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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR - LIÇÃO 07 COM SUBSIDIOS

LIÇÃO 07 – OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR

Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
1º Trimestre de 2014
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual

Comentarista: Antonio Gilberto
 Lição 7: Os Dez Mandamentos do Senhor
Data: 16 de Fevereiro de 2014

TEXTO ÁUREO
 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).

VERDADE PRÁTICA
 A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Jo 1.16,17 A lei de Moisés e a graça de Deus
 Terça - Rm 1.16,17 O crente vive em Cristo a partir da fé
 Quarta - Gl 4.4,5 Cristo veio alcançar os que estavam sob a Lei
 Quinta - 1Co 1.30,31 Cristo — sabedoria, justiça, santificação e redenção
 Sexta - Rm 10.8,17 A fé pela Palavra quando crida e obedecida
 Sábado - Gl 2.16 A justificação nos vem pela fé em Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 20.1-5,7-10,12-17.

1 - Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2 - Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 - Não terás outros deuses diante de mim.
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso [...].
7 - Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
8 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 - Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra,
10 - mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
12 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.
13 - Não matarás.
14 - Não adulterarás.
15 - Não furtarás.
16 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17 - Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

INTERAÇÃO

O Decálogo expressa o propósito de Deus para o povo de Israel: uma nação que andasse em justiça, odiasse o pecado e amasse a santidade. Caso seguissem esse estilo de vida, os judeus resplandeceriam como luz às nações vizinhas. Mas Israel falhou nesta missão e voltou-se contra Deus. Entretanto, a queda do povo judeu trouxe salvação aos gentios. Todavia, isso não deve orgulhar ou ensoberbecer a Igreja do Senhor, representante do Reino de Deus no mundo; pelo contrário, a comunidade dos santos deve temer a Deus e ouvir o conselho do apóstolo Paulo: “Porque, se Deus não poupou os ramos naturais [Israel], teme que te não poupe a ti também [Igreja]” (Rm 11.21).

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer os propósitos dos Dez Mandamentos.
Compreender o conceito de cada mandamento.
Saber que os Dez Mandamentos referem-se a relação do homem com Deus e o próximo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, utilize o esquema abaixo para concluir a lição. Os objetivos desta atividade são: recapitular os mandamentos estudados e analisar as duas relações humanas implícitas no Decálogo.
Explique à classe o quanto é óbvio que a interpretação dos quatro primeiros mandamentos se distingue dos outros seis, pois os quatro primeiros tratam do relacionamento do homem com Deus e os outros seis, do homem com o próximo. Conclua a aula afirmando que, além do aspecto espiritual, o Decálogo apresenta um caráter social da Lei cuja garantia da dignidade humana torna-se uma ordenança divina.

RESUMO DO DECÁLOGO
 1º Mandamento — Não terás outros deuses diante de mim.
2º Mandamento — Não farás imagens de escultura.
3º Mandamento — Não tomarás o nome de Deus em vão.
4º Mandamento — Lembra-te do sábado, para o santificar.
5º Mandamento — Honra o teu pai e a tua mãe.
6º Mandamento — Não matarás.
7º Mandamento — Não adulterarás.
8º Mandamento — Não furtarás.
9º Mandamento — Não dirás falso testemunho.
10º Mandamento — Não cobiçarás.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Mandamento: Disposição escrita em que se determina a realização de um ato, de uma diligência; mandato.

Hoje estudaremos o capítulo 20 do livro de Êxodo. É uma síntese concernente aos Dez Mandamentos que foram entregues por Deus a Moisés. Muitos pensam que os preceitos morais da Lei foram somente para o Antigo Pacto. Todavia, Jesus ressaltou, no Sermão do Monte, que os preceitos morais da Lei são eternos e imutáveis, por isso precisamos conhecê-los.

I. OS PROPÓSITOS DA LEI

1. O Decálogo (Êx 20.3-17). O termo Decálogo literalmente significa “dez enunciados” ou “declarações” (Êx 34.28; Dt 4.13). Ele foi proferido por Deus no Sinai (Êx 20.1), mas também escrito por Ele em duas tábuas de pedra (Êx 31.18). O Decálogo exprime a vontade de Deus em relação ao ser humano. É, na verdade, um resumo da lei moral de Deus.

2. Objetivos do Concerto divino. A lei foi dada por Deus a Israel com os seguintes objetivos:
a) Prover um padrão de justiça. A lei entregue pelo Senhor a Moisés é um padrão de moralidade para o caráter e a conduta do homem, seja ele judeu, seja ele gentio (Dt 4.8; Rm 7.12).
b) Identificar e expor a malignidade do pecado. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”; isto é, fosse devidamente conhecida (Rm 5.20). “Pela lei vem o conhecimento do pecado”, ou seja, o conhecimento pleno da transgressão (Rm 3.20; 7.7). A lei não faz do ser humano um pecador, mas faz com que ele se reconheça como um transgressor. Ela expõe a malignidade do pecado, mas ao mesmo tempo aponta o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios que eram oferecidos no Tabernáculo (Lv 4-7).
c) Revelar a santidade de Deus. O Senhor revela a sua santidade por intermédio da lei mosaica (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), de igual forma, em o Novo Pacto, Ele revela a todo o mundo o seu seu amor através do seu Filho Jesus (Jo 3.16; Rm 5.8). A lei foi dada por Deus para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10.4).



SINOPSE DO TÓPICO (I)
 A Lei de Deus, entregue a Moisés tinha os seguintes propósitos para Israel: prover um padrão de justiça; identificar e expor a malignidade do pecado; revelar a santidade de Deus.

II. OS DEZ MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
 1. O primeiro mandamento. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Neste primeiro mandamento, Deus se revela como o único e verdadeiro Deus (Dt 6.4). Naquela época havia entre as nações falsos deuses. Um exemplo disso é o Egito, onde o povo de Israel estivera por 430 anos. Nossa adoração e culto devem ser dirigidos somente ao único e verdadeiro Deus. Não devemos cultuar nem os anjos (Ap 19.10), nem os homens (At 10.25,26) ou quaisquer símbolos. O primeiro mandamento da lei, reafirmado em o Novo Testamento, foi a respeito da adoração somente a Deus (1Co 8.4-6; 1Tm 1.17; Ef 4.5,6; Mt 4.10).

2. O segundo mandamento. “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6). Aqui Deus proíbe terminantemente o uso de imagens idolátricas. “Deus é Espírito”, disse Jesus (Jo 4.24). Então, não há como adorá-lo por meio de imagens. Querer adorar a Deus por meio de imagens visíveis é falta de fé, pois Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.13-23). É abominação ao Senhor a idolatria, ou seja, ter ídolos e ser idólatra (Dt 7.25). Na vida do crente, um ídolo é tudo o que ocupa o primeiro lugar em sua vida, em seu coração, em seu tempo e em sua vontade. Esse “ídolo” pode ser acúmulo de riqueza, a busca pela grandeza, pelo sucesso e pela fama. Pode ser também a busca pela popularidade, pelo prazer desenfreado. Há muita gente na igreja se arruinando espiritualmente por causa dos “ídolos do coração”.

3. O terceiro mandamento. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7). O nome de Deus representa Ele mesmo; sua divina natureza; seu infinito poder e seu santo caráter. Este mandamento, portanto, diz respeito à santidade do Senhor. Tomar o nome do Todo-Poderoso em vão é mencioná-lo de modo banal, profano, secular e irreverente.

4. O quarto mandamento. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8-11). O sábado era um dia de descanso e de adoração a Deus. O termo sábado vem do hebraico shabbath (cessar; interromper). Em Gênesis 2.3 está escrito que: Deus “descansou” (literalmente “cessou”, no sentido de alguém interromper o que estava fazendo). A expressão “lembra-te”, usada pelo autor no versículo 8, indica que o sábado já fora dado por Deus no princípio, e que já era observado para descanso do trabalho e adoração a Deus (Gn 2.1-3; Êx 20.10). É importante ressaltar que em o Novo Testamento não há um só versículo que ordene a guarda do sábado como dia fixo santificado para descanso e adoração ao Senhor. O sábado foi dado como um “sinal” do pacto do Sinai entre Deus e Israel. Assim, o sábado assinala Israel como povo especial de Deus (Êx 31.12,13,17; Ez 20.10-12). 
A respeito dos demais mandamentos não está dito que eles são “sinais”. Para nós, o princípio que permanece é um dia de descanso na semana, para nosso benefício físico e espiritual (Cf. Mc 2.27,28). Nós, cristãos, observamos o domingo como dia de culto, pois Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
 Do primeiro ao quarto mandamento, o Decálogo apresenta leis para situar a relação do homem com Deus.

III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
 1. O quinto mandamento. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êx 20.12). Honrar é respeitar e obedecer, por amor, à autoridade dos pais, e com eles cooperar em tudo. É o primeiro mandamento contendo uma promessa de Deus: “Para que se prolonguem os teus dias”.

2. O sexto mandamento. “Não matarás” (Êx 20.13). No original, o termo rasah equivale a matar o ser humano de modo doloso, premeditado, planejado. Este mandamento ressalta a sacralidade da vida humana como dádiva de Deus (At 17.25-28). Há também aqueles que matam o próximo no sentido moral, social e espiritual, mediante a mentira, a falsidade, a difamação, a calúnia, a maledicência e o falso testemunho (1Jo 3.15). Atualmente há muitos que foram atingidos mortalmente em sua honra e praticamente “morreram”.

3. O sétimo mandamento. “Não adulterarás” (Êx 20.14). Este mandamento do Senhor está vinculado à sacralidade, pureza e respeito absoluto ao sexo, ao matrimônio e à família. O adultério é um ato sexual ilícito e pecaminoso, de um cônjuge com outra pessoa estranha ao casamento. Enquanto a lei condenava a prática do ato, o Novo Testamento vai além — condena os motivos ocultos no coração que levam ao adultério (Mt 5.27,28). Portanto, mais que condenar o ato praticado, Deus espera que em todo o tempo dominemos nossos desejos e nos submetamos ao domínio do Espírito Santo.

4. O oitavo mandamento. “Não furtarás” (Êx 20.15). Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder.

5. O nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Este mandamento do Senhor trata da nossa honestidade e sinceridade no uso da palavra em relação aos outros. Falso testemunho é falar mal dos outros; acusar e culpar injustamente; difamar; caluniar; mentir (Tg 4.11).

6. O décimo mandamento. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Este mandamento é o respeito ético a tudo o que pertence aos outros. Isto abrange o controle e o domínio dos apetites da alma, dos impulsos, desejos e vontade do crente. Cobiçar é querer o que pertence a alguém. Querer as coisas dos outros é um desejo insano que precisa ser debelado.


 SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Do quinto ao décimo mandamento, o Decálogo apresenta leis que tratam da relação do homem com o próximo.

CONCLUSÃO
 A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.
COHEN, A. C. Comentário Bíblico Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Teológico
 “O Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, aqui registrados (cf. Dt 5.6-21), foram escritos pelo próprio Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés e ao povo de Israel (31.18; Dt 4.13; 10.4). A guarda dos mandamentos proveu um meio de Israel procurar viver em retidão diante de Deus, agradecido pelo seu livramento do Egito; ao mesmo tempo, tal obediência era um requisito para os israelitas habitarem na Terra Prometida (Dt 41.14; 14 [...]).

(1) Os Dez Mandamentos são o resumo da lei moral de Deus para Israel, e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo. Cristo e os apóstolos afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade de Deus, eles permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc 12.28-34; Lc 10.27; Rm 13.9; Gl 5.14; Lv 19.18; Dt 6.5; 10.12; 30.6). Conforme esses trechos do NT, os Dez Mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao próximo; guardá-los não é apenas uma questão de práticas externas, mas também requer uma atitude do coração [...]. Logo, a lei demanda uma justiça espiritual interior que se expressa em retidão exterior e em santidade.

(2) Os preceitos civis e cerimoniais do AT, que regiam o culto e a vida social de Israel [...] já não são obrigatórios para o crente do NT. Eram tipos de sombras de coisas melhores vindouras, e cumpriram-se em Jesus Cristo (Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14; 6.2). Mesmo assim, contêm sabedoria e princípios espirituais a todas as gerações [...]” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.145).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Bíbliológico
 “A Estrutura do Decálogo
É bastante óbvio que a intenção dos quatro primeiros mandamentos difere da intenção dos outros seis. Os quatro primeiros tratam do relacionamento com Deus, enquanto os outros seis regulam relacionamentos interpessoais. Talvez seja significativo que o mandamento acerca dos pais seja o primeiro no âmbito interpessoal [...]. Ocorre uma guinada do Criador para o procriador; a vida de uma pessoa se deve a ambos.
Ao ser perguntado sobre o mais importante mandamento (como se eles pudessem ser organizados hierarquicamente), Jesus citou Deuteronômio 6.5: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento’ (Mt 22.37), o que reduziu o primeiro mandamento a uma única frase. Apesar de não lhe pedirem maiores esclarecimentos, Jesus prosseguiu falando: ‘e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt 22.39). Isso condensa em uma única oração os últimos seis mandamentos. Observe que Jesus insiste que o amor pode ser determinado. Isso não seria uma profanação do amor? O amor não é algo a ser voluntariamente dado? Ao colocar o amor num contexto de exigência ou mesmo de imposição, Jesus dá a entender que o amor por Deus e pelo próximo se baseia na vontade, não em emoções.
Logo após ser orientado por Jesus sobre o cumprimento do mandamento como requisito para a vida eterna, o rico perguntou: ‘Quais?’. Jesus não disse nada sobre os quatro primeiros mandamentos, mas apenas sobre o segundo grupo. Até mesmo a ordem que eles são citados é interessante: sexto, sétimo, oitavo, nono e quinto. A falta de amor entre irmãos impede a possibilidade do amor de Deus e torna obscura qualquer expressão de amor por Deus (uma das mensagens de 1 João)” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.218-19)

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Os Dez Mandamentos
 Depois de caminharem pelo deserto e verem a provisão do Senhor, o povo chegou ao monte Sinai. Ali Deus falou diretamente com todo o povo na entrega do Decálogo (Dt 4.13). Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o Decálogo é o ponto alto do Pentateuco. É o mais perfeito e justo código de leis da humanidade, estudado até hoje pelos juristas.
Qual o propósito dos Dez Mandamentos? Sem lei não existe transgressão. O propósito era expor e condenar os pecados dos israelitas e os nossos (Gl 3.24). O objetivo era mostrar que sem Deus, o homem não conseguiria obedecer plenamente à lei moral (Gl 3.11). A lei apontava para o Senhor Jesus Cristo, pois Ele nos resgatou da maldição da Lei (Gl 3.13). Segundo o Comentário Bíblico Moody “a lei não foi dada como meio de salvação. Foi dada a um povo já salvo a fim de instruí-lo na vontade do Senhor”.
Talvez você esteja se perguntando: A lei moral (os Dez Mandamentos) é para o crente atual? Sim! A lei não serve para a nossa salvação, pois esta é mediante a fé, todavia devemos observá-la. Jesus não veio revogar a lei e os profetas, todavia Ele criticou os excessos que eram cometidos (Mt 5.17). Observe o que Jesus falou em relação a alguns mandamentos: Compare o sexto mandamento, “não matarás” (Êx20.13), com a declaração de Jesus: [...] qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo (Mt 5.22). Agora compare o sétimo mandamento, “não adulterará” (Êx 20.14) com as seguintes palavras do Mestre: [...] “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Podemos afirmar que os quatro primeiros mandamentos são uma referência ao nosso relacionamento com Deus. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20. 3); “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6); “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7) e “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8). Segundo o Comentário Bíblico Moody “o primeiro mandamento resguarda a unidade de Deus, o segundo a sua espiritualidade, e o terceiro sua divindade ou essência”.
Do quinto mandamento em diante Deus trata do relacionamento do homem com o seu próximo.
Segundo o pastor Claudionor de Andrade no seu Dicionário Teológico “teologicamente falando, a Lei de Deus, contida no Pentateuco, é a expressão máxima da vontade divina quanto à condução dos negócios, interesses e necessidades humanos em família, na sociedade e no Estado”.


SUBSIDIOS 001
EXODO  19.1 DESERTO DE SINAI. O cap. 19 relata como Deus estabeleceu seu concerto com o povo de Israel no monte Sinai. É uma continuação do concerto de Deus com Abraão e com seus descendentes (ver Gn 15.6,18 notas; 17.7 nota; 22.18).

(1) Esse concerto basea-va-se na reconciliação de Israel com Deus, já ocorrida, e na sua comunhão contínua com Ele. Definia as condições segundo as quais Israel continuaria sendo a possessão preciosa e querida de Deus, continuaria na sua bênção e executaria a sua vontade para a nação (ver Gn 12.2,3; 26.4).

(2) O desígnio de Deus era que Israel fosse um povo ímpar, escolhido e separado para Ele, para o propósito já mencionado. O povo devia corresponder em obediência e gratidão a Deus e procurar obedecer aos seus mandamentos, além de oferecer os sacrifícios determinados no concerto com Deus. Como resultado, os israelitas continuariam sendo o povo especial de Deus (cf. Am 3.2; 9.7) um reino de sacerdotes, santos e puros .

EXODO  19.4 COMO VOS LEVEI SOBRE ASAS DE ÁGUIAS. Assim como a águia-mãe põe os filhotes sobre as asas, para evitar sua queda fatal enquanto aprendem a voar, assim também Deus estava cuidando de Israel e trazendo-o, não apenas ao Sinai, mas a si mesmo (Dt 32.11; Is 43.1-4). A expressão acima demonstra o amor de Deus por Israel e serve como base da sua obediência a Ele e das suas obrigações diante dEle, segundo o concerto.

EXODO  19.5 SE DILIGENTEMENTE OUVIRDES A MINHA VOZ. A eleição contínua de Israel como o povo de Deus dependia da condição prévia desse povo obedecer-lhe como seu Senhor. Este fato aparece na forma condicional se... então deste versículo. E Deus esperava que essa obediência, tão essencial para Ele cumprir seus propósitos futuros para com o seu povo (vv. 5,6), partisse de corações cheios de gratidão, reconhecendo o seu amor e cuidado por eles, revelados principalmente quando Ele os redimiu do Egito (ver nota anterior; ver Dt 6.5). O princípio da obediência a Deus é também um elemento essencial em nosso relacionamento com Cristo, no novo concerto (ver Jo 8.31; 14.21; Rm 4.12; Hb 3.7-19).

EXODO  19.5 PROPRIEDADE PECULIAR. Israel seria a possessão preciosa do próprio Deus (Dt 4.10; Am 3.2; 9.7). Conquanto todas as nações respondem perante Deus como seu Criador, Israel teria um relacionamento muito especial com Deus, porque Ele era seu Redentor. Esse propósito para Israel prenunciava o propósito de Deus para a igreja (1 Co 3.16; Tt 2.14; 1 Pe 2.5,9).

EXODO  19.6 UM REINO SACERDOTAL E O POVO SANTO. Como parte do propósito de Deus para os israelitas ao tirá-los do Egito, eles deviam ser um reino sacerdotal (i.e., separados e consagrados ao serviço de Deus) e uma nação santa . Da mesma forma, os crentes do NT devem ser um reino de sacerdotes (1 Pe 2.5-9; Ap 1.6; 5.10; 20.6) e um povo santo, i.e., um povo separado do modo ímpio de vida do mundo e que anda nos caminhos justos de Deus e na sua santa vontade (ver At 9.13).

EXODO  19.16 TROVÕES E RELÂMPAGOS. As manifestações espantosas presentes à visitação de Deus tinham vários propósitos:
(1) demonstrar a santidade, poder e transcendência de Deus (v. 9);
(2) inspirar fé em Deus e firmar a autoridade do seu servo, Moisés (v. 9);
(3) comunicar o temor de Deus no coração das pessoas, para que não pequem (v. 16; 20.20; Hb 12.18-21) e

(4) conscientizar fortemente o povo de que resultará em julgamento e morte, a desobediência deliberada a Deus (vv. 12-25: Hb 10.26-31).

EXODO  20.1 ENTÃO FALOU DEUS TODAS ESTAS PALAVRAS. 
EXODO  20.1,2 OS DEZ MANDAMENTOS. Os Dez Mandamentos, aqui registrados (cf. Dt 5.6-21), foram escritos pelo próprio Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés e ao povo de Israel (31.18; 32.16; Dt 4.13; 10.4). A guarda dos mandamentos proveu um meio de Israel procurar viver em retidão diante de Deus, agradecido pelo seu livramento do Egito; ao mesmo tempo, tal obediência era um requisito para os israelitas habitarem sempre na terra prometida (Dt 41.14);

(1) Os dez mandamentos são o resumo da lei moral de Deus para Israel, e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo. Cristo e os apóstolos afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade de Deus, eles permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc 12.28-34; Lc 10.27; Rm 13.9; Gl 5.14; Lv 19.18; Dt 6.5; 10.12;30.6). Conforme esses trechos do NT, os dez mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao próximo; guardá-los não é apenas uma questão de práticas externas, mas também requer uma atitude do coração (ver Dt 6.5). Logo, a lei demanda uma justiça espiritual interior que se expressa em retidão exterior e em santidade.

(2) Os preceitos civis e cerimoniais do AT, que regiam o culto e a vida social de Israel. já não são obrigatórios para o crente do NT. Eram tipos e sombras de coisas melhores vindouras, e cumpriram-se em Jesus Cristo (Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14; 6.2). Mesmo assim, contêm sabedoria e princípios espirituais aplicáveis a todas as gerações (ver Mt 5.17)

EXODO  20.3 NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM. Este mandamento proíbe o politeísmo que caracterizava todas as religiões do antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Dt 32.29; Js 24.14,15). Esse mandamento aplicado aos crentes do NT, importa pelo menos três coisas.

(1) A adoração do crente deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou oração a quaisquer outros deuses , espíritos ou pessoas falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17.7; Dt 6.4; 34.17; Sl 106.37; 1 Co 10.19,20). O primeiro mandamento trata, principalmente, da proibição da adoração aos espíritos (i.e., demônios) através do espiritismo, adivinhação, ocultismo e outras formas de idolatria (Dt 18.9-22).

(2) O crente deve totalmente consagrar-se a Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e sua Palavra inspirada, pode guiar a vida do crente (Mt 4.4).

(3) O crente deve ter como seu propósito na vida, buscar e amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as suas forças, confiando nEle para conceder-lhe aquilo que é bom para a sua vida (Dt 6.5; Sl 119.2; Mt 6.33; Fp 3.8; ver Mt 22.37 ; Cl 3.5 )

EXODO  20.4 IMAGEM DE ESCULTURA. A proibição da adoração a outros deuses determina que nenhuma imagem deles seja feita (Dt 4.19,23-28); é também vedado a qualquer pessoa fazer uma imagem do próprio Senhor Deus. Ele é infinitamente grandioso para ser representado por algo feito por mãos humanas. O segundo mandamento, no que concerne ao crente em Cristo, proíbe a feitura de imagens de Deus ou de criaturas, com o propósito de adoração, oração ou qualquer outro tipo de auxílio espiritual (Dt 4.15,16). O princípio motivante desse mandamento está relacionado às três pessoas da Trindade, igualmente.

(1) É impossível uma imagem ou quadro de Deus representar corretamente a sua glória e caráter pessoais (Is 40.18).

(2) Deus é tão transcendente, tão santo e tão insondável, que qualquer imagem dEle o desonra e detrai a sua verdadeira natureza e aquilo que Ele tem revelado de si mesmo (32.1-6).
(3) Os pensamentos e conceitos do crente a respeito de Deus não devem basear-se em imagens ou pinturas dEle, mas na sua Palavra e na sua revelação através da pessoa e obra de Jesus Cristo (Jo 17.3).

EXODO  20.5 VISITO... NOS FILHOS. Ver 34.7 nota.

EXODO  20.7 O NOME DO SENHOR... EM VÃO. Tomar o nome do Senhor em vão inclui o fazer uma falsa promessa usando esse nome (Lv 19.12; cf. Mt 5.33-37), pronunciá-lo de modo hipócrita ou leviano, ou amaldiçoar e blasfemar envolvendo esse nome (Lv 24.10-16). O nome de Deus deve ser santificado, honrado e respeitado por ser profundamente sagrado, e deve ser usado somente de maneira santa (ver Mt 6.9 nota).

EXODO  20.8 LEMBRA-TE DO DIA DO SÁBADO. O dia do Senhor no AT era o sétimo dia da semana. Santificar aquele dia importava em separá-lo como um dia diferente dos demais, cessando o labor para descansar, servir a Deus e concentrar-se nas coisas respeitantes à eternidade, à vida espiritual e à glória de Deus (vv. 9-11; Gn 2.2,3). 
(1) A observância do dia do Senhor por Israel era um sinal de que ele pertencia a Deus (31.13). 
(2) Lembrava-lhes o seu livramento da escravidão do Egito (Dt 5.15; ver Mt 12.1).

EXODO  20.12 HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE. Este mandamento abrange todos os devidos atos de bondade, ajuda material, respeito e obediência aos pais (Ef 6.1-3; Cl 3.20). Abrange, também, palavras maldosas e agressão física aos pais.

(1) Em 21.15,17, Deus estabeleceu a pena de morte para quem ferisse ou amaldi-çoasse seu pai ou sua mãe. Assim fica demonstrada a grande importância que Deus atribuiu ao respeito pelos pais (ver Ef 6.1).

(2) Relacionado a esse mandamento está o dever recíproco do pai e da mãe amarem seus filhos e lhes ensinarem o temor ao Senhor e os seus caminhos (Dt 4.9; 6.6,7; Ef 6.4).

EXODO  20.13 NÃO MATARÁS. O sexto mandamento proíbe o homicídio deliberado, intencional, ilícito. Deus ordena a pena de morte para a violação desse mandamento (ver Gn 9.6 ). O NT condena,  não somente o homicídio mas também o ódio, que leva alguém a desejar a morte de outrem (1 Jo 3.15), bem como qualquer outra ação ou influência maléfica que cause a morte espiritual de alguém (ver Mt 5.22 nota; 18.6 ).

EXODO  20.14 NÃO ADULTERARÁS. O sétimo mandamento proíbe o adultério (cf. Lv 20.10; Dt 22.22) e abrange a imoralidade e todos os demais pecados sexuais (Mt 5.27-32; 1Co 6.13-20). O adultério (i.e., a infidelidade de um cônjuge ao outro) é tão abominável aos olhos de Deus, que a Bíblia inteira condena esse pecado. A Bíblia ensina o seguinte a respeito do adultério:

(1) Ele transgride a lei moral de Deus expressa no Decálogo.

(2) Na lei do AT, o adúltero era punido com a pena de morte (Lv 20.10; Dt 22.22).

(3) Acarreta conseqüências permanentes e graves (2 Sm 11.1-17; 12.14; Jr 23.10,11; 1 Co 6.16-18); quem comete adultério levará o opróbrio disso por toda a vida (Pv 6.32,33).

(4) Como pecado hediondo, o adultério é ainda pior, quando cometido por dirigentes do povo de Deus. No caso de cometerem esse pecado, isso equivale a desprezar a Palavra de Deus e o próprio Senhor (2 Sm 12.9,10).
Um crente que cometer tal pecado, des-qualifica-se, tanto para ser indicado para o trabalho do Senhor, como para continuar no mesmo . Note como no AT o adultério era um pecado generalizado em Israel, devido à má influência de profetas e sacerdotes estragados, que o cometiam (Jr 23.10-14; 29.23).

(5) O adultério e outros casos de imoralidade de dirigentes e membros da igreja, resulta muitas vezes no que a Bíblia chama de adultério espiritual, i.e., infidelidade a Deus (Os 4.13,14; 9.1).

(6) O adultério começa como um desejo mau no coração, para depois manifestar-se na área física. A concupiscência é, claramente, um pecado na Bíblia (Jó 31.1,7; ver Mt 5.28).

(7) O adultério é um pecado de tal magnitude e efeito, que o cônjuge inocente pode dissolver o casamento mediante divórcio (ver Mt 19.9 nota; Mc 10.11).

(8) A imoralidade sexual dentro da igreja deve ser objeto de disciplina e jamais tolerada (1 Co 5.1-13).

(9) Adúlteros que prosseguem na prática desse pecado, não têm herança no reino de Deus, i.e., eles privam-se da vida e da salvação que Deus oferece (1 Co 6.9; Gl 5.19-21).

(10) O adultério e a prostituição são termos usados na descrição da igreja apóstata e das abominações que ela comete (Ap 17.1-5; ver Ap 17.1)

EXODO  20.15 NÃO FURTARÁS. Este mandamento proíbe o furto de dinheiro ou de qualquer outra coisa que pertence a outrem. Desonestidade também é uma forma de furtar (2 Co 8.21). Este mandamento demanda honestidade em todos os nossos tratos com as pessoas.

EXODO  20.16 NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO. O nono mandamento protege o nome e a reputação do próximo. Ninguém deve fazer declarações falsas a respeito do caráter ou dos atos de outra pessoa. Devemos falar de modo justo e honesto a respeito de quem quer que seja (Lv 19.16; ver Jo 8.44 nota; 2 Co 12.20). Este mandamento inclui também a mentira em geral (Lv 6.2,3; 19.11; Pv 14.5; Ef 4.25; Cl 3.9).

EXODO  20.17 NÃO COBIÇARÁS.
(1) A cobiça inclui o de-sejo ou concupiscência por tudo quanto é errado ou que pertence a outra pessoa. Paulo declara que esse mandamento revela a profundidade da pecaminosidade humana (Rm 7.7-13).

(2) Essa lei, bem como as demais, desmascara a depravação do homem e da mulher, e os conclama a buscarem graça e poder moral da parte de Deus (Lc 12.15-21; Rm 7.24,25; Ef 5.3). Somente pelo poder do Espírito Santo é que podemos viver uma vida que agrade a Deus (ver Rm 8.2).

EXODO  20.20 NÃO TEMAIS. As coisas prodigiosas que Israel viu e ouviu no Sinai causaram assombro ao povo, o qual recuou para o lado oposto do vale. Moisés lhes falou para não temerem, a ponto de fugirem amedrontados. Deus estava demonstrando o seu poder, a fim de suscitar neles um santo temor e reverência, que os ajudariam a evitar o pecado.


SUBSIDIOS 002
MATEUS  5.17
MATEUS  5.17 NÃO... VIM DESTRUIR A LEI... MAS CUMPRIR. O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O relacionamento entre o crente e a lei de Deus envolve os seguintes aspectos:

(1) A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14), bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).

(2) O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19). Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).

(3) A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai (Gl 4.6).

(4) Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espírito Santo que nele habita (Gl 3.5,14; Rm 8.13), recebe o impulso interior e o poder para cumprir a lei de Deus (Rm 16.25,26; Hb 10.16). Nós a cumprimos, ao andarmos segundo o Espírito (Rm 8.4-14). O Espírito nos ajuda a mortificar as ações pecaminosas do corpo e a cumprir a vontade de Deus (Rm 8.13; ver Mt 7.21 nota). Por isso, a conformidade externa com a lei de Deus deve ser acompanhada pela transformação interior do nosso coração e espírito (cf. vv. 21-28).

(5) Os crentes, tendo sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de Deus (Rm 6.18-22), seguem o princípio da fé , pois estão debaixo da lei de Cristo (1 Co 9.21). Ao fazermos assim, cumprimos a lei de Cristo (Gl 6.2) e em nós mesmos somos fiéis à exigência da lei (ver Rm 7.4; 8.4; Gl 3.19; 5.16-25).

(6) Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celeste é uma condição permanente para a entrada no reino dos céus (ver 7.21).

GALATAS 3.19
GALATAS  3.19 LOGO, PARA QUE É A LEI? A palavra traduzida "lei" (gr. nomos; hb. torah) significa "ensino" ou "instrução". O termo lei pode referir-se aos Dez Mandamentos, ao Pentateuco ou a qualquer mandamento no AT. O uso por Paulo da palavra "lei" pode incluir o sistema sacrificial do concerto mosaico. A respeito dessa lei, Paulo declara várias coisas:

(1) Ela foi dada por Deus "por causa das transgressões", i.é., a fim de demonstrar que o pecado é a violação da vontade de Deus, e despertar os homens a verem sua necessidade de misericórdia, graça e salvação de Deus em Cristo (v. 24; cf. Rm 5.20; 8.2).

(2) Embora o mandamento fosse santo, bom e justo (Rm 7.12), era inadequado, porque não conseguia transmitir vida espiritual nem força moral (3.21; Rm 8.3; Hb 7.18,19).

(3) A lei funcionou como "aio" ou tutor do povo de Deus até que viesse a salvação pela fé em Cristo (vv. 22-26). Nessa função, a lei revelou a vontade de Deus para o comportamento do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17; 21.1--24.8), proveu sacrifícios de sangue para cobrir os pecados do seu povo (ver Lv 1.5; 16.33) e apontou para a morte expiatória de Cristo (Hb 9.14; 10.12-14).

(4) A lei foi dada para nos conduzir a Cristo a fim de sermos justificados pela fé (v. 24). Mas agora que Cristo já veio, finda está a função da lei como supervisora (v. 25). Por isso, já não se deve buscar a salvação através das provisões do antigo concerto, nem pela obediência às suas leis e ao seu sistema de sacrifícios. A salvação, agora, tem lugar de conformidade com as provisões no novo concerto, a saber, a morte expiatória de Cristo, a sua ressurreição gloriosa e o privilégio subseqüente de pertencer a Cristo (vv. 27-29; ver Mt 5.17).



SUBSIDIOS 003
O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS
Dt 29.1 “Estas são as palavras do concerto que o SENHOR ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em Horebe.”

O CONCERTO NO MONTE SINAI (HOREBE). Deus fez um concerto com Abraão e o renovou com Isaque e Jacó. O concerto de Deus com os israelitas, feito ao sopé do monte Sinai (ver Êx 19.1 nota), abrange os dois princípios básicos tratados no estudo supra citado.
(1) Unicamente Deus estabelece as promessas e compromissos do seu concerto, e
(2) aos seres humanos cabe aceitá-los com fé obediente.

A diferença principal entre este concerto e o anterior é que Deus fez um sumário das respectivas promessas e responsabilidades do concerto antes da sua ratificação (Êx 24.18).

(1) As promessas de Deus, neste concerto, eram basicamente as mesmas que foram feitas a Abraão (ver Êx 19.1). Deus prometeu;
 (a) que daria aos israelitas a terra de Canaã depois de libertá-los da escravidão no Egito (Êx 6.3-6; 19.4; 23.20, 23), e
(b) que Ele seria o seu Deus e que os adotaria como o seu povo (Êx 6.7; 19.6; ver Dt 5.2). O alvo supremo de Deus era trazer ao mundo o Salvador através do povo do concerto.

(2) Antes de Deus cumprir todas essas promessas, Ele requereu que os israelitas se comprometessem a observar as suas leis declaradas quando eles estavam acampados no monte Sinai. Depois de Deus revelar os dez mandamentos e muitas outras leis do concerto os israelitas juraram a uma só voz: “Todas as palavras que o SENHOR tem falado faremos” (Êx 24.3). Sem essa promessa solene de aceitarem as normas da lei de Deus, o concerto entre eles e o Senhor não teria sido confirmado (ver Êx 24.8).

(3) Essa resolução de cumprir a lei de Deus, continuou como uma condição prévia do concerto. Somente pela perseverança na obediência aos mandamentos do Senhor e no oferecimento dos sacrifícios determinados por Deus no concerto é que Israel continuaria como a possessão preciosa de Deus e igualmente continuaria a receber as suas bênçãos. Noutras palavras, a continuação da eleição de Israel como o povo de Deus dependia da sua obediência ao seu Senhor (ver Êx 19.5).

(4) Deus também estipulou claramente o que aconteceria se o seu povo deixasse de cumprir as obrigações do concerto. O castigo pela desobediência era a destruição daquele povo, quer por banimento, quer por morte (ver Êx 31.14,15). Trata-se de uma repetição da advertência de Deus, dada por ocasião do êxodo, i.e., aqueles que não cumprissem as suas instruções para a Páscoa seriam excluídos do povo (Êx 12.15, 19; 12.15 nota). Essas advertências não eram fictícias. Em Cades, por exemplo, quando os israelitas se rebelaram, incrédulos, contra o Senhor e se recusaram a entrar em Canaã, por medo dos seus habitantes, Deus se irou com eles e, como castigo, fê-los peregrinar no deserto durante trinta e nove anos; ali, morreram todos os israelitas com mais de vinte anos de idade (exceto Calebe e Josué, ver Nm 13.26—14.39; 14.29 nota). O castigo pela desobediência e incredulidades deles foi a perda do privilégio de habitar na terra do repouso, por Deus prometido (cf Sl 95.7-11; Hb 3.9-11,18).

(5) Deus não esperava de seu povo uma obediência perfeita, e sim uma obediência sincera e firme. O concerto já reconhecia que, às vezes, devido às fraquezas da natureza humana, eles fracassariam (ver 30.20). Para remi-los da culpa do pecado e reconciliá-los consigo mesmo, Deus proveu o sistema geral de sacrifícios e, em especial, o Dia Anual da Expiação. O povo podia, assim, confessar seus pecados, oferecer os diversos sacrifícios, e deste modo reconciliar-se com o seu Senhor. Todavia, Deus julgaria severamente os desobedientes, a rebeldia e a apostasia deliberada.

(6) No seu concerto com os israelitas, Deus tencionava que os povos doutras nações, ao observarem a fidelidade de Israel a Deus, e as bênçãos que recebiam, buscassem o Senhor e integrassem a comunhão da fé (ver 4.6). Um dia, através do Redentor prometido, um convite seria feito às nações da terra para participarem dessas promessas. Assim, o concerto tinha um relevante aspecto missionário.

O CONCERTO RENOVADO NAS PLANÍCIES DE MOABE. Depois que a geração rebelde e infiel dos israelitas pereceu durante seus trinta e nove anos de peregrinação no deserto, Deus chamou uma nova geração de israelitas e preparou-os para entrarem na terra prometida, mediante a renovação do concerto com Ele. Para uma conquista bem-sucedida da terra de Canaã, necessário era que eles se comprometessem com esse concerto e que tivessem a garantia que o Senhor Deus estaria com eles.

(1) Essa renovação do concerto é o enfoque principal do livro de Deuteronômio (ver introdução). Depois de uma introdução (1.1-5), Deuteronômio faz um resumo histórico de como Deus lidou com seu povo desde a partida do Sinai (1.6—4.43). Repete as principais condições do concerto (4.44—26.19), relembra aos israelitas as maldições e as bênçãos do concerto (27.1—30.20) e termina com as providências para a continuação do concerto (31.1—33.29). Embora o fato não seja mencionado especificamente no livro, podemos ter como certo que a nação de Israel, à uma só voz, deu um caloroso “Amém” às condições do concerto, assim como a geração anterior fizera no monte Sinai (cf. Êx 24.1-8; Dt 27; 29.10-14).

(2) O conteúdo básico desse concerto continuou como o do monte Sinai. Um assunto reiterado no livro inteiro de Deuteronômio é que, se o povo de Deus obedecesse a todas as palavras do concerto, teria a bênção divina; em caso contrário, teria a maldição divina (ver especialmente 27—30). A única maneira deles e seus descendentes permanecerem para sempre na terra de Canaã era guardarem o concerto, amando ao Senhor (ver 6.5 nota) e obedecendo à sua lei (30.15-20).

(3) Moisés ordenou ao povo que periodicamente relembrasse o concerto feito. Cada sétimo ano, na Festa dos Tabernáculos, todos os israelitas deviam comparecer ao lugar que Deus escolhesse. Ali, mediante a leitura da lei de Moisés, eles relembrariam do concerto de Deus com eles, e também, mediante a renovação da promessa, de cumprir o que ouviam (31.9-13).

(4) O AT registra vários exemplos notáveis dessa lembrança e renovação do concerto. Após a conquista da terra, e pouco antes da morte de Josué, este conclamou todo o povo com esse propósito (Js 24). A resposta do povo foi clara e inequívoca: “Serviremos ao SENHOR, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz” (Js 24.24). Diante disso: “Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com o povo” (Js 24.25). Semelhantemente, Joiada dirigiu uma cerimônia de renovação do concerto, quando Joás foi coroado (2Rs 11.17), e assim fizeram também Josias (2Rs 23.1-3), Ezequias (cf. 2Cr 29.10) e Esdras (Ne 8.1—10.39).

(5) A chamada para relembrar e renovar o concerto é oportuna hoje. O NT é o concerto que Deus fez conosco em Jesus Cristo. Lembramos do seu concerto conosco quando lemos e estudamos a sua revelação contendo suas promessas e preceitos, quando ouvimos a exposição da Palavra de Deus e, mais especificamente, quando participamos da Ceia do Senhor (ver 1Co 11.17-34). Na Ceia do Senhor, também renovamos nosso compromisso de amar ao Senhor e de servi-lo de todo o nosso coração (ver 1Co 11.20).



SUBSIDIOS 004
LEI DO ANTIGO TESTAMENTO
Êx 20.1,2 “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da  casa da servidão.”

Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deus através do seu líder, Moisés. A Lei Mosaica (hb. torah, que significa “ensino”), admite uma tríplice divisão:
 (a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17);
(b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1 — 23.33); e
(c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (24.12 — 31.18). Note os seguintes fatos no tocante à natureza e à função da lei no Antigo Testamento.

(1) A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo. Ela expunha as condições do concerto a que o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam. Os israelitas aceitaram formalmente essas obrigações do concerto (24.1-8 ).

(2) A obediência de Israel à lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (19.4).

(3) A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1—24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20).

(4) Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos. Israel fracassou exatamente nesse ponto, pois constantemente aquele povo não fazia da fé em Deus, do amor para com Ele de todo o coração e do propósito de andar nos seus caminhos, o motivo de cumprirem a sua lei. Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque “não foi pela fé” que a buscavam (Rm 9.32).

(5) A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor (ver Gn 2.9; Dt 6.5) levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor (cf. Gn 2.16; Dt 4.1,40; 5.33; 8.1; Sl 119.45; Rm 8.13; 1Jo 1.7).

(6) A lei expressava a natureza e o carácter de Deus, i.e., seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem (Lv 19.2).

(7) A salvação no AT jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacríficios, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha o perdão, quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.

(8) A lei e o concerto do AT não eram perfeitos, nem permanentes. A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; ver Gl 3.19).

(9) A lei foi dada por Deus e acrescentada à promessa “por causa das transgressões” (Gl 3.19); i.e., tinha o propósito:
(a) de prescrever a conduta de Israel;
(b) definir o que era pecado;
(c) revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal, e
(d) despertar neles o sentimento da necessidade da misericórdia, graça e redenção divinas (Rm 3.20; 5.20; 8.2).



SUBSIDIOS 005 
 Deus falou (1) com o povo do monte em chamas. O texto em Deuteronômio declara nitidamente que Deus “no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz” (Dt 5.22) deu estes mandamentos para a assembléia. Não sabemos como Deus falou em voz audível, mas Israel entendia que a voz que ouviam era de Deus. Esta era “uma voz audível e terrível, a voz de Jeová, soando como trombeta pela multidão (19.16: 20.18)”. Este modo de descrever o evento não indica que Deus tenha cordas vocais como o homem, mas assevera que Deus criou um som audível que, de forma inteligível, enunciava suas palavras para o homem. Depois que ouviram aquela voz, preferiram que Moisés (19) lhes falasse. E importante saber que era o SENHOR, teu Deus (2), que estava falando. Nos dias de hoje, quando se fala em “nova moralidade” e quando há teólogos que anunciam que “Deus está morto”, precisamos saber onde está a autoridade divina. Estas palavras foram ditas por Deus ao povo como normas orientadoras para toda a humanidade. Não basta afirmar que são pertinentes apenas para a época em que foram dadas. “Deus queria que os israelitas entendessem claramente que fora Ele mesmo que lhes dera os mandamentos.” Além disso, as pessoas ouviram todas estas palavras (1). No original hebraico, os Dez Mandamentos são chamados “dez palavras” (34.28; Dt 4.13; 10.4; daí o título Decálogo, lit., “dez palavras”). Estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras nações, como alguns suspeitam. “As declarações do monte Sinai são nobres e inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o conjunto da literatura egípcia.”
Deus deu estas palavras não como meio de salvação, porque este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (19.5), estas palavras se tornaram a base de perseverança na qualidade de povo de Deus. Paulo deixou claro que a observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é pela fé em Cristo (G1 2.16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (G1 3.24). “Se não é verdade que podemos cumprir a lei para ganhar o céu, é igualmente falso que podemos quebrá-la sem sermos punidos ou sentirmos remorso.”17 Deduzimos que esta lei moral foi dada como fundamento providencial para a fé do povo de Deus. Quem o ama observa sua lei. Dividir a lei em lei moral, lei cerimonial e lei civil é, por um lado, útil, e, por outro, enganoso. Lógico que a lei moral do Decálogo é básica e expressa a responsabilidade de todos os homens. Mas as outras leis dadas a Israel também eram igualmente obrigatórias. As leis de Deus eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam uma disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de Deus." As leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre Deus e o homem,e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo, são eternas.
Os primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mostram a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Os últimos seis mandamentos lidam com as relações humanas e cumprem-se no amor ao próximo como a si mesmo.

1. O Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20.3)
O versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos.
Diante de mim (3) significa “lado a lado comigo ou além de mim”.20 Deus não esperava que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.
“O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos.”21 Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos.

2. O Segundo Mandamento: Não Fazer Imagens (20.4-6)
“Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a idolatria e o materialismo.”22 Embora certas formas de idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a sensualidade (Fp 3.19) —, o segundo mandamento condena primariamente a fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira.
Estas imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te encurvarás a elas (5). Os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há condenação para a confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo 25.31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29) havia obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos.
Deus apresentou os motivos para esta proibição. Ele é Deus zeloso, no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a outrem. Deus não regateia o sucesso ou a felicidade para as pessoas, como faziam os deuses gregos. E para o bem dos filhos de Deus que eles devem consagrar e reverenciar o nome divino.
Deus pune a desobediência (5) e recompensa a obediência (6). Muitos questionam o julgamento nos filhos de pais ofensores, mas tais julgamentos são temporários (ver Ez 18.14-17) e aplicam-se às conseqüências, como, por exemplo, doenças, que naturalmente seguem as más ações. O medo de prejudicar os filhos deveria exercer coibição salutar na conduta dos pais. As perdas que os filhos sofrem por causa da desobediência parental podem levar os pais ao arrependimento. Na pior das hipóteses, a pena vai até à terceira e quarta geração, ao passo que a misericórdia é mostrada a mil gerações quando há amor e obediência.

3. O Terceiro Mandamento: Não Tomar o Nome de Deus em Vão (20.7).
Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao irrealismo, ou seja. servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter divino”.24 Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. “Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e solenes.
Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento. Tais indivíduos são culpados diante de Deus (7) e só recebem misericórdia depois de se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.

4. O Quarto Mandamento: Santificar o Sábado (20.8-11)  O uso do verbo lembra-te (8) insinua que é fácil negligenciar o dia santo de Deus. Tinha de ser mantido em ininterrupta consciência e santificado, ou seja, “retirado do emprego comum e dedicado a Deus” (ATA). Todo o trabalho comum seria feito em seis dias 
(9), ao passo que o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus (10). Era um dia dedicado, separado, a ser dado inteiramente a Deus.
Ninguém deveria trabalhar neste sétimo dia. O senhor não deveria fazer seus servos trabalharem. Até os animais tinham de descansar do trabalho cotidiano. Havia proibições específicas, como a ordem de não colher maná (16.26), não acender fogo (35.3), não apanhar lenha (Nm 15.32-36). Embora o foco seja negativo, a lei permitia o trabalho necessário, como o trabalho de sacerdotes e levitas no Templo, o atendimento a doentes e o salvamento de animais (cf. Mt 12.5,11). A razão para observar o sábado é que Deus fez a terra em seis dias e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou (111.
As Escrituras não fazem uma lista de coisas que se deve fazer no sábado. A inferência inequívoca é que o dia é de descanso e adoração. As ocupações seculares e materialistas devem ser substituídas por atividades espirituais. Cristo condenou o legalismo que deu ao dia a forma severa e insensível, embora não tenha anulado a sacralidade do dia. Foi ordenado para o bem do homem (Mc 2.23-28).
A observância do dia do Senhor (domingo) como o sábado cristão preserva o princípio moral que há neste mandamento. A mudança do sábado judaico para o sábado cristão foi feita gradualmente sem perder necessariamente o propósito de Deus para este dia santo.26 Notamos que os versículos 9 e 10 não especificam o sábado nem “o sétimo dia da semana” como o dia do descanso sabático. A letra do mandamento é cumprida pela observação do dia seguinte aos seis dias de trabalho, como faz o cristão.

5. O Quinto Mandamento: Honrar os Pais (20.12)
Honra a teu pai e a tua mãe é o primeiro mandamento em relação aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com os pais. Este mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das sociedades reconhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste versículo é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6.1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.
Com este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência na Palestina e o indivíduo que obedece. A promessa ainda vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a bênção de Deus, e os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.

6. O Sexto Mandamento: Não Matar (20.13)
A vida é a possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem justa causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto. Houve a adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o homicídio acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também foi autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena de morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento.
Jesus esclareceu seu significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18). Não há justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou outras condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há responsabilidade evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos construtivos e jogos esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e comunitários são necessários para a preservação da vida humana. Mas este mandamento não requer nem justifica o prolongamento da vida por meio de remédios e equipamentos auxiliares quando a esperança pela vida normal se extingue.

7. O Sétimo Mandamento: Não Adulterar (20.14).
A pureza sexual é o princípio subjacente neste mandamento. Adultério constituiu-se em relações sexuais ilícitas feitas por alguém casado. Tratava-se de pecado contra a família. Mas este mandamento é aplicável a todos os tipos de imoralidade sexual. A concepção em vigor atualmente que afirma haver exceções a esta regra não tem justificativa.
Jesus deixou claro que o adultério está no coração e ocorre antes do ato (Mt 5.28). Este mandamento condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço matrimonial. Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.

8. O Oitavo Mandamento: Não Furtar (20.15) Este mandamento regula o direito da propriedade particular. E errado tomar de outro o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a “apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido. Este mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do Imposto de Renda com informações falsas, desta forma retendo tributos devidos ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o cidadão desaprove o governo.
Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de propriedades ou produtos, ou na administração de transações comerciais. E impróprio pagar salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor do dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente com um coração puro.

9. O Nono Mandamento: Não Dar Falso Testemunho (20.16)
Enquanto que o roubo nos priva da propriedade, a conduta da falsa testemunha nos rouba da boa reputação. Seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a correção do que dizemos.
Há ocasiões em que mesmo a informação verdadeira não deve ser propagada; não temos a obrigação de anunciar a todos o que sabemos que é a verdade. Mas quando falarmos, até onde sabemos, sempre devemos dizer a verdade.

10. O Décimo Mandamento: Não Cobiçar (20.17)
Este último mandamento está por baixo dos quatro precedentes, visto que atinge o propósito do coração. Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso ser. E singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos maus.28 Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos os mandamentos de Deus.
Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17). Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de Deus; só assim viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.

SUBSIDIOS 006


ISRAEL NO SINAI. Capítulos 19—40
A. O pacto da lei. Capítulos 19—24
1. O monte Sinai: Israel chegou ao monte Sinai aproximadamente seis semanas após sua partida do mar Vermelho. Ali permaneceu quase um ano (Números 10:11). A montanha conhecida hoje como monte Sinai'"'; é "uma massa isolada de rocha que se levanta abruptamente da planície com imponente majestade".12 Ross observa: "Este local era muito apropriado para a promulgação da lei. Havia uma magnífica concordância entre as rochas de granito do Sinai e os fundamentos duradouros da moral eterna.
Ao pé do monte Sinai Israel recebeu a lei e fez aliança com Senhor. Foi devidamente organizado como nação e aceitou ao Senho como seu rei. Esta forma de governo chama-se teocracia. Nota-se na palavras de Alexander MacLaren a importância dos dez mandamentos:

7. Êxodo 19. 1
"Uma obscura tribo de escravos procedente do Egito submerge nos desertos e depois de quarenta anos sai com um código sintetizado em dez frases, muito breves porém completas, onde estão entretecidas a moral e a religião, tão livres de peculiaridades locais ou nacionais e tão estreitamente relacionadas com os deveres fundamentais, que hoje, após três mil anos, esse código é autoridade entre a maioria dos povos civilizados.

2. Propósito da lei: 
Capítulos 19:1-8; 20:2. O pacto da lei não teve a intenção de ser meio de salvação. Foi celebrado com Israel depois de sua redenção alcançada mediante poder e sangue. Deus já havia restaurado Israel à justa relação com ele, mediante a graça. Israel já era seu povo. O Senhor desejava dar-lhe algo que o ajudasse a continuar sendo seu povo e a ter uma relação mais íntima com ele. O motivo que levasse a cumprir a lei haveria de ser o amor e a gratidão a Deus por havê-los redimido e feito filhos seus. Deus prometeu três coisas condicionadas à obediência de Israel (19:5, 6):
a) Israel seria sua "propriedade peculiar" ou possessão. Implica tanto um valor especial como uma relação íntima. O Senhor escolheu a Israel dentre todas as nações para seu povo especial e para ser como sua esposa.
b) Seria um "reino sacerdotal". Os israelitas teriam acesso a Deus e deveriam representar o Senhor, seu Rei, perante o mundo inteiro.
c) Seria "povo santo", diferente das nações pagas que o rodeavam, uma nação separada para ser de Deus, a quem serviria e prestaria culto.
As três promessas feitas à nação hebraica têm cumprimento cabal na Igreja, o Israel de Deus (I Pedro 2:9, 10).

Os israelitas prometeram solenemente cumpnr toda a lei, mas não perceberam quão fraca é a natureza humana nem quão forte é a tendência para pecar. Séculos depois parece que se esqueceram de 9ue estavam obrigados pelo pacto a obedecei. Imaginaram que o Pacto era incondicional e que bastava ser descendente de Abraão para gozar do favor
divino. (Jeremias 7:4-16; Maieus 3:9; João 8:33.) tnibora a salvação de Israel fosse um dom de pura graça e não Pudesse ser negociada pela obediência, podia, contudo, ser perdida pela desobediência.

em  geral são propósitos da lei:
a) Proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos possam ^monstrar que são filhos de Deus e viver em justa relação com seu lador e com o próximo.
b) Demonstrar que Deus é santo e ele exige a santidade de toda a raça humana.
c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e fazê-la entender que somente mediante a graça pode ser salva (Gaiatas 3:24, 25).

A lei era um mestre para ensinar a Israel através dos séculos e ajudá-lo a permanecer em contacto com Deus(Gaiatas 3:24). Mas junto com a lei foi instituído um sistema de sacrifícios e cerimônias para que o pecado fosse retirado. Assim se ensinou que a salvação é pela graça. Os profetas posteriores demonstraram que sem fé e amor as formas, cerimônias e sacrifícios da lei de nada valiam (Miquéias 6:6-8; Amos 5:21, 24; Oséias 6:6; Isaías 1:1-15).

Conquanto a lei não seja um meio para se alcançar a salvação, tem vigência como norma de conduta para os crentes. Os dez mandamentos, com exceção do quarto, se repetem uma e outra vez no Novo Testamento.

3. Preparativos e sinais:
Capítulo 19:9-25. Para gravar na mente hebraica a importância do pacto da lei, Deus se apresentou em forma de nuvem, figura que Israel não poderia reproduzir, e pronunciou o Decálogo em voz troante. A santidade infinita de Deus foi ressaltada pelos preparativos que Israel devia fazer. Primeiro, os israelitas tinham de santificar-se lavando suas vestes e praticando a continência. Segundo, Moisés devia marcar ao povo um limite em torno do monte Sinai para que os israelitas não o tocassem. Assim se acentuaram a grandeza inacessível de Deus e sua sublime majestade.
"Do meio de uma tremenda tempestade, acompanhada de terremotos e do som sobrenatural de trombetas, com a montanha toda envolta em fumo e coroada de chamas aterradoras, Deus falou as palavras dos Dez Mandamentos e deu a Moisés a lei."15

4. O decálogo:
Capítulo 20:1-26. Deus fez escrever os dez mandamentos em duas tábuas de pedra. Foram guardadas dentro da arca durante séculos. Portanto, deu-se ao tabernáculo o nome de "tenda do testemunho" para lembrar aos israelitas que dentro da arca estava a lei e que deviam viver de acordo com ela. Os primeiros quatro mandamentos tratam das relações que devem imperar entre os homens e Deus, e os restantes têm que ver com as relações dos homens entre si. A ordem é muito apropriada. Somente os que amam a Deus podem em verdade amar a seu próximo.

O significado dos dez mandamentos consiste no seguinte:
1) A unicidade de Deus: "Não terás outros deuses diante de mim-Há um só Deus e só a ele havemos de oferecer culto. A adoração a anjos, a santos ou qualquer outra coisa é violação do primeir0 mandamento.

2) A espiritualidade de Deus: "Não farás para ti imagem." Proíbe-se não somente a adoração de imagens ou de deuses falsos, mas também o prestar culto ao verdadeiro Deus em forma errada. Tais coisas degradam ao Criador. Deus é espírito e não tem forma.

3) A santidade de Deus:
"Não tomaras o nome do Senhor teu Deus em vão." Este mandamento inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira leviana, blasfema ou insincera. Deve-se reverenciar o nome divino porque revela o caráter de Deus.

Originalmente este mandamento se referia a não jurar pelo nome de Deus se o juramento fosse falso (Levítico 19:12), mas se permitia jurar pelo seu nome (Deuteronômio 10:20). Contudo, Jesus proibiu terminantemente jurar pelas coisas sagradas (Mateus 5:34-37). A simples palavra de um filho de Deus deve ser verdadeira, sem recorrer a juramentos.

4) A soberania de Deus: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." Um dia da semana pertence a Deus.
Reconhece-se a soberania de Deus guardando o dia de repouso, visto que esse dia nos lembra que Deus é o Criador a quem devemos culto e serviço. "Santificar" o dia significa separá-lo para culto e serviço.

5) Respeito aos representantes de Deus: "Honra a teu pai e a tua mãe." O homem que não honra a seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta é a base do respeito a toda a autoridade.

6) A vida humana é sagrada: "Não matarás." Este mandamento proíbe o homicídio mas não a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte. Também se permitia a guerra, visto como o soldado atua como agente do estado.

7) A família é sagrada: "Não adulterarás." Este mandamento protege o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus. Isto vigora tanto para o homem como para a mulher (Levítico 20:10).

8) Respeito à propriedade alheia: "Não furtarás." Há muitas maneiras de violar este mandamento, tais como não pagar suficientemente ao empregado, não fazer o trabalho correspondente ao salário combinado, cobrar demasiado e descuidar a propriedade do senhor.

9) A justiça: "Não dirás falso testemunho." O testemunho falso, desnecessário, sem valor ou sem fundamento constitui uma das formas mais seguras de arruinar a reputação de uma pessoa e impedida de receber tratamento justo por parte dos outros.

10) O controle dos desejos: "Não cobiçarás." A cobiça é o ponto de Partida de muitos dos pecados contra Deus e contra os homens.
As palavras "porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que Vlsito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (20:5) devem ser interpretadas à luz do caráter de Deus e de outras Escrituras. Deus é zeloso no sentido de Ser exclusivista, não tolerando que seu povo preste culto a outros deuses. Como um marido que ama a sua esposa não permite que ela reparta seu amor com outros homens,

Deus não tolera nenhum rival Deus não castiga os filhos pelos pecados de seus pais senão nos casos em que os filhos continuem nos pecados dos pais. Castiga os que o "aborrecem" e não os arrependidos. "A alma que pecar, essa morrerá"; "o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho" (Ezequiel 18:20). Em vez disso, a maldade passa de geração a geração pela influência dos pais e quando chega a seu ponto culminante, Deus traz castigo sobre os pecadores (Gênesis 15:16; II Reis 17:6-23; Mateus 23:32-36).

5. Leis civis e cerimoniais: 
Capítulos 21—23. Depois de dar os dez mandamentos, Deus entregou as leis pelas quais a nação devia governar-se. Essas leis desenvolvem pontos do decálogo mas em alguns casos tratam de coisas que não têm importância para nós. Foram leis adaptadas a um povo dedicado ao pastoreio e à agricultura rudimentar. As leis de Israel colocavam a nação em absoluto contraste com as práticas das nações ao seu derredor. Suas leis humanitárias, morais e religiosas, ainda que sem alcançar os princípios do Novo Testamento, foram infinitamente superiores às leis de outros povos. Algumas das restrições quanto a alimentos e sacrifícios podem ser mais bem compreendidas à luz das práticas pagas. Por exemplo: Proibia-se cozinhar o cabrito no leite de sua mãe, o que era um rito religioso dos cananeus (ver 23:19).
Destacam-se algumas características distintivas do código hebreu. Todo o código se baseia na autoridade de Deus e não na de um rei. Não há divisão entre a lei civil e a religiosa; as leis morais, legais e religiosas estão entretecidas e são inseparáveis. Isto demonstra que Deus se interessa por todos os aspectos da vida. As leis eram aplicadas sem fazer acepção de pessoas segundo sua categoria. Protegem os indefesos tais como os escravos, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Os castigos da lei manifestam um alto conceito do valor da vida humana.16

A lei de talião (pena igual à ofensa), "olho por olho, dente por dente" (21:23-25), não foi dada para que a pessoa ultrajada exercesse vingança, mas para que não quisesse compensar-se com mais do que era justo. Já não seria vingado sete vezes um delito contra seu próximo (Gênesis 4:15, 24).
6. Ratificado o pacto: Capítulo 24. A ratificação do pacto foi uma das cerimônias mais solenes da história das doze tribos, já que por ela ficaram estreitamente unidas ao Senhor. Quando Moisés desceu do monte, deu a lei ao povo que a aceitou prometendo fazer tudo o que o Senhor havia dito. Então Moisés escreveu as condições do pacto no "livro do concerto". No dia seguinte o pacto foi firmado com um voto de obediência e selado com sacrifício. O altar representava o Senhor; aS colunas, as doze tribos; o sangue aspergido sobre o altar e sobre o povo ligou com um vínculo sagrado as partes contratantes. Todo o Israel estava "sob o sangue" e identificado com seu poder salvador. Os setenta anciãos participaram com Deus de um banquete de comunhão e presenciaram uma teofania majestosa.(n> Assim foi ratificado o pacto do Sinai e se assinalou o cumprimento da promessa divina: "E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus" (Êxodo 6:7).

Elaborado pelo Evangelista: Natalino dos Anjos
Professor da E.B.D. e Pesquisador
Dirigente da Congregação da Assembleia de Deus(Missão)
No Bairro Novo Horizonte - Na cidade de Guiratinga - MT.
Pastor Presidente: Pr Edseu Vieira.

FONTES DE PESQUISA;
COMENTARIO BIBLICO BEACON  - VELHO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO O PENTATEUCO -  PAUL HOFF
COMENTARIO BIBLICO WESB – VELHO TESTAMENTO

BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.




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