Lições Bíblicas CPAD
- Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2014
Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 10: O Ministério de Mestre ou Doutor
Data: 8 de Junho de 2014
TEXTO ÁUREO
“De modo que, tendo
diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja
dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).
VERDADE PRÁTICA
Os vocacionados por
Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edicar a Igreja de
Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 13.1 Doutores
na igreja
Terça - 1Co 12.29 Nem
todos são doutores
Quarta - 1Tm 1.6,7 Doutores
sem entendimento
Quinta - 2Tm 4.3 Falsos
doutores
Sexta - Tg 3.1 A
responsabilidade do mestre
Sábado - Mt 4.23-25 Jesus,
o mestre por excelência
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago 3.1.
Mateus 7
28 - E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a
multidão se admirou da sua doutrina,
29 - porquanto os ensinava com autoridade e não como os
escribas.
Atos 13
1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas
e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e
Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
Romanos 12
6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que
nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja
dedicação ao ensino;
Tiago 3
1 - Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo
que receberemos mais duro juízo.
INTERAÇÃO
Nunca foi tão
necessário, como hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão. Quando o
crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura
bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das pessoas
de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para quem
pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria
pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no
Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na
erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura
oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis),
por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize
quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por
excelência.
Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para
ensinar a igreja do primeiro século.
Saber da importância do dom ministerial de ensinador na
igreja local.
Prezado professor, no
terceiro tópico da lição o autor afirma: “Em nosso país, a leitura é um
problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá”. Partindo do
princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural
brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula.
No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta atividade
objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido
e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os
alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito
de ler.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Doutor ou Mestre: Pessoa que manifesta sapiência.
O ministério do
ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que
tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão
importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto
ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7;
1Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a
desempenha.
I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da
Galileia. Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas
suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]” (Mt 4.23). No ministério
terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às
pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt
7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas
opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus
transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado.
2. O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado
Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande
conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum
de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus,
afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele.
Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo
Testamento.
3. O mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos
acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma
toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5).
Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa
perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de
pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel,
“Deus conosco”, encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de
Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a
fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou.
Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés
uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais
vós também” (Jo 13.13-15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Jesus, o mestre da
Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento tanto como o Mestre Divino quanto
o Mestre da humildade.
II. O ENSINO DAS
ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de
Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus
discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que
Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos
primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a
descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro
ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a
plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito
Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor
(Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não
significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o
preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente
ensinar.
2. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42
informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. Além disso,
acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se
faziam pelos apóstolos” (v.43). A “doutrina dos apóstolos” aqui referida
trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma
constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
3. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das
Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41).
A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos
lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um
verdadeiro mestre que ensinava “publicamente e pelas casas, testificando, tanto
aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus
Cristo” (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado
“doutores” na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja
levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi
tão necessário.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O ensino na igreja do
primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos ensinarem
persistentemente.
III. A IMPORTÂNCIA DO
DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade
urgente da igreja. Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é
preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem informações
exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário.
Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também.
Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade
bíblica, a infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas
astúcias dos falsos mestres (2Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja
amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que
desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. Estamos
acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é
batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os
seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para
a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para
quem é discipulado quanto para quem está discipulando!
3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentaremos alguns
requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial
de mestre em nossa época:
a) Um salvo em Cristo.
Não pode haver dúvidas quanto à
própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do
ensino (2Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que
ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.
b) O hábito de ler.
Em nosso país, a leitura é um problema
cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como
ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério
do apóstolo Paulo (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).
c) Preparo intelectual.
A Bíblia é o instrumento de trabalho
do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e
o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender
o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para
não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de
Deus.
d) Um coração em chamas.
Martin Loyd-Jones dizia que a
verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado
ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de
Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações
dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma
mente bem preparada e conectada a um “coração em chamas” e apaixonado por Jesus
(At 3.12-26).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O dom ministerial de
mestre é uma necessidade para a igreja local e uma responsabilidade para um
discipulado permanente.
CONCLUSÃO
É preciso desfazer a
ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente.
Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim
Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro
mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube
conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas
precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada
para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1Pe 3.15).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARAÚJO, Carlos
Alberto R. A Igreja dos Apóstolos: Conceito e Forma das Lideranças na Igreja
Primitiva. 1 ed. RJ: CPAD,
2012.
GANGEL,
Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual de Ensino para o Educador
Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino
cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2005
Subsídio Teológico
“MESTRE
Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma
pessoa que é superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum
outro aspecto. Várias palavras são traduzidas como ‘mestre’ nas várias versões
da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, ’adon, significa
‘soberano’ ou ‘senhor’. O significado literal de várias palavras gregas varia
de ‘instrutor’ ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até ‘déspota’ ou despotes,
com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como ‘mestres’, epistates,
significa ‘meu mestre’ (‘superior’ ou ‘professor’), com em João 4.31. [...]
Duas palavras gregas para ‘mestres’ ocorrem em Mateus 23.8-10, ‘Vós, porém, não
queirais ser chamados Rabi [rhabbi, ‘meu mestre’, ou ‘professor’], a saber, o
Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque
um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes,
‘líderes’], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo” (PFEIFFER, Charles F.;
REA, John; VOS, Howard F. (Eds.) Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD,
2009, pp.1261,62).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Educação Cristã
“É ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na
Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos
discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo
Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam
que não é algo aleatório, mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.
O mandato ‘Fazei discípulos’ (ARA) inclui intrinsecamente o
ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de determinada
espécie, isto é, ‘guardar [obedecer] todas as coisas’ que Cristo ordenou. Em
outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir informação e
transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente
difícil de se realizar.
Foi praticada pela Igreja Primitiva
Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento
ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse
mandamento?
A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja
primitiva, o qual nos informa que eles ‘perseveravam na doutrina [ensino] dos
apóstolos’ (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.
A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de
ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que
servissem à Igreja, conforme está escrito: ‘Uns [...] para pastores e doutores
[mestres, professores]’ (Ef 4.11). O propósito? ‘Querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo’ (Ef
4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da
multiplicação e não da adição.
Para o judeu, não havia uma posição mais alta na escada da
sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do primeiro
século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais, confrontou-se com um
problema. As pessoas clamavam pelo ‘dom de ensino’ com todos os privilégios a
ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir esta advertência: ‘Meus
irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores], sabendo que receberemos
mais duro juízo’ (Tg 3.1). Considerando que o professor é compelido a falar e
que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito
cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata” (GANGEL,
Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual de Ensino para o Educador Cristão:
Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4
ed., RJ: CPAD, 2005, pp.6,7).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Ministério de Mestres ou Doutores
Vivemos num tempo de avanço tecnológico e de multiplicação
das informações em distintas áreas do conhecimento. Basta um computador
conectado à internet e, pronto: um mundo outrora desconhecido agora se abre
para você. Possivelmente, o seu aluno conhece o assunto a ser lecionado nesta
semana. Certamente ele pesquisou muita coisa em livros e na internet. E pode
ter acumulado até mais informação que o conteúdo preparado para a sua aula.
Este é o nosso mundo globalizado!
Nesta lição, o nosso desafio é explicar como se pode
relacionar o dom ministerial de mestre com as urgências existenciais dos dias
contemporâneos. Não por acaso, ela abre o tema analisando o ministério do
ensino em Jesus de Nazaré. O mestre da Galileia era antenado com as
circunstâncias sociais, políticas e espirituais do seu tempo. Com propriedade,
Jesus ensinou sobre a política, as prevenções contra o materialismo e
confrontou os discípulos a respeito do verdadeiro sentido da vida humana.
Levando sempre uma proposta de vida segundo a perspectiva do Reino de Deus. É a
urgência da tarefa de todo educador cristão: levar os alunos a pensarem as
demandas da existência à luz do Evangelho e segundo os aspectos positivos e
negativos do Reino de Deus (Mt 5-7).
Preeminência do ministério do mestre
Podemos afirmar historicamente que, logo após a morte dos
santos apóstolos, as testemunhas da ressurreição do Senhor, os mestres eram
líderes chaves na comunidade antiga, assim como os profetas, os evangelistas e
os pastores. Ao ponto de a Bíblia registrar a exortação apostólica: “Os
presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). Os
presbíteros que se dedicavam ao exame da Palavra de Deus eram estimados por
duplicada honra porque eles se afadigavam dia e noite para compreender os
mistérios divinos (Rm 12.7). A mensagem do Reino tinha de fazer sentido na vida
dos cristãos de outrora.
Caro professor, o Pai concedeu o dom ministerial do mestre
para a sua Igreja atingir a estatura de Cristo em sua plenitude. Portanto,
estude, persista em ler e reflita acerca da fé; não se esqueça de que os nossos
alunos devem enfrentar as questões da vida sob o prisma da mensagem do Reino de
Deus. E você professor, é um instrumento essencial nesse processo de formação
cristã.
SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
I Cor 11:23a - Um mestre realmente dado por Cristo e ungido
pelo Espírito Santo pode ser de inestimável bênção para a Igreja, como fator
contribuinte para o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério e a
edificação do corpo de Cristo. Portanto, o dom de mestre se revela através da
divina capacidade para transmitir conhecimentos espirituais, vindos diretamente
do Senhor.
II – JESUS, O MESTRE DOS MESTRES:
Jo 3:2 – Nicodemos chamou Jesus de “RABI”, que significa UM
GRANDE HOMEM EM MATÉRIA DE ENSINO. E Jesus de fato o é. Ele é o Mestre Supremo
e sem igual. Os conhecimentos que O tornaram verdadeiramente grande e
maravilhoso foram recebidos diretamente de Deus (Jo 7:16-17). Vejamos o exemplo
de didática deixado pelo Mestre dos mestres, o Senhor Jesus:
(1) - JESUS ERA SIMPLES NO ESTILO E LINGUAGEM - Tendo sido o
maior de todos os mestres, os ensinos de Jesus foram os mais simples, ao
alcance de todas as classes ouvintes. Em frases curtas, expunha as verdades
mais profundas a respeito do futuro, da eternidade, do céu e do inferno. As
Suas palavras, em forma de paradoxo, produziam nos ouvintes impacto capaz de
despertar as consciências adormecidas, conduzindo-os à realidade dos deveres para
com Deus (Jo 7:46).
(2) - JESUS POSSUÍA ENSINOS UNIVERSAIS – Cada País tem a sua
própria legislação e costumes. Por isto, há diferentes métodos de ensino, para
as diferentes regiões. Os ensinos de Jesus, entretanto, são universais: Servem
para todo mundo, para todos os lugares, para todas as épocas. Muito longe de
serem filosofias complicadas, os ensinos de Jesus apontavam a solução para o
problema de todas as classes: crianças e velhos; pescadores e mestres da lei;
no Seu tempo e em nossos dias.
(3) - JESUS ENSINAVA COM AUTORIDADE – Mt 7:28-29 – As
palavras dos escribas eram simples produto do que tinham na mente; destituídas
de vida e poder. As palavras de Jesus, porém, tinham força de um decreto
emanado da autoridade competente. Suas lições eram leis; Suas palavras, mandamentos
divinos. A doutrina de Jesus era transmitida no poder do Espírito, ao espírito
dos homens, desfazendo-lhes as dúvidas e implantando-lhes profunda convicção da
verdade (Jo 6:63).
III – EFEITOS DO ENSINO DO MESTRE DOS MESTRES NO CAMINHO
PARA EMAÚS:
Leiamos Lc 24:17-20,
25-27, 32-35, e vamos meditar:
(1) - OS OLHOS DOS DISCÍPULOS FORAM ABERTOS E RECONHECERAM
JESUS– Lc 24:31 - É vazia a mensagem que não traz ao ouvinte o conhecimento de
Jesus – Sl 119:130; II Pe 3:18.
(2) - A MENSAGEM DE CRISTO FEZ ARDER O CORAÇÃO DOS ALUNOS –
Lc 24:32 – A mensagem do Mestre dos mestres, dada por Ele mesmo, não alcança
somente o ouvido, alcança também o coração.
(3) - OS APRENDIZES PASSARAM A TER UMA VISÃO MISSIONÁRIA –
Lc 24:33 – A mensagem que ardia no coração libertou os discípulos do medo e do
pessimismo, fazendo com que voltassem a Jerusalém com a missão de contar o que
lhes acontecera no caminho para Emaús.
(4) - ABRIU-SE O ENTENDIMENTO DOS ALUNOS PARA COMPREENDEREM
AS ESCRITURAS – Lc 24:44-45 – Para muitos, a Escritura é um livro misterioso e
a exposição dos falsos mestres simplesmente gera confusão e até mesmo conduz a
uma maior incredulidade. Se o mestre é de fato portador do dom divino para
ensinar, os resultados de sua mensagem são os mesmos da mensagem de Cristo aos
discípulos desanimados.
IV – FINALIDADES DO DOM DE MESTRE:
Mestre é o ministro que recebe de Deus o dom de ensinar.
Aqueles que possuem este importante dom devem dedicar-se em fazê-lo com
diligência, não esquecendo que os dons espirituais, não obstante a sua
procedência divina, dependem também do cuidado e do zelo de quem o recebe - Rm
12:6-8; I Cor 12:28; Ef 4:11 cf I Cor 14:12; I Tm 4:14; II Tm 1:6.
(1) - PREVENIR CONTRA A TENTAÇÃO E O PECADO – A sã doutrina
não é apenas remédio curativo; é, antes, preventivo. A falta de mestre é a
causa da instabilidade das Igrejas. Onde a doutrina é ministrada com segurança,
há crentes sempre firmes e fiéis - Sl 119:9, 11 cf Ed 8:1-3, 8-9.
(2) - CORRIGIR ATITUDES E COSTUMES ERRADOS – Tg 1:21; Ef
5:25-26 – A palavra de Deus ensinada com habilidade do Espírito Santo fertiliza
e vivifica a vida espiritual do rebanho e cria nos corações ódio ao pecado e
desejo de santidade.
(3) - PRODUZIR CONVICÇÕES FORTES – II Tm 4:1-5 - Crentes sem
convicção são como árvores sem raízes. Igrejas sem mestres da parte de Deus são
edifícios sem alicerces. A falta de convicção gera a incerteza da vida futura e
abre caminho para toda sorte de fracassos morais e espirituais (I Rs 18:21).
(4) - PREPARAR PARA O SERVIÇO CRISTÃO – II Tm 3:16-17 –
Felizes são os crentes que têm oportunidade de aprender com um mestre da parte
de Deus. A resposta a isso pode ser encontrada nos insucessos de muitas Igrejas
que desconhecem e desprezam o dom de mestre. Tais Igrejas produzem poucos
obreiros e estes com pouco preparo espiritual.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A doutrina cristã uma vez ensinada e vivida na prática, dá
origem a santos e bons costumes, que por sua vez confirmam a doutrina bíblica -
Tt 2:10 - I Cor 6:20; 10:31-32; Fp 1:27 I Pe 1:15; 3:1-7. Logo, se a Igreja
ensinar a doutrina na unção do Espírito Santo, os bons costumes virão sem
legalismo, como uma expressão de submissão à referida doutrina (Lc 14:33; Rm 12:2;
Ef 2:10; Tg 2:14, 17, 26; I Jo 2:15; I Pe 2:19) cf (Ml 3:16; Is 40:6-8; Mt
5:18; 24:35).
FONTES DE PESQUISA E DE CONSULTA:
· Títulos e
Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza
· Lições
Bíblicas – CPAD – 2º trimestre de 1994 – comentarista: Estêvam Ângelo de Souza
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