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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

OS PECADOS DE OMISSÃO E DE OPRESSÃO - LIÇÃO 12 COM SUBSIDIOS



Lições Bíblicas CPAD     -    Jovens e Adultos
 3º Trimestre de 2014

Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva

Lição 12: Os pecados de Omissão e de Opressão
Data: 21 de Setembro de 2014

TEXTO ÁUREO
 “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado” (Tg 4.17).

VERDADE PRÁTICA
 Os pecados de omissão e opressão são tão repulsivos diante de Deus quanto às demais transgressões.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Gn 3.1-24 A queda do ser humano
 Terça - Is 59.2 O pecado nos separa de Deus
 Quarta - Jo 1.29 O Cordeiro de Deus que tira o pecado
 Quinta - Hb 9.22 Remissão pelo sangue de Jesus
 Sexta - 1Jo 1.7 O sangue de Jesus purifica de todo pecado
 Sábado - 1Rs 8.46 Não há quem não peque

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Tiago 4.17; 5.1-6.

Tiago 4
17 - Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado.

Tiago 5
1 - Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 - As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça.
3 - O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 - Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
5 - Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança.
6 - Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.

INTERAÇÃO
 Professor, na lição de hoje estudaremos a respeito dos pecados de omissão e opressão. Também veremos a exortação de Tiago em relação ao julgamento dos ricos impiedosos. O meio-irmão do Senhor adverte os ricos, não pela posse de bens materiais, mais porque estes não eram bons mordomos dos seus bens. Segundo Tiago, estes ricos exploravam os pobres (Tg 2.5,6). Atitude esta que Deus abomina. O Senhor deseja que venhamos utilizar nossos recursos para ajudar as pessoas necessitadas, não somente para o nosso deleite e prazer. Que possamos utilizar nossos bens para promover o Evangelho e ajudar as pessoas, pois “a fé sem obras é morta”. Tiago mostra que os ricos estavam tão absortos em seus deleites que nem se deram conta do juízo divino e da desgraça que se abateu sobre eles: “As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça” (5.2). Que venhamos utilizar nossos bens com sabedoria.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se dos perigos do pecado de omissão.
Mostrar que adquirir bens à custa da exploração alheia é pecado.
Saber que Deus ouve o clamor dos trabalhadores injustiçados.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Professor, reproduza o quadro abaixo para os alunos. Utilize-o para mostrar como a Palavra de Deus identifica a riqueza. Enfatize que a riqueza não é e jamais será um sinal de fé ou do favor divino. Explique que Jesus fez duras críticas àqueles que amam os bens materiais. O Mestre declarou: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas” (Lc 18.24).



COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Pecado de comissão: Realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus.
 Nesta lição, estudaremos a contundente reprimenda da Palavra de Deus à opressão dos ricos contra os pobres. A denúncia de Tiago é semelhante a dos profetas do Antigo Testamento: de Isaías, de Ezequiel, de Amós, de Miqueias e de Zacarias (Is 3.14,15; 58.7; Ez 16.49; Am 4.1; 5.11,12; 8.4-8; Mq 6.12; Zc 7.10) contra os senhores que oprimiam os pobres. É importante refletirmos sobre este assunto, pois alguns pensam que as advertências dos santos profetas ficaram restritas à época da Lei (Lv 25.35; Dt 15.1-4,7,8). Entretanto, o mesmo tema é alvo do ensinamento do próprio Senhor Jesus (Lc 6.24,25). Igualmente, o livro de Atos nos informa que a Igreja do primeiro século cuidava dos pobres (At 2.42-45). Isso significa que o tema abordado nesta lição é atual e urgente.

I. O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)
 1. A realidade do pecado. Um dia o homem resolveu voluntariamente desobedecer a Deus (Gn 3.1-24). O pecado, então, tornou-se uma realidade fatal. A partir dessa atitude rebelde, todas as relações dos seres humanos entre si, com o Criador e com a criação, foram distorcidas (Rm 1.18-32). Assim, a humanidade e a criação sofrem e gemem como vítimas da vaidade humana (Rm 8.19-22). Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado! Contudo, em Jesus toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai enviou o seu Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da miséria do pecado (Rm 8.3; Hb 10.1-39).

2. O pecado de comissão (Gn 3.17-19). A partir da realidade do pecado algumas formas de pecados podem ser verificadas nas Escrituras. Uma delas é o pecado de comissão, ou seja, realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Os nossos pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de antemão condenou é um atentado a sua santidade e justiça (Sl 106.6).

3. O pecado de omissão (Tg 4.17). Outra forma muito comum é o pecado de omissão. Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus. Porém, as consequências do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46). Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 Deus é santo e abomina tanto o pecado de comissão como o de omissão.

II. O PECADO DE ADQUIRIR BENS ÀS CUSTAS DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)
 1. O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1). Não é a primeira vez que Tiago menciona os ricos em sua epístola (Tg 1.9-11; 2.2-6). Entretanto, aqui há uma particularidade. Enquanto nos outros textos o meio-irmão do Senhor faz advertências ou denúncias contra os ricos, o quinto capítulo apresenta o juízo divino contra eles. Da forma em que o texto da epístola está construído, percebemos que não há indício algum de que a sentença divina é exclusiva para os que conhecem a Deus, deixando “os ricos ignorantes” de fora do juízo divino. O alvo aqui são todos os ricos, crentes ou descrentes, que conduzem os seus negócios de maneira desonesta e opressora contra os menos favorecidos.

2. O mal que virá (v.2). De modo geral, onde se encontra a confiança dos ricos? A Bíblia afirma que a confiança dos ricos está amparada nos bens que possuem (Pv 10.15; 18.11; 28.11). Não atentando para a brevidade da vida e a transitoriedade dos bens materiais, eles orgulham-se e confiam na quantidade de bens que possuem (Jr 9.23; 1Tm 6.9,17). Tiago diz que as riquezas dos ricos desonestos e arrogantes estão apodrecidas e as suas roupas comidas pela traça, isto é, brevemente elas se mostrarão ineficazes para garantir-lhes o futuro. Os ricos opressores terão uma triste surpresa em suas vidas!

3. A corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3). Jesus de Nazaré falou do mesmo assunto no Sermão da Montanha, ao advertir que “não [devemos ajuntar] tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Sabemos que nos dias atuais, muitos ignoram esta admoestação do Senhor, dizendo que não é bem isso que Ele quis dizer. Ora, então do que se tratava o assunto do nosso Senhor, senão do perigo de se acumular bens neste mundo? A arrogância demonstrada pelo rico insensato revela esse desvario do nosso tempo (Lc 12.15-21). Olhando para os dois textos citados, tanto o de Mateus quanto o de Lucas, é impossível não atentarmos para essas duas perspectivas: a denúncia para o mal da riqueza e a revelação profética do juízo divino contra a confiança nela (Ap 3.17; 6.15; 13.16).


 SINOPSE DO TÓPICO (II)
 A Palavra de Deus condena àqueles que adquirirem riquezas às custa da exploração dos pobres e necessitados.

III. O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)
 1. O clamor do salário dos trabalhadores (v.4). O Evangelho alcança pessoas de todos os tipos e classes sociais. Muitos que constituem a classe alta econômica de nossa nação têm crido em Cristo. Outros filhos do nosso meio têm emergido e alcançado altos patamares econômicos. De funcionários, tornaram-se patrões, juízes, políticos, etc. Por isso, é preciso advertir que a Bíblia tem conselhos divinos claros para a ética do homem cristão que se tornou rico ou do rico que se tornou cristão. Neste quarto versículo, com tons graves, o líder da igreja de Jerusalém levanta-se como um profeta veterotestamentário bradando contra a injustiça social (Jr 22.13; Ml 3.5). Para tal exercício, Tiago evoca a Lei, isto é, utiliza a Escritura do primeiro testamento para fundamentar a sua redação epistolar (Dt 24.14,15). O meio-irmão do Senhor adverte que o Todo-Poderoso certamente se levantará contra toda a sorte de opressão e injustiça!

2. A regalia dos ricos que não temem a Deus cessará (v.5). O versículo cinco lembra a denúncia proferida por Jesus em Lucas 16.19-31, quando o Senhor fala acerca do mendigo Lázaro e do rico opressor: uma vida regalada que não se importava com o futuro e com o próximo, vivendo festejos como se o fim nunca fosse chegar. Deleitando-se em suas riquezas, mal pensava o rico que entesourava para si juízos de Deus.

3. O pobre não resiste à opressão do rico (v.6). Há severas condenações no Antigo Testamento contra a opressão dos menos favorecidos (Êx 23.6; Dt 24.17). O fato de essa advertência aparecer em o Novo Testamento indica a gravidade dessa atitude (1Tm 6.17-19). Muitos podem se perguntar por que a Bíblia é tão dura contra os ricos injustos. Uma vez que eles estão economicamente bem posicionados, o pobre, ou “justo”, sucumbe à sua opressão, restando a eles apenas Deus para defendê-los. Assim, mesmo que o pecado de opressão continue sendo consumado, entendemos biblicamente que o Senhor dos Exércitos continua a ouvir o clamor dos pobres!

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Deus ouve o clamor dos trabalhadores injustiçados. Ele é justo e não aceita nenhuma forma de opressão e injustiça.


 CONCLUSÃO
 As advertências de Tiago são relevantes e oportunas para os nossos dias. Quanto engano tem sido cometido por ensinamentos deturpados em nome de uma suposta prosperidade. Tal teologia tem levado muitas pessoas a tornarem-se materialistas. Tiago nos exorta a demonstrarmos uma fé verdadeira, não apenas de palavras, mas principalmente em obras (Tg 2.14-26). De igual maneira, conforme a lição de hoje, o nosso desafio é vivermos um estilo de vida segundo o Evangelho, onde a simplicidade, a modéstia e o contentamento devem ser as suas marcas.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Biblíológico
 “Por que contra o rico? (5.1-6)
Em Jerusalém, eram poucas as pessoas da classe alta que se mostravam sensíveis ao Evangelho. Enquanto crescia a perseguição contra a igreja primitiva, muitos crentes perderam sua fonte de subsistência e passaram a ser explorados pelos poderosos. As investidas de Tiago contra os ricos são: 1) eles anseiam aumentar a riqueza com o sofrimento dos outros; 2) defraudam seus empregados; 3) vivem de maneira extravagante, e amam a boa vida; e, 4) matam os justos.
Temos condições de ser pacientes até mesmo quando provocados pela avidez dos exploradores da riqueza. Pois, sabemos que Cristo, o Juiz, está às portas (Tg 5.7-9)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.875).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Bibliológico

“Riqueza
A Bíblia Sagrada traz muitas advertências para que não depositemos a nossa confiança nas riquezas materiais (Sl 49.6,7). Também não podemos colocar o nosso coração nas riquezas.
Tiago deixou registradas fortes palavras de advertência aos ricos (Tg 5.1), que também servem, sem dúvida, para os ricos de todas as épocas. Estes, a quem Tiago se referiu, não foram julgados por serem ricos, mas porque haviam feito um mau uso de suas riquezas. Os cristãos também podem fazer um mau uso da riqueza que possuem, seja ela pequena ou grande. Eles também podem, sem dúvida, como vários crentes nos dias de Tiago, invejar aqueles que possuem riquezas. A inveja é um pecado tão grande quanto o mau uso da riqueza. É também muito importante que os meios utilizados para se alcançar a riqueza sejam adequados. Evidentemente, aqueles a quem Tiago se dirige em 5.1 haviam enriquecido às custas da exploração dos trabalhadores” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1680).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Os Pecados de omissão e de opressão
 O amor cristão deve se manifestar em todo e qualquer ambiente que demanda o relacionamento humano. Principalmente nos círculos cristãos. Naturalmente, o amor de Cristo, não é nem pode ser um amor de viés obrigatório, pois amor compelido não é amor verdadeiro. O amor demonstrado por Jesus nos designa a ser um e somente um corpo com Ele. Por isso podemos destacar alguns desdobramentos do amor na relação profissional entre funcionário e patrão.
Enquanto funcionários de uma empresa, nossa real motivação deve ser a do respeito, pois somos chamados a viver numa dimensão de serviço a Deus, mas também aos homens. De sorte, não há como honrar a Deus se a minha dimensão relacional com os homens de autoridade está confusa ou quebrada. É impossível viver um dualismo entre “servir a Deus” e “não servir o próximo”.
O discípulo de Jesus é convidado a fazer o bem e a se aperfeiçoar naquilo que faz, não somente por causa do patrão, mas acima de tudo por Cristo. E aí que se revela a própria realização humana, pois patrão e funcionário têm um mesmo Senhor! Não há favoritismo de Deus nessa relação. O mesmo Senhor que auxilia o patrão é o mesmo que auxilia o funcionário. NEle, ambos são irmãos.
Prezado professor, trabalhe estas questões com a classe perguntando o seguinte: Se você é patrão o que pensar sobre o que a Palavra diz a respeito da tua relação com o teu funcionário? E você que é funcionário, como enxergar esta relação com o teu patrão? Certa feita o nosso Senhor disse que o mais forte subjugava o mais fraco no mundo gentílico, e isso, era perfeitamente normal. Mas entre nós, não! Entre os cristãos, o amor mútuo dos irmãos é o que deve sobrepujar. Cada qual exercerá o seu próprio papel, seja na função de patrão ou na de funcionário.
Ambos não podem esquecer: “Sujeitai-vos um ao outro em amor” a qualquer tempo e em qualquer dimensão profissional, seja ou não cristã. Professor lembre a classe de que o que Tiago está condenando em sua epístola é a injustiça, a exploração econômica e toda sorte de males que os ricos deste mundo, crentes ou não, poderiam evitar se assumissem a consciência “de ter fome e sede de justiça” que emana do Evangelho.



SUBSIDIOS
Elaboração: Escriba Digital
http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2014/2014-03-12.htm
 INTRODUÇÃO

Palavras Chave
Pecado de comissão: Fazer aquilo que a Bíblia diz que não devemos fazer; prática do mal.

O autor da lição inicia seu estudo mostrando que ninguém pode refugiar-se na desculpa de que não tenha feito nada de absolutamente errado; como a Escritura deixa bem claro, os pecados de omissão são tão reais e graves como os de comissão.
No capítulo cinco parece que Tiago não critica os ricos simplesmente por serem ricos. Aqui há a suposição de que este acumulou sua fortuna desonestamente e gastou consigo só. Riqueza pode ser bênção ou pode ser uma grande maldição. Depende de como ela é adquirida e administrada.
Alguém disse que há quatro classes de pessoas em termos de posses:
1. Aquelas que são ricas em coisas materiais e pobres nas coisas de Deus.
2. Aquelas que são pobres neste mundo e ricas para com Deus.
3. Aquelas que são pobres neste mundo e no próximo.
4. Aquelas que têm uma quantidade considerável de bens materiais e por saberem como aplicar, também são ricas no mundo vindouro. Mas essas pessoas não são numerosas.
Em Tiago 5.1-6, o Espírito Santo parece enfatizar duas verdades importantes: 1) O texto mostra que há falta de importância em bens materiais. Ao contrário da crença popular, o dinheiro não compra felicidade; 2) Mostra a depravação da alma que coloca toda a sua confiança nos bens materiais, ao invés de confiar apenas em Deus. No mundo materialista em que vivemos, é um alerta correto.

I. O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)

1. A realidade do pecado. As Escrituras declaram, a observação descobre e a experiência humana comprova que o pecado é um fato inconteste. O pecado é um vírus que atingiu toda a raça humana. É uma chaga universal. E um tormento coletivo. Somente Jesus pode libertar o homem de seus funestos efeitos. O pecado é uma realidade que leva o homem à prática do mal e como consequência gera a opressão, a luta, a guerra, o sofrimento e por fim a morte.
Negar a existência do pecado é negar por extensão a veracidade da Escritura. Ela, no seu escopo geral, afirma do princípio ao fim que o pecado existe. O pecado é qualquer transgressão contra a vontade revelada de Deus. Para quem tem olhos para ver, o pecado está manifesto por toda parte. Realmente deve estar com visão enfraquecida quem não vê as operações arruinantes, maléficas, torcidas, brutais e bestiais do pecado, no mundo em geral e na vida humana. E além disso, após pecar contra Deus, o homem tornou-se sensível ao pecado. Quando o homem peca por qualquer razão ou motivo, ele sente o remorso da consciência, devido ao mal praticado e, em alguns casos, sofre as consequências da ação praticada contra Deus ou contra a sociedade. O homem é dotado de uma consciência sensível. O animal não possui esta consciência com sensibilidade de culpa. O homem quando comete um crime (peca), sua tendência é fugir do local e ocultar qualquer prova de seu delito. O animal não. Ele comete um ato errado, mas permanece no local como se nada tivesse acontecido (1Rs 13.24,28). A besta não tem traço algum de consciência de Deus; não tem, portanto, natureza religiosa. Para ela não há sensibilidade do pecado nem o peso da consciência. Quando o homem peca, através de sua consciência, ele sente em sua alma ou em seu sistema psicossomático o peso do pecado (Nm 32.23). Se o pecado não fosse uma realidade, jamais isso seria possível de acontecer. Também presenciamos a realidade de morte, que entrou no mundo por causa do pecado. ”Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens; por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

2. O pecado de comissão (Gn 3.17-19). Que é o pecado? Pecado é transgredir a lei de Deus. A Bíblia diz em 1 João 3.4 “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei” (NVI). A Bíblia diz em 1 João 5.17 “Toda a iniquidade é pecado”.
O que é a lei de Deus? São os ensinos de Sua Palavra registrados na Bíblia, a fim de nos levar a uma vida sem pecado.
O pecado de comissão começa dentro de nós. A Bíblia diz em Marcos 7.20-23 “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.
O pecado de comissão é um ato, palavra ou desejo contrário à lei eterna. Isto significa que o pecado de comissão é um ato humano, já que requer o concurso da liberdade, e se expressa em atos externos, palavras ou atos internos. Além do mais, este ato humano é mau, isto é, opõe-se à lei eterna de Deus, que é a primeira e suprema regra moral, fundamento das demais. De modo mais geral, pode-se dizer que o pecado é qualquer ato humano oposto à norma moral, isto é, à reta razão iluminada pela fé. Trata-se, portanto, de uma tomada de posição negativa com respeito a Deus e, em contraste, um amor desordenado a nós mesmos. Esse foi o grande motivo da queda de nossos primeiros pais.
Antes de sermos salvos não sentíamos o prejuízo desse pecado. Tudo o que sentíamos era o pequeno remorso dos muitos pecados. Mesmo depois que nos tornamos cristãos, o que nos entristecia eram os nossos muitos pecados, não o pecado em si. Apesar de salvos agora, ainda podemos cair no pecado de comissão como mentir ou perder a calma, ter ciúmes e ser orgulhosos, ou sermos inadvertidamente relaxados com os pertences alheios. Portanto, esses pecados individuais nos aborrecem. Que devemos fazer? Chegar diante de Deus e pedir perdão por esses itens um a um. Podemos dizer: “Ó Deus, eu agi mal hoje. Pequei novamente. Por favor, perdoe-me” e Ele a pronto a nos perdoar.

3. O pecado de omissão (Tg 4.17). As Escrituras Sagradas revelam em alguns textos o pecado de omissão:
1) Lucas 10.30-37: Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o Levita pecaram não fazendo o que eles sabiam ser bom e direito. Eles pecaram não amando o próximo deles.
2) Mateus 25.24-30: O homem que recebeu um talento do seu Senhor sabia de sua responsabilidade. Entretanto, escolheu enterrar o talento, em vez de trabalhar. Assim, ele pecou contra o seu Senhor e foi castigado por isso.
3) Mateus 25.41-46: Jesus adverte muitos serão lançados no fogo eterno porque não fizeram o que era correto com seus irmãos.
Isto nos leva a uma reflexão a respeito daquilo que fazemos e deixamos de fazer, pois a partir do instante que chegamos a essa conclusão, muitas das coisas que não estamos fazendo e a respeito das quais achávamos estar tomando a atitude correta, está nos levando a ser tão pecadores quanto as pessoas que cometem seu erros, pois conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros. O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2Pe 2.21).
Por que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem? Em primeiro lugar, por orgulho. O homem gosta de considerar-se o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma. Em segundo lugar, pela ignorância da natureza da vontade de Deus. Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de Deus. O lugar mais seguro para uma pessoa estar é no centro da vontade de Deus.
O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem a vontade de Deus? Eles são disciplinados por Deus até se submeterem (Hb 12.5-11). Eles perdem recompensas espirituais (1Co 9.24-27). Finalmente, eles sofrerão consequências sérias na vinda do Senhor (Cl 3.22-25).

II. O PECADO DE ADQUIRIR BENS ÀS CUSTAS DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)

1. O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1). Num linguajar mais claro o que Tiago diz é: Se vocês soubessem o que estão fazendo — diz aos ricos — vocês chorariam e uivariam de terror por causa do juízo que vem agora sobre vocês com a chegada do Dia do Senhor. O vívido deste quadro é reforçado pelo uso que Tiago faz do verbo ololuzein, traduzido como uivar. Ololuzein é uma palavra onomatopéica, leva seu significado em seu próprio som, mas significa ainda mais que uivar: é dar alaridos, é ulular. No Antigo Testamento frequentemente aparece para descrever o terrível pânico daqueles sobre quem cai o juízo de Deus (Is 13.6; 14.31; 15.3; 16.7; 23.1,14; 65.14; Am 8.3). Bem poderíamos dizer que este vocábulo descreve aqueles que estão passando pelas torturas da condenação.
“Chorai e pranteai”. Os leitores da epístola são exortados a purificar-se do pecado (“aflijam-se, pranteiem e lamentem” [4.9]) e a arrepender-se. Tiago não dá aos ricos nenhuma esperança de arrependimento, mas diz a eles que “chorem e pranteiem”. O termo chorar, na verdade, significa “gemer”. Ele descreve o som de uma pessoa que está sofrendo grande dor ou tristeza. Qual é, então, a diferença entre chorar de arrependimento e chorar sem arrependimento? João Calvino observa: “O arrependimento tem, de fato, o seu choro, mas este é misto de consolação, não se transforma em gemido”. A vida de luxo dos ricos está prestes a tomar-se uma vida repleta de miséria que inclui sofrimento, a “dor causada por doenças físicas”.

2. O mal que virá (v.2). Tiago começa agora a expor as desventuras a que se referiu no verso anterior. A primeira delas é que as riquezas que os ímpios acumularam zelosamente ao longo da vida estão sendo destruídas (5.2,3). É nesse sentido que Tiago declara: vossas riquezas estão apodrecidas. As riquezas dos ímpios, ajuntadas e entesouradas cuidadosamente, preservadas e protegidas zelosamente, na verdade, do ponto de vista da eternidade e do ponto de vista de Deus, estão apodrecidas, rotas, corroídas. Ou seja, não têm valor algum, pois “as riquezas de nada aproveitam no dia da ira” (Pv 11.4; Pv 10.2). O que dará o homem em troca de sua alma?
Tiago especifica dois tipos de riqueza comuns em seus dias. O primeiro eram as roupas: as vossas roupagens [estão] comidas de traça. Roupas finas eram consideradas como parte das riquezas que uma pessoa tinha. O rico, no Antigo Oriente, era descrito geralmente como alguém que se vestia de forma esplendorosa, com roupas caras, como o rico da história de Lázaro, que “se vestia de púrpura e linho finíssimo” (Lc 16.19). O próprio Tiago, ao descrever a entrada de um rico na Igreja, se refere a ele como alguém com “anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo” (2.2). A realidade, porém, quanto àquelas roupas esplêndidas, é que, aos olhos de Deus, e da perspectiva do juízo, eram como roupas comidas pela traça, praga comum naqueles dias. “Eram roupas caras que vieram como herança de família, mas comidas pela traça. Um quadro muito vívido” (A. T. Robertson). Roupas roídas pela traça são usadas na Escritura como figura do castigo divino sobre a arrogância e a opulência dos ímpios (Ver Sl 39.11; Is 50.9; 51.8; Os 5.12). Sobre esses ricos sobreveio aquilo que disse o Senhor: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19). O segundo tipo de riqueza eram o ouro e a prata, que Tiago menciona no verso seguinte.

3. A corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3). Tiago admoesta os ricos, pois estes permitiram que sua riqueza se corrompesse. O verbo, na verdade, significa “decompor-se” e parece aplicar-se a suprimentos de comida. Deus criou a natureza de maneira tal que cada estação de colheita trouxesse um novo suprimento de comida para homens e animais. Os suprimentos, portanto, não deveriam ser acumulados (Lc 12.16-20), pois estavam sujeitos a estragar-se. O que Deus oferece por meio da natureza deve ser usado para o sustento diário de suas criaturas (Mt 6.19). Com uma distribuição adequada desses suprimentos ninguém deveria passar fome, pois a terra abundante de Deus produz alimento suficiente para todos. Os ricos guardam suas vestes caras e, com o tempo, veem que foram destruídas pelas larvas que as devoraram. Um inseto noturno insignificante deposita ovos que se abrem nos trajes de luxo. Esses trajes ficam arruinados e perdem seu valor (Jó 13.28; Is 51.8). “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram”. É claro que metais preciosos não enferrujam. Portanto, é preciso que expliquemos o verbo enferrujar de modo figurativo, e não literal. O acúmulo de prata e ouro com o simples fim de tê-los não serve para nenhum propósito importante. De certa forma, esses metais são tão inúteis quanto se estivessem enferrujados. Tiago fala da ferrugem para indicar como as posses terrenas não têm valor. Num outro sentido, a corrosão dos metais tem uma conotação negativa. Num tribunal, por exemplo, isso pode ser usado como evidência contra o rico, ou seja, alguém pode acusar o rico de não ser um administrador digno de suas riquezas. Ao invés de ajudar o pobre e ir ao encontro de suas necessidades, essas pessoas ricas acumulam suas riquezas, usando-as para os próprios prazeres egoístas ou não usando para propósito algum. Tiago é um tanto descritivo nas denúncias que faz contra os ricos. Ele diz que “[a ferrugem] comerá como fogo a vossa carne”. O fogo é uma força devastadora; a temperaturas suficientemente altas, ele consome tudo o que estiver no seu caminho. Tiago faz uma alusão ao julgamento de Deus que está para vir sobre eles (ver Dt 24.4; Is 10.16,17; 30.27; Ez 15.7; Am 5.6). Desse julgamento, eles não podem escapar. Em outras palavras, apesar de um dia todos terem que se apresentar diante do trono de julgamento, a ira de Deus pode cair sobre o pecador ainda em vida, de modo que seu corpo físico seja destruído. O rei Herodes, gloriando-se de seu próprio poder e riquezas, experimentou o julgamento imediato de Deus quando “um anjo do Senhor o feriu” (At 12.23 — ARA).

III. O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)

1. O clamor do salário dos trabalhadores (v.4). O rico egoísta obteve sua riqueza mediante a injustiça. A Bíblia sempre insiste em que o trabalhador é digno de seu salário (Lc 10.7; 1Tm 5.18). Na Palestina o trabalhador vivia sempre à beira da própria inanição. Seu salário era muito exíguo e, portanto, resultava-lhe impossível economizar algo. Por isso que se o salário lhe era retido, ainda que fosse um só dia, tanto ele como sua família não poderiam comer, e isto dito literalmente. É por isso que as sensíveis leis da Escritura várias vezes insistem no pago imediato do salário aos operários contratados. “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que estão, na tua terra e nas tuas portas. No seu dia lhe darás o seu jornal, e o sol se não porá sobre isso: porquanto pobre é, e sua alma se atém a isso: para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado” (Dt 24.14,15); “A paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã” (Lv 19.13); “Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo” (Pv 3.27-28 — ARA). “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direito! Que se vale do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário” (Jr 22.13 — ARA). Os que “defraudam o salário do jornaleiro” estão sob a condenação de Deus (Ml 3.5 — ARA). A lei da Bíblia é nada menos que o contrato do jornaleiro. A preocupação social da Bíblia se expressa por igual nos preceitos da Lei, nas palavras dos profetas e no pensamento dos sábios. Diz-se que o clamor dos trabalhadores defraudados chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos, e estes exércitos são as hostes do céu, as estrelas e as potências celestiais. O ensino consequente da Bíblia nos assegura que o Senhor do universo, que mantém as estrelas em sua mão e que ordena aos anjos, preocupa-se com os direitos do trabalhador.

2. A regalia dos ricos que não temem a Deus cessará (v.5). Apesar da fome e da miséria que campeiam ao seu redor, o rico avarento, não temente a Deus, deliciosamente vive sobre a terra, a engordar o seu coração com a gordura dos prazeres terrenos. Para ele não importa a existência de pessoas as quais falta o mínimo para sua subsistência. Se ele possui o bastante e de sobra, não importa quem não possui nada. Ou seja, além de roubar dos pobres, os ricos são condenados também por viverem regaladamente . Eles vivem em extravagante conforto, com o dinheiro que eles roubaram dos pobres famintos. Os ricos viviam além das fronteiras do conforto, eles viviam no território dos vícios, onde nunca negavam a si mesmos qualquer prazer. Em segundo lugar, os ricos estavam cada vez mais opulentos controlando as coortes (5.6a). A regra de ouro do mundo é que aqueles que têm o ouro é que fazem as regras. Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência. Tiago chama a vítima de “o justo”. Os ricos roubam-lhe os bens, negam-lhe os direitos, abafam-lhe a voz. Os ricos compram os tribunais, torcem as leis, violam a justiça, oprimem os fracos e fecham-lhes a porta da esperança.

3. O pobre não resiste à opressão do rico (v.6). Como entender o termo “matastes o justo”? Podemos interpretá-lo literalmente ou figurativamente. Aqueles ricos que talvez tenham arrastado os pobres aos tribunais agora são culpados de homicídio. Direta ou indiretamente eles mataram um ser humano que era incapaz de se defender.
Também podemos entender a palavra metaforicamente. Um homem rico que deixa de pagar o salário de um trabalhador, por exemplo, está privando-o de seu ganha-pão e, assim, indiretamente, comete um ato de homicídio. No século segundo antes de Cristo, Josué bem Sira disse: “oferecer em sacrifício o produto da injustiça é uma oferta defeituosa, e os dons dos que violam a Lei não poderão ser bem aceitos”.
Ao considerarmos os dois verbos, condenar e assassinar, em conjunto, podemos compreender que o texto afirma que os ricos tinham ido ao tribunal e usado sua riqueza para subverter a justiça. Estavam determinados a livrar-se do pobre, mesmo que este fosse reto e não tivesse feito oposição aos ricos. Com a lei do seu lado, haviam cometido homicídio. Os detalhes exatos de tempo, lugar e circunstâncias não são revelados por Tiago. Ele está interessado apenas no fato de que os ricos mataram homens inocentes.
Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência. Tiago chama a vítima de “o justo”. Os ricos roubam-lhe os bens, negam-lhe os direitos, abafam-lhe a voz. Os ricos compram os tribunais, torcem as leis, violam a justiça, oprimem os fracos e fecham-lhes a porta da esperança. Os pobres não tinham como resistir os ricos. Eles controlavam as próprias cortes. Eles só podiam apelar para Deus, o justo juiz.

CONCLUSÃO

A procura de uma vida luxuosa, egoísta e despreocupada com as necessidades dos outros é condenada por Deus e aponta o seu aborrecimento. Deus já tinha condenado a fraude e consequentemente a retenção dos salários. Agora temos a condenação de pecados específicos, fruto de uma opressão econômica e fraudulenta.
Lendo esta passagem, pode ser que você diga: “Ainda bem que eu não sou rico, isto não é comigo!” Será que não? Como podemos classificar quem são os ricos aqui? Talvez você não tenha tanto dinheiro quanto gostaria de ter. Ou talvez não seja tão rico quanto o Sílvio Santos. Mas pense que assim como existem homens muito mais ricos do que ele, existem também muito mais pobres que você. Dependendo da perspectiva, você é rico sim, então esta palavra é para você. Não há nada de errado em ser rico, e não é contra isso que esta passagem trata, mas há uma linha tênue quando se trata de finanças, pois elas revelam muito sobre o nosso coração: nossa atitude com finanças rege nosso coração, ou seja, nossa atitude com o dinheiro tem poder de desqualificar nossa fé em Deus.

BIBLIOGRAFIA

Barclay, William. Comentário do Novo testamento - Tradução: Carlos Biagini;
Da Silva Severino Pedro - A Doutrina do Pecado. CPAD
De Oliveira, Raimundo. Lições Bíblicas Maturidade Cristã. 1º Trimestre de 1989. CPAD;
Henry , Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol.2. CPAD
Lopes, Hernandes Dias. Tiago: Transformando provas em triunfo. Hagnos;
Nicodemus, Augustus. Interpretando a Carta de Tiago. Editora Cultura Cristã;
Seckler, Lou. Aprenda a Viver - Lições do Livro de Tiago. Ed. Ixtlan;

SUBSIDIOS

ELABORAÇÃO;
http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/

I - INTRODUÇÃO:
A Bíblia não condena a riqueza em si, nem o rico que adquire bens de modo lícito e honesto. Em Tiago vemos a condenação daqueles que, por serem ricos, tornam-se opressores e corruptos. Tal condenação é mais severa, ainda, quando tais pessoas se dizem crentes em Jesus, e agem de modo injusto para com seus empregados, assemelhados e outras pessoas de status inferior.

II - A ORIGEM DAS RIQUEZAS:
(1) - Criadas por Deus - O planeta Terra, em sua situação original, foi contemplado com riquezas imensas em todas as partes. Entretanto, com a queda do homem, a Terra passou a ser maldita e a produzir cardos e espinhos (Gn 3.17,18). Mesmo assim, a bondade de Deus foi tão grande, que deixou para o homem pecador riquezas naturais enormes, capazes de assegurar a sobrevivência condigna por períodos de tempo incalculáveis (Sl 33.5; 104.24).
Todas as riquezas naturais foram postas à disposição para o bem de todos e não apenas de alguns. A Terra é de Deus (Lv 25.23; Sl 24.1) e Ele a deu "aos filhos dos homens" (Sl 115.16b).

(2) - Produzidas pelo homem - Vejamos:
(2.1) - Homens de Deus ricos - Na Bíblia, há homens crentes ricos e exaltados por Deus.
Abraão possuía muita riqueza, fruto da bênção de Deus sobre seu trabalho (Gn 13.6; 24.35).
Jó possuía muitos bens, e muita gente a seu serviço, sendo o homem "maior do que todos os do Oriente" (Jó 1.3).
Davi, rei de Israel, era rico. Seu herdeiro, Salomão, era riquíssimo (l Rs 4.21-28; 7.1-12; 11.14-29).
Nos tempos modernos, há homens de Deus que são muito ricos, contribuindo com seus dízimos e ofertas para a obra do Senhor.
(2.2) - Descrentes ricos - Deus tem permitido que incrédulos também produzam riquezas, utilizando dinheiro, trabalho e tecnologia para o bem-estar dos povos.
Em todas as áreas da vida humana, há riquezas que são benéficas ao homem. Essas não são condenadas por Deus, embora nem todas resultem do trabalho de algum cristão.


III - O USO INÍQUO DAS RIQUEZAS:
(1) - Ricos miseráveis - A Bíblia brada alto contra os ricos opressores, dizendo: "chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir" (v.l). O apóstolo emprega aqui uma linguagem profética, que vê o futuro como seja fosse presente. Ao que tudo indica, tais ricos estavam entre os judeus convertidos ao Cristianismo.
Hoje, há homens cristãos a quem Deus concedeu riquezas. Entre estes, há os bons empresários, que cumprem seus deveres legais e sociais. Há outros, no entanto, que procedem como os ímpios. A Bíblia adverte os que querem ser ricos e também a respeito do amor ao dinheiro (cf. l Tm 6.9,10).

(2) - Acumulação iníqua de riquezas - As riquezas humanas são fruto da utilização do capital, que são as máquinas e os equipamentos, do uso dos recursos financeiros, da terra, da mão-de-obra e da tecnologia. Entretanto, há muita riqueza injusta.
Em nosso país, com mais de oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados de terras, a maior parte delas está nas mãos de cerca de dez por cento de proprietários. "Há tanta gente sem terra e tanta terra sem gente".
A exploração dos "boias-frias" daquele tempo, foi objeto da epístola de Tiago, quando diz: "Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos" (v.4). Será que não há fazendeiro, proprietário, empregador e empresário crente, hoje, que estão debaixo dessa condenação?

(3) - Sistemas econômicos injustos - O comunismo, graças a Deus, fracassou (apesar de estar vivo). Através da luta de classes, jogou pobres contra ricos e vice-versa. Acabou gerando a exploração de todos pelo "todo-poderoso" Estado marxista-leninista, que se fez "deus", oprimindo as mentes, a ponto de não permitir a pregação do evangelho, matando milhões de pessoas.
O capitalismo, em sua ganância pelo lucro, não fica atrás, na opressão e na iniquidade. Chegou a ponto de não só apropriar-se da maior parte dos bens, mas até de pessoas. Inclui, também, a exploração sexual de crianças para fins de turismo, o trabalho infantil forçado, o comércio das drogas, as bebidas, o fumo, a prostituição, a fraude, a extorsão, a sonegação, etc. São riquezas apodrecidas e enferrujadas. Tiago diz: "As vossas riquezas estão apodrecidas... o vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e sua ferrugem dará testemunho contra vós... Entesourastes para os últimos dias" (vv.2,3).

(4) - Uma opção que não tem dado certo - Um sistema que atenderia, talvez, os princípios cristãos seria o cooperativista. Infelizmente, pelo egoísmo, infidelidade, omissão e corrupção, não tem tido o êxito esperado na maior parte das experiências.

(5) - A má distribuição de renda - A maior parte da riqueza gerada na maioria dos países é apropriada por pequena parcela da população. Em nível mundial, isso é bem patente. Mais da metade da população do mundo ainda passa fome; muitos à beira da miséria absoluta, em que as pessoas só comem uma vez por dia, não tendo roupa, calçados, saúde, saneamento, energia, habitação, ou o mínimo para um viver condigno.

(6) - Quais as causas disso? - As injustiças sociais, incluindo-se a exploração e opressão dos ricos sobre os pobres, têm causas diversas, de ordem sociológica, econômica e histórica. Mas a causa-mãe de toda a opressão é o pecado. Se o homem não tivesse dado lugar ao Diabo, não haveria pobres e ricos. O homem viveria eternamente feliz.
Só há duas soluções para que não haja exploração nem corrupção: a verdadeira conversão a Deus, na presente dispensação, ou quando chegar o reino milenial de Cristo, época em que findarão os sistemas iníquos.

IV - A IGREJA E AS RIQUEZAS:
(1) - O papel profético ante as injustiças - No sentido espiritual, a Igreja, como a noiva do Cordeiro, é perfeita sem faltas ou defeitos (Ef 5.27).
No humano, infelizmente, tem falhas e defeitos, que são próprios da condição humana.
Ante as injustiças sociais, a Igreja precisa tomar posição acerca da ação dos ricos opressores contra os pobres. É uma posição bíblica e profética. A Palavra de Deus ordena que os servos de Deus ajam assim. "Informa-se o justo da causa dos pobres, mas o ímpio não compreende isso" (Pv 29.7). Os patrões devem tratar com os servos como quem trata a Cristo, "servindo de boa vontade como ao Senhor e não aos homens" (Ef 6.7), e os empregados e subordinados devem cumprir o que toda a Bíblia tão bem preceitua, principalmente nas epístolas do Novo Testamento.

(2) - Com base no Antigo Testamento - Nesta parte da Bíblia lemos sobre o dever de ajudar o irmão pobre (cf. Dt 15.7,8).
Mais enfático é o que o Senhor diz a Jerusalém e Judá: "Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas" (Is 1.17).
No Salmo 82.3,4 está escrito: "Defendei o pobre e o órfão; fazei justiça ao aflito e necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios".
Outros textos sobre o tema: Is 3.13-15; 58.6-8; Jr. 22.3-6; Mq 6.8; Ez 16.49,50; Zc 7.9.

(3) - Com base no Novo Testamento - Jesus cuidava do homem integral. Prova disso é que multiplicou o pão duas vezes (Mt 14.13-21; 15.29-38).
Em Atos, vemos homens sendo escolhidos para cuidar dos carentes (At 6.1-6); entre os primeiros crentes, não havia opressão nem exploração (At 2.44,45; 4.34).
Quando disserta sobre os dons de Deus, a Bíblia fala sobre "o que reparte" (Rm 12.8);
Em Tiago está escrito que a verdadeira religião é "visitar os órfãos e viúvas" (ação social) e "guardar-se da corrupção do mundo" (Tg l .27), repreendendo severamente os que se deleitam (v.5), condenando e matando o justo (v.6).

(4) - A visão cristã - A Igreja, mesmo no sentido humano, não pode agir como o fazem os partidos e os sindicatos, deixando-se levar por um ativismo somente político, empunhando bandeiras, e fazendo atos de protestos. Mas deve pregar e agir, pelos meios legais, lícitos, oportunos, convenientes e com fundamento bíblico, contra a opressão e a corrupção. Para tanto, precisa administrar corretamente os recursos financeiros de que dispõe, aplicando inteligente e honestamente os dízimos e ofertas, investindo em missões locais, nacionais e transculturais, cuidando dos necessitados, dos órfãos e das viúvas, defendendo-os dos ímpios ou dos crentes opressores.
Não devemos ter "visão de avestruz", que enterra o pescoço na areia para não ver o mal. Não adianta combater usos e costumes, quando se fecha os olhos e fica em silêncio quanto às injustiças e à opressão dos ricos sobre os pobres. Que Deus nos faça pregoeiros da justiça.

V - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Ainda que seja difícil um rico entrar no céu (Mt 19.23), Deus não condena a riqueza adquirida lícita e honestamente.
Entretanto, a Palavra de Deus é firme e veemente contra os bens adquiridos através da opressão e da corrupção. Crentes que procedem assim, já colheram ou estão a colher os amargos frutos do seu iníquo procedimento. Na lição já estudada, vemos que tais bens são chamados de riquezas apodrecidas e enferrujadas.
Os servos de Deus devem dar o exemplo, tanto no trato com os bens materiais quanto no relacionamento com as pessoas e, em especial, com os mais pobres, que estão a seu serviço.

FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:
Lição Bíblica CPAD - 1º Trimestre de 1999 - Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima.


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