Lições Bíblicas CPAD - Adultos 1º Trimestre de 2015
Título: A Lei de Deus
— Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias
Soares
Lição 5: Não tomarás o Nome do Senhor em vão
Data: 1º de
Fevereiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Nem jurareis
falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv
19.12).
VERDADE PRÁTICA
O terceiro
mandamento proíbe o juramento indiscriminado e leviano, pois o voto é um tipo
de compromisso que deve ser reservado para uma solenidade excepcional e
incomum.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Dt 6.13
O cuidado do
juramento em nome de Deus
Terça
- Gn 14.18-20
O Deus de
Melquisedeque era o mesmo Deus de Abraão
Quarta
- 1Pe 1.15,16
Deus é santo e
exige santidade de seu povo
Quinta
- Mt 6.9
É dever do cristão
santificar o nome divino
Sexta
- Ec 5.2-5
O cuidado antes de
fazer um voto a Deus
Sábado
- Tg 5.12
A linguagem do
cristão deve ser sim, sim e não, não
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo
20.7; Mateus 5.33-37; 23.16-19.
Êxodo
20
7 - Não
tomaras o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão.
Mateus
5
33 - Outrossim, ouvistes que foi dito aos
antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.
34 - Eu, porém, vos digo que, de maneira
nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus,
35 - nem pela terra, porque é o escabelo de
seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,
36 - nem jurarás pela tua cabeça, porque não
podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 - Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não,
não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
Mateus
23
16 - Ai de vós, condutores cegos! Pois que
dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro
do templo, esse é devedor.
17 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o
ouro ou o templo, que santifica o ouro?
18 - E aquele que jurar pelo altar, isso nada
é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
19 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a
oferta ou o altar, que santifica a oferta?
OBJETIVO GERAL
Interpretar
corretamente o mandamento “Não tomarás o nome do Senhor em vão”.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
· I. Mostrar como
eram usados os nomes no Antigo Testamento.
· II. Apontar o
problema da pronúncia do nome de Deus.
· III. Elencar as
modalidades dos juramentos no Antigo Testamento.
· IV. Apresentar a
perspectiva de Jesus sobre o juramento.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Houve
um tempo em que bastava a palavra de uma pessoa e o compromisso estava firmado.
Hoje, as pessoas dizem que as palavras “o vento as leva”. Vivemos numa
sociedade em que seus membros banalizaram o compromisso verbal. É comum muitos
mudarem de posição, não que isso seja errado, pois não há nada mais digno do
que reconhecermos quando estávamos equivocados, mas recuar em sua palavra pelo
bel-prazer não é correto. O Senhor Jesus ensinou aos discípulos que a nossa
linguagem tem de ser sim, sim ou não, não. Não pode haver meio-termo quanto às
nossas decisões. Não podemos usar “os céus” ou “a terra” para encobrir as
nossas decisões.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A dificuldade
humana para dizer a verdade e cumprir com os seus compromissos na antiguidade
eram motivos de juramentos triviais em coisas efêmeras da vida. Deus é santo e
exige santidade de seu povo. Assim, o relacionamento de todas as pessoas deve
ser honesto e cada um deve falar a verdade. A lei estabelece limites, pois Deus
está presente nos relacionamentos pessoais de seu povo.
PONTO CENTRAL
O cristão não deve jurar nem pelo céu,
nem pela terra. A sua linguagem deve ser sim, sim ou não, não; e o que passa
disso vem do Maligno.
I.
O NOME DIVINO
1.
O nome. Nos tempos do Antigo
Testamento, o nome era empregado não simplesmente para distinguir uma pessoa
das outras, mas também para mostrar o caráter e a índole do indivíduo. Houve
caso de mudança de nomes em consequência de uma experiência com Deus como
Abraão (Gn 17.5), Sara (Gn 17.15) e Jacó (Gn 32.28). O nome de Deus representa
o próprio Deus, é inerente à sua natureza e revela suas obras e atributos. Não
é um apelativo, nem simplesmente uma identificação pessoal ou uma distinção dos
deuses das nações pagãs. A Bíblia revela vários nomes divinos que podemos
classificar em dois grupos: genéricos e específicos.
2.
Nomes genéricos. São três os nomes genéricos que
o Antigo Testamento aplica além do “Deus de Israel”. Na sua tradução do
hebraico para a nossa língua só aparecem dois nomes, “Deus” e “Altíssimo”. O
nome “Deus” em nossas bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23.8) ou Eloah (Dt 32.15), ou seu
plural, Elohim (Gn
1.1). O outro nome genérico é Elyon, “Altíssimo” (Dt 32.8), às vezes acompanhado de
“El”, como em El-Elyon, “Deus Altíssimo” (Gn 14.19,20).
3.
Nomes específicos. São três os nomes específicos
que o Antigo Testamento aplica somente para o Deus verdadeiro:Shadday, Adonay e YHWH. El-Shadday, “Deus Todo-poderoso”, é o nome que
Deus usou ao revelar-se a Abraão (Gn 17.1; Êx 6.3). Adonay, “Senhor”, é um nome próprio e não
um pronome de tratamento (Is 6.1). O outro nome é o tetragrama (as quatro
consoantes do nome divino, YHWH, Yahweh, Javé ou Jeová). A versão Almeida
Corrigida, nas edições de 1995 e 2009, emprega “SENHOR”, com todas as letras
maiúsculas, onde consta o tetragrama no Antigo Testamento hebraico para
distinguir de Adonay(Jz
6.22).
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
No
Antigo Testamento, o nome de uma pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou
a índole de um indivíduo.
II.
O NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL
1.
A pronúncia do nome divino. O tetragrama
é inefável no judaísmo desde o período interbíblico e permanece impronunciável
pelos judeus ainda hoje. Isso para evitar a vulgarização do nome e assim não
violar o terceiro mandamento. A escrita hebraica é consonantal; as vogais são sinais
diacríticos que os judeus criaram somente a partir do ano 500 d.C. Assim, a
pronúncia exata das consoantes YHWH se perdeu no tempo. Os judeus religiosos
pronunciam por reverência Adonay cada vez que encontram o tetragrama no texto
sagrado na leitura da sinagoga.
2.
Jeová ou Javé? Na Idade Média, especificamente
no século XIV, foram inseridas no tetragrama as vogais de Adonay (o “y” é semiconsoante no
alfabeto hebraico). O resultado é a pronúncia “YeHoWaH”. Isso para lembrar, na leitura, que
esse nome é inefável e, dessa forma, pronunciar “Adonai”. Esse enxerto no
tetragrama resultou na forma “Jeová”, que não aparece no Antigo Testamento
hebraico. Estudos acadêmicos confirmam o que a maioria dos expositores do
Antigo Testamento vinham ensinando, que a pronúncia antiga do nome é Yahweh, e na forma aportuguesada é Iavé ou
Javé.
3.
O significado. Esse nome vem do verbo
hebraico hayah,
“ser, estar”. O significado desse verbo em Êxodo 3.14, “EU SOU O QUE SOU”,
indica que Deus é imutável e existe por si mesmo; é autoexistente,
autossuficiente e que causa todas as coisas. Deus se revela pelo seu nome. O
terceiro mandamento é um resumo e ao mesmo tempo uma recapitulação daquilo que
Deus havia dito antes a Moisés (Êx 3.14; 6.3).
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
A
pronúncia do tetragrama, YHWH, o que seria o nome exato de Deus, perdeu-se no
tempo.
CONHEÇA MAIS
Sinais
Diacríticos
A palavra
“diacrítico” vem do grego diakretikos, que significa “distinção ou o que distingue”. Na
língua portuguesa, os sinais diacríticos são os acentos gráficos usados para
distinguir as pronúncias das vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a
cedilha, etc. Enquanto que na língua portuguesa esses sinais distinguem-se das
letras ou das vogais, no hebraico eles são as próprias vogais unidas às
consoantes.
III.
TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO
1.
O terceiro mandamento (Êx 20.7; Dt 5.11). O
termo hebraico lashaw,
“em vão, inutilmente, à toa”, indica algo sem valor, irreal no aspecto material
e moral. A Septuaginta emprega a expressão grega epimataio, “impensadamente”. O substantivoshaw (pronuncia-se “chav”) significa
“vaidade, vacuidade”. Corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em
conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um
juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o cumprir (Ec 5.4).
2.
Juramento e perjúrio. O juramento é o ato de fazer
uma afirmação ou promessa solene tomando por testemunha algum objeto tido por
sagrado; o perjúrio é o falso juramento. As palavras do Senhor Jesus, “ouvistes
que foi dito aos antigos” (Mt 5.33), não se referem ao Antigo Testamento, mas
aos antigos ensinos dos rabinos, às suas interpretações peculiares das passagens
da lei que falam sobre o tema (Êx 20.7; Lv 19.12; Dt 6.13). Isso fica claro,
pois as palavras seguintes, “Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao
Senhor”, não aparecem em nenhum lugar no Antigo Testamento.
3.
Modalidades de juramentos. As
autoridades israelitas escalonavam o juramento em diversas modalidades: pelo
céu, pela terra, por Jerusalém (Mt 5.34-36), pelo Templo e pelo ouro do Templo;
pelo altar e pela oferta que está sobre o altar e assim por diante (Mt
23.16-22). Segundo essa linha de pensamento, os juramentos se classificavam em
obrigatórios e não obrigatórios. Jurar pelo Templo não seria válido; mas, se
alguém jurasse pelo ouro do Templo, estava obrigado a cumpri-lo. Tais crenças e
práticas eram condenadas nas Escrituras Sagradas. Tudo isso era uma forma de
ocultar o pecado.
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
O
terceiro mandamento corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em
conversas triviais, fúteis e insignificantes.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Ao que tudo
indica, a proibição aqui não se limita a blasfêmias e vulgaridades no sentido
moderno. Ademais, o senso comum de que o mandamento proíbe jurar falsamente em
um tribunal é válido, mas não encerra o caso.
A palavra hebraica
para ‘vão’, aqui utilizada, deriva de uma raiz que significa ‘estar vazio’, no
sentido de ‘não ter substância, não ter valor’. Qualquer invocação do nome de
Deus ou menção de seu nome, que seja simplesmente perfunctória, equivale a
tomar o nome de Deus em vão. Em outras palavras, tomar o nome de Deus em vão é
usar seu divino nome em relação a coisas desimportantes, fúteis e
insignificantes. Por isso, Elton Trueblood afirma: ‘A pior blasfêmia não é o
sacrilégio, mas as palavras falsas’” (HAMILTON, Victor. Manual do
Pentateuco. RJ: CPAD, 2006, p.221).
IV.
O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?
1.
Objetivo do terceiro mandamento. A
finalidade é pôr um freio na mentira, restringir os juramentos e assim evitar a
profanação do nome divino (Lv 19.12). O Senhor Jesus nos ensinou na oração do
Pai Nosso a santificar o nome divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o nome de Deus
nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum
(Lv 10.10). O Senhor Jesus condenou duramente essas perversões farisaicas,
práticas que precisavam ser corrigidas ou mesmo substituídas. Este mandamento
foi restaurado sob a graça e adaptado a ela na nova dispensação, manifesto na
linguagem do cristão: “sim, sim; não, não” (Mt 5.37).
2.
A proibição absoluta. Há os que entendem que a
expressão “de maneira nenhuma” (Mt 5.34) é uma proibição de toda e qualquer
forma de juramento. Entre os que defendem essa interpretação estão os amish e
os quakers, que nos Estados Unidos se recusam a jurar nos tribunais de justiça.
Eles acreditam que o Senhor Jesus não fez declaração sob juramento diante do
Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual modo, o apóstolo Paulo evitava fazer
juramentos em afirmações solenes (Rm 9.1; 1Co 1.23).
3.
A proibição relativa. Outros afirmam que a proibição
de Jesus se restringe aos juramentos triviais, e por essa razão o Senhor Jesus
foi específico: “de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, [...] nem pela terra,
[...] nem por Jerusalém, [...] nem jurarás pela tua cabeça” (Mt 5.34-36). Outro
argumento é que homens de Deus no Antigo Testamento faziam juramentos em
situação solene e o próprio Deus jurou por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb
6.13,16). Consideram, ainda, como juramento a resposta de Jesus e as
declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64; Rm 9.1; 1 Co 1.23). Essas últimas
passagens bíblicas não parecem conclusivas em si mesmas; entretanto, a
proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo assim, devemos evitar o
juramento e substituir o termo por voto solene em cerimônias de casamento.
SÍNTESE
DO TÓPICO (IV)
A
linguagem do cristão deve ser usada na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não,
não.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os Juramentos
(5.33-37). Mateus apresenta pela quarta vez a fórmula ‘Foi dito... Eu, porém,
vos digo’. No comentário sobre a antiga lei, Jesus faz um ajuste importante. Os
juramentos eram permitidos e, em alguns casos, exigidos (e.g., Nm 5.19), mas
Jesus proibiu o uso de juramentos. O emprego do advérbio holos (‘de maneira nenhuma’, Mt 5.34)
indica que Jesus esperava que esta atividade cessasse completamente. Os
juramentos que aludem indiretamente a Deus, pela referência a céu, terra e até
a própria pessoa, eram proibidos, postura que respeita a transcendência e
imanência de Deus ainda mais. A moratória de Jesus sobre juramentos e votos
também elimina o cumprimento de votos tolos feitos imprudentemente. Ele atinge
o cerne da questão: A pessoa honesta não tem necessidade de fazer juramento; um
simples sim ou não é suficiente (veja também Tg 5.12)” (STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2003, p.47).
CONCLUSÃO
A linguagem do
cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade de jurar, pois o
testemunho, como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém precisa jurar
para que se acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer uma revisão de
sua vida espiritual. Por essa razão, devemos viver o que pregamos e pregar o
que vivemos.
VOCABULÁRIO
Perfunctória: Que se faz de modo rotineiro, em cumprimento
de uma obrigação.
PARA REFLETIR
Sobre “Não tomaras o nome de Deus em
vão”
Qual é o valor do nome na identidade de
alguém?
Na cultura bíblica, o nome revelava o
caráter e a índole de uma pessoa.
Que significado tem “EU SOU O QUE SOU”
para você?
Reposta Livre. A ideia é que o aluno
revele o que aprendeu sobre a expressão que mostra o verdadeiro nome de Deus:
“EU SOU O OUE SOU”.
É correto falarmos em nome de Deus em
conversas triviais?
Não. Isto seria misturar o nome sagrado
de Deus com as coisas comuns e profanas.
Em nossos compromissos, há a necessidade
de fazermos juramentos?
Não. A palavra do cristão deve ser “sim,
sim ou não, não”.
Por que a nossa palavra deve ser sim,
sim e não, não?
O testemunho do cristão deve falar por
si mesmo, sem a necessidade de qualquer juramento para convencer alguém sobre a
“verdade”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Não
tomarás o Nome do Senhor em vão
Será que este
mandamento se refere a apenas dominarmos a nossa língua para não misturarmos o
nome de Deus em expressões banais, tais como: “Meu Deus do Céu”, “Deus é brasileiro”,
“Ai meu Deus” ou “Por Deus”? Ou ainda “Se Deus quiser”, “Que Deus te ajude e a
mim não desampare”? Será mesmo que o terceiro mandamento se refere
exclusivamente a esses ditados populares que sequer existiam na época em que
ele foi proferido por Deus?
Quando estudamos a
natureza da religião egípcia dirigida por Faraó, percebemos que o rei fazia
tudo em nome do seu deus. Muitos eram os deuses do Egito: deuses Rá, Osíris,
Amon, Serápis e muitos outros. Faraó se declarava o dono da terra, das suas colheitas
e, em nome do seu deus, ele se via o dono do povo egipciano.
As guerras e os
roubos das nações eram feitos em nome desses deuses. O culto aos deuses
egípcios encobria às maldades, perversidades, riquezas palacianas, mentiras e a
escravidão da realeza. Tudo era legitimado pelo culto prestado a tais
divindades. Uma prática normal que, mais tarde, influenciou as nações da região
de Canaã. O problema de legitimar todas as práticas de Faraó em nome de um deus
é que o rei não estava interessado em saber qual era a real vontade desta
suposta divindade, mas apenas usar o seu nome para legitimar todo o seu projeto
de poder real. Com o Deus de Israel, o seu nome não poderia ser tomado em vão.
O povo de Israel
não poderia usar o nome de Deus para reproduzir o mesmo modelo enganador de
Faraó. O Criador não estava interessado que o Seu nome fosse usado para
legitimar interesses de autoridades reais, mas que, de fato, colocassem em
prática a sua suprema vontade. Ele não estava disposto a servir aos interesses
do povo, mas o povo deveria viver os Seus interesses.
Deus revelou o Seu
nome a Moisés: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel:
EU SOU me enviou a vós [...] o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaac e o Deus de Jacó me enviou até vós. Este é o meu nome eternamente” (Êx
3.14,15). Ele é o EMANUEL, o Deus conosco. Mais tarde os líderes usaram o nome
de Deus em vão, sistematicamente, colocando sobre o povo uma carga que nem eles
aguentavam (Mt 23.4). Proposições que em nada tinham haver com a vontade de
Deus, a sua justiça, misericórdia e amor (Mt 23.23-24). Eles banalizaram o nome
de Deus! Mas Jesus é o santo nome, o Deus Conosco, a plena revelação da
divindade. O nome que revela amor, justiça e misericórdia.
SUBSIDIOS 001
INTRODUÇÃO
Os nomes bíblicos carregam significados especiais, não se trata de uma terminologia arbitrária, mas de uma revelação do caráter da pessoa. Em relação a Deus, Seus nomes revelados na Bíblia expressam Sua natureza. Na aula de hoje estudaremos a respeito dos nomes de Deus, e dos seus significados, a partir dessa análise, compreenderemos porque o nome do Senhor não poderia ser tomado em vão, de acordo com o terceiro mandamento. Ao final, destacaremos o valor do Nome de Jesus, que é um nome que está acima de todo Nome.
1. O NOME DE DEUS
O terceiro mandamento diz respeito ao nome do Senhor (Ex. 20.7), que não deve ser profanado. O nome de Deus foi revelado aos Israelitas, Yahweh identificou-se como o Senhor do Seu povo. A revelação desse nome ocorreu antes do povo chegar ao Sinai, quando Moisés viu a sarça ardente indagou como deveria ser referenciado o Deus que o enviaria a libertar os israelitas do Egito (EX. 3.14,15). O nome de Deus revelado foi um tetragrama YHWH, composto por quatro consoantes, que literalmente significa “Eu sou quem eu sou”. Esse nome identifica a autoexistência divina, isso quer dizer que Yahweh – como costuma ser pronunciado o tetragrama – não depende de outros para existir. Por esse motivo o salmista declarou: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra” (Sl. 8.1). Os israelitas não estavam sendo proibidos de chamar Deus pelo nome, tratava-se de uma orientação jurídica, isto é, o nome do Senhor não poderia ser usado para dar falso testemunho. No entanto, alguns rabinos levaram tão a sério esse mandamento que deixaram de pronunciar o tetragrama, de modo que atualmente não se sabe ao certo como esse deve ser pronunciado. O nome YHWH quando identificado na leitura costuma ser substituído por Adonai, termo hebraico que significa Meu Senhor, ou tão somente Senhor, como tem sido utilizado na tradução bíblica para o português. A proibição, portanto, não está no uso do nome, mas na sua utilização indevida.
2. A REVERÊNCIA AO NOME DE DEUS
O nome do Senhor deveria ser reverenciado, não apenas por aqueles que lidam com a justiça, mas também pelos profetas. O uso inapropriado da expressão “assim diz o Senhor”, sem que Deus tivesse falado se constituía em pecado (Jr. 14.14,15). Aqueles que falam nas igrejas e nos púlpitos, em nome do Senhor, devem estar conscientes dessa responsabilidade. Trata-se de um perjúrio usar o nome de Deus para declarar algo que Ele não revelou, ou mesmo para prometer fazer algo que não será cumprido (Lv. 19.12). Isso deve ser considerado porque o nome de Deus é Maravilhoso (Jz. 13.17; Is. 9.6,7), portanto Jesus nos ensinou que todos devem reconhecer que o Nome de Deus é Santo (Mt. 6.9). O livro dos Salmos nos instrui a dar glória ao nome do Senhor (Sl. 29.2), e a cantar glória ao Seu nome (Sl. 72.19), a bendizer o Seu Santo Nome (Sl. 103.1). O nome do Senhor não deve ser profanado, antes invocado (Gn. 4.24), e digno de confiança (Is. 50.10), além de ser considerado glorioso (Dt. 28.58). A grandeza de Deus deve ser motivo para a reverência em relação ao nome do Senhor, ninguém deve usar Esse Nome indevidamente. O Nome de Deus não deve ser motivo de piadas, muito menos de blasfêmias. Mas não nos compete julgar, muito menos tomar atitudes agressivas em relação àqueles que profanam o Nome do Senhor, pois a Deus pertence à vingança, não a nós (Rm. 13.1).
3. EM NOME DE JESUS
O nome do Senhor não apenas deve ser mencionado através dos nossos lábios, como esse Nome reflete a identidade de um Deus de amor e graça, devemos viver para Ele e tudo o que fizermos, devemos fazer em Seu Nome (Cl. 3.17). Isso também é motivo para temer o Deus de Israel, inclusive o nome do Senhor Jesus. O pecado de Ceva, ao usar o nome de Jesus indevidamente, deve servir de alerta para aqueles que se apropriam desse Nome para satisfazer interesses pessoais (At. 19.17). O nome de Jesus tem autoridade especial para Sua igreja, não se trata de um amuleto, como querem defender alguns adeptos da Confissão Positiva. É preciso ter cuidado, pois nem todos aqueles que dizem Senhor, Senhor têm parte no evangelho de Cristo (Mt. 7.21-23). O nome de Jesus tem autoridade porque Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome (Fp. 2.9). Por isso, diante dEle deve se dobrar todo joelho dos que estão no céu e na terra (Fp. 2.10,11). Jesus é um nome que salva os pecadores, pois todos aqueles que O invocam encontram vida eterna (At. 4.12; Rm 10.13; I Jo. 5.13). Em nome dEle recebemos o batismo, fomos imersos no Seu corpo, fazendo parte da comunidade dos santos (Mt. 28.19). A santificação, operada em nós pelo Espírito Santo, acontece em nome de Jesus (I Co. 6.11). Infelizmente o nome de Jesus tem sido usado para fins interesseiros no contexto evangélico. Há quem o faça em forma de jargão “Em o nome de Jesus”, sem dar ao Senhor a glória, a honra e a autoridade que Lhe é própria.
CONCLUSÃO
O nome de Deus é significativo porque revela Sua natureza, a maneira como Ele se mostra através da Palavra. Ele não é apenas Elohim, o Deus Criador (transcendente), é também, Yahweh (imanente), o Deus que se envolve. A maior prova do interesse de Deus por nós é a vinda de Jesus, um Nome que está acima de todo e qualquer nome. Em Seu Nome temos a segurança de que somos aceitos por Deus, de Quem agora podemos nos aproximar chamando-O de Pai (Rm. 8.15-17).
BIBLIOGRAFIA
HOBBERT, J. C. The ten commandments: a preaching commentary. Nashville: Abingdon Press, 2002.
RYKEN, P. G. Os dez mandamentos para os dias de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
SUBSIDIOS 002
INTRODUÇÃO
Veremos nesta quinta lição, que a finalidade do terceiro mandamento é afirmar a santidade de Deus. Não
podemos profaná-lo e nem tratá-lo irreverentemente. Não se deve pensar em Deus ou em seus mistérios sem a devida
sobriedade e reverência. Estudaremos que na Bíblia, o nome está intimamente ligado à pessoa, indicando o seu próprio
caráter, ou ainda denotando a posição e função de quem traz o nome (Êx 23.21). O terceiro mandamento nos diz que
quando lembramos do nome de Deus, devemos preparar-nos para render-lhe culto porque as verdades que sabemos sobre
alguém são despertadas quando pronunciamos o seu nome.
I - NÃO TOMARÁS O NOME DO TEU DEUS EM VÃO
Este mandamento nos diz que é errado usar o nome de Deus em coisas vã. A palavra vão, significa: “algo
insignificante, vazio, oco, inútil, sem valor; ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ignorante, ineficaz”
(FERREIRA, 2004, p. 2035). O nome de Deus só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o
povo no grande Dia da Expiação (Lv 23.27), e isso com extrema reverência e adoração. Os escribas por exemplo; quando
tinha que escrever o Nome de Deus em uma obra, eles paravam, lavavam-se, mudavam de veste e caneta, e somente
assim escrevia. Logo em seguida, eles depositava a caneta usada em um lugar onde nunca mais poderia ser usado por
ninguém para escrever outra palavra. Ainda hoje muitos judeus ortodoxos para não usar o nome de Deus em vão, nem
sequer dizem o nome Jeová ou Javé. Ao invés disso, eles usam a palavra Deus, ou Adonai.
1.1 “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão [...]” (Êx 20.7). No judaísmo mais recente, esta proibição
envolvia qualquer uso impensado e irreverente do nome YHWH (pronuncia-se YHAVÉ). Em sua forma original, o
terceiro mandamento refe-se a jurar falsamente pelo nome do SENHOR (Lv 19.12). Este parece ser o verdadeiro sentido
do texto hebraico. A lei permitia abençoar e amaldiçoar em nome de YHWH (Dt 11.26), isso equivalia a proclamar Sua
vontade e Seu propósito para com várias classes de indivíduos. Jurar pelo Seu nome era, então, permitido, embora fosse
proibido por Cristo, séculos mais tarde (Mt 5.34). Na verdade, jurar pelo Seu nome (e não pelo de qualquer outro deus)
era um sinal de que tal pessoa era um adorador de Jeová (Jr 4.2), e por isso era algo digno de louvor (COLE, 1981, p.
151).
1.2 Toda lei carrega uma penalidade para aquele que a desobedece. Este mandamento traz consigo um aviso
específico. Sem dúvida isto é mencionado devido a tendência insolente do homem pensar a respeito deste pecado.
Observemos que o mandamento traz dentro de si uma severa advertência de Deus a respeito da desonra ao Seu nome: “…
o SENHOR não terá por inocente...” (Êx 20.7). Essa fala demonstra que Deus não aceita a falta de reverência diante de
Seu nome.
II - O TERCEIRO MANDAMENTO E A BANALIZAÇÃO DO NOME DE DEUS
Os nomes de Deus não são apenas uma indicação pessoal, mas são inerentes à sua natureza e revelam suas obras e
seus atributos... Quando a Bíblia faz menção do "nome de Deus", está revelando o poder, a grandeza e a glória do Deus
Todo-poderoso; além de mostrar seus atributos, o nome representa o próprio Deus (SOARES, 2014, p. 50). No AT o
castigo para o mau uso do nome de Deus era o apedrejamento (Lv 24.16). Uma punição severa: “... porque o Senhor
não terá por inocente...” (Êx 20.7-c). Está implícito, especificamente, que o próprio Deus será o vingador daqueles que
tomam o seu nome em vão. Percebemos que essa proibição estava ligada ao juramento falso, que era usar o nome de Deus
para atestar uma declaração mentirosa (Lv 19.12). Esse mandamento não exclui a recorrência ao nome do Senhor em
juramentos verdadeiros e solenes (2Sm 2.27; Jr 4.2; Nm 30.3; Js 7.17; Jo 9.24; 2Co 1.23). Este mandamento apresenta um
aviso necessário para não se mencionar o nome de Deus em vão, e ainda é tão necessário como na época em que foi
instituído. Tomamos o nome de Deus em vão quando:
Por hipocrisia. É Quando se faz uma profissão do nome de Deus, mas não vive à altura de tal profissão. Aqueles
que mencionam o nome de Cristo, mas não se afastam da iniqüidade, como este nome os obriga a fazer, o
mencionam em vão. A sua adoração é vã (Mt 15.7-9), as suas oblações são vãs (Is 1.11,13) e a sua religião é vã,
(Tg 1.26).
Pelo rompimento do concerto. É quando se faz promessas a Deus, e não cumprirmos os juramentos ao Senhor,
estamos tomando o seu nome em vão (Mt 5.33). Isto seria uma falta de sabedoria de nossa parte, e Deus não se
alegra de tolos (Ec 5.4), nem se deixa escarnecer, (Gl 6.7).
Por juramentos precipitados. É quando se menciona o nome de Deus, ou qualquer dos seus atributos, na forma
de juramento, sem nenhuma ocasião apropriada para isto, nem a devida concentração da mente para isto, mas
como simples palavras, sem nenhum objetivo nem boa intenção.
Por falsos juramentos. Pensam alguns teólogos que este é o objetivo principal do texto deste mandamento. Uma
parte do respeito religioso que os judeus eram ensinados a prestar ao seu Deus era jurar pelo seu nome (Dt 10.20).
Mas eles o ofenderiam, em vez de honrá-lo, se o chamassem para ser testemunha de uma mentira.
III – O TERCEIRO MANDAMENTO E A CULTURA
"Na cultura brasileira, as expressões ‘meu Deus’, ‘Deus me livre’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus é testemunha’, ‘juro
por Deus’ tornam-se tão frequentes, e até populares, que todos acabaram se acostumando. O problema não está no uso
dessas palavras, mas na atitude do coração. Quando bem pensadas, tais expressões constituem uma oração, manifestam
nossa confiança no Senhor e testificam a sinceridade da nossa fé. Por outro lado, não resta dúvida de que o uso impensado
dessas frases não ajuda em nada; pelo contrário revela leviandade para com as coisas sagradas, e é isto o que está em
pauta no terceiro mandamento" (REIFLER, 2010, p. 20).
O terceiro Mandamento requer o uso santo e reverente do nome de Deus, de seus títulos, perfeições e atributos,
quer por palavras ou obras e até mesmo em conversa comum e, especialmente, no culto religioso. Também exige que se
deva andar segundo a santidade do Seu nome e invocá-lo sempre com ações de graça (Sl 111.9; Sl 89.7; Mq 4.5;. Rm
10.12;. Sl 103.1). Este mandamento proíbe também tomar o nome de Deus em vão utilizando de uma forma leviana em
juramentos profanos e maldições (Rm 3.13; Tg 3.9 - 10). Da mesma forma o perjúrio, ou seja, o jurar falsamente pelo Seu
nome, pois, embora um juramento possa sempre ser tomado legalmente com o nome de Deus, nunca se deve tomá-lo
falsamente (Dt 6.13; Hb 6.16; Zc 8.17). Assim também blasfemar contra o nome de Deus é uma violação deste preceito,
(Lv 24.14; Sl 74.10).
IV - O NOME DE DEUS E O NOME DE JESUS
Em várias ocasiões, Jesus refina os temas do AT e estende suas aplicações. Ao tratar dos juramentos no sermão
do monte, ele nos aconselha a não jurar. Devemos ser pessoas de tal integridade que um “sim” ou um “não” basta para
indicar nosso compromisso ou nossa recusa (Mt 5:33-37). Uma razão mais profunda para tal proibição pode ser vista no
fato de que Deus era a única realidade viva para a mentalidade israelita. É por isso que Seu nome era sempre envolvido
nos votos e juramentos, normalmente na fórmula “ tão certo como vive o Senhor” (2 Sm 2.27). Usar tal frase e depois
deixar de cumprir o voto era questionar a realidade da própria existência de Deus. A Bíblia não nos proíbe pronunciar o
nome de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo de coração e com temor: “Cantai a Deus, salmodiai O SEU NOME; exaltai
o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele” (Sl 68.4). Aqui também se pode descobrir
o poder moral para a injunção feita aos cristãos, isto é, não tomar o nome de Cristo em vão.“E tudo quanto pedirdes EM
MEU NOME, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Com esse nome, fazemos ao Pai uma
petição e assinamos com o Nome daquele que tem autoridade nos céus e Terra, sabendo que o Pai não negará nada ao Seu
Filho primogênito. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o EM NOME DO SENHOR JESUS,
dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17). Aqui somos colocados frente à responsabilidade que esse nome traz àqueles
que o carregam.
V - O NOME DE DEUS - UM NOME VENERÁVEL
"Uma vez que a frase hebraica também pode ser traduzida como: “não pronunciarás o nome do Senhor”, os
judeus do período pós-exílio interpretaram esse mandamento como uma proibição de até mesmo proferir o nome de Deus
“Javé”. Assim, até hoje, nunca se referem a Deus pelo nome, substituindo-o sempre por um termo alternativo, geralmente
“Adonai”, traduzido como Senhor em várias versões da Bíblia. No entanto, esse mandamento não visa proibir o uso do
nome de Deus, mas sim proteger a integridade desse nome" (ADEYEMO, 2010, p. 112).
Esse mandamento é para os indivíduos que fazem promessas falsas e procuram lhes dar credibilidade
invocando uma autoridade irrepreensível, entretecendo em discurso expressões como “diante de Deus” ou “em
nome de Deus”. Ninguém deve invocar o nome de Deus com o objetivo de enganar outra pessoa. Esta proibição
é apresentada de forma ainda mais explícita em Levítico 19.12: “Nem jurareis falso pelo meu nome, pois
profanaríeis o nome do vosso Deus” (ver ainda Dt 5.11; SI 139.20). Nos dias de hoje não é incomum ouvir
pessoas invocarem o nome de Deus ao fazerem promessas que não são capazes de cumprir ou, por vezes, nem
sequer pretendem tentar. Trata-se de uma profanação do nome de Deus, um nome que deve ser reverenciado.
Quem explora esse nome para seus propósitos egoístas não deve esperar ficar impune (ADEYEMO, 2010, p.
113).
CONCLUSÃO
Podemos concluir dizendo que o nome é muito mais que um rótulo que mostra a identidade de uma pessoa.
Vimos que o nome engloba todo o ser da pessoa, quem ela é, como ela é, seus atributos, particularidades, atitudes. Assim,
aprendemos que o terceiro mandamento está claramente nos mostrando que Deus deseja ser honrado por tudo que Ele é,
que Ele fez, que Ele representa, que Ele revelou e manifestou ao ser humano.
REFERÊNCIAS
HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. CPAD.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos dez mandamentos: Um modelo de ética para os nossos dias. VIDA
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SUBSIDIOS 003
EXODO 20.7 O NOME DO SENHOR... EM VÃO. Tomar o nome do
Senhor em vão inclui o fazer uma falsa promessa usando esse nome (Lv 19.12; cf.
Mt 5.33-37), pronunciá-lo de modo hipócrita ou leviano, ou amaldiçoar e
blasfemar envolvendo esse nome (Lv 24.10-16). O nome de Deus deve ser
santificado, honrado e respeitado por ser profundamente sagrado, e deve ser
usado somente de maneira santa (ver Mt 6.9 ).
"...Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em
vão..." (Êxodo 20:7).
O terceiro Mandamento - Usando o nome de Deus
Nas montanhas do sul da Turquia, vive uma certa especie de
grua; estas aves tendem a cacarejar muito, especialmente durante o voo. E
naturalmente todo este barulho chama a atenção de seu principal predador, as
águias; que aproveita este momento para sua refeição. No entanto as gruas mais
experientes percebendo isto, desenvolveram sua defesa enchendo a boca com
pedras. Isso as impede de cacarejar e evita a ameaça de tornar-se almoço para
as águias. Muitas pessoas têm um problema com a boca também. Por este motivo
pareceu-me que esta era uma ilustração apropriada para começar o nosso estudo
sobre o 3º Mandamento.
Todos nos naturalmente temos uma abertura no rosto, a qual
chamamos de boca. E obviamente em cada boca à um pequeno órgão chamado língua.
A língua, apesar de relativamente pequena quando comparado com o restante do
corpo, é uma força muito poderosa e influente no corpo todo. A Bíblia nos diz
que: "...A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de
iniquidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama
o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda
espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar,
se doma, e tem sido domada pelo gênero humano, mas a língua, nenhum homem a
pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal..." (Tiago
3:6-8). Paulo nos aconselha que, como cristãos, devemos usar nossa língua para
atividades nobres, diz ele: "...Nenhuma palavra torpe saia da boca de
vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a
necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem..." (Efésios 4:29).
Ele também nos diz em Colossenses 3:08 "...Mas agora, despojai-vos também
de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da
vossa boca...". Neste 3º Mandamento, não estamos falando apenas de uma
boca suja, que vomita palavrões ou palavras torpe. Este Mandamento trata de
algo muito mais grave, trata-se da utilização indevida ou o uso profano do
Santo Nome de Deus em vão. O nome de Deus é para ser usada em conexão com o seu
louvor ou sua proclamação. Infelizmente, para muitos parece, que o nome de Deus
é como mais uma palavra corriqueira que pode ser usada de qualquer forma.
O terceiro Mandamento - Um nome Venerável
Venerável = Sagrado, Santo; que é digno de veneração,
respeito e Reverencia; muito respeitável. Esta é a definição da palavra segundo
os dicionários. Nos tempos Bíblicos, ao contrario de hoje os nomes tinham
grande importância, os nomes na Bíblia geralmente revelavam algo sobre a
pessoa, sua ascendência, sua origem, etc. E isto é especialmente verdadeiro e
forte no que diz respeito aos nomes de Deus. Vejamos:
"YHWH / YAHWEH / JEOVÁ / SENHOR" (Deuteronômio
6:4, Daniel 9:14) - A rigor, este é o único nome próprio para Deus. Traduzido
nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para
distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente
dada a Moisés "Eu sou quem eu sou" (Êxodo 3:14). Este nome especifica
um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto dos que o
invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação (Salmo
31:3). Ele descreve Deus como auto existente imutável e eterno. (Mal. 03:06,
Tiago 1:17). Na Bíblia, o nome "SENHOR" muitas vezes está associado a
outras palavras formando assim os nomes compostos de Deus que revelam mais
sobre Sua natureza e Seus atributos. Alguns deles são:
JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o
nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no
lugar de Isaque.
JEOVÁ-RAFA: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) -
"Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo,
através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de
iniquidades.
JEOVÁ-NISSI: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo
17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha.
Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo 17.
JEOVÁ-MAKADESH: "O Senhor que santifica, torna
santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele,
e não a lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.
JEOVÁ-SHALOM: "O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) -
o nome dado por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe
assegurado de que não morreria como achava que morreria depois de vê-lO.
JEOVÁ-ELOIM: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo
59:5) - uma combinação do singular nome YHWH e o nome genérico
"Senhor", significando que Ele é o Senhor dos senhores.
JEOVÁ-TSIDIKENU: "O Senhor nossa justiça"
(Jeremias 33:16) - Tal como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a
justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus
Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele fôssemos feitos
justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).
JEOVÁ-ROHI: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) -
Depois de Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele
percebeu que era exatamente a mesma relação de Deus com ele, e assim declara:
"Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará" (Salmo 23:1).
JEOVÁ-SHAMMAH: "O Senhor está ali" (Ezequiel
48:35) - o nome atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora
partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4).
JEOVÁ-SABAOTH: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías
1:24, Salmos 46:7) - Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos
quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da
terra, dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos. O nome
expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de
realizar o que determina a fazer.
"ELOHIM": Deus "Criador, Poderoso e
Forte" (Gênesis 17:7; Jeremias 31:33); esta é a forma plural de Eloah, a
qual acomoda a doutrina da Trindade, refere-se ao Ser Supremo, fiel, Deus Uno e
Trino. Na primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus é
evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1). Esta
é a palavra comum para Deus na Bíblia. É usado mais de 2.000 vezes no Antigo
Testamento. Na verdade, quando Deus saiu da eternidade para revelar-se ao
homem, este é o nome que ele escolheu. Um nome representando a si mesmo como o
forte e fiel.
EL, ELOAH: Deus "poderoso, forte, proeminente"
(Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - etimologicamente, El parece significar
"poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los"
(Gênesis 31:29). El é associado com outras qualidades, tais como integridade
(Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 9:31), mas a raiz
original de ‘poder’ continua.
EL SHADDAI: "Deus Todo Poderoso", "O Poderoso
de Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder supremo de Deus
sobre todos.
ADONAI: "Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) -
usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais para ser
pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado
em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado
quando Ele lida com os gentios.
EL ELIOM: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) -
derivado da raiz hebraica para "subir" ou "ascender", então
a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e
fala de um direito absoluto ao senhorio.
EL ROI: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome
atribuído a Deus por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido
expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela
percebeu que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que
El Roi a viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.
EL-OLAM: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza
de Deus não tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém
dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade,
tu és Deus."
EL-GIBOR: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome
que descreve o Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um
guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição
dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15).
O nome de Deus deve ser usado com extrema reverência e
adoração. Os escribas por exemplo; quando tinha que escrever o Nome de Deus em
uma obra, eles paravam, lavavam-se, mudavam de veste e caneta, e somente assim
escrevia. Logo em seguida, eles depositava a caneta usada em um lugar onde
nunca mais poderia ser usado por ninguém para escrever outra palavra. Ainda
hoje muitos judeus ortodoxos para não usar o nome de Deus em vão, nem sequer
dizem o nome Jeová ou Javé. Ao invés disso, eles usam a palavra Deus, ou
Adonai.
O terceiro Mandamento - Banalizando o nome de Deus
Este mandamento nos diz que é errado usar o nome de Deus em
coisas vã. A palavra vão, significa algo vazio, oco, inútil, sem valor;
ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ignorante, ineficaz.
Quando usamos o nome de Deus de forma vã, estamos cometendo uma blasfêmia!
Infelizmente, em nossos dias ouvimos o Nome de Deus ser degradado com muito
mais frequência do que ouvimos ser exaltado! É quase que normal ouvirmos
palavras de maldição em conjunto com o nome de Deus, coisa do tipo pesar a mão,
aperta, etc, mas se analisarmos os exemplos dos santos na Bíblia, não vemos
nada disso; mas sim quando eles eram ofendidos perseguidos e ate mesmo
apedrejados, clamavam a Deus para perdoar seus agressores, hoje muitos de nos
por qualquer coisa já esta pedindo a Deus para pesar a mão, usando desta forma
o nome de Deus para a maldição do próximo.
Quantas vezes ouvimos, a expressão: Oh Deus!, Oh meu Deus!,
Jesus, Oh Jesus, Oh Cristo, Jesus Cristo!, Deus Todo Poderoso!, Oh, Senhor!,
Meu Deus!, my god, ou qualquer um dos milhares de jargões que mesmo os cristãos
muitas vezes usam de forma inapropriada. Na TV os artista brincam com o nome de
Deus, e seus clichês são logo absorvidos pela plateia. Pessoa usam o nome de
Deus em associação a seus clubes de futebol, etc. Ou mesmo quando pronunciamos
o nome de Deus metodicamente, quero dizer, domingo após domingo, nas canções e nas
orações e nos testemunhos, mas sem sinceridade e sem reverência genuína,
estamos usando o nome de Deus em vão. Ou quando usamos como uma camuflagem em
meio a hipocrisia, prometemos a Deus fazer uma coisa e fazemos outra, então
somos culpados diante dEle. Se seu nome revela seu caráter, e nós estamos
usando Seu Nome, então a nossa hipocrisia envia uma falsa imagem de Deus e,
portanto, viola o Seu Nome. "A hipocrisia da igreja é muito pior do que a
profanação da rua." - Greg Laurie). "...E por que me chamais, Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?.." (Lucas 6:46). Não seja culpado de
se esconder atrás do nome de Deus como uma camuflagem para o mal!
O nome de Deus será vindicado
Haverá punição para o infrator, Deus vai lidar com aqueles
que intencionalmente violou a santidade do Seu Nome. As pessoas que usam o nome
de Deus em vão devem se arrepender. O plano de Deus para o Seu povo é que
quando usamos o Seu nome, devemos fazer com reverência e respeito. Os cristãos
não têm necessidade de jurar, ou anexar um juramento a seus discursos.
"...Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa
disto é de procedência maligna..." (Mateus 5:37), "...Mas, sobretudo,
meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer
outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que
não caiais em condenação..." (Tiago 5:12). Alguns pode estar se
perguntando: O que dizer então? Quanto menos falar, melhor será quando
estivermos diante do Senhor "...Mas eu vos digo que de toda a palavra
ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo..." (Mateus
12:36). Deus não quer que você corte a língua de sua boca, mas Ele quer que ela
seja consagrada e dedicado totalmente a Sua adoração e Sua glorificação. Como
você está usando sua língua? Lembre-se: Não use o nome de Deus em vão.
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