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quinta-feira, 12 de junho de 2014

O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO - LIÇÃO 11 COM SUBSIDIOS



 Lições Bíblicas CPAD     -    Jovens e Adultos
 2º Trimestre de 2014
 Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 11: O Presbítero, Bispo ou Ancião
Data: 15 de Junho de 2014

TEXTO ÁUREO
 “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).

VERDADE PRÁTICA
 O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Tt 1.5 O estabelecimento dos Presbíteros
 Terça - Tg 5.14 Homens espirituais
 Quarta - 1Tm 4.14 A ação do presbitério
 Quinta - 1Pe 5.1,2 Presbíteros apascentadores
 Sexta - 1Pe 5.3 Como exemplo do rebanho
 Sábado - Tt 1.5,7 Bispo — Outro nome para presbítero

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4.

Tito 1
5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espanca dor, nem cobiçoso de torpe ganância;

1 Pedro 5
1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2 - apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 - nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.

INTERAÇÃO
 A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso, é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar o termo e a função do presbítero.
Valorizar o ministério do presbítero.
Apontar os deveres dos presbíteros.
 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero, reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios.
Conclua afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região. Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua igreja local.

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Presbítero: Ancião. Pessoa madura na fé.
No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.

I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
 1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, “pessoa mais velha”. Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).

2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.

3. As qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskolos) e de pastor (do gr. poimēn). Logo, a sua função é pastoral.

II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
 1. Significado do termo. “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de “presbitério” (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).

2. A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).

3. A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Fundamentado na Palavra de Deus desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.

III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
 1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.

2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.

3. Ungir os enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Apascentar a igreja de Cristo, liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero.

CONCLUSÃO
 Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.

 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009.
ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Teológico
 “As qualificações dos Presbíteros (1.6-9)
As qualificações no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado como um candidato ao presbitério [...].
Paulo parece estar usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e ‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e indistintos (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.704,05).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Histórico Pentecostal
 “PRESBÍTEROS
As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.
[...] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[...] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, pp.715,16).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 O Presbítero, Bispo ou Ancião
 Ao longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.
No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo.
O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).
O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo.
Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de Deus no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho — a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.
Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.
E importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no “Dicionário do Movimento Pentecostal” (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de Deus da América é diametralmente oposto ao da brasileira.




SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
Tt 1.5 – Conforme o ensino apostólico havia presbítero em cada Igreja (At 14.23); eles foram estabelecidos para que a boa ordem fosse mantida nas igrejas, em cada cidade onde se estabeleceu o trabalho. Para essa função usava-se simultaneamente: presbítero (Tt 1.5), ancião (At 20.17) e bispo (At 20.28), sem que esses nomes representassem diferença, quer no cargo, quer na responsabilidade: eram apenas sinônimos.

II – ORIGEM DOS TÍTULOS:
Ancião, presbítero e bispo são títulos que não tiveram origem na Igreja.
Ancião era a designação do magistrado, escolhido entre os mais velhos, mais experientes e mais respeitáveis da tribo, que exerciam influência no governo de algumas nações antigas, como Egito, Moabe e Midiã e povos contemporâneos, sendo o sistema adotado posteriormente pelos gregos e romanos.
Ao que se percebe, o costume foi aceito pelo povo hebreu ainda antes do Êxodo - Êx 3.16,18; Ex 4.29 -. Daí por diante são os anciãos encontrados frequentemente como representantes da comunidade.
Existiam no período dos Juízes e exerciam grande influência nos negócios de mais importância (Js 20.4).
Aparecem também com grande influência no governo monárquico – I Sm 15.30; II Sm 3.17; 5.3; I Rs 8.1).
Além destes, muitos outros trechos bíblicos falam dos anciãos nas épocas do Antigo Testamento, relacionados com o governo dos diversos reis dos hebreus. Conforme a Versão Atualizada, já eram intitulados de superintendentes, que é o sentido de presbítero ou bispo - Nm 11.16.
Nos tempos de Jesus, os vemos atuando destacadamente nas questões mais importantes - Mt 27.12, 20.
Ainda nos dias de Paulo, os judeus, pretendendo matá-lo, "foram ter com os principais sacerdotes e os anciãos" (At 23.14).
Já “Presbítero” é uma palavra de origem grega, que também se traduz por “ancião” e “mais velho”. Por isto, os cidadãos considerados de maior dignidade e mais experientes eram chamados tanto anciãos, como presbíteros que têm o mesmo significado de bispo. Esta é, portanto, a origem histórica de ancião, presbítero ou bispo.

III – O PRESBÍTERO NO NOVO TESTAMENTO:
"Durante o período do Novo Testamento, o sumo sacerdote era o presidente ex-ofício do Sinédrio. Uma organização semelhante foi naturalmente seguida pela igreja cristã e o ancião do Antigo Testamento se tornou no presbítero do Novo Testamento" (Novo Dic. da Bíblia, Vol III, Pg 1314).
Com isto concordam os textos bíblicos de At 20.17, 28 e Tito 1.5,7, que revelam claramente que os presbíteros e bispos identificam uma e a mesma função.
De Whedon’s Commentary of New Testament, editado em Nova Iorque em 1873, Vol. IV, pg. 422, traduzimos o seguinte: - "A palavra grega presbítero era um termo político usado pelos atenienses para designar pessoas indicadas como superintendentes de negócios de dependência estrangeira. A palavra usada para designar um oficial da igreja, no Novo Testamento grego, é aplicada somente por Paulo e seu discípulo Lucas (At 20.28; Fp 1.1; Tt 1.7) e é possível que tal aplicação se originou com Paulo".
De fato, é na vigência do ministério de Paulo, conforme os registros de Lucas, em Atos, que aparece o presbítero ou bispo, logo na primeira viagem missionária (At 14.23).

IV – A HISTÓRIA DO PRESBÍTERO:
Nas diferentes opiniões a respeito deste assunto, não deixa de haver um elevado percentual de influências doutrinárias, de origens tradicionais.
Nos países onde a literatura sofre a influência do catolicismo romano, com frequência o termo presbítero é traduzido - padre, sacerdote.
A Igreja é constituída de homens e estes não deixam de sofrer influência do meio ambiente e das circunstâncias em que ocorre a sua formação.
Não há dúvida de que a influência de Calvino e John Knox foi sentida fortemente na Escócia e outros países da Europa, especialmente na Escandinávia, através dos contatos com Zwinglio.
"Fundamentadas na doutrina cristã de Calvino, as ordenanças Eclesiásticas de Genebra distinguiam: Os pastores e presbíteros docentes (clérigos) e os presbíteros regentes e diáconos (leigos)"  (Enciclopédia Barsa, Vol II, pg. 222).
Daí originou-se a teoria de presbítero geral e presbítero local que, através dos missionários, foi levada para diferentes partes do mundo, atingindo até mesmo algumas denominações independentes do bloco presbiteriano, sendo aceita por uma mesma confissão religiosa em um país e recusada em outro, de acordo com as influências doutrinárias mais vigorosas.
O certo é que no início o corpo docente (ministério) da Igreja era constituído de dois cargos e duas funções, diácono e presbítero ou bispo, visto que os próprios apóstolos se consideravam presbíteros, conforme veremos mais adiante.
A Igreja Católica dividiu em dois o cargo de presbítero ou bispo, formando o sacerdócio e o bispado. Depois, adicionou ao termo bispo o prefixo grego “arce” (que significa superior, acima de...), arranjando o título de arcebispo (superior dos bispos), iniciando assim, a escada do episcopado hierárquico que chegaria à culminância com o papado.
Algumas igrejas adotaram o sistema episcopal, sem papa. "Outras, como as do grupo presbiteriano, não aceitam a autoridade episcopal, nem admitem hierarquia superior à dos presbíteros” (Enciclopédia Barsa, Vol II, pg. 222).
A Igreja Batista e outras da mesma origem admitem certa a interpretação de que o presbítero ou bispo são a mesma coisa que o pastor. Além do diácono, limitam o seu ministério a este único cargo e a esta única função.
A Assembleia de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituir inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotou uma posição intermediária, mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admite hierarquia. Não aceita o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admite, entretanto, o encargo separado de presbítero.

V – CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS:
Além do exposto e dos pareceres fundamentados na Sagrada Escritura, passamos a considerar outros passos bíblicos, a respeito do assunto.
Como já antes afirmamos, em Atos 20.17, Paulo manda "chamar os presbíteros da Igreja" e no versículo 28, falando a esses presbíteros, diz: "Atendei por vós e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constitui bispos, para pastoreardes a igreja de Deus".
Aqui temos o presbítero ou o bispo pastoreando a igreja de Deus. São as mesmas pessoas, com a mesma função, de pastorear.
Em l Timóteo 5.17, Paulo preceituou: "Devem ser considerados merecedores de dobrada honra os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino". Notemos as atribuições desses presbíteros:

(1º) - Devem ser considerados merecedores de dobrada honra, ou remuneração, como sugere o versículo 18, logo em seguida. Um erudito cristão traduz esta recomendação assim: "Devem ser mantidos honradamente". Isto certamente fala daqueles que dão tempo integral ao trabalho;
(2º) - Presidem, significa ter a responsabilidade da direção e da administração geral da comunidade;
(3º) - Se afadigam na palavra, que representam a atividade evangelística de quem se dedica inteiramente ao serviço da igreja;
 (4º) - Se afadigam no ensino, incumbência do pastor da igreja mais de que de qualquer outro. É difícil, portanto, admitir-se que ao ministro responsável pelo rebanho é que cabem estas prerrogativas.

Em l Timóteo 4.14, Paulo fez uma exortação ao seu discípulo - Este trecho, tomado ao pé da letra, parece favorecer aos que pretendem estabelecer distinção entre presbítero e bispo (pastor).
Torna-se necessário observar que em 2 Timóteo 1.6, o mesmo apóstolo fez uma advertência a Timóteo - Haverá aqui uma contradição de Paulo? Não significa isto que Paulo fazia parte desse "presbitério" ou conselho de ministros que consagrou Timóteo ao ministério?
Em Tito 1.5, Paulo recomendou a Tito que constituísse presbíteros; no versículo 6 menciona as qualidades que devem adornar esses ministros e, no versículo 7, diz: "Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus". Aqui, mais uma vez, na concepção de Paulo, presbítero e bispo (pastor) identificam uma única função.
Em l Pedro 5.1-3, é Pedro, o apóstolo, o pastor, o líder da igreja judaica, que também se intitula de presbítero, que exorta os presbíteros: "Pastoreai o rebanho de Deus".
Em 2 João, versículo l2, é o veterano apóstolo João que começa a sua carta dizendo: "O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos..."
Em 3 João, versículo l, escreve o mesmo apóstolo: "O presbítero ao amado Gaio..."
Estas passagens bíblicas demonstram com clareza meridiana que os presbíteros no Novo Testamento constituíam a classe ministerial de pastores, de líderes, tal como há atualmente, e não a classe que existe com o nome de presbíteros ou presbitério, em nossos dias.
Em face de tudo isto, se os presbíteros não eram os mesmos bispos, pastores, os ministros, inclusive os apóstolos, forçoso nos será admitir que os presbíteros constituíam uma classe ministerial superior a todos e, se assim era, deveria ser ainda hoje e continuar sendo sempre...
Talvez seja este conceito, esta ideia, ao alcance dos presbíteros, a razão da autoridade que muitos pretendem exercer sobre os seus pastores. Assim sendo, têm razão!

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Aprouve a Deus levantar obreiros para cuidar da Sua Igreja. Esta jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do Pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: O Presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos para, junto ao Pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.


FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:
Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza
Teologia Sistemática – CPAD - Eurico Bergstén












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