Seguidores

terça-feira, 8 de abril de 2014

O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS - LIÇÃO 02 COM SUBSÍDIOS

Lições Bíblicas CPAD    -   Jovens e Adultos
 2º Trimestre de 2014

Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 2: O propósito dos Dons Espirituais
Data: 13 de Abril de 2014

TEXTO ÁUREO
 “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1Co 14.12).

VERDADE PRÁTICA
 Os dons são recursos concedidos por Deus para fortalecer e edificar a Igreja espiritualmente.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - 1Co 12.12 A igreja — um só corpo
 Terça - 1Co 12.4,11 Diversidade de dons no mesmo Espírito
 Quarta - 1Co 14.26 Tudo deve ser feito para a edificação
 Quinta - 1Co 12.12-27 A verdadeira unidade
 Sexta - 1Co 13.1,2 Exercendo os dons amorosamente
 Sábado - 1Co 12.7 A manifestação do Espírito e sua utilidade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 1 Coríntios 12.8-11; 13.1,2.

1 Coríntios 12
8 - Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9 - e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 - Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.

1 Coríntios 13
1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor; nada seria.

INTERAÇÃO
 Qual é o real propósito dos dons espirituais? Você, professor, tem uma visão bíblica e teológica a respeito do objetivo dos dons? Muitos estão se utilizando dos dons de forma interesseira e egoísta. As dádivas divinas nos são concedidas pela graça e devem ser utilizadas com sabedoria e santidade a fim de que o nome do Senhor seja exaltado e todos os membros do Corpo de Cristo sejam edificados. Os dons não são para elitizar o crente. Também não são sinal de superioridade espiritual.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se de que os dons espirituais não são para elitizar o crente.
Compreender que os dons devem ser utilizados para edificar a si mesmo e aos outros.
Saber que o propósito dos dons é a edificação do Corpo de Cristo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir o primeiro tópico da lição, divida a classe em dois grupos. Depois, escreva no quadro as seguintes indagações: “O que precisamos fazer para receber os dons espirituais?”; “A santidade é condição para o recebimento dos dons?”. Cada grupo deverá ficar com uma questão. Dê alguns minutos para que os alunos discutam as questões. Em seguida reúna a todos formando um único grupo. Peça a um representante de cada grupo fazer suas considerações sobre a sua questão. Ouça os alunos com atenção. Depois, explique que os dons espirituais são habilidades concedidas pelo Espírito Santo para edificação da igreja. Para receber estas habilidades basta crer e pedir com fé.
Os dons são presentes divinos e fruto da misericórdia do Pai. É graça de Deus!

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Propósito: Aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito.
 Nesta lição estudaremos o verdadeiro propósito dos dons espirituais concedidos por Deus à sua Igreja. Os dons do Espírito Santo são recursos imprescindíveis do Pai para os seus filhos. O seu propósito é edificar-nos e unir-nos, fortalecendo assim a Igreja de Cristo (1Tm 3.15).

 I. OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
 1. A igreja coríntia. A Igreja em Corinto localizava-se numa cidade comercial e próxima do mar, sendo uma das mais importantes do Império Romano. Corinto era uma cidade economicamente rica, porém marcada pelo culto idolátrico. Durante a segunda viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a visita do apóstolo (At 18.1-18). Por conhecer muito bem a comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em sua Primeira Epístola dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação dos dons do Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que “nenhum dom” lhe faltava (1Co 1.7).

2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal. Os dons do Espírito concedidos por Deus à igreja de Corinto tinham por finalidade prepará-la e santificá-la para o serviço do evangelho: a proclamação da Palavra de Deus naquela cidade. Todavia, além de aquela igreja não usar corretamente os dons que recebera do Pai, tinha em seu meio divisões, inveja, imoralidade sexual, etc. Como pode uma igreja evidentemente cristã ser ao mesmo tempo carnal e imoral? Por isso Paulo a chama de carnal e imatura (1Co 3.1,3). Com este relato, aprendemos que as manifestações espirituais na igreja local não são propriamente indicadoras de seriedade, espiritualidade e santidade. Uma igreja onde predominam a inveja, contenda e dissensões, nem de longe pode ser chamada de espiritual, e sim de carnal.

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual. Muitos creem erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte de Deus são, por isso, mais espirituais que os outros. Todavia, os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus. Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais dons por méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem de Jesus possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são garantia de espiritualidade genuína: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 Os dons do Espírito Santo são concedidos pela graça divina; eles não devem ser usados para elitizar o crente.

 II. EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
 1. Edificando a si mesmo. Paulo diz que quem “fala língua estranha edifica-se a si mesmo” (1Co 14.4). O apóstolo estimulava os crentes da igreja de Corinto a cultivarem sua devoção particular a Deus através do falar em línguas concedidas pelo Espírito, com o objetivo de edificarem a si mesmos. Isto não significa que o apóstolo dos gentios proibia o falar em línguas publicamente, mas ao fazê-lo de maneira devocional o crente batizado com o Espírito Santo edifica-se no seu relacionamento com Deus. Falar ou orar em línguas provenientes do Espírito é uma bênção espiritual maravilhosa.

2. Edificando os outros. Os crentes de Corinto falavam em línguas e exerciam vários dons espirituais, mas parece que eles não se preocupavam muito em ajudar as pessoas. Por isso, o apóstolo lembra que os dons só têm razão de existir quando o portador preocupa-se com a edificação da vida do outro irmão em Cristo (1Co 14.12). Em lugar de buscarmos prosperidade material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em troca de bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a nós mesmos e também aos outros.

3. Edificando até o não crente. Embora o apóstolo dos gentios estimulasse todos os crentes a falarem em línguas, isto é, a edificarem a si mesmos, seu desejo era que também esses mesmos crentes profetizassem a fim de que a igreja toda fosse edificada. O comentário da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal diz sobre esse texto: “Embora o próprio Paulo falasse em línguas, enfatizava a profecia, porque esta edificava a Igreja inteira, enquanto falarem línguas beneficiava principalmente o falante”. Todos quantos vierem a frequentar nossas reuniões devem ser edificados, sejam crentes ou não. Por isso, não podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé que nós (1Co 14.23). Como eles compreenderão a mensagem do evangelho se em uma reunião não entenderem o que está sendo falado? (1Co 14.9).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
 Os dons só têm uma razão de existir na vida do crente: edificar a vida do outro irmão em Cristo.

III. EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
1. Os dons na igreja. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o Corpo de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em Efésios 4.16, “os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para os dons espirituais alcançarem seu propósito”. Se não houver amor, certamente não haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em nossa vida.

2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo. Deus levanta homens para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é o “edifício de Deus” (1Co 3.9). Os ministros, sábios arquitetos (1Co 3.10). O fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus Cristo (1Co 3.11). Mas os ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da Igreja de Cristo segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene advertência para a liderança hoje: “mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10,11).

3. Despenseiros dos dons. O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons de Deus (1Pe 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de Deus” (1Co 4.1; Ef 2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1Pe 4.10,11).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Quando os dons espirituais são utilizados com amor todo o Corpo de Cristo é edificado.

CONCLUSÃO
 A igreja de Jesus Cristo tem uma missão a cumprir: proclamar o             evangelho em um mundo hostil às verdades de Cristo e descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a igreja necessita do poder divino. Os dons espirituais são um “arsenal” à disposição do corpo de Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra. Como já foi dito, o propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de Cristo para ser abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar os santos dons de Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de certas pessoas. Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os dons de Deus para nós mesmos.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Teológico
 “Dado conforme o Espírito Deseja
A primeira relação dos dons com a repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11, que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo particularmente [individualmente] como quer’. Aqui temos um paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais [sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade’. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29)” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.230).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Bibliológico
“O amor é essencial
Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons carismáticos, porém os dons sem a presença do amor são como um corpo sem alma.
Sem amor, o dom de falar se torna vazio e imprudente — ele é como o metal que soa ou como o sino que tine. O metal que soa (‘gongo barulhento’) significa que um pedaço de metal não lavrado ou gongo usado para chamar a atenção. Tinir (alalazon) significa ‘colidir’, ou um som alto e áspero. O sino (ou símbolo) consistia de duas meias circunferências que eram golpeadas causando um estrondo. A ideia aqui é de um inexpressivo som de metal em lugar de música.
O objetivo do apóstolo é mostrar que o homem que professa o dom da glossolalia, da forma como era praticada em Corinto, mas que não tem amor, na realidade não é mais que um instrumento metálico impessoal” (Comentário Bíblico Beacon. 1 ed. Vol. 8, Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.343,44).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 O Propósito dos Dons
 Muitas dúvidas pairam sobre os crentes pentecostais quando o assunto é os dons espirituais. Elas prejudicam a obra de Deus e o recebimento das bênçãos divinas. Os dons do Espírito Santo são recursos indispensáveis para o Corpo de Cristo. Eles contribuem para a expansão e edificação da Igreja.
Os dons são sempre concedidos aos crentes visando um propósito específico. Qual será este objetivo? O alvo divino é a edificação de todos os membros do Corpo. Infelizmente, alguns fazem um uso errado dos dons. Vemos crentes tentando usar os dons para alcançar interesses pessoais. Em vez de glorificar o nome do Senhor, estes se utilizam dos dons a fim de galgar posições eclesiásticas. Muitos não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo, mas estão tentando usar o Espírito. Eles estão enganando a si próprios. O Senhor conhece nossos corações e as nossas intenções. Haverá um dia que teremos que prestar contas ao Senhor a respeito do uso dos nossos dons e talentos. Neste dia muitos ouvirão do próprio Senhor a quem tentaram enganar (Mt 7.24).
O objetivo dos dons não é a superioridade ou elitização de um grupo (1Co 12.7)
Por falta de conhecimento bíblico, muitos acreditam, erroneamente, que os dons são um sinal de grande espiritualidade e até de superioridade, mas não o são. Tomemos como exemplo os irmãos da igreja de Corinto. Ao visitar aquela igreja, Paulo relatou que ali havia a manifestação de muitos dons espirituais (1Co 1.7). Corinto era uma cidade cosmopolita, marcada pela idolatria, paganismo e imoralidade. Ser um crente fiel naquela cidade não era fácil. Logo, Deus concedeu muitos dons do Espírito Santo àqueles irmãos a fim de que tivessem condições de lutar contra a idolatria, a imoralidade e permanecessem em santidade até a volta de Cristo. Todavia, a igreja de Corinto estava longe de ser uma igreja espiritual. O pecado havia adentrado ali. Paulo chama os irmãos de Corinto de carnais e meninos (1Co 3.1). Fica então a pergunta: “O que torna o crente espiritual? Os dons?” Podemos aprender, por intermédio dos irmãos de Corinto, que não. Quem tem poder para santificar os crentes é o Espírito Santo. Os dons são dádivas divinas. São presentes e não tem o poder de nos santificar.
Os dons espirituais são dádivas importantes e necessárias à igreja nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Cristo. Estamos vivendo tempos trabalhosos (2Tm 3.1), por isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo e procurar com dedicação os dons espirituais (1Co 12.31).


SUBSIDIOS

SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS

1CORINTIOS 1.7 NENHUM DOM VOS FALTA. Paulo elogia os coríntios porque Deus, na sua graça (v. 4), lhes outorgou dons espirituais específicos. Esses dons são valiosos e indispensáveis para corroborar o ministério do Espírito Santo na igreja; sem eles, os crentes deixam de fortalecer e de ajudar uns aos outros como Deus deseja. Em lugar nenhum desta epístola, Paulo descarta esses dons.
Pelo contrário, ele procura mudar a atitude dos coríntios concernente aos dons espirituais, de modo que eles os usem segundo o propósito de Deus.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      1CORINTIOS 12.1 ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS. Nos caps. 12-14, Paulo trata dos dons do Espírito Santo concedidos ao corpo de Cristo. Esses dons eram parte indispensável da vida e do ministério da igreja primitiva. Deus quer que esses dons continuem em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo (ver 1.7). Seus propósitos para os dons espirituais são os seguintes:

(1) Manifestar a graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm 15.18,19; Ef 4.8).

(2) Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc 16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10).

(3) Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar espiritualmente, tanto a congregação (vv. 7,14-30; 14.3,12,26), como os crentes individualmente (14.4), i.e., aperfeiçoar os crentes na "caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5; cf. 1 Co 13).
(4) Batalhar com eficácia na guerra espiritual contra Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12). Alguns trechos bíblicos que tratam dos dons espirituais são: Rm 12.3-8; 1 Co 1.7; 12-14; Ef 4.4-16; 1 Pe 4.10,11).

1CORINTIOS 12.1-6 DONS ESPIRITUAIS. Os termos que a Bíblia emprega para os dons espirituais descrevem a sua natureza.

(1) "Dons espirituais", (gr. pneumatika, derivado de pneuma, "espírito"). A expressão refere-se às manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum (vv. 1,7; 14.1).

(2) "Dons" ou "dons da graça" (gr. charismata, derivado de charis, "graça"), indicam que os dons espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para desempenhar o ministério referente ao dom (i.e., a capacitação dinâmica) recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual (v. 4; ver Rm 12.6 nota; Ef 4.11; 1 Pe 4.10).

(3) "Ministérios" (gr. diaoniai, derivado de diakonia, "serviço"). Isso mostra que há diferentes tipos de serviço e que certos dons envolvem o recebimento da capacidade e poder de ajudar e assistir o próximo (vv. 4,5,27-31; Ef 4.7,11-13). Paulo indica que o aspecto ministe-rial dos dons fala do ministério do Senhor Jesus como "servo". Assim, a operação dos dons é definida em termos da presença e da ação de Cristo em nosso meio (cf. v.3; 1.4).

(4) "Operações" ou "efeitos" (gr. energemata, derivado de energes, "ativo, enérgico"). O termo indica que os dons espirituais são operações diretas do poder de Deus Pai, visando resultados definidos (vv. 6,10).

(5) "A manifestação do Espírito" (gr. phanerosis, derivado de phaneros, "manifestar") realça o fato de que os dons espirituais são manifestações diretas da operação e da presença do Espírito Santo na congregação (vv. 7-11)

1CORINTIOS 12.3 JESUS É O SENHOR. Paulo começa seu ensino dos dons espirituais, partindo da verdade de que os dons e as manifestações do Espírito Santo exaltarão Jesus como Senhor da igreja. O intuito máximo da atividade do Espírito Santo é a expressão cada vez maior da pessoa, da presença, do poder, do amor e da justiça do Senhor Jesus Cristo. Na manifestação dos dons espirituais, o próprio Jesus, mediante o Espírito Santo, ministra ao seu povo, através do seu povo (ver vv. 12-27; Mt 25.40).

1CORINTIOS 12.25 TENHAM OS MEMBROS IGUAL CUIDADO UNS DOS OUTROS. Os dons espirituais não devem ser base para se destacar uma pessoa, ou para considerar um crente mais importante do que o outro (vv. 22-24). Antes, cada pessoa é colocada no corpo de Cristo de conformidade com a vontade de Deus (v. 18), e todos os membros são importantes para o bem-estar espiritual e funcionamento apropriado desse corpo. Os dons espirituais devem ser usados, não com orgulho, nem visando a exaltação pessoal, mas com o desejo sincero de ajudar o próximo, e com um coração que realmente se preocupa com os outros (cap. 13).

1CORINTIOS13.1 E NÃO TIVESSE CARIDADE. O cap. 13 é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv. 1-3). O "caminho ainda mais excelente" (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv. 4-8). O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais. Daí, Paulo exortar os coríntios: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais" (14.1). Os crentes devem, com muito zelo, buscar as coisas do Espírito, para que, assim equipados, possam ajudar, consolar e abençoar o próximo neste mundo.

1CORINTIOS 13.2 NADA SERIA. Há pessoas afeitas às práticas religiosas sem qualquer aprovação de Deus. É até possível que nem sejam crentes. Por exemplo, pessoas, que falam em línguas, profetizam, têm conhecimento ou realizam grandes obras da fé, sem, contudo terem amor, nem a justiça de Cristo. Esses, "nada" são aos olhos de Deus. Diante de Deus, a sua espiritualidade e profissão de fé são vãs (v.1); esses não têm lugar no Reino de Deus (cf. 6.9,10). Não somente lhes falta a plenitude do Espírito, como também não têm a sua presença habitando neles. As manifestações espirituais que ocorrem neles não provêm de Deus, mas doutro espírito (ver At 8.21 nota; 1 Jo 4.1). O essencial na autêntica fé cristã é o amor segundo uma ética que não prejudique o próximo e que persevere na lealdade a Cristo e à sua Palavra (ver também v. 13)

1CORINTIOS 14.1 PROCURAI COM ZELO OS DONS ESPIRITUAIS. Os crentes que têm amor genuíno pelos que também pertencem ao corpo de Cristo, devem buscar os dons espirituais a fim de poderem ajudar, consolar, encorajar e fortalecer os necessitados (cf. 12.17). Não devem esperar passivamente que Deus lhes conceda os dons do Espírito Santo (12.7-10). Devem, pelo contrário, com zelo, desejar e buscar com oração esses dons, principalmente os que são próprios para encorajar, consolar e edificar (vv. 3,13,19,26).

1CORINTIOS 14.26 TUDO PARA EDIFICAÇÃO. O propósito principal de todos os dons espirituais                                                                                                                                      é edificar a igreja e o indivíduo (vv. 3,4,12,17,26). "Edificar" (gr. oikodomeo) significa fortalecer e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santo dos crentes. Essa edificação é uma obra do Espírito Santo através dos dons espirituais, pelos quais os crentes são espiritualmente transformados mais e mais para que não se conformem com este mundo (Rm 12.2-8), mas edificados na santificação, no amor a Deus, no bem-estar do próximo, na pureza de coração, numa boa consciência e numa fé sincera (ver cap. 13; Rm 8.13; 14.1-4,26; Gl 5.16-26; Ef 2.19-22; 4.11-16; Cl 3.16; 1 Ts 5.11; Jd 20; ver 1 Tm 1.5).


1CORINTIOS 12: 1-11 Manifestações do Espírito no culto.
Voltando-se para os dons espirituais, provavelmente outro assunto levantado pelos coríntios em sua carta, Paulo responde: Não quero, irmãos, que sejais ignorantes (12:1), o que era sua maneira comum de introduzir assuntos importantes em suas cartas (10:1; Rm 1:13; 11:25; 2Co 18:1; lTs 4:13). Ele relembra os tempos em que eles ainda eram pagãos e se deixavam conduzir aos ídolos mudos, segundo éreis guiados (12:2). Agora, ao contrário, eles não podem dizer: Anátema, Jesus! se estão falando pelo Espírito Santo.
Ao contrário, dirão: Senhor Jesus! — a confissão de fénpadrão para os cristãos da época (12:3). Paulo inicia especificando que os dons são diversos e há diversidade nos serviços. Enfatizando a unidade de função entre as diferentes pessoas da Trindade, ele liga os dons ao  Espírito, os tipos de serviço ao Senhor e as várias realizações a Deus (12:4-6).

Paulo então escreve sobre os diferentes modos pelos quais o Espírito se manifesta (12:7). Como sempre, enfatiza que todos têm um dom que é proveitoso para a comunidade e que os dons não são concedidos para proveito de quem os recebe, mas para o bem comum (12:7, NVI). Como seu foco nessa carta se concentra primariamente em como o Espírito se manifesta no culto público, a lista dos dons apresentada aqui é diferente das listas encontradas em outras cartas paulinas (cf. Rm 12:4, cuja ênfase recai sobre a função dos dons, e Ef 4:11, cuja ênfase está no papel desempenhado pelos dons no ministério).

Os dons específicos arrolados aqui incluem: a palavra da sabedoria, isto é, a compreensão espiritual sobre a aplicação prática dos princípios cristãos, e a palavra do conhecimento, isto é, uma apreensão inteligente dos princípios cristãos. Incluem também a fé, pela qual se entende não a fé salvadora, mas a fé que move montanhas e desafia o impossível (cf. tb. 13:2; Mt 17:20; 21:21), e os dons de curar, isto é, os dons necessários para debelar várias enfermidades (12:9).

Outros dons incluem operações de milagres, isto é, maravilhas que eram evidentemente atos de poder (cf. tb. At 5:1- 11; 13:11);profecia, a qual não se refere tanto à predição do futuro, mas à declaração dos atos divinos de poder, amor e graça, e discernimento de espíritos, ou seja, a capacidade de distinguir entre o Espírito de Deus e os espíritos maus — algo que é requerido de todos os crentes (cf. lTs 5:20; 1Jo 4:1), embora, para alguns, seja um dom especial. Finalmente, há os dons de variedade de línguas e de interpretação, isto é, o dom de falar e compreender uma língua que não foi aprendida, uma experiência extática conferida a alguns (12:10). 0 uso do plural em variedade de línguas demonstra que havia uma variação considerável na maneira em que esse dom se manifestava.
Mais uma vez, Paulo enfatiza que todos esses dons têm uma fonte divina (12:11). O Espírito os concede como lhe apraz, o que significa que o ciúme e a rivalidade entre os crentes são tolices.


1CORINTIOS 13:1-13 A supremacia do amor.
Sem amor, insiste Paulo, nenhuma qualidade, por mais espetacular que seja, mesmo uma concessão de dons espirituais ou zelo religioso, tem valor (13:1-3). Isso inclui ser capaz de falar as línguas dos homens e dos anjos. A não ser que a capacidade espetacular de falar línguas conhecidas  e desconhecidas, terrenas ou celestiais, seja acompanhada por um amor generoso e dedicado, não vale mais do que o retumbar de um gongo ou o tinido de um címbalo (13:1). Gongos e címbalos eram usados nos cultos pagãos. Paulo, portanto, pode estar afirmando que, sem amor, as línguas não são melhores que um culto pagão. O mesmo se aplica ao dom de profecia e à compreensão de todos os mistérios e toda a ciência, assim como aos dons de tamanha fé, a ponto de transportar montes (uma frase proverbial usada para descrever o tipo de fé que supera grandes dificuldades e realiza coisas admiráveis) (13:2). Não há mérito algum em dar generosamente aos pobres ou fazer o sacrifício máximo de entregar o próprio corpo para ser queimado se isso for feito sem amor (13:3).

Um leitor poderia perguntar o que significa amor e, portanto, em 13:4-7 Paulo estabelece as características do verdadeiro amor cristão. Ele é paciente e benigno. Essas duas qualidades juntas compreendem o ser amável com todos. O amor também não arde em ciúmes e não se ensoberbece exibindo suas próprias realizações. 0 amor não se conduz inconvenientemente — não será indulgente com condutas grosseiras como as descritas em 11:5,6,21. Tampouco procura os seus interesses — qualidade sobre a qual Paulo já havia discorrido duas vezes nessa carta (cf. 6:1-8; 10:24,33).
O amor também não se exaspera, ou, em outras palavras, não se ofende com rapidez. Também não se parece com um contador, mantendo uma lista de tudo o que foi feito: não se ressente do mal. Ao contrário, o amor se une à verdade regozijando-se quando o erro é corrigido. Tudo suporta, ou abriga a outros e sempre confia neles, mesmo quando existe a possibilidade de ser ferido. O amor olha para a frente, para o triunfo final da verdade e demonstra inabalável resistência, o que representa a contrapartida ativa de uma paciência mais passiva.

0 amor cristão pode ser descrito como “o maior dos dons”, porque é absolutamente permanente. Existirá quando todos os outros dons espirituais representados aqui pelos dons de profecia, línguas e conhecimento desaparecerem (13:8). Nossa vida atual, mesmo no seu melhor, é cheia de imperfeições. Ainda somos, de certa forma, como crianças, ou como pessoas que distinguem apenas um reflexo obscuro num espelho (considerando que, naquela época, não havia espelhos nítidos) (13:9-12a). 0 caminho do amor, entretanto, nos leva ao dia em que todas essas imperfeições passarão e, então, veremos face a face (13:126).
Um provérbio africano se refere à diferença que esse conhecimento pleno provoca: “As palavras dos anciãos tomam-se doces no dia seguinte”. Nosso estado imaturo é caracterizado pela falta de amor e por julgamentos imperfeitos, mas, uma vez que alcancemos a maturidade, nossas pressuposições equivocadas e conclusões incorretas serão descartadas.
Finalmente, Paulo lembra aos crentes de Corinto que o amor é absolutamente supremo. Esperança e fé são boas,  mas, sem o amor, são virtudes frias e severas. O amor é, sem dúvida, o maior, pois é como um fogo que aquece a fé e ilumina a esperança (13:13).

Elaborado pelo Evangelista Natalino dos Anjos
Professor da E.B.D. e Pesquisador
Dirigente na Congregação da A.D(Missão) no bairro novo horizonte
Na cidade de guiratinga - Mt.
Pastor Presidente: Pr Edseu Vieira.

Fonte de Pesquisa.
Bíblia de Estudo Pentecostal
Comentario Bíblico Africano. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário