Deus lhe ordenara, porém, sua obediência não impediu que ele e seu povo sofressem. Talvez você esteja realizando alguma obra em obediência ao Senhor, mas isto não vai impedir que surjam dificuldades, problemas e aflições. Esteja preparado. Não podemos nos esquecer de que “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos às dificuldades (Jo 16.33).

2. A queixa dos israelitas (Êx 5.20,21). O povo hebreu fica descontente com Moisés e Arão e logo começam a murmurar. Certamente todos esperavam que a saída do Egito fosse imediata. Mas este não era o plano de Deus. Moisés, aflito com a piora da situação, busca o Senhor e faz várias indagações. Quem de nós em semelhantes situações, estando em obediência a Deus, na vida cristã e no trabalho, já não indagou: “Por que Senhor?”. Moisés não conseguia entender tudo o que estava ocorrendo, mas Deus estava no controle. Às vezes não conseguimos entender o motivo de certas dificuldades, mas não podemos deixar de crer que Deus está no comando de tudo.

3. Deus promete livrar seu povo (Êx 6.1). A saída de Israel do Egito seria algo sobrenatural e esta promessa foi totalmente cumprida quando Israel, finalmente, saiu do Egito. Deus, nos seus atributos e prerrogativas, ia agora redimir o povo de Israel (v.6), adotá-lo como seu povo (v.7), e introduzi-lo na Terra Prometida. Todo o Israel, assim como os egípcios, teriam a oportunidade de ver o poder de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Depois do encontro que Moisés tivera com Deus, ele estava finalmente preparado para apresentar-se ao rei do Egito.

CONCLUSÃO
 Na lição de hoje aprendemos como o grande “Eu Sou” escolheu e preparou Moisés para que ele libertasse seu povo da escravidão egípcia. Deus continua a levantar e preparar homens para a sua obra. Você está disposto a ser usado pelo Senhor? Moisés apresentou algumas desculpas, mas não foram aceitas. Não perca tempo com justificativas, mas diga “sim” ao chamado de Deus.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, A. C. Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Bibliológico
 “O Encontro entre Deus e Moisés (3-5)
O termo hebraico para ‘sarça’ (seneh) só aparece no Antigo Testamento aqui e em Deuteronômio 33.16, quando Moisés canta que Deus era ‘[aquele] que habitava na sarça (ardente)’. Quão oportuno que as últimas palavras de Moisés registradas nas Escrituras sejam, entre outras coisas, sobre seu primeiro encontro com Deus na sarça ardente! Essa palavra hebraica faz soar e faz lembrar a palavra ‘Sinai’ (sny e snh). Por duas vezes, Deus apareceu a Moisés de forma incandescente. Primeiro em uma snh (capítulo 3), depois no sny (capítulo 19). Deus costuma aparecer nos locais mais inesperados, como em uma sarça. Foi próximo a um arbusto que Ele apareceu para Agar [Gn 21.15, com uma outra palavra hebraica para ‘arbusto’, (siah)] e foi em um arbusto, ou sarça, que apareceu pela primeira vez a Moisés. Falando em lugares inesperados, talvez seja possível estabelecer uma analogia entre o anjo de Deus que apareceu no meio do nada para o pastor Moisés, fazendo um importante anúncio; e os anjos que apareceram diante de um grupo de pastores, no meio do nada, a fim de fazer um importante anúncio (Lc 2.8-20)” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco. 2 ed., RJ: CPAD, 2007, p.160).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Teológico
 “Capacitou e transformou o seu caráter
O ser humano deve reconhecer a sua deficiência em realizar a obra de Deus com perfeição. Moisés, reconhecendo a sua incapacidade de fazer o que o Senhor lhe ordenara, relutou e perguntou humildemente: ‘Quem sou eu?’ (Êx 3.1). Certamente o valente e afoito príncipe herdeiro do trono egípcio sentia-se incapaz de cumprir a ordem do Senhor, pois muitos anos se haviam passado, e ele pouco ou nada sabia sobre o Egito de então. E, depois, voltar ao país de origem para libertar seu povo da escravidão seria uma missão muito árdua. Assim sendo, preferiria ficar no deserto pastoreando os rebanhos de seu sogro. Sentia-se mais útil. Além disso, a rejeição de seus irmãos o abatera fortemente.

Como se vê, o tempo passara e tudo havia se transformado; o homem também. Contudo, o Todo-Poderoso permanecera imutável, pois nEle não há sombra de variação. Moisés sentiu-se desanimado, mas Deus o fortalecera, dizendo: ‘Eu serei contigo’ (Êx 3.12-15). A promessa da presença real de Deus é a resposta para toda fraqueza humana” (COHEN, A. C. Comentário Bíblico Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998, p.32).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Um Libertador para Israel
 Moisés foi sendo preparado dia a dia pelo Senhor a fim de que se tornasse o líder do seu povo e os conduzisse rumo à Terra Prometida. Aprendemos com a segunda lição do trimestre que Deus vocaciona e chama líderes para sua obra, porém aqueles que forem chamados precisam fazer a sua parte preparando-se. Se você tem um chamado de Deus em sua vida, prepare-se. Faça a sua parte e deixe que o Senhor faça a dEle.

Moisés é preparado para se tornar o libertador (Êx 3.1-22)
Moisés viveu seus primeiros anos de vida na casa de seus pais. Certamente uma família humilde, porém temente a Deus. Em seu lar ele foi preparado para poder viver mais tarde no palácio de Faraó. Segundo os historiadores, como príncipe, Moisés teve uma educação primorosa, pois o texto bíblico de Atos 7.22 declara que ele foi “instruído em toda a ciência dos egípcios”. O conhecimento adquirido por Moisés não foi certamente desperdiçado, mas muito o ajudou como líder do seu povo, profeta, escritor e legislador.
Deus tinha um propósito definido ao chamar Moisés, Ele também tem um propósito definido em sua vida. Porém, muitos não querem assumir um compromisso com Deus e a sua obra. Você deseja assumir um compromisso com o Todo-Poderoso?

Ao chamar Moisés, Deus foi bem enfático quanto ao seu propósito: “Para que tires o meu povo do Egito” (Êx 3.8-10). Deus desejava redimir o seu povo e organizá-lo como nação a fim de que todas as famílias da terra fossem abençoadas. O Senhor precisava de um único homem, Moisés, para redimir seu povo da escravidão. Na Nova Aliança, Deus também necessitava de um único homem, porém este deveria ser perfeito. Então o Todo-Poderoso enviou seu próprio Filho, Jesus Cristo. Jesus atendeu ao Pai, se fez homem e habitou entre nós para nos libertar da escravidão do pecado (Jo 3.16).

Quantos, ao serem chamados pelo Senhor para alguma obra já não apresentaram uma lista vasta de desculpas? Com Moisés não foi diferente, ele também apresentou a Deus várias dificuldades. Porém, assim como nós, ele se esqueceu de que Deus é o nosso Criador. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos. As escusas de Moisés, assim como as nossas, não vão impressionar o Senhor. Confie naquEle que está chamando você e não queira perder tempo com desculpas.

Quem sabe o Senhor não esteja também chamando você para a realização da sua obra? Evite as escusas. Confie no Senhor e permita que Ele use seus dons e talentos para que muitos sejam libertos da escravidão do pecado.



SUBSIDIOS
I - INTRODUÇÃO
MOISÉS - SUA CHAMADA E SEU PREPARO.
Alvorecia um novo dia, e tudo mudaria para Moisés. Naquela manhã, quando ele saiu com suas ovelhas, não tinha idéia de que se encontraria com Deus. Vale a pena estar pronto, pois nunca sabemos o que Deus planeja para nós.

EXODO  3.1 E APASCENTAVA MOISÉS O REBANHO. A educação humana de Moisés, recebida na corte de Faraó, era insuficiente para capacitá-lo para a obra de Deus. A sua solidão com Deus e quarenta anos de preparação e árduo labor, cuidando de ovelhas no ermo, foram-lhe também necessários na preparação para a sua tarefa futura de pastorear Israel na peregrinação no deserto (1 Co 2.14).

EXODO  3.2 O ANJO DO SENHOR. O anjo do Senhor aqui, é o próprio Senhor (vv. 4-6). Deus também apareceu a Abraão como o anjo do Senhor (Gn 22.11).

EXODO  3.5 TERRA SANTA. A revelação inicial de Deus a Moisés foi a da sua santidade. Santidade significa separação do pecado e de todo o mal, e dedicação a Deus. Moisés, como servo de Deus,  tinha que lembrar-se constantemente do fato que o Deus a quem ele servia era santo tão santo que se um ser humano o contemplasse de fato, morreria com certeza (v. 6; 19.21; Is 6.1-7; 1 Tm  6.16). A revelação inicial de Deus a Abraão foi a do seu grande poder; aqui, a Moisés, Ele revelou a sua santidade. Nisto temos o princípio da revelação progressiva de Deus (6.1-6; Hb 1.1,2)

EXODO  3.7 TENHO VISTO... A AFLIÇÃO DO MEU POVO. Assim como Deus estava atento ao sofrimento do seu povo no Egito, Ele também conhece as aflições de todos os outros seus servos. Ele ouve o clamor dos aflitos e dos oprimidos. Em tais ocasiões, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em seu favor. Quer nossa opressão provenha das circunstâncias, das pessoas, de Satanás, do pecado, ou do mundo o consolo, graça e ajuda de Deus são plenamente suficientes para satisfazer todas as nossas necessidades (Rm 8.32). No tempo certo, Deus nos livrará (Gn 15.13).

EXODO  3.8 LEITE E MEL. Esta é uma expressão proverbial, significando fartura da terra. O mel incluía mel de uva ou de tâmara, bem como mel de abelha; o suco dessas frutas era engrossado mediante fervura, até formar um xarope espesso.

I. Deus aparece a Moisés (3:1-6)
A sarça ardente tem significado triplo. Primeiro, é um retrato de Deus (Dt 33:16), pois revela sua glória e poder, contudo não é consumida. Moisés devia ser lembrado da glória e do poder de Deus, pois estava para assumir uma tarefa impossível. Segundo, a sarça significa Israel atravessando o fogo da aflição, mas não se consumindo. Com frequência, as nações tentaram exterminar os judeus, mas fracassaram! Por fim, a sarça retrata Moisés — um humilde pastor que com a ajuda de Deus se tornaria um fogo que não pode ser extinto! Note que Moisés estava no local em que se inclinara diante  de Deus e o adorara, cheio de admiração, pois esse é o verdadeiro início do culto cristão. Deus pode usar os servos que sabem tirar os sapatos com humildade para caminhar em poder. Mais tarde, vemos que Deus, antes de chamar Isaías, revelou-se em sua glória (Is 6). A lembrança da sarça ardente deve ter encorajado Moisés durante os muitos quilómetros
difíceis de deserto.

II. Deus chama Moisés (3:7-10)
"Vi [...], ouvi o seu clamor [...]. Conheço [...], desci." Que mensagem de graça! Com frequência, Moisés se perguntava a respeito da condição de seu povo amado e, agora, tomava conhecimento de que Deus estivera zelando por eles todo o tempo. Podemos, facilmente, aplicar esses versículos à situação de quando Cristo nasceu: era um tempo de escravidão, provação e sofrimento, contudo Deus desceu na Pessoa de seu Filho para libertar os homens do
pecado. Deus tem um plano definitivo para tirá-los e depois trazê-los à terra prometida. Ele termina o que inicia. Moisés regozijou-se quando soube que Deus estava para libertar Israel; contudo, depois, escutou a notícia de que ele era o libertador! "Eu te enviarei." Deus usa o homem para realizar sua obra na terra. Moisés teve 80 anos de preparação; agora, era hora de agir. Infelizmente,
Moisés não respondeu: "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6:8).

III. As desculpas de Moisés (3:11-4:17)
Moisés não concordou imediatamente com o plano de Deus de enviá-lo. Ele não era um fracasso? Ele não tinha família? Ele não era muito velho? Talvez esses e outros argumentos tenham passado por sua mente, mas ele, quando argumentou com Deus sobre a vontade do Senhor para a vida dele, deu voz a pelo menos quatro objeções:

A. "Quem sou eu?" (3:11-12)
Admiramos Moisés por sua humildade, pois 40 anos antes ele poderia dizer a Deus quem ele era! Ele "foi educado [...] e era poderoso em palavras e obras" (At 7:22). Contudo, os anos de comunhão e de disciplina no deserto tornaram Moisés humilde. A pessoa que age pela carne é impulsiva e não vê obstáculos, mas, a pessoa humilde que caminha no Espirito sabe as batalhas que tem por sua frente. Deus respondeu para afirmá-lo: "Eu serei contigo!". Essa promessa sustentou-o por 40 anos, como também aconteceu depois com Josué (Js 1:5). Não é importante quem somos; o que importa é Deus estar conosco, pois sem ele não podemos fazer nada (Js 15:5}.

B. "Qual é o seu nome? Que lhes direi?" (3:13-22)
Essa não era uma pergunta ambígua, pois os judeus quereriam a confirmação de que o Senhor enviara Moisés nessa missão. Deus revelou seu nome, Jeová — "Eu Sou O Q ue S o u ", ou: "Eu fui, eu sou, e eu sempre serei!". O Senhor Jesus utilizou esse nome no Evangelho de João, no qual encontramos as sete grandes afirmações "Eu sou" (6:35; 8:12; 10:9 e 11; 11:25; 14:6; e 15:1-5). Se Deus é "Eu sou", então ele sempre é o mesmo, e seus propósitos serão cumpridos. Deus prometeu a Moisés que ele libertaria seu povo, apesar da oposição do faraó.

C. "Mas eis que não crerão" (4:1-9)
Contudo, Deus acabara de dizer que acreditariam nele (3:18), portanto essa afirmação não era nada além de total descrença. Deus fez dois milagres para Moisés — o bordão transformou-se em serpente, e a mão dele ficou leprosa. Essas seriam suas credenciais diante do povo. Deus pega o que temos à mão e usa isso, se apenas confiarmos nele. O bordão, por si mesmo, não seria nada, mas nas mãos de Deus transformou-se em poder. A própria mão de Moisés matara um homem, mas, no segundo milagre, Deus mostrou a Moisés que pode curar a fraqueza da carne e usá-lo para sua glória. As mãos dele não eram nada, mas nas mãos de Deus podiam fazer maravilhas! Depois, Deus acrescentou um terceiro sinal — transformar a água em sangue. Esses sinais convenceriam o povo de Deus (4:29-31), mas eram apenas imitados pelos egípcios ímpios (7:10-25).

D. "Eu nunca fui eloquente" (4:10-17)
Deus disse: "Eu Sou" — e tudo que Moisés dizia era: "Eu não sou!". Ele olhava para si mesmo e para suas fraquezas, em vez de olhar para Deus e seu poder. Nesse caso, Moisés argumentou que não era eloquente. Contudo, o mesmo Deus que fizera sua boca podia usá-la. Deus não precisa de eloquência nem de oratória: ele precisa apenas de um vaso puro que possa se encher com sua mensagem. No versículo 13, Moíses “clama: Envia aquele que hás de enviar, menos a mim". Essa atitude de descrença enraiveceu Deus, contudo ele designou Arão para ser ajudante de Moisés. Infelizmente, Arão, mais de uma vez, foi mais um obstáculo que uma ajuda! Ele levou a nação à idolatria (32:15-28) e murmurou contra Moisjs (Nm 12). Era trágico o que Moisés estivesse disposto a confiar em um homem fraco, de carne, em vez de no Deus vivo do céu. O versículo 14 ensina-nos que Deus, quando move seu povo, trabalha nas duas extremidades da linha. Ele trouxe os dois irmãos para ajudá-lo.

IV. Deus afirma Moisés (4:18-31)
Moisés tem a Palavra de Deus, os sinais milagrosos e o auxílio de seu irmão, Arão, contudo esses versículos deixam claro que ele ainda não estava pronto para caminhar pela fé. Ele não contou ao sogro a verdade a respeito de sua viagem ao Egito, pois Deus lhe contara que seus irmãos ainda estavam vivos.
Apreciamos o fato de que Moisés cuidou de suas tarefas terrenas de forma fiel antes de partir, mas ele não foi um testemunho muito bom para Jetro. Observe as garantias que Deus deu a Moisés, quando ele iniciou sua nova vida de serviço:

A. A Palavra do Senhor (vv. 19-23)
O povo que queria matar Moisés estava morto, e Deus queria que Moisés confiasse nele e não tivesse medo. Como Deus é paciente com os seus! Como suas promessas são encorajadoras!

B. A disciplina do Senhor (vv. 24-26)
A circuncisão era uma parte importante da fé judaica, contudo Moisés deixou de trazer o próprio filho para a aliança (Gn 17). Deus teve de disciplinar Moisés (talvez, pela doença) para lembrá-lo de sua obrigação. Como ele poderia guiar Israel se fracassava em guiar a própria família nas coisas espirituais? Mais tarde, Moisés manda sua família de volta para Midiã (veja 18:2).

C. A liderança do Senhor (vv. 27-28)
Deus prometera que Arão viria (v. 14) e, agora, cumpria sua promessa. Ao mesmo tempo que Moisés e Arão tinham suas fraquezas e que cada um deles fracassou mais de uma vez com Deus, era uma grande ajuda para Moisés ter o irmão a seu lado. Eles encontraram-se no "monte de Deus", local onde Moisés vira a sarça ardente (3:1).

D. A aceitação do povo (vv. 29-31)
Isso também é o cumprimento da Palavra de Deus (3:18). Infelizmente, esses mesmos judeus que receberam Moisés e inclinaram a cabeça para Deus, depois o odiaram e o criticaram por causa do aumento de trabalho que tiveram (5:19-23). É sábio não pôr nossas esperanças na reação das pessoas, pois, com frequência, as pessoas deixam de cumprir seus compromissos.

V - MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ
EXODO  5.1-9 DISSERAM A FARAÓ: ASSIM DIZ O SENHOR, DEUS DE ISRAEL. A narrativa do êxodo é basicamente um conflito entre dois deuses:

(1) o Senhor e Faraó, uma vez que este último, segundo a religião do Egito, era considerado uma encarnação de Rá, o deus-sol.

(2) Faraó questionava o poder do Deus de Israel (v. 2); afinal de contas, Faraó estava a escravizar Israel e, portanto seria mais poderoso do que o Deus de Israel.

(3) As dez pragas foram o método do Senhor demonstrar ao seu povo que Ele era mais poderoso que todo ou qualquer deus egípcio; o Nilo, o sol, a rã, etc., eram  todos divindades egípcias.

(4) Farao conhecia muitos deuses (o Egito era repleto deles), mas nunca ouvira falar do Deus de Israel. Para ele, o Deus dos hebreus nao era muito poderoso. A principio, Farao nao ficou muito preocupado com a mensagem de Moises, pois nao tinha visto qualquer evidencia do poder de Deus.

(5) Farao nao deu ouvidos a mensagem de Moises e Arao porque nao conhecia nem respeitava a Deus. Aqueles que nao conhecem a Deus podem nao ouvir a sua Palavra ou os seus mensageiros, mas é preciso persistir, como fizeram Moises e Arao. Quando outras pessoas rejeitarem sua fe, nao se surpreenda ou desista; continue a falar-lhes de Deus. confiando nEle para abrir as mentes e quebrar os coracoes endurecidos.

(6) 5.4-9 - Moises e Arao levaram a mensagem a Farao como Deus ordenara, e o resultado foi trabalho ainda mais pesado e maior opressao para os hebreus. Algumas vezes o sofrimento ocorre como consequencia de obedecer a Deus. Voce esta seguindo a Deus. mas permanece sofrendo — ou esta sofrendo ainda mais do que antes? Se a sua vida esta deploravel, nao significa que voce nao tem alcancado graca aos olhos de Deus. Voce pode estar sofrendo por fazer o 
bem neste mundo mau.



COMPLEMENTO 001
3.1 — Deus agora daria outro “rebanho” para Moisés cuidar: o povo de Israel. Assim como Jacó fez parte da família de Labão quando se casou com suas filhas Léia e Raquel (Gn 29), Moisés, por 40 anos (o ciclo de uma geração), integrou-se à família de jetro, cujo nome significa sua fartura [isto é, a fatura do Senhor]. A palavra jetro (em hebraico hotenô) está relacionada ao termo árabe que quer dizer aquele que circuncida, o que nos ajuda a entender o difícil fragmento de texto em Êxodo 4.24-26. Já o termo Horebe, outro nome para monte Sinai, significa lugar desolado. Por causa da aparição de Deus na montanha (neste versículo e em Êx 19.20), este local deserto se tornaria sagrado, o monte de Deus (Êx 4.27). Frequentemente, esta área é identificada como jebel el-Musa, uma montanha no sul da Península do Sinai.

3.2 — E apareceu-lhe o Anjo do Senhor. Esta é a primeira ocorrência em Êxodo desta expressão (Êx 14.19; 23.20,23; 32.34; 33.2; compare com Gn 22.11,15). A sarça em chamas representava um extraordinário sinal, principalmente porque o arbusto não era consumido pelo fogo.

3.3-5 — O lugar se tornou sagrado; foi separado e diferenciado por causa da presença divina. Para mais detalhes sobre a vívida lembrança de Moisés desta experiência com Deus no final de sua vida, leia Deuteronômio 33.16.

3.4,5 — O dramático encontro de Moisés com o Deus vivo é um momento inesquecível na história bíblica. O Senhor o chama pelo nome, o que faz lembrar o chamado de Deus a Abraão no momento em que este estava para sacrificar seu próprio filho (Gn 22.11). A resposta de Moisés foi exatamente igual à de Abraão (Gn 22.1,11).

3.6 — Deus identificou-se como o Deus de teu pai — Aquele adorado por Abraão, Isaque e Jacó (v. 15). Ao mencionar estes nomes, o Senhor garantia a Moisés que Sua aliança com os patriarcas de Israel permanecia em vigor. Moisés cobriu o rosto, o qual havia se escondido por causa do medo (Êx 2.12,14). Agora ele escondia seu rosto da presença de Yahweh. Até o final de sua grandiosa vida, Moisés refletiria sobre esta experiência. Ao pronunciar sua bênção sobre a tribo de José, ele incluiria estas palavras: E com a benevolência daquele que habitava na sarça (Dt 33.16).

3.7 — Três dos quatro verbos mencionados em Êxodo 2.24,25 são repetidos: ver, ouvir e conhecer. Esta é a primeira declaração enfática. Este versículo conecta a introdução de Êxodo ao enredo deste capítulo.
3.8-10 — Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios. A expressão desci para livrá-lo fala da graciosa intervenção divina na terra (SI 40.1). Deus estava totalmente ciente dos problemas de Seu povo e agora Ele interviria nesta situação. E para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel. A terra boa e larga de Canaã era a grande promessa do Senhor para Seu povo (Gn 12.7; 15.12-21; Êx 6.8). Dela mana leite e mel. Canaã daria todo o sustento necessário ao povo. Algumas partes seriam destinadas à criação de rebanhos, e outras à agricultura. Sob a bênção de Deus, leite e mel jorrariam à vontade.

Ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do ferezeu, e do heveu, e do jebuseu. Esta menção dos povos faz-nos lembrar de três coisas: 1) a terra era um lugar de verdade com pessoas reais morando lá; 2) para aqueles que lá estavam, a hora do juízo cumprir-se aproximava-se. A perversidade dos cananitas chegara ao limite final, e o julgamento divino recairia sobre eles (Gn 15.16); 3) mesmo que a terra fosse um presente de Deus, ela não estava deserta. Ela teria de ser tomada de seus atuais habitantes. Isso só poderia ser feito com o poder de Deus.

3 .1 1—4.17 — As objeções de Moisés em servir como porta-voz de Deus eram, por fim, questões a respeito de Deus. 1) Ele estaria com ele? (Êx 3.11,12); 2) como Ele é? (Êx 3.13-25); 3) Tem poder suficiente? (Êx 4.1-9); 4) Deus poderia fazer com que Moisés tivesse habilidade suficiente? (Êx 4-10-17). Deus respondeu a todas estas perguntas.

3.12 — Deus prometeu estar com Moisés. O Senhor desceu para resgatar Seu povo (v. 8) e prometeu estar presente. Isto aponta para a futura encarnação do Verbo divino. Jesus desceria do céu; viria ao mundo para nos libertar de nossos pecados e estar conosco. O Senhor deu a Moisés um sinal, a prova final de que sua experiência ali na sarça era uma divina manifestação, e não uma ilusão. Aqui, o sinal era um lembrete: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. Todavia, a palavra sinal também pode significar um milagre de Deus, uma maravilha que demonstra Seu poder e Sua presença(Êx 7.3).

3.13 — A mente de Moisés estava maravilhada, mas borbulhando de dúvidas. Por isso, perguntou o nome de Deus. O pedido requeria um marco de autoridade. Moisés estava ausente do Egito há 40 anos e, mesmo em seus anos de juventude, esteve afastado de seu povo. Provavelmente, ele se perguntava como seria levado a sério. Assim, Moisés precisava de algo que desse credibilidade à sua mensagem, um nome que garantisse que a mensagem seria recebida propriamente.

3.14 — Eu sou o que sou. Aquele que falou a Moisés declarou ser o Eterno, o Criador e soberano Senhor. Somente o Criador de todas as coisas poderia nomear-se de Eu sou, no sentido absoluto. Todas as outras criaturas estão em débito com Ele por causa de sua limitada natureza. Além de dizer quem é, Deus declarou a Sua relação com o povo de Israel. O tempo futuro do verbo hebraico relacionado ao nome de Deus foi usado no versículo 12: “0 Em Sou estará com o Seu povo”. Assim, Deus afirmou Sua aliança com o povo de Israel usando Seu nome. Muitos se referem ao Eu Sou como o nome pactual de Deus.

3.15 — Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais... O termo traduzido como Senhor representa o nome hebraico Yahweh. A palavra que significa Eu Sou, usada no versículo 14, é muito similar. As traduções para o português frequentemente usam Senhor com a inicial maiúscula [ou todas as letras] quando representam o nome de Yahweh. Neste versículo, Deus não só declarou a Sua existência absoluta, como também manifestou o relacionamento com Seu povo. Não se tratava apenas de Sua pura e simples existência, ou mesmo do fato de Ele ser eterno. Acima de tudo, Ele revela que estará com Seu povo. Este é o Seu nome que manifesta graça, relacionamento, aliança e condescendentes maravilhas. Ele não é uma nova divindade, e sim o mesmo que fez uma aliança eterna com os patriarcas — Abraão, Isaque e Jacó — e foi adorado por eles (v. 6). Todavia, Ele tem um nome. É Yahweh.A última parte do texto contém uma parelha de versos: Este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração. Como em outras passagens importantes do Antigo Testamento (Gn 22.11 -18), a repetição e a reafirmação são usadas em sentido enfático. Assim, elas indicam a suprema importância do nome divino que é eterno e perpetua-se de geração em geração. 3.16,17 — As instruções foram agora dadas a Moisés para que ele pudesse ouvir novamente qual era a sua parte no plano divino (v. 8-10). 


COMPLEMENTO 002


O Chamado e a Comissão de Moisés (3.1—4.17)
a) A sarça ardente (3.1-6).
De acordo com Estêvão (At 7.23), Moisés tinha quarenta anos quando matou o egípcio, e, depois de outros quarenta anos, ele encontrou o Senhor na sarça ardente (At 7.30). Depois deste período no deserto, Deus viu que seu povo e Moisés estavam prontos para o milagre de libertação. Aqui, o sogro de Moisés recebe o nome Jetro (1), embora seja possível que Jetro fosse o filho de Reuel e, portanto, cunha­do de Moisés.15 Ainda pastor, Moisés estava nas proximidades de Horebe, o monte de Deus (1), também chamado Sinai. E provável que Horebe fosse o nome dado à cadeia de montanhas, ao passo que Sinai dissesse respeito a um grupo menor ou a um único cume.

Os estudiosos da Bíblia consideram que o anjo do SENHOR (2) na sarça ardente seja Cristo pré-encarnado,17 embora o Novo Testamento nunca use essa expressão para se referir a ele. Na Bíblia, uma chama de fogo simboliza a presença de Deus (Hb 12.29).Este fato despertou a curiosidade de Moisés, momento em que Deus falou com ele. En­tão, encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus (6). Ele não podia ficarem pé levianamente na presença de Deus, e aprendeu que a presença divina santifica o lugar onde Ele aparece (5).

Nos versículos 1 a 6, vemos o tema “O Servo de Deus”.
1) O emprego no qual se engajou, 1;
2) A visão que testemunhou, 2;
3) A resolução que fez, 3;
4) A proibição que recebeu, 5;
5) O anúncio que ouviu, 6.18

b) O plano divino (3.7-10).
Deus se envolveu na situação difícil do seu povo. Ele disse: Tenho visto atentamente, tenho ouvido e conheci (7). Pode ter esperado muitos anos, mas sabia o tempo todo. Estas palavras garantem que Deus ouve atentamente os clamores de tristeza e conhece os apuros humanos. Deus sempre está agindo no mundo, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existi­ mos” (At 17.28). Interfere na história em ocasiões especiais para se revelar e realizar sua vontade. Ele disse a Moisés que desceu para livrar seu povo do Egito (8). Havia um lugar preparado para eles numa terra boa, larga e que mana leite e mel. Esta descrição não significa que Canaã era mais fértil que o Egito, mas que era uma terra boa, frutífera e suficientemente espaçosa para Israel. Tratava-se de uma terra identificada pelos nomes dos povos cuja iniqüidade estava cheia, tendo de renunciar a terra a favor dos escolhidos de Deus (Gn 15.16-21).19

Embora Deus pudesse ter livrado Israel diretamente por uma palavra, preferiu fa­zer sua obra por seu servo. Disse Deus a Moisés: Eu te enviarei a Faraó (10). Este homem, outrora autodesignado libertador, tinha de ir à presença do orgulhoso rei e tirar Israel do Egito sob a direção de Deus. Identificamos “O Envolvimento de Deus com o seu Povo” em cinco declarações:

1) Tenho visto atentamente, 7;
2) Tenho ouvido, 7;
3) Conheci, 7;
4) Desci, 8;
5) Eu te enviarei, 10.

c) As instruções divinas (3.11-22).
A princípio, Moisés contestou o plano de Deus usá-lo. Viu:
a) sua incapacidade: Quem sou eu?; e
b) a impossibilidade da tarefa: E tire do Egito os filhos de Israel? (11). O príncipe que há quarenta anos era confiante em si mesmo agora temia a tarefa. Era mais sábio no que concerne à capacidade humana de ocasionar a libertação, mas ainda tinha de aprender o poder de Deus.
Como é frequente hesitarmos quando olhamos para nós mesmos — ato que devemos fazer —; mas não precisamos ter medo quando olhamos para Deus! Certamente eu serei contigo (12) sugere que quando Deus escolhe um mensagei­ro, Ele não se baseia na habilidade do indivíduo, mas na submissão deste à vontade de Deus.

Deus assegurou a Moisés que ele e o povo serviriam a Deus neste monte depois que Israel fosse libertado do Egito. A expressão: Isto te será por sinal, está corretamente traduzida. Moisés percebeu que, como porta-voz de Deus, ele tinha de convencer o povo. As pesso­as perguntariam: Quem é este Deus que está te enviando? Qual é o seu nome? (13).

Os deuses egípcios tinham nomes, e as pessoas iam querer saber o nome do Deus delas. Aqui em Horebe, Deus disse: EU SOU O QUE SOU (14). O original hebraico é uma forma da palavra Yahweh (Jeová). O tempo é indefinido, podendo significar igualmente o passado, o presente ou o futuro. 20 Deus “se revelou a Moisés não como o Criador — o Deus de poder — Elohim, mas como o Deus pessoal de Salvação, e tudo o que contém o ‘eu sou’ será manifestado pelos séculos por vir”.21 Este nome também revelou sua eternidade — Ele era o Deus de vossos pais e este seria seu nome eternamente: Seu memorial de geração em geração (15). Mais tarde, este Ser divino disse que seria ele aquele “que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8). E evidente por Gênesis 4.26 (onde Yahweh é traduzido por “o SENHOR”) que aqui Moisés recebeu uma explicação de um nome há muito conhecido (cf. tb. 6.3 e os comentários feitos ali). Moisés foi comissionado a reunir os anciãos de Israel (16), informá-los quem era Deus e que Ele ouvira os clamores do povo. Ele falaria que Deus prometeu libertar os israelitas do Egito e lhes dar por herança a terra de Canaã (17; cf. CBB, vol. II). Deus disse a Moisés que o povo lhe daria ouvidos (18). As pessoas concordariam em levar a petição ao rei. Pedir uma viagem de três dias para sacrificar ao SENHOR (18) era um teste da disposição de Faraó em cooperar com Deus. “E indubitável que havia reticência [reten­ção de informação] aqui, mas não falsidade.”22 Deus deu a Faraó todas as chances para cooperar com Ele. Mas Ele sabia que o rei não concordaria, nem mesmo por uma mão forte (19). Deus sabe tudo, até o que Ele não faz por decreto. Deus prometeu fazer grandes maravilhas no Egito, para que, no fim, Israel tivesse permissão de sair (20). Quando saíssem, cada mulher deveria pedir haveres dos egípci­o os (22), que mostrariam graça a estas pessoas (21) dando dos seus tesouros. Conside­rando que estavam escravizados por longo tempo, os israelitas tinham direitos a esta remuneração. Desta forma, Israel despojaria o Egito (22). Nos versículos 14 a 22, há uma revelação de “O Deus Eterno”:

1) Ele revela seu nome, 14-16;
2) Ele mostra seu plano, 17,18;
3) Ele assegura seu poder, 19-22.

ELABORADO PELO EVANGELISTA; NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA ESCOLA BIBLICA DOMINICAL e PESQUISADOR
PASTOR NA CONGREGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO)
NO BAIRRO NOVO HORIZONTE - NA CIDADE DE GUIRATINGA.


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