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segunda-feira, 16 de junho de 2014

LIÇÃO 12 COM SUBSIDIOS - O DIACONATO



 Lições Bíblicas CPAD    -    Jovens e Adultos
 2º Trimestre de 2014

Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 12: O Diaconato
Data: 22 de Junho de 2014

TEXTO ÁUREO
 “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3.13).

VERDADE PRÁTICA
 Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Fp 1.1 Auxiliares dos líderes da igreja local
 Terça - At 6.1-5 Homens exemplares
 Quarta - At 6.6 Separados com imposição de mãos
 Quinta - 1Tm 3.12 Bons líderes no lar
 Sexta - 1Tm 3.13 Chamados para servir
 Sábado - Mt 20.26-28 Jesus veio para servir

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Timóteo 3.8-13.

8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
9 - guardando o mistério da fé em uma pura consciência.
10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11 - Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 - Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 - Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

INTERAÇÃO
 Servir: uma ordenança de nosso Senhor (Mc 12.30,31). O ministério de serviço ao próximo é o símbolo de amor na instituição dos diáconos relatada no livro dos Atos dos Apóstolos, no sexto capítulo. Aqui, os apóstolos foram coerentes com o ensinamento de Jesus de Nazaré. Há muito, o nosso Senhor havia ensinado sobre a urgência de resolver questões sociais e de caráter humanitário de quem quer que fosse. O problema registrado em Atos 6 foi de caráter étnico, mas hoje outros grandes problemas afligem muitos membros da igreja local. Que o serviço dos diáconos de Cristo nos inspire a cultivar um estilo de vida diaconal baseado na história de Jesus de Nazaré.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o estilo de vida diaconal de Jesus.
Explicar a instituição do ministério do diácono.
Discorrer sobre o perfil e a função do diácono.
 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Prezado professor, para concluir a presente lição, sugerimos uma atividade prática para executá-la junto à classe. Procure o secretário da igreja e se informe sobre as pessoas enfermas que não podem ir aos cultos rotineiros. De acordo com a quantidade de enfermos, e após a Escola Dominical, separe grupos de três ou quatro pessoas (depende da quantidade de alunos) para fazerem uma visita. Ao chegar no lar da pessoa visitada, ore, leia a Palavra e cante para ela. Converse um pouco de modo que ela sinta-se bem acolhida. Ao final da atividade, reúna todos os grupos e explique-lhes que esta é uma prática diaconal transbordante de amor e baseada no ensino de Jesus de Nazaré (Mt 25.36,43).

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Diácono: Aquele que serve por amor.
 No primeiro século da era cristã, a Igreja cresceu sob o avivamento do Espírito e expandiu-se pelo mundo. Na mesma medida em que cresceu, surgiram também problemas na esfera social, demandando urgentes providências. Por uma sábia e unânime decisão, em assembleia, a igreja de Jerusalém escolheu sete homens de moral ilibada e cheios do Espírito Santo, para administrarem esse “importante negócio” (At 6.3). Nesta lição estudaremos esse importante ministério de serviço que, por causa de uma crise étnica na igreja, levou os apóstolos a propor medidas que serviram de base para instituir a função diaconal. Esta, até hoje, faz parte do ministério ordenado pelas igrejas cristãs.

I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
 1. Significado do termo. O termo grego diaconia significa “ministério” ou “serviço”. A vida inteira de Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os seus aspectos. Na realidade, seu ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão” (Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc 4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas principalmente, diácono por excelência (Mt 20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, a expressão “tomando a forma de servo” denota o sentido de uma condição humilde.

2. Serviço de escravo. Na véspera da sua crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus doze discípulos para comer a última ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com água, ele começou a lavar os pés dos discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais comovente do nosso Senhor como o relato do lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e humildade. A “diaconia da toalha e da bacia” é a convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).

3. O discípulo é um serviçal. Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaques, “à direita” e “à esquerda” de Jesus, quando da implantação do seu Reino (Mc 10.35-37). Os discípulos ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do Nazareno nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço conforme demonstra sua resposta a eles: “entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45).

 SINOPSE DO TÓPICO (I)
 A diaconia de Jesus Cristo está centralizada na disponibilidade em servir o próximo.

II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
 1. O conceito da função. A palavra diácono (gr. diakonos), segundo o Dicionário Vine, refere-se àquele que presta trabalhos voluntários aludindo aos exemplos dos criados domésticos dos tempos do Novo Testamento. O termo destaca, em especial, a função de um mestre ou de um pastor cristão, entrelaçando o sentido técnico do diácono ou diaconisa. Outra palavra grega relacionada a “diácono” é doulos. Esta refere-se a “um servo” ou “um escravo” (Mt 13.27,28; Jo 4.51). Portanto, a ideia preponderante que a função do diácono remonta é a do serviço voluntário prestado, pelo “ministro”, o “servo” ou o “assistente”, para alguém.

2. Origem do diaconato. “A bênção”, “problema” e “reivindicação” são palavras-chave para o advento do ministério formal dos diáconos em o Novo Testamento. A bênção foi o extraordinário crescimento da igreja local em Jerusalém. A questão étnica causada pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas judias de fala hebraica e as de fala grega (At 6.1), era o problema. A reivindicação pode ser vista na manifestação verbal destas viúvas que, sentindo-se injustiçadas pelo que elas interpretaram ser uma forma de discriminação dos líderes da igreja de Jerusalém, cobraram sua assistência (At 6.1).

3. A escolha dos diáconos. Para resolver o impasse, orando e impondo-lhes as mãos, os apóstolos separaram sete irmãos de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para administrar uma questão étnica e social (At 6.2-7). Foi uma decisão de caráter pacificador e de muito bom-senso para a igreja não se perder em permanentes desentendimentos. O objetivo era estimulá-la a resolver a questão reconhecendo o caminho equivocado antes aderido pelos líderes até aquele momento. Assim, eles puderam executar as mudanças necessárias e resolveram uma questão que poderia trazer sérios problemas para a igreja de Jerusalém.

 SINOPSE DO TÓPICO (II)
 O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, descreve a instituição do ministério de diácono.

III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO

1. Qualificações do diácono. As qualificações dos diáconos descritas no livro de Atos e na primeira carta a Timóteo revelam que em nada elas diferem da atribuição ética exigida aos bispos (1 Timóteo e Tito).
a) Caráter moral (1Tm 3.8). Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas, corretas e íntegras. Não pode haver “língua dobre” neles, isto é, a sua palavra deve ser sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da sua vida, pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos da igreja local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os pobres da Igreja do Senhor.
b) Caráter espiritual (1Tm 3.9,10). Ter a plena convicção do que é crer no Evangelho. O diácono guarda a revelação de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (cf. Rm 16.25). Por isso, a liderança e a igreja local devem avaliar o candidato ao diaconato levando em conta o seu caráter moral e espiritual.
c) Caráter familiar. O candidato deve ser marido de uma mulher, fiel à sua esposa e bom pai. A exemplo dos bispos, os diáconos devem ser zelosos com o seu lar, amar as suas esposas com amor sacrifical. Devem respeitar os seus filhos, para obterem deles o mesmo respeito. O “serviço” do diácono à sua família revelará como ele servirá a igreja local.

2. A função dos diáconos em Atos 6. Quando foram instituídos diáconos, setes homens de fala grega foram separados para assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica como as de fala grega. Os diáconos não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter social na igreja do primeiro século. A função do diaconato era fundamentalmente de caráter social.

3. A função dos diáconos hoje. Atualmente, a função primordial do diácono é auxiliar a igreja local através das orientações do seu pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como a distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na segurança da liturgia do culto, bem como de outras tarefas já mencionadas.

 SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Para o perfil e a função do diácono deve-se levar em conta o caráter moral, o caráter espiritual e o caráter familiar do candidato.

CONCLUSÃO
 O diaconato foi instituído pelos apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e precisou ter pessoas que pudessem resolver questões relacionadas a problemas sociais que demandavam atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a Deus em trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o seu trabalho e reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois, no sentido lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. 1 ed., RJ: CPAD, 1999.
STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1 ed., RJ, CPAD, 1995.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Teológico
 “Comunhão Quebrada: A Comunidade Escolhe Sete Diáconos
Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo.
Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, ‘crentes de fala grega’) e os judeus hebreus (hebraioi, ‘crentes de fala aramaica’). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega, provavelmente enquanto viviam fora da Palestina, ao passo que os judeus hebreus são cristãos que sempre viveram na terra nativa da Palestina” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, p.657).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Teológico
 “[Sobre a Escolha dos diáconos]
[...] Lucas não declara como é feita a escolha dos sete homens, mas a congregação como um todo vê a sensatez da proposta dos apóstolos (v.5) e participa na escolha destes diáconos. A qualificação básica é a espiritualidade, mas eles devem ser distintos de duas maneiras.
Eles têm de ser ‘cheios do Espírito Santo’. Em vez de ser meros bons administradores ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados pelo Espírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes. Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres.
Eles também têm de ser ‘cheios [...] de sabedoria’. Complementar aos atos de poder está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados problemas de propriedade. Seu ministério inclui negócios empresariais e a distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes concedeu.
Entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca como pregador carismático (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o primeiro a fundar uma igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como ‘homem cheio de fé’ (v.5), sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz ‘prodígios e grandes sinais entre o povo’ (v.8), e seus oponentes não sabem como lidar com a pregação que ele faz (v.10). O ministério destes dois homens ilustra os ministérios dos diáconos carismáticos, os quais se estendem muito além das preocupações práticas do dia a dia da Igreja.
A ordenação dos sete diáconos fornece bom modelo para ministrar as minorias da Igreja. Como na Igreja primitiva, devemos nos preocupar com o modo como as minorias — os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de diferentes origens raciais — são tratadas. Semelhante às viúvas crentes de fala grega, tais pessoas são indefesas, e suas necessidades podem ser negligenciadas. Cada congregação deve ter um programa próprio para ministrar aos que estão em desvantagem e às minorias, e entregar este ministério àqueles que são espiritualmente dotados e compromissados a cuidar deles” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.657-8).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 O Diácono
 Por que existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da igreja local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Muitos alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da organização eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma excelente oportunidade para abordar um assunto que faz parte da vida cristã de todo membro em uma comunidade local.
Para responder as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi constituído um ministério específico de caráter social para resolver uma variante problemática de aspecto étnico: entre as viúvas de fala hebraica e as de fala grega. Tal problema poderia atravancar o avanço da igreja local que estava em Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um problema não muito fácil, entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração não poderiam ficar em segundo plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.
Orientados pelo Espírito Santo, e também dotados por um profundo bom senso, juntamente com a igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de separar sete homens judeus de fala grega: Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau — para resolverem uma questão de caráter social e urgente. Assim, a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua atividade coadunando a prática proclamatória do Evangelho com o serviço de interferir socialmente na vida dos crentes, e não--crentes também, para suprir a necessidade de quem precisava de ajuda. Por isso, o caráter do ministério diaconal é profunda e biblicamente enraizado numa intensa preocupação social. O diácono de Atos não foi chamado para fazer trabalhos meramente litúrgicos, (como colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente a cuidar dos mais necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem realmente precisa de cuidados na comunidade cristã local.
Por conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função eclesiástica, mas um estilo de vida ensinado e promovido por Jesus de Nazaré. Quando um crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se impulsionado para viver um estilo de vida diaconal, como o de Cristo em seu ministério terreno. Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em Jesus de Nazaré, jamais em si mesmo.




I – INTRODUÇÃO:
At 6.1-6 - Diácono é um servidor; um oficial da Igreja, instituído pelos Apóstolos para:
(1º) – Socorrer aos necessitados;
(2º) – Servir as mesas; e
(3º) – Manter a boa ordem na casa de Deus.
Há, pois, que se resgatar o ministério diaconal, como no-lo mostra a Palavra de Deus, em At 6.

II – A ORIGEM DO DIÁCONO:
O sentido original da palavra “Diácono” é “servo”, “servente de mesas”, “garçom”.
O termo, contudo, tem o mesmo sentido de ministro e se relaciona também com a palavra empregada por Jesus, a seu próprio respeito, quando disse: "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir" (Mt 20.28).
Além do sentido etimológico ora estudado, geralmente se admite que a função de Diácono teve a sua origem na escolha dos sete, em Atos 6.1-6, embora esses não sejam denominados de Diáconos.
No Novo Testamento, os Diáconos tinham a função de administrar coisas materiais e se ocupavam do suprimento dos necessitados na igreja.
Foi de fato a necessidade de atendimento às viúvas helenistas que motivou a decisão dos apóstolos quanto à separação de homens de excelentes qualidades para a função que deu origem ao diaconato. O termo Diácono, entretanto, só depois, de muitos anos, Paulo o menciona como parte do ministério da Igreja.

III – O DIÁCONO:
I Tm 3.8 – Já no início da atividade em Jerusalém, manifestou-se a necessidade de separar alguns homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para servirem como Diáconos, atendendo assuntos materiais e sociais, para aliviar a sobrecarga que estava sobre os ombros dos ministros, a fim de que estes pudessem dedicar-se à oração e ao ministério da Palavra – At 6.1-4.
Os Diáconos não são os responsáveis diretos pelo lado material, nem pelo social da Igreja, mas são constituídos “sobre este importante negócio” por aqueles a que caberia fazê-lo – At 6.3. Eles, assim, não fazem parte propriamente do governo da Igreja.
Os Diáconos, sendo cheios do Espírito Santo, podem tomar parte na pregação da Palavra, como faziam os Diáconos Estêvão (At 6.10) e Filipe (At 8.5). O que se espera de um bom Diácono é um bom serviço – I Tm 3.13.

IV – A FUNÇÃO DO DIÁCONO:
Na Igreja Primitiva, o Diácono se ocupava especialmente de arrecadar donativos e distribuir alimentos aos pobres, aos necessitados.
Esta prática cristã esteve em franca evidência, especialmente nos primeiros anos da Igreja Primitiva, quando havia verdadeira comunidade de bens, entre os cristãos - At 4.32,35.
Esta prática cristã constituía um vasto campo de atividade e exigia a dedicação de homens fiéis. Era um trabalho de grande responsabilidade. Por isto, a exigência - At 6.3.
Tendo em vista a função original do Diácono, podemos concluir: onde quer que haja uma igreja que mantenha trabalhos sociais, com reais serviços de atendimento aos necessitados, a cargo de um Diácono, aí estará um tipo do Diácono do Novo Testamento, pois a menção de "servir às mesas", em nada se relaciona com a solenidade de distribuição da Santa Ceia em nossos dias. O Diácono tinha mesmo um ministério material como administrador de alimentos à comunidade pobre.
É provável que este sistema de beneficência cristã haja sofrido alguma modificação ou mesmo restrição. Cedo apareceram os que, à semelhança de Ananias e Safira, pretendiam imitar Barnabé e outros abnegados doadores (At 4.36,37; 5.1-11).

Também surgiram os que abusavam da generosidade dos irmãos, vivendo sem trabalhar, na exclusiva dependência da igreja. Isto se deduz das enérgicas admoestações de Paulo - Ef 4.28; l Ts 4.10,11; 2 Ts 3.10 - . Esta regulamentação atingiu até mesmo as viúvas - l Tm 5.16.
A situação chegou a ponto de Paulo e seus companheiros, em detrimento dos seus direitos, resolverem apresentar-se como exemplos, trabalhando com as próprias mãos - 2 Ts 3.8,9.
Estas passagens tanto revelam as providências para coibir as irregularidades, como demonstram que o serviço de atendimento aos necessitados não existiu somente em Jerusalém, mas também entre os gentios.
Nas epístolas de Paulo, dezenas de anos depois do início da Igreja em Jerusalém, são encontradas expressões como estas: "Servir aos santos e ainda servis", que correspondem à função de Diácono na igreja entre os gentios, em diversos lugares.

V – AS QUALIDADES DO DIÁCONO:
l Tm 3.8,9 - As qualidades exigidas para o Diácono são semelhantes às do bispo-presbítero. Entre outras coisas, lhes é exigida integridade no falar, e serem livres de "sórdida ganância", qualidade indispensável a quem lida com dinheiro e bens alheios.
Não somente as exigências para a escolha de Atos 6, mas também outros passos bíblicos revelam a seriedade com que era encarado o assunto. Paulo, instruindo os Coríntios, a respeito das ofertas recolhidas para os pobres de Jerusalém, na época de fome, diz - l Co 16.3 .
É regra sem exceção na Bíblia: Para qualquer trabalho para Deus e Sua causa, a responsabilidade corresponde à honra e ao privilégio do encargo.

VI – O TRABALHO ESPIRITUAL DO DIÁCONO:
Conquanto a função do Diácono fosse especificamente o atendimento dos necessitados, este não estava privado de exercer atividades espirituais, pregar o Evangelho e nem de possuir extraordinários dons sobrenaturais. Os dons espirituais podem dar origem a títulos ministeriais, contudo não se limitam e nem sempre correspondem a tais títulos.
Se admitimos que os sete foram os primeiros Diáconos, forçoso nos será concordar que o Diácono pode ser portador de extraordinários dons e, consequentemente, habilitado para grandes obras no Reino de Deus.
De Estêvão, está escrito: At 6.8,10.
A respeito de Filipe, lemos: At 8.6,7.
Os homens escolhidos deviam ser "de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria" (At 6.3). Não há dúvida de que homens com tais qualidades e condições espirituais poderão ser usados por Deus para qualquer trabalho na Sua Igreja: l Tm 3.13.
Será sempre de grande proveito na igreja o Diácono segundo o modelo bíblico.

VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Em geral, a Igreja Primitiva julgava ter tido a origem da ordem de Diácono nos sete homens escolhidos de que fala At 6.
Entretanto, devemos observar que aqueles sete homens escolhidos nunca são chamados de “Diáconos” em Atos dos Apóstolos.
Somente pelo fim da vida do apóstolo Paulo é que há claros indícios de aparecerem os “Diáconos” como fazendo parte regular da organização da Igreja. Somente, então, eles são mencionados com os “Bispos” da Igreja de Filipos e, em I Tm 3, é que o apóstolo Paulo estabeleceu regulamentos para ambos os cargos.
Por fim, devemos notar que a palavra “Diácono”  se usa no N. T. no sentido geral de:
(A) – Servo ou agente de um rei – Mt 22.13;
(B) – Servo ou agente de Deus – Rm 13.4; e
(C) – Servo ou agente de Jesus Cristo – I Tm 4.6.

É exatamente neste sentido (servo ou agente) que o apóstolo Paulo fala de si próprio como de um Diácono ou ministro do Evangelho e da Igreja – Cl 1.23, 25.

FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:
Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza
Teologia Sistemática – CPAD - Eurico Bergstén
Dicionário Bíblico Universal – Editora Vida – Buckland
Dicionário Teológico – CPAD – Claudionor Corrêa de Andr





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