MALAQUIAS
A Última Mensagem do A.T. a uma Nação
Desobediente.
A época exata de Malaquias não é conhecida. Geralmente se
admite que ele viveu perto de 100 anos depois de Ageu e Zacarias, e que esteve
associado a Esdras e Neemias nas reformas que empreenderam. Sua época é fixada
aproximadamente em 450-400 a.C.
Um restante voltara do cativeiro, 538 a.C. Sob a direção de
Ageu e Zacarias reedificaram o Templo, 520-516 a.C. Sessenta anos depois, 458
a.C. Esdras viera de Babilônia a Jerusalém, para ajudar a reorganizar e a
estabelecer a nação. 13 anos mais tarde, em 444 a.C., veio Neemias e
reconstruiu os muros.
De sorte que, no tempo de Malaquias, os judeus já tinham
voltado de Babilônia fazia uns 100 anos, curados, pelo cativeiro, de sua
idolatria, mas inclinados a negligenciar a Casa de Deus. Os sacerdotes
tinham-se tornado relaxados e degenerados. Os sacrifícios eram de qualidade
inferior. Negligenciavam os dízimos. O povo voltara ao seu velho costume de
misturar-se pelo casamento com os vizinhos idólatras, ver sobre Ed 9.
Assim é que os judeus, favorecidos do SENHOR acima de todas
as nações, desanimados pela sua fraqueza, apegados aos seus pecados, estavam
tranqüilos, num estado de letargia mental, aguardando a vinda do Messias
prometido. Malaquias assegurou-lhes que o Messias viria no tempo marcado, mas
isto significaria juízo para pessoas da espécie deles.
Capítulo 1. Desdém
pelos Sacrifícios no Templo
Os vv. 2-3 citam-se em Rm 9:10-13, em referência à escolha
que Deus fez de Jacó ao invés de Esaú, Gn 25:22-34. Malaquias emprega a
linguagem com referência às duas nações que sugiram de Jacó e Esaú, os
israelitas e os edomitas. Ambas foram destruídas pelos babilônios. Israel fora
restaurado, mas Edom era ainda uma desolação. Prova do amor de Deus por Israel.
A oferta que faziam de animais enfermos e defeituosos, os
quais eles não ousariam oferecer ao seu governador, v. 8, era na realidade um
insulto a Deus. Reprovando tal atitude, Malaquias encara o dia em que o Deus a
quem sua própria nação despreza dessa forma, tornar-se-á o Deus amado da terra
inteira, v. 11.
Capítulo 2.
Casamentos com Vizinhos Pagãos
Os sacerdotes, designados por Deus para ensinar e guiar o
povo na retidão, vv. 5-7, eram responsáveis por aquela situação deplorável.
Rebaixa- ram-se tanto, haviam-se tomado tão mercenários e corrutos que o termo
“sacerdote” ficou sendo alvo de desprezo entre o povo.
Idéias levianas acerca do casamento, vv. 10-16. Os judeus
divorciavam-se de suas esposas para se casarem com mulheres pagãs. Era pecado
duplicado, desastroso para uma criação adequada dos filhos, e à manutenção do
culto nacional a Deus.
O ceticismo estava na raiz dessa indiferença religiosa e
baixa moralidade. Observando que as nações ímpias eram mais prósperas, o povo
corau- mente dizia: “Que aproveita servir a Deus?” Ver sobre 3:13-18.
Capítulo 3:1-6. O Dia
Vindouro do SENHOR
Malaquias replica ao ceticismo deles: O dia vindouro do
juízo dará resposta ao motejo deles, e mostrará se no fim de contas valeu a
pena servir a Deus, v. 5. Ver mais sobre 3:13-18 .
Capítulo 3:7-12. Os
Dízimos
Outra mudança brusca de assunto. Sonegar os dízimos chama-se
“roubar a Deus”; porque, pela constituição mosaica, o dízimo era propriedade de
Deus, sobre a qual o doador não tinha mais direito do que sobre a propriedade
de outrem. Notar a promessa de prosperidade que Deus faz aos dizi- mistas
fiéis, e o desafio para se averiguar se Ele a cumpre.
Capítulo 3:13-18.
Outra Vez o Ceticismo Nacional
Os judeus não criam na promessa divina concernente aos
dízimos. Achavam que o dinheiro e o esforço oferecidos a Deus eram perdidos.
Resposta de Malaquias: Esperem e vejam: o fim mostrá-lo-á, vv. 16-17. Esta bela
passagem retrata os poucos fiéis, num tempo de geral apostasia, a animarem-se
uns aos outros, e Deus registrando os nomes deles para memória “naquele dia”.
Capítulo 4. O Dia
Vindouro do SENHOR
Quatro vezes, Malaquias olha à frente para o “dia do
SENHOR”, 1:11; 3:1-6, 16-18; 4:1-6. Chama-lhe “o dia”, 3:2,17; 4:1,3,5. Parece
significar toda a Era Cristã, com especial aplicação ao tempo do fim.
A admoestação final do A.T.: Lembrai-vos da lei de Moisés,
v. 4.
Seu último vaticínio: Elias introduzirá o “dia do SENHOR”,
v. 5. Ele o fez, 400 anos mais tarde, na pessoa de João Batista, Mt 3:1-12;
11:14, que deu ênfase às suas fases de juízo.
A última virtude mencionada: Amor de pais e filhos, v. 6,
inclusive, como vem citado em Lc 1:17, a consideração pelos ideais dos antepassados.
Sua derradeira palavra: “Maldição”, significando que a
condição do gênero humano seria desesperadora se o SENHOR não vier.
E assim termina o A.T. Passaram-se 400 anos. Então veio o
Messias, para cuja origem a nação judaica viera à luz. Como, durante séculos,
rejeitaram os profetas de Deus, assim, quando o Messias chegou, rejeitaram-no
também. Desde então os judeus têm estado sem lar, vagueando pela face da terra,
tragédia e milagre dos séculos.
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