Lições
Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2014
Título: Dons Espirituais e Ministeriais —
Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista:
Elinaldo Renovato de Lima
Lição 11: O
Presbítero, Bispo ou Ancião
Data: 15 de
Junho de 2014
TEXTO ÁUREO
“Por esta causa te deixei em Creta, para que
pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade,
estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).
VERDADE
PRÁTICA
O presbitério deve ser constituído por pessoas
idôneas para auxiliar na administração da igreja local.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Tt 1.5 O estabelecimento dos
Presbíteros
Terça - Tg 5.14 Homens espirituais
Quarta - 1Tm 4.14 A ação do presbitério
Quinta - 1Pe 5.1,2 Presbíteros apascentadores
Sexta - 1Pe 5.3 Como exemplo do rebanho
Sábado - Tt 1.5,7 Bispo — Outro nome para
presbítero
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4.
Tito 1
5 - Por esta
causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda
restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6 - aquele
que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não
possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7 - Porque
convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não
soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espanca dor, nem cobiçoso de
torpe ganância;
1 Pedro 5
1 - Aos
presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com
eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há
de revelar:
2 -
apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força,
mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 - nem como
tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 - E,
quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
INTERAÇÃO
A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo
num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por
isso, é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com
sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A
igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da
importância do pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos
a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou
presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor
titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar o
termo e a função do presbítero.
Valorizar o
ministério do presbítero.
Apontar os
deveres dos presbíteros.
Caro
professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do
presbítero, reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos
alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro,
preenchendo os espaços vazios.
Conclua
afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto
implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa
região. Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério
de sua igreja local.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Presbítero:
Ancião. Pessoa madura na fé.
No início da
Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao
Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O
Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais
novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova
pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse
precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer
presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.
I. A ESCOLHA
DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função. De acordo com a
Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é
uma forma comparativa da palavra grega presbys, “pessoa mais velha”. Como
substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de
dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo
da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de
professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).
2. A
liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das
igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal
trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a
estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7).
Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas
comunidades cristãs antigas.
3. As
qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros
encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30;
15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um
grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos
presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador
de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o
exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9
para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o
aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a
importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da
ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a
maneira mais segura para se separar obreiros.
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um
sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskolos) e de pastor
(do gr. poimēn). Logo, a sua função é pastoral.
II. A
IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo. “Não desprezes o dom
que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do
presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo,
aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo
conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de
“presbitério” (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho
formado por anciãos da igreja cristã).
2. A atuação
do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas
e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os
anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto
(At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para
orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos
convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem
observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos
em Jerusalém” (At 16.4).
3. A
valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os
primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de
Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das
nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja
e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros
que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente
os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra
que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era
exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef
4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das
igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
SINOPSE DO
TÓPICO (II)
Fundamentado
na Palavra de Deus desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo
da igreja local junto ao pastor titular.
III. OS
DEVERES DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o
dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O
apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa:
(1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não
pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de
Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de
exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da
igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral
e familiar do povo de Deus.
2. Liderar a
igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de
atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas
tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso,
ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm
3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar
disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com
o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma
pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e
governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus
chamado para tão nobre tarefa.
3. Ungir os
enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem
sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção
dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade
que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se
sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou
uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para
atender a essas demandas.
SINOPSE DO
TÓPICO (III)
Apascentar a igreja de Cristo, liderar uma
igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do
presbítero.
CONCLUSÃO
Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor
são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros
com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem
uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem
este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das
principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto,
esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French
L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ:
CPAD, 2009.
ARAÚJO,
Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“As qualificações dos Presbíteros (1.6-9)
As qualificações
no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões
indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o
ministério. O grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido
de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de
dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser
considerado como um candidato ao presbitério [...].
Paulo parece
estar usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e ‘líder/bispo’
(episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste primeiro período da
história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e indistintos
(STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009,
pp.704,05).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Histórico Pentecostal
“PRESBÍTEROS
As
Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se
constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos
pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista
administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada
do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado
formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no
Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O
presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em
algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo
modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste,
ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza.
Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de
pastor.
[...] Porém,
na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão
sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os
convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1
Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e
anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia
eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros
e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[...] Nas
Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição,
passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro,
na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor”
(ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007,
pp.715,16).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
O Presbítero, Bispo ou Ancião
Ao longo da história da Igreja, vários modelos
de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar
três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.
No governo
episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de
presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana,
Ortodoxa e Metodista, por exemplo.
O governo
presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da
igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores)
e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia)
tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o
presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez,
submete-se ao Supremo Concílio (nacional).
O governo
congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral
constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais
caracteriza esse modelo.
Tecnicamente,
as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias
de Deus no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista,
Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho — a função de Auxiliar submete-se à
de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor;
mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.
Constituída
por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em
relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores
eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na
liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor
local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial
(pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela
supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. Por
isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.
E importante
ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no “Dicionário do Movimento
Pentecostal” (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi
abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que
lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por
outro lado, o governo da Assembleia de Deus da América é diametralmente oposto
ao da brasileira.
SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
Tt 1.5 – Conforme o ensino apostólico havia presbítero em
cada Igreja (At 14.23); eles foram estabelecidos para que a boa ordem fosse
mantida nas igrejas, em cada cidade onde se estabeleceu o trabalho. Para essa
função usava-se simultaneamente: presbítero (Tt 1.5), ancião (At 20.17) e bispo
(At 20.28), sem que esses nomes representassem diferença, quer no cargo, quer
na responsabilidade: eram apenas sinônimos.
II – ORIGEM DOS TÍTULOS:
Ancião, presbítero e bispo são títulos que não tiveram
origem na Igreja.
Ancião era a designação do magistrado, escolhido entre os
mais velhos, mais experientes e mais respeitáveis da tribo, que exerciam
influência no governo de algumas nações antigas, como Egito, Moabe e Midiã e
povos contemporâneos, sendo o sistema adotado posteriormente pelos gregos e
romanos.
Ao que se percebe, o costume foi aceito pelo povo hebreu
ainda antes do Êxodo - Êx 3.16,18; Ex 4.29 -. Daí por diante são os anciãos
encontrados frequentemente como representantes da comunidade.
Existiam no período dos Juízes e exerciam grande influência
nos negócios de mais importância (Js 20.4).
Aparecem também com grande influência no governo monárquico
– I Sm 15.30; II Sm 3.17; 5.3; I Rs 8.1).
Além destes, muitos outros trechos bíblicos falam dos
anciãos nas épocas do Antigo Testamento, relacionados com o governo dos
diversos reis dos hebreus. Conforme a Versão Atualizada, já eram intitulados de
superintendentes, que é o sentido de presbítero ou bispo - Nm 11.16.
Nos tempos de Jesus, os vemos atuando destacadamente nas
questões mais importantes - Mt 27.12, 20.
Ainda nos dias de Paulo, os judeus, pretendendo matá-lo,
"foram ter com os principais sacerdotes e os anciãos" (At 23.14).
Já “Presbítero” é uma palavra de origem grega, que também se
traduz por “ancião” e “mais velho”. Por isto, os cidadãos considerados de maior
dignidade e mais experientes eram chamados tanto anciãos, como presbíteros que
têm o mesmo significado de bispo. Esta é, portanto, a origem histórica de
ancião, presbítero ou bispo.
III – O PRESBÍTERO NO NOVO TESTAMENTO:
"Durante o período do Novo Testamento, o sumo sacerdote
era o presidente ex-ofício do Sinédrio. Uma organização semelhante foi
naturalmente seguida pela igreja cristã e o ancião do Antigo Testamento se
tornou no presbítero do Novo Testamento" (Novo Dic. da Bíblia, Vol III, Pg
1314).
Com isto concordam os textos bíblicos de At 20.17, 28 e Tito
1.5,7, que revelam claramente que os presbíteros e bispos identificam uma e a
mesma função.
De Whedon’s Commentary of New Testament, editado em Nova
Iorque em 1873, Vol. IV, pg. 422, traduzimos o seguinte: - "A palavra
grega presbítero era um termo político usado pelos atenienses para designar
pessoas indicadas como superintendentes de negócios de dependência estrangeira.
A palavra usada para designar um oficial da igreja, no Novo Testamento grego, é
aplicada somente por Paulo e seu discípulo Lucas (At 20.28; Fp 1.1; Tt 1.7) e é
possível que tal aplicação se originou com Paulo".
De fato, é na vigência do ministério de Paulo, conforme os
registros de Lucas, em Atos, que aparece o presbítero ou bispo, logo na
primeira viagem missionária (At 14.23).
IV – A HISTÓRIA DO PRESBÍTERO:
Nas diferentes opiniões a respeito deste assunto, não deixa de
haver um elevado percentual de influências doutrinárias, de origens
tradicionais.
Nos países onde a literatura sofre a influência do
catolicismo romano, com frequência o termo presbítero é traduzido - padre,
sacerdote.
A Igreja é constituída de homens e estes não deixam de
sofrer influência do meio ambiente e das circunstâncias em que ocorre a sua
formação.
Não há dúvida de que a influência de Calvino e John Knox foi
sentida fortemente na Escócia e outros países da Europa, especialmente na
Escandinávia, através dos contatos com Zwinglio.
"Fundamentadas na doutrina cristã de Calvino, as
ordenanças Eclesiásticas de Genebra distinguiam: Os pastores e presbíteros
docentes (clérigos) e os presbíteros regentes e diáconos (leigos)" (Enciclopédia Barsa, Vol II, pg. 222).
Daí originou-se a teoria de presbítero geral e presbítero
local que, através dos missionários, foi levada para diferentes partes do
mundo, atingindo até mesmo algumas denominações independentes do bloco
presbiteriano, sendo aceita por uma mesma confissão religiosa em um país e
recusada em outro, de acordo com as influências doutrinárias mais vigorosas.
O certo é que no início o corpo docente (ministério) da
Igreja era constituído de dois cargos e duas funções, diácono e presbítero ou
bispo, visto que os próprios apóstolos se consideravam presbíteros, conforme
veremos mais adiante.
A Igreja Católica dividiu em dois o cargo de presbítero ou
bispo, formando o sacerdócio e o bispado. Depois, adicionou ao termo bispo o
prefixo grego “arce” (que significa superior, acima de...), arranjando o título
de arcebispo (superior dos bispos), iniciando assim, a escada do episcopado
hierárquico que chegaria à culminância com o papado.
Algumas igrejas adotaram o sistema episcopal, sem papa.
"Outras, como as do grupo presbiteriano, não aceitam a autoridade
episcopal, nem admitem hierarquia superior à dos presbíteros” (Enciclopédia
Barsa, Vol II, pg. 222).
A Igreja Batista e outras da mesma origem admitem certa a
interpretação de que o presbítero ou bispo são a mesma coisa que o pastor. Além
do diácono, limitam o seu ministério a este único cargo e a esta única função.
A Assembleia de Deus, especialmente no Brasil, certamente em
razão de se constituir inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos,
atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista
administrativo, ministerial, adotou uma posição intermediária, mais aproximada
do sistema presbiteriano. Não admite hierarquia. Não aceita o episcopado
formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no
Novo Testamento. Admite, entretanto, o encargo separado de presbítero.
V – CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS:
Além do exposto e dos pareceres fundamentados na Sagrada
Escritura, passamos a considerar outros passos bíblicos, a respeito do assunto.
Como já antes afirmamos, em Atos 20.17, Paulo manda
"chamar os presbíteros da Igreja" e no versículo 28, falando a esses
presbíteros, diz: "Atendei por vós e por todo o rebanho, sobre o qual o
Espírito Santo vos constitui bispos, para pastoreardes a igreja de Deus".
Aqui temos o presbítero ou o bispo pastoreando a igreja de
Deus. São as mesmas pessoas, com a mesma função, de pastorear.
Em l Timóteo 5.17, Paulo preceituou: "Devem ser
considerados merecedores de dobrada honra os presbíteros que presidem bem, com
especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino". Notemos as
atribuições desses presbíteros:
(1º) - Devem ser considerados merecedores de dobrada honra,
ou remuneração, como sugere o versículo 18, logo em seguida. Um erudito cristão
traduz esta recomendação assim: "Devem ser mantidos honradamente".
Isto certamente fala daqueles que dão tempo integral ao trabalho;
(2º) - Presidem, significa ter a responsabilidade da direção
e da administração geral da comunidade;
(3º) - Se afadigam na palavra, que representam a atividade
evangelística de quem se dedica inteiramente ao serviço da igreja;
(4º) - Se afadigam no ensino, incumbência do pastor da
igreja mais de que de qualquer outro. É difícil, portanto, admitir-se que ao
ministro responsável pelo rebanho é que cabem estas prerrogativas.
Em l Timóteo 4.14, Paulo fez uma exortação ao seu discípulo
- Este trecho, tomado ao pé da letra, parece favorecer aos que pretendem
estabelecer distinção entre presbítero e bispo (pastor).
Torna-se necessário observar que em 2 Timóteo 1.6, o mesmo
apóstolo fez uma advertência a Timóteo - Haverá aqui uma contradição de Paulo?
Não significa isto que Paulo fazia parte desse "presbitério" ou
conselho de ministros que consagrou Timóteo ao ministério?
Em Tito 1.5, Paulo recomendou a Tito que constituísse
presbíteros; no versículo 6 menciona as qualidades que devem adornar esses
ministros e, no versículo 7, diz: "Porque é indispensável que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro de Deus". Aqui, mais uma vez, na concepção
de Paulo, presbítero e bispo (pastor) identificam uma única função.
Em l Pedro 5.1-3, é Pedro, o apóstolo, o pastor, o líder da
igreja judaica, que também se intitula de presbítero, que exorta os
presbíteros: "Pastoreai o rebanho de Deus".
Em 2 João, versículo l2, é o veterano apóstolo João que
começa a sua carta dizendo: "O presbítero à senhora eleita e aos seus
filhos..."
Em 3 João, versículo l, escreve o mesmo apóstolo: "O
presbítero ao amado Gaio..."
Estas passagens bíblicas demonstram com clareza meridiana
que os presbíteros no Novo Testamento constituíam a classe ministerial de
pastores, de líderes, tal como há atualmente, e não a classe que existe com o
nome de presbíteros ou presbitério, em nossos dias.
Em face de tudo isto, se os presbíteros não eram os mesmos
bispos, pastores, os ministros, inclusive os apóstolos, forçoso nos será
admitir que os presbíteros constituíam uma classe ministerial superior a todos
e, se assim era, deveria ser ainda hoje e continuar sendo sempre...
Talvez seja este conceito, esta ideia, ao alcance dos
presbíteros, a razão da autoridade que muitos pretendem exercer sobre os seus
pastores. Assim sendo, têm razão!
VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Aprouve a Deus levantar obreiros para cuidar da Sua Igreja.
Esta jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do
Pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a
administrar a igreja local: O Presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros,
homens honrados, de boa índole e idôneos para, junto ao Pastor titular, cuidar
e zelar do rebanho do Senhor.
FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:
Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo
de Souza
Teologia Sistemática – CPAD - Eurico Bergstén
Nenhum comentário:
Postar um comentário