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terça-feira, 21 de abril de 2015

A TENTAÇÃO DE JESUS - LIÇÃO 03 COM SUBSIDIOS



Lições Bíblicas CPAD  -  Adultos


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves



Lição 4: A tentação de Jesus
Data: 26 de Abril de 2015

TEXTO ÁUREO

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

VERDADE PRÁTICA

Jesus firmou-se na Palavra de Deus para vencer Satanás. Assim devemos agir para obter a vitória.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Lucas 4.2; 1Co 10.13
A tentação é uma realidade para todos os crentes



Terça — Lc 4.3; 1Pe 5.8
A necessidade constante de vigilância ante a tentação



Quarta — Gn 3.6; Lc 4.3,4
A tentação de ser saciado em um momento de necessidade



Quinta — Lc 4.5-8
A tentação de ser prestigiado e assim descumprirmos o propósito divino



Sexta — Lc 4.9
A tentação de ser notado quando Deus quer discrição



Sábado — Lc 4.12,13
Em Jesus Cristo podemos vencer a tentação

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 4.1-13.

1 — E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.
2 — E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.
3 — E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.
4 — E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.
5 — E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo.
6 — E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.
7 — Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
8 — E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás.
9 — Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo,
10 — porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem
11 — e que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
12 — E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus.
13 — E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.

HINOS SUGERIDOS

75, 308, 422 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar que Jesus foi tentado, mas venceu toda tentação pelo poder da Palavra de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·   I. Compreender a realidade da tentação.
·   II. Explicar como Jesus venceu a tentação de ser saciado.
·   III. Saber como Jesus venceu a tentação de ser celebrado.
·   IV. Analisar as artimanhas do Inimigo para que Jesus cedesse à tentação de ser notado.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O Diabo é um anjo do mal que, dia e noite, procura fazer com que os servos de Deus sejam seduzidos pelo pecado. Como homem Jesus também foi tentado em tudo (Hb 4.15b), mas o Mestre venceu toda tentação. O Inimigo foi derrotado em todas as áreas na vida de Jesus. A tentação vem para todos os filhos de Deus, porém, a Palavra do Senhor nos garante que, se resistirmos ao Diabo, ele fugirá de nós (Tg 4.7).
Lucas diz que o Diabo se ausentou de Jesus por um tempo (Lc 4.13), ou seja, até encontrar outra oportunidade para atacá-lo novamente. Jesus estava iniciando seu ministério quando foi conduzido ao deserto para experimentar vários tipos de tentação, mas o Inimigo, mesmo sem sucesso, o tentou até a cruz.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A tentação é uma realidade com a qual todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não existe ninguém que seja imune à tentação, pois até mesmo Jesus, o homem perfeito, foi tentado! A resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra de Deus.
Nesta lição iremos aprender como Jesus enfrentou a tentação e derrotou Satanás. Veremos a sutileza do Diabo em tentar o Filho de Deus em um momento de extrema carência e necessidade física, e como o Filho do Homem o derrotou ao dizer “não” a cada uma de suas propostas. Por fim, destacaremos que a vitória de Jesus é também a nossa.
                                            PONTO CENTRAL
A tentação é uma realidade, mas em Jesus podemos vencê-la.


I. A REALIDADE DA TENTAÇÃO

1. Uma realidade humana. Já foram assinalados em comentários anteriores que devemos levar em conta o fato bíblico e teológico incontestável de que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, não podia ser tentado, mas como homem, mesmo sendo perfeito, sim (Jo 17.5; Fp 2.5-11; Hb 2.17). No mistério da encarnação, Jesus não perdeu a sua natureza divina, nem tampouco os atributos da divindade, mas, como diz a tradução americana de Philips, Ele “abdicou de seus privilégios” (Fp 2.7). Como homem Ele foi tentado em todas as coisas, assim como nós, porém, não transgrediu (Hb 4.15). À luz do ensino bíblico, portanto, a tentação de Jesus Cristo foi real e não apenas uma encenação. O homem perfeito, Jesus, foi tentado em tudo, mas não pecou! (1Pe 2.22).
2. Vencendo a tentação. Lucas revela que Cristo foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Jesus, em sua condição humana, foi capacitado pelo Espírito Santo para enfrentar Satanás. A capacitação de poder sobre Jesus revela o lado messiânico da sua missão. Na teologia lucana, o Messias seria revestido pelo Espírito para realizar a obra de Deus, e isso incluía desfazer as obras do Diabo. A vitória de Jesus sobre a tentação é também a nossa vitória. Jesus, o homem perfeito, venceu a sedução do pecado com oração, com a Palavra e por andar no Espírito. Todos os que estão em Cristo podem sim, também, vencer a tentação (1Co 10.13).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A tentação é uma realidade para todos os filhos de Deus.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O Diabo tentou o Filho do homem, mas também o Filho de Deus. Foi uma disputa entre Jesus, cheio do Espírito Santo, e o acusador dos homens. O Diabo tinha vencido, com Adão e Eva. Ele tinha esperanças de triunfar sobre Jesus” (ROBERTSON, A. T.Comentário de Lucas: À Luz do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.80).



II. A TENTAÇÃO DE SER SACIADO

1. A sutileza da tentação. A primeira tentação de Jesus se dá na esfera dos apetites. A essa tentação Jesus respondeu: “Escrito está que nem só de pão viverá o homem” (Lc 4.3,4). O Diabo, por certo, sabia que por ocasião do batismo de Jesus, Deus, o Pai, falara-lhe da sua filiação divina (Lc 3.22). Jesus, como o homem perfeito que era, precisava enfrentar a tentação em sua condição humana, e não fazer uso de seus atributos divinos como queria o Diabo. Como Filho de Deus que era, evidentemente Jesus poderia usar os atributos da divindade para transformar todo aquele deserto em pão. Todavia, se assim procedesse, negaria a sua missão de homem perfeito. Quer o Diabo estimule um apetite legítimo, quer não, o seu alvo é sempre o mesmo — colocar tropeços no caminho do servo de Deus.
2. Gratificação pessoal. Depois de 40 dias de jejum total, Jesus, sem dúvida alguma, encontrava-se debilitado fisicamente. Todo o seu ser, por certo, exigia ser saciado. Tanto a água quanto o pão são elementos necessários para a manutenção do corpo. Não há, portanto, nada de errado com o desejo de comer ou beber. Todavia, se esse desejo é apenas para uma gratificação pessoal, como queria o Diabo, então ele se converte em pecado. Satanás queria que Jesus visse as coisas materiais como sendo mais necessárias do que as espirituais. Jesus mostra que mais importante do que o pão material era o pão espiritual, a Palavra de Deus. Ainda hoje, o Diabo usa a mesma artimanha quando convence os homens de que ter abundância, fartura ou prosperidade material é melhor do que desfrutar da comunhão com Deus.



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Jesus foi tentado a satisfazer sua necessidade de ser saciado.



CONHEÇA MAIS

O jejum

“Segundo a leitura médica, trinta a quarenta dias de completo jejum exaure as energias do corpo, causa fome intensa e aproxima o indivíduo da exaustão. Mesmo neste estado de fraqueza, Jesus permaneceu fiel ao compromisso. Confiou e agiu de acordo com a Palavra de Deus” (Guia do Leitor da Bíblia. CPAD. p.655).



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Jesus experimenta três tentações específicas. A primeira envolve suas necessidades físicas (Lc 4.3,4). O Diabo presume que Jesus é o Filho de Deus — ‘Se tu és o Filho de Deus’ significa ‘Visto que Tu és o Filho de Deus’. Claro que Jesus pode exercer o poder de Deus e transformar uma pedra do chão em pão. O Diabo sugere que o uso deste poder para aliviar a fome era verdadeira prova de que Jesus é o Filho de Deus. Mas se Jesus transformasse uma pedra em pão, tal milagre revelaria sua falta de fé na bondade de Deus. Ele teria obedecido a Satanás em vez de ser obediente a Deus. Ele teria usado seu poder para satisfazer as necessidades pessoais em vez de usá-lo para a glória de Deus.
Jesus resiste à tentação do Diabo citando Deuteronômio 8.3. O ponto de sua resposta é que o bem-estar humano é mais que assunto de ter comida suficiente. O mais importante é obedecer à Palavra de Deus e confiar no Senhor que cuida de nós. Jesus obedece à Palavra de Deus, embora implique em fome física” (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD. p.338).



III. A TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO

1. O príncipe deste mundo. No texto de Lucas 4.5-8, o Diabo oferece a Jesus domínio sobre os reinos do mundo. Jesus não contestou as palavras de Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo (Lc 4.6). De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 16.11). O apóstolo João nos diz que “o mundo está no maligno” (1Jo 5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas, assim como Jesus Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17.9; 18.36). É lamentável quando crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste mundo, mas também ficam totalmente comprometidos com ele.
2. A busca pelo poder terreno. Por trás desse sistema iníquo existe toda uma filosofia de domínio. Esse poder pode estar presente tanto na esfera material como na espiritual. É a busca pela glória e poder terreno. O Diabo sabe que o desejo de ser celebrado, de ser chamado “senhor”, é algo que fascina os homens. Satanás sabia que derrubaria Adão se o convencesse de que ele poderia se tornar poderoso ao adquirir conhecimento. Adão acreditou que até mesmo poderia ser como Deus (Gn 3.5). A isca foi lançada e Adão a engoliu! O Diabo por certo acreditava que o mesmo aconteceria com Jesus, o Filho do Homem. Mas Jesus não se dobrou diante de Satanás. Por certo, muitos estão exercitando poder e domínio neste mundo, mas provavelmente também estão se curvando diante de Satanás.



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Como homem, Jesus foi tentado a buscar honra e celebração para si.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A segunda tentação é a oferta que o Inimigo fez a Jesus de autoridade sobre os reinos da terra (Lc 4.5-8). Num momento de tempo, ele traz à presença de Jesus todos os reinos do mundo. Afirma que eles lhes foram dados e que ele tem o direito de dispor deles como quiser. A afirmação do Diabo é meia-verdade. Embora ele tenha grande poder (Jo 12.31; 14.30), não tem autoridade para dar a Jesus os reinos do mundo e a glória deles. Ele promete que Jesus pode se tornar o governante da terra se tão somente Ele o adorar. Satanás tenta ludibriar Jesus para obter poder político e estabelecer um reino no mundo maior que o dos romanos.
O Reino que Jesus veio estabelecer é muito diferente. É um reino no qual Deus reina, e é formado por homens e mulheres livres da escravidão do pecado e de Satanás” (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD. p.338).



IV. A TENTAÇÃO DE SER NOTADO

1. A artimanha do Inimigo. O Diabo não desiste nas primeiras derrotas e arrisca tentar Jesus mais uma vez com seu jargão predileto: “Se tu és” (Lc 4.9). Todavia, agora ele acrescenta a frase: “porque está escrito” (Lc 4.10). Satanás tenta derrotar Jesus usando a Bíblia! Evidentemente que ele usa o Salmo 91 fora do seu contexto! Quando a Palavra do Senhor tem exatamente o sentido do que o Criador disse, então ela é de fato a Palavra dEle. Porém, quando passa a possuir um sentido particular, isto é, que Deus não disse, não é mais a Palavra dEle, mas palavras de Satanás. A Bíblia usada fora do seu contexto, como fez o Diabo e as seitas que ele criou, não é a Palavra de Deus, mas uma arma do Maligno. É preciso muito cuidado quando se vê alguém manusear a Bíblia. Pode ser que esse “manuseio” não esteja a serviço de Deus!
2. A busca pelo prestígio. Quando o Diabo quer ver a queda de alguém, procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação de ser visto, de ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez centenas de pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com características cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de Satanás.
Há um reconhecimento e uma fama que são bíblicas e não há nada pecaminoso nisso (Gn 12.2; 2Sm 7.9). Todavia, quando o desejo por publicidade se torna um fim em si mesmo, então passa-se a fazer o jogo do Diabo. Infelizmente, muitos não medem esforços para se exibir. Isso é pecado, mesmo que seja na esfera religiosa ou espiritual.



SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

Jesus venceu a tentação de ser notado pelos homens.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A terceira tentação tem a ver com provar a verdade da promessa de Deus (Lc 4.9-12). Jesus se deixa levar voluntariamente com o maligno até o ponto mais alto do templo. A localização precisa no templo é incerta, mas do ponto mais alto do templo Satanás instiga Jesus a pular: ‘Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo’ (v.9). A sugestão dele é esta: ‘Antes de tu te dispores em tua missão, é melhor que te certifiques da proteção de Deus. Então, por que não pulas e não te asseguras de que Deus tomará conta de Ti?’. O maligno foi refutado duas vezes com as Escrituras, então ele cita o Salmo 91.11,12 para garantir que Deus o protegerá de qualquer dano. Este é um exemplo de torcer as Escrituras para servir a um propósito, pois o Salmo 91 não garante que Deus fará milagres sob as condições que estipularmos” (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.338).



CONCLUSÃO

Jesus venceu Satanás no deserto e em todas as outras situações em que o confrontou durante o seu ministério terreno (Lc 4.1-13; 10.18,19). Na cruz do Calvário, o Filho de Deus derrotou Satanás de forma definitiva (Cl 2.15; Hb 2.14). Posteriormente, o apóstolo Paulo ensinaria à Igreja que todos aqueles que se encontram em Cristo também participam dessa vitória (Ef 1.20-22; 2.6). Em Cristo somos mais do que vencedores (Rm 8.37; 1Co 15.57), todavia, como cristãos criteriosos, não devemos subestimar o mal (Lc 22.31-34).

PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

De que forma a lição explica a tentação de Jesus?
Ela explica que a tentação é uma realidade humana. Como homem Jesus também sofreu várias tentações. Porém, Ele venceu todas.

Qual foi a primeira tentação de Jesus?
A primeira tentação foi a sugestão do Diabo de Jesus transformar as pedras do deserto em pães. Ele sabia que Jesus estava em jejum e, certamente, estava com fome.

Qual foi a segunda tentação?
A segunda tentação foi a oferta que o Diabo fez a Jesus de autoridade sobre os reinos da terra (Lc 4.5-8).

Satanás tentou derrotar Jesus usando até mesmo o quê?
Ele usou até mesmo a Palavra de Deus. Porém, que fique claro, o Diabo utilizou a Palavra de Deus de forma errada, fora do seu contexto.

Quando Jesus derrotou Satanás de forma definitiva?
Quando da sua morte e ressurreição na cruz do calvário.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A tentação de Jesus

O evangelista Lucas registra que Jesus foi cheio do Espírito Santo (4.1). Após o nosso Senhor ser cheio do Espírito, Ele foi conduzido pelo mesmo Espírito ao deserto, onde foi tentado pelo Diabo por quarenta dias. Neste período, o Senhor Jesus ficou em comunhão com Deus Pai através de jejum e oração. Entretanto, ao sentir fome, nosso Senhor começou a ser tentado pelo Diabo. O relato do capítulo 4 do Evangelho de Lucas retrata três tentações que o Senhor Jesus foi provado: as necessidades físicas (vv.3,4), a oferta de autoridade sobre os reinos (vv.5-8) e provar a verdade da promessa de Deus (vv.9-12).
A primeira tentação de Jesus revela-nos que Ele não usou o seu poder para benefício próprio, pois antes agradava obedecer a Deus que a Satanás. Seria natural, se com fome, o nosso Senhor transformasse pedra em pão e revelasse ser verdadeiramente o Filho de Deus. Não! A resposta do nosso Senhor foi direta: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus (Dt 8.3).
A segunda tentação de nosso Senhor tem a ver com a ambição de conquistar e governar todos os reinos do mundo. Satanás colocou diante de Jesus toda a autoridade do mundo, e em troca, ordenou que Jesus o adorasse prostrado. O Diabo usou de meia-verdade, pois apesar de ter poder (Ef 2.2), ele não tinha autoridade para dar ou não a Jesus reinos ou a glória desse mundo. A promessa de torná-lo o grande soberano do mundo não “encheu os olhos” de nosso Senhor, que de pronto, logo respondeu: “O Senhor, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt 6.13).
A terceira tentação mostra o nosso Senhor sendo levado pelo Diabo ao pináculo do Templo. A proposta de Satanás: Pular, pois estava escrito que Deus daria ordens aos anjos para livrá-lo. Ainda haveria outro impacto: Pular do pináculo do Templo e cair salvo no meio pátio sagrado, de uma só vez, faria o Senhor ser reconhecido como “Messias”. Mas não foi isso que aconteceu. O nosso Senhor não queimou etapas, mas repreendeu Satanás dizendo que ninguém pode tentar a Deus. As coisas do Altíssimo não são para fazermos provas sem sentido.
As três tentações de Jesus Cristo expuseram três áreas que o ser humano se mostra frágil: A das pulsões carnais, as do poder e a da busca pela fama. Nosso Senhor venceu as tentações e nos estimulou a fugir das pulsões carnais, do apego pelo poder e da possibilidade de usar as promessas divinas para benefício próprio para a formação da autoimagem.



SUBSIDIOS

As tentações de Jesus

LUCAS -  (4:1-13).
Jesus acabara de ser batizado, e agora antecipava o ministério público ao qual Se dedicara. Primeiramente, porém, passou algum tempo em reflexão quieta no deserto. Que tipo de Messias haveria de ser? Deveria usar Seus poderes para fins pessoais? Ou para estabelecer um império poderoso que dominaria o mundo com justiça? Ou para operar milagres espetaculares, embora sem razão de ser? Rejeitou todos estes conceitos por aquilo que eram: tentações do diabo. O fato de que eram tentações subentende que Jesus sabia que possuía poderes incomuns. “Para nós, não é uma tentação o transformar pedras em pães, ou pular de um pináculo do Templo” (Barclay). Jesus, porém, não era restrito às nossas limitações. Sabia que tinha poderes que outros homens não possuem, e deveria resolver como os empregaria. Esta história inteira tem outro interesse para os crentes, a saber: deve ter vindo de ninguém mais senão o próprio Jesus. Mateus tem a segunda e a terceira tentação na ordem inversa, fato este que nunca foi explicado de modo satisfatório (as razões sugeridas são todas subjetivas).

4.1,2. Mateus e Marcos nos dizem que Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, mas somente Lucas diz que Jesus estava cheio do Espirito Santo. Também diz que era “no (e não pelo) Espírito” que Jesus foi guiado. Satanás realmente tentou a Jesus, mas havia mais do que isto na história. Era o plano de Deus que, logo de início, Jesus enfrentasse a questão de que tipo de Messias haveria de ser.

4.3,4. Satanás começou com a fome de Jesus, e passou a levantar uma dúvida quanto à Sua Filiação divina. Jesus acabara de ouvir uma voz do céu chamando-0 de “Filho” (3:22). Satanás sugere que verifique Sua filiação ao transformar uma pedra em pão. O problema para Jesus era saber se a voz que agora ouvia vinha do mesmo lugar da voz celestial. Sua resposta veio de uma passagem da Bíblia (Dt 8:3). Aquilo que não concorda com a Escritura não vem de Deus. A essência da tentação talvez tenha sido o uso dos poderes milagrosos para fornecer pão aos famintos, i.é, tornar- Se um obreiro social. Mas não havia famintos com Jesus no deserto, de modo que talvez seja mais provável que a tentação fosse para usar Seus poderes para suprir Suas próprias necessidades pessoais. As palavras com que a tentação foi rejeitada têm uma aplicação ampla. O homem deve interessar- se por muitas coisas além do pão (cf. Jo 4:34). Não é simplesmente um animal, vivendo no nível das necessidades físicas.

4. 5-8. Lucas não diz, conforme diz Mateus, que o diabo levou Jesus a um alto monte para mostrar-Lhe todos os reinos do mundo. Enfatiza, não o lugar de onde foi vista a visão, mas, sim, o fato de que o Maligno fez aparecer diante de Jesus toda a pompa deste mundo. Alegou que era dele (para Satanás como “o príncipe deste mundo” cf. Jo 12:31; 14:30; 16:11), e prometeu dá-lo a Jesus somente se Este o adorasse. Quer dizer que Jesus via a possibilidade de estabelecer um reino que seria muito mais poderoso do que aquele dos romanos. Não é difícil ver como semelhante visão  pudesse ser considerada ura alvo legítimo. Significaria um governo ocupado somente com o bem-estar genuíno do povo, e o caminho seria aberto para muita coisa boa. Mas importava em transigir. Importava em usar os métodos do mundo. Importava em expulsar os demônios por Belzebu.

Para Jesus, significava virar as costas à Sua vocação. Seu reino era de um tipo bem diferente (Jo 1836-37). Já Se identificara com os pecadores que viera salvar (3:21). Isto significava que seguiria o caminho da humildade, não aquele da glória terrestre. Significava que Ele teria uma cruz, não uma coroa. Procurar a soberania terrestre era adorar à maldade, e Jesus decisivamente a renunciou. Mais uma vez, apelou à Bíblia (Dt 6:13), indicando que a adoração a Deus é exclusiva. Nenhum outro deve ser adorado senão Ele.

4. 9-12, A terceira tentação está localizada em Jerusalém. Jesus é convidado a lançar-Se do pinãcub do templo. O artigo mostra que um pináculo específico está em mente, mas não podemos identifica-lo com certeza (as sugestões incluem o ápice do santuário, o topo do pórtico de Salomão, e o topo do pórtico real). A tentação pode ter sido no sentido
de operar um milagre espetacular mas sem razão de ser, a fim de compelir à maravilha e à crença de certo tipo. Mas visto que não se diz que qualquer outra pessoa estava presente, a tentação pode ter sido, pelo contrário, conforme a resposta de Jesus parece indicar, a de ser presunçoso com Deus ao invés de confiar nEle humildemente. Farrar chama a atenção a
um fato importante quando cita o comentário de Agostinho de que Satanás nada mais pode fazer do que sugerir: somente a pessoa tentada pode realizar o ato errado (atira-te para baixo). O Maligno nesta ocasião cita a Escritura (Sl 91:11-12) para assegurar Jesus que Ele ficaria bastante seguro.

Este, porém, é um emprego errôneo da Bíblia. É torcer um texto para servir um propósito. Jesus rejeita esta tentação, conforme fizera com as outras duas, ao apelar para o significado verdadeiro da Bíblia (Dt 6:16). Não cabe ao homem submeter Deus ao teste, nem sequer quando o homem é o próprio Filho de Deus encarnado.

Note-se que em todas as três ocasiões Jesus enfrentou as tentações ao citar de Deuteronômio, e, de fato, da porção restrita entre 6:13 e 8:3. Estes capítulos se referem às experiências de Israel no deserto, o povo de Deus! É bem possível que Jesus dedicara muito pensamento a estas passagens enquanto refletia sobre a missão à qual Deus O chamava. Havia paralelos
entre a experiência do antigo povo de Deus e Sua própria experiência. Estava unido com o povo de Deus.

4.13. No decurso de todas estas tentações, nenhum recurso especial estava aberto a Jesus. Enfrentou a tentação da mesma maneira que nós devemos enfrentá-la, com o uso da Escritura, e ganhou a vitória. Lucas completa a narrativa com Satanás decisivamente derrotado. “Acabara de tentar Jesus de todas as maneiras” (TEV), mas Jesus nio cedera. Isto não quer dizer que a partir deste momento Jesus não seria sujeitado a mais tentações. Conzelmann sustenta que Lucas retrata Satanás como estando ausente durante o ministério de Jesus, mas isto não está de acordo com os fatos (cf. a obra de Satanás em 8:12; 10:18; 11:18; 13:16; 22:3,31, e referências a tentações ou testes, que subentendem sua atividade, em 8:13; 11: 4, 16; 22:28). O diabo O deixou somente “até que uma nova ocasião se apresentasse,” conforme a tradução de Rieu. Nesta vida, não há isenção da tentação. Não havia para Jesus, e não há para nós.


A tentação de Jesus em Mateus o que podemos aprender.
Mt.4.1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

MATEUS  4.1 JESUS FOI TENTADO. A tentação de Jesus por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da perfeita obediência à vontade de Deus. Note que Cristo em cada caso submeteu-se à autoridade da Palavra de Deus, ao invés de submeter-se aos desejos de Satanás (vv. 4,7,10). Que podemos aprender da tentação de Cristo?

 (1) Satanás é o nosso maior inimigo. O cristão deve estar consciente de que está numa guerra espiritual contra poderes malignos invisíveis, porém claramente reais (ver Ef 6.11,12).

(2) Sem o devido emprego da Palavra de Deus, o cristão não pode vencer o pecado e a tentação. Como usar a Palavra de Deus para vencer a tentação:

(a) Reconheça que mediante a Palavra o cristão tem poder para resistir a qualquer sedução que Satanás lhe apresente (Jo 15.3,7).

(b) Coloque (i.e., memorize) a Palavra de Deus na sua alma e mente (ver Tg 1.21).

(c) Medite nos versículos memorizados, de dia e de noite (Dt 6.7; Sl 1.2; 119.48).

(d) Repita a passagem memorizada, para si mesmo e para Deus, no momento em que você for tentado (vv. 4,7,10).

 (e) Reconheça e obedeça ao impulso do Espírito Santo para obedecer à Palavra de Deus (Rm 8.12-14; Gl 5.18).

(f) Envolva todos estes passos com oração (Ef 6.18).

Passagens para memorização em casos de tentação: Tentação em geral (Rm 6 e 8). Tentação para imoralidade (Rm 13.14), mentira (Cl 3.9; Jo 8.44), mexerico (Tg 4.11), desobediência aos líderes -espirituais (Hb 13.17), desânimo (Gl 6.9), medo do futuro (2 Tm 1.7), concupiscência (5.28), desejo de vingança (6.15), negligência com a Palavra de Deus (4.4), preocupação financeira (6.24-34; Fp 4.6,19).

MATEUS  4.2 JEJUM DE 40 DIAS. Jesus jejuou 40 dias, e depois teve fome , e a seguir foi tentado por Satanás a comer. Isto pode indicar que Cristo absteve-se de alimento, mas não de água. Abster-se de água por 40 dias requer um milagre. Uma vez que Cristo teve que enfrentar a tentação, como representante do homem ele não poderia empregar nenhum outro meio para vencê-la além do de um homem cheio do Espírito Santo (ver Êx 34.28; 1 Rs 19.8; Mt 6.16).

MATEUS  4.6 ESTÁ ESCRITO. Satanás empregou a Palavra de Deus com a finalidade de tentar Cristo a pecar. Às vezes, o descrente emprega as Escrituras na tentativa de persuadir o crente a fazer algo que aquele sabe que está errado ou que é impróprio. Alguns textos bíblicos, retirados do seu contexto, ou não comparados com outros trechos da Palavra de Deus, podem até mesmo dar a aparência de justificar o comportamento pecaminoso (ver, e.g., 1 Co 6.12). O crente deve conhecer profundamente a Palavra de Deus e precaver-se daqueles que pervertem as Escrituras a fim de satisfazerem os desejos da natureza humana pecaminosa. O apóstolo Pedro fala daqueles que torcem as Escrituras, para sua própria perdição (2 Pe 3.16).

MATEUS  4.10 SATANÁS. Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de Deus, porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de Deus e dos homens (Ez 28.12-15).

(1) Satanás na sua rebelião contra Deus arrastou consigo uma grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser identificados (após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos. Satanás e muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de Deus.

(2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19).

(3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os anjos caídos (25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19 nota). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó 1.12 nota).

(4) Jesus veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de Deus e de livrar o homem do domínio de Satanás (12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). Cristo, pela sua morte e ressurreição, derrotou Satanás e ganhou a vitória final de Deus sobre ele (Hb 2.14).

(5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar a Deus, seguindo-se sua ruína final, que será o seu lançamento no lago de fogo (Ap 20.7-10).

(6) Satanás atualmente guerreia contra Deus e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a Cristo (2 Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1 Jo 5.19).

O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9).


A tentação de Jesus  - Mt 4.1-11; Mc 1.12-13

LUCAS 4.1-13
Lc.4.1 E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.
(1) O Espírito (veja 3:22) assegurou Jesus da presença e ajuda de Deus. Todos os Evangelhos Sinópticos notam que Jesus foi guiado pelo Espírito, mas somente Lucas tem a expressão cheio do Espírito Santo (veja também At 2:4; 6:3, 5; 7:55; 11:24).

Lc.4.2 E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.
(2) O período de quarenta dias pode ter precedido as tentações, ou as três tentações podem representar as lutas que continuaram durante todo o período. Sobre o número quarenta, compare os jejuns de Moisés e Elias (Ex 34:28; Dt9:9; 1 Rs 19:8; e cf. Lv 12:1-4; Ez4:6; 29:11).
Jesus foi levado para ser tentado (Mt 4:1). No deserto (em contraste a “ao” em Mateus e Marcos) indica que foi na força do Espírito (cf v. 1) que ele venceu—i.e., foi guiado pelo Espírito através de toda a experiência. Nesta e nas duas próximas histórias (4:14-30), o ministério de Jesus é explicado pelo poder do Espírito (cf. 3:21). O fato de não ter pecado aqui é mediante a ajuda do Espírito. Tentado neste ponto indica “provar” ou “testar”, a fim de produzir perplexidade ou fracasso, i.e., pecado.

Esta é a primeira referência ao diabo em Lucas. Outras referências se acham em 4:3,6,13; e 8:12. Veja também as referências a Satanás citadas em 10:18. No episódio da tentação, tanto Jesus como o diabo pressupõem o messianismo de Jesus e sua filiação divina (v. 3), a autoridade das escrituras para revelar a vontade de Deus (vs. 4,10), e a soberania de Satanás sobre o presente século (v. 6). As tentações tinham o propósito de fazer Jesus “provar” seu messiado e, dessa forma, pervertê-lo.

Lc.4.3 E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.
(3) O diabo atacou um ponto de especial sensibilidade — a fome de Jesus. O desafio exigia que Jesus empregasse sua filiação divina a fim de aliviar uma necessidade física. A coisa não era errada em si mesma e Jesus tinha poder para tal. Mas este não era o papel do Filho de Deus (1:35). Nem faria ele o seu primeiro prodígio à ordem de tal aliado, ou mesmo em associação com ele. Jesus superou a tentação sempre presente de colocar as coisas materiais à frente das espirituais, e também assim podem fazê-lo os seus seguidores.

Lc.4.4 E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.
(4) Cristo não defendeu sua filiação divina; em vez disso deu uma resposta adequada a qualquer filho de Deus em tentação semelhante. Sua resposta foi uma citação literal de Deuteronômio 8:3, extraída da Septuaginta. O contexto do Velho Testamento descrevia a provisão do maná feita por Deus, talvez implicando que Jesus quis dizer: “Deus cuidou de Israel e cuidará de mim”. Além do mais, Jesus não veio suprir de pão a humanidade, mas satisfazer às suas necessidades mais profundas.

Lc.4.5 E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo.
(5) Lucas tem a segunda e terceira tentações na ordem inversa da que foi dada por Mateus. Não se pode saber a ordem primitiva, mas o conteúdo é o elemento principal. Mateus indica que o acontecimento deu-se em uma montanha muita alta. Este foi provavelmente um caso de experiência visionária em lugar de transporte corporal, desde que Satanás não teria controle sobre os movimentos do corpo de Jesus e desde que não havia um ponto físico de onde todos os reinos do mundo pudessem ser vistos.

Lc.4.6 E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.
(6) Somente Lucas registra a declaração de Satanás de que o mundo é seu (cf. 4:2; 10:18). O mundo pode ter sido dado ao diabo por concessão de Deus ou pelos pecados do homem (cf. Mt8:29; Jo 12:31; 14:30; 16:11; Ef 2:2; 1 Jo 3:8; 5:18; Ap 13:2,4). Mas, no final não seria seu e sim de Deus. Jesus podia então recusar, sabendo que um dia iria ter o mundo nos seus próprios termos, e não nos de Satanás. Pode ser que o diabo estivesse se oferecendo para promover o reino messiânico caso o Messias o seguisse. Ou ele pode ter estado influenciando Jesus para ser um Messias político, uma tarefa que o Senhor repudiou através de todo o seu ministério. De qualquer forma, aceitar a ajuda do diabo nas atividades do reino seria destruir a natureza íntima do mesmo. Autoridade é encontrada em outro ponto em Lucas 4:32,36; 5:24; 7:8; 9:1; 10:19; 12:5,11; 19:17; 20:2,8,20; 22:53; 23:7.

Lc.4.7 Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
(7) Adorar, seria reconhecer que o diabo tinha o poder final sobre o mundo, o que não era verdade (veja Dn 5:21). Assim sendo, em última análise, o mundo não lhe pertencia para que o pudesse dar.

Lc.4.8 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás.
(8) Jesus, citando Deuteronômio 6:13, rejeitou o caminho do messiado político, o que levou muitos judeus a rejeitá-10. O contexto da passagem do Velho Testamento era a entrada em Canaã e a necessidade de evitar envolvimentos com divindades estrangeiras. Israel deveria lembrar-se da verdadeira fonte de suas bênçãos. Aqui, os reinos só no final seriam de Deus para os conceder. Satanás tinha usurpado esta autoridade e a rebelião precisava ser abafada.

Lc.4.9 Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo,
(9) Lucas coloca a tentação relativa a Jerusalém no ponto culminante, de acordo com sua ênfase especial sobre a cidade (2:22). Como na primeira tentação, a fé que Jesus tinha como Filho de Deus foi de novo desafiada (veja versículo 3). Como antes, esta pode ter sido uma experiência visionária (cf. Ez 8:3).

Lc.4.10 porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem
Lc.4.11 e que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
(10,11) Aqui, pela primeira vez, Satanás fez uso das Escrituras. Os rabis deram uma interpretação messiânica ao Salmo 91:11 e seguintes. Jesus não argumentou contra o uso feito por Satanás dessa passagem, desde que esse não era o conflito básico. A tentação pedia que Jesus criasse uma situação de perigo, enquanto na primeira tentação a crise (fome) já existia. Era como se Satanás estivesse dizendo: “Você não poderá conhecer- se, nem a veracidade da promessa de Deus, enquanto não fizer um teste’ ’.

Lc.4.12 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus.
(12) Pela terceira vez Jesus respondeu com passagens das Escrituras. Deuteronômio 6:16 referia-se ao fato de Israel ter tentado a Deus em Massá. Falando com simplicidade, Jesus estava dizendo que tentar Deus é não confiar nele (veja 1 Co 10:9; mas cf. Is 7:12). Nenhum propósito seria servido se ele cedesse à tentação.

Lc.4.13 E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
(13) Foi salientado que o que aconteceu a Jesus pode ser comparado aos caminhos da tentação estabelecidos em 1 João 2:14-17 e à tentação original de Gênesis 3:6. Talvez esta história esteja afirmando que Jesus foi tentado através de todos os meios pelos quais o homem pode ser tentado (veja Hb 4:15). Satanás apartou-se, mas não era para sempre (22:3).

Em seguida a esta história, Lucas registra três milagres, mostrando que Jesus tinha realmente poder messiânico. Eles se encontram na ordem inversa das tentações. A ameaça no cume do monte corresponde à tentação do pináculo; a expulsão do demônio (4:35) ao desejo de Satanás ver-se adorado por Jesus; e a pesca (5:6) à tentação do pão.


LUCAS  4.1 JESUS, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. O Espírito Santo conferiu poder a Jesus e o guiou, ao enfrentar a tentação de Satanás (vv. 1,2).
LUCAS  4.2 TENTADO PELO DIABO. Um dos aspectos principais da tentação de Jesus girou em torno do tipo de Messias que Ele seria e como empregaria a sua unção da parte de Deus.

(1) Jesus foi tentado a utilizar sua unção e posição para servir a seus próprios interesses (vv. 3,4), obter glória e poder sobre as nações, ao invés de aceitar a cruz e o caminho do sofrimento (vv. 5-8), e ajustar-se à expectativa popular de um Messias sensacional (vv. 9-11).

(2) Satanás ainda tenta os líderes cristãos a usarem sua unção, posição e capacidade em seu próprio benefício, para estabelecer sua própria glória e reino, e para agradar o povo mais do que a Deus. Quem se entrega ao egoismo, na realidade já se rendeu a Satanás.

LUCAS  4.4 NEM SÓ DE PÃO VIVERÁ. Jesus cita o AT (Dt 8.3), ao enfrentar a tentação de Satanás.
(1) Jesus está dizendo que tudo o que é importante na vida depende de Deus e da sua vontade (Jo  4.34). Esforçar-se por sucesso, felicidade ou coisas materiais, à parte do caminho e propósito de Deus, levará à amarga desilusão e terminará em fracasso.

(2) Jesus salienta essa verdade ao ensinar que devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus (i.e., o governo, atividade e poder de Deus em nossa vida); somente então é que outras coisas necessárias serão concedidas, de acordo com a sua vontade e propósito (ver Mt 5.6; 6.33).

LUCAS  4.5 OS REINOS DO MUNDO. Jesus rejeita a oferta que Satanás lhe fez, do domínio sobre todos os reinos do mundo.
(1) O reino de Jesus, na presente era, não é um reino deste mundo (Jo 18.36,37). Ele recusa um reino para si através dos métodos mundanos de transigência, poder terreno, artifícios políticos, violência, domínio, popularidade, honra e glória humanas.

 (2) O reino de Jesus é um reino espiritual, no coração dos seus, os quais foram tirados do mundo. Como reino celestial:
(a) é alcançado através do sofrimento, da abnegação, da humildade e da mansidão;
(b) requer que dediquemos nosso corpo como sacrifício vivo e santo (Rm 12.1), em completa devoção e obediência a Deus;
(c) implica em lutar com armas espirituais contra o pecado, a tentação e Satanás (Ef 6.10-20); e (d) importa em resistirmos à conformação com este mundo (Rm 12.2).


A TENTAÇÃO DE ADÃO E EVA.

GENESIS 3.1 A SERPENTE. Nesse episódio, a serpente levantou-se contra Deus através da sua criação. Declarou que aquilo que Deus dissera a Adão não era a verdade (vv.3,4); por fim, ela foi a causa de Deus amaldiçoar a criação, inclusive a raça humana que Ele fizera à sua imagem (vv. 16-19; 5.29; Is 23.6; Rm 8.22; Gl 3.13a). A serpente é, posteriormente, identificada com Satanás ou o diabo (Ap 12.9; 20.2). Certamente Satanás controlou a serpente e usou-a como instrumento para efetuar a tentação (2 Co 11.3,14; Ap 20.2; ver Mt 4.10).

GENESIS  3.4 CERTAMENTE NÃO MORREREIS. A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta (ver 2.16).

(1) Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal (2.16,17). Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinomianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia.

(2) Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna (ver 1 Co 6.9 nota; Gl 5.21 nota; 1 Jo 2.4).

GENESIS  3.5 SEREIS COMO DEUS. Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por conta própria o que é bom e o que é mau.

(1) Os seres humanos, na sua tentativa de serem como Deus , abandonam o Deus onipotente e daí surgem os falsos deuses (ver v. 22 nota; Jo 10.34 nota). O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau.

(2) As Escrituras declaram que todos que procuram ser deuses desaparecerão da terra e de debaixo deste céu (Jr 10.10,11). Este será também o destino do anticristo, do qual está escrito:
querendo parecer Deus (2 Ts 2.4).

GENESIS  3.6 A MULHER... COMEU... E ELE COMEU COM ELA. Quando Adão e Eva pecaram, sua morte moral e espiritual ocorreu imediatamente (2.17), ao passo que a morte física veio posteriormente (5.5). (1) Deus tinha dito: No dia em que dela comeres, certamente morrerás (2.17). Por conseguinte, a morte espiritual e moral ocorreu imediatamente quando pecaram (Jo 17.3). A morte moral consistiu na morte da vida de Deus dentro deles, quando a sua natureza se tornou pecaminosa; a morte espiritual destruiu a comunhão que antes tinham com Deus. Depois do pecado de Adão e Eva, toda pessoa, ao nascer, entra neste mundo com uma natureza pecaminosa (Rm

GENESIS  5.12; 1 Jo 1.8; Ec 7.20). Essa corrupção da natureza humana abrange o desejo inato da pessoa seguir seu próprio caminho egoísta, ignorando a Deus e ao próximo, e é transmitida a todos os seres humanos (5.3; 6.5; 8.21; ver Rm 3.10-18; Ef 2.3). (2) Atentemos, ainda, para o fato de que as Escrituras não ensinam em nenhum lugar que todos pecaram quando Adão pecou, nem que a culpa do seu pecado foi imputada a toda a raça humana (ver Rm 5.12). A Bíblia ensina, sim, que Adão deu origem à lei do pecado e da morte sobre a totalidade da raça humana (5.12; 8.2; 1 Co 15.21,22).

GENESIS  3.7 CONHECERAM QUE ESTAVAM NUS. Quando Adão e Eva viviam em inocência moral (i.e., antes da queda), a nudez não era imoral, nem causava sentimento de vergonha (2.25). Depois que pecaram, no entanto, a consciência de estarem nus passou a associar-se ao pecado e à condição caída e depravada da raça humana. Por causa do mal que a nudez passaria a causar no mundo, o próprio Deus vestiu Adão e Eva (v. 21), e agora Ele ordena que todas as pessoas se vistam com pudor e modéstia (ver 1 Tm 2.9).

GENESIS  3.8 ESCONDEU-SE ADÃO E SUA MULHER. A culpa e a consciência do pecado motivaram Adão e Eva a fugir de Deus. Tinham medo e constrangimento na sua presença, sabendo que tinham pecado e que estavam sob o desagrado de Deus. Nessa condição, viram que era impossível chegar à sua presença com confiança (ver At 23.1; 24.16). Em nossa condição pecaminosa, também somos semelhantes a Adão e Eva. Deus, no entanto, proporcionou um caminho para purificar nossa consciência culpada, para livrar-nos do pecado e nos restaurar à comunhão com Ele o caminho chamado Jesus Cristo (Jo 14.6). Mediante a redenção que Deus proveu através do seu Filho, podemos vir a Ele e receber o seu amor, misericórdia, graça e ajuda em tempo oportuno (ver Hb 4.16; 7.25).

GENESIS  3.13 A SERPENTE ME ENGANOU. Satanás provocou a queda da raça humana por meio do engano. Esse é um dos seus métodos principais de desviar as pessoas do caminho e da verdade de Deus.
(1) A Bíblia ensina que Satanás engana e cega as mentes dos incrédulos neste mundo, para que não compreendam o evangelho (ver 2 Co 4.4).

 (2) Conforme o ensino de Paulo, é através do engano satânico que certas pessoas da igreja crerão que poderão viver na imoralidade e, mesmo assim, herdar o Reino de Deus (ver 1 Co 6.9; Gl 5.21).

(3) O engano será o meio principal que Satanás usará para levar as massas à rebelião contra Deus no fim da história (2 Ts 2.8-12; Ap 20.8).

(4) Todos os cristãos devem estar preparados para uma luta severa e contínua contra os enganos de Satanás, no que respeita à sua vida pessoal, casamento, lar, escola, igreja e trabalho (ver Mt 24.4,11,24; Ef 6.11).

GENESIS  3.15 ESTA TE FERIRÁ A CABEÇA, E TU LHE FERIRÁS O CALCANHAR. Este versículo contém a primeira promessa implícita do plano de Deus para a redenção do mundo. Prediz a vitória final da raça humana e de Deus contra Satanás e o mal. É uma profecia do conflito espiritual entre a semente da mulher (i.e., o Senhor Jesus Cristo) e a semente da serpente (i.e., Satanás e os seus seguidores; ver v.1 nota). Deus promete aqui, que Cristo nasceria de uma mulher (cf. Is 7.14), e que Ele seria ferido ao ser crucificado, porém, ressuscitaria dentre os mortos para destruir completamente (i.e., ferir ) Satanás, o pecado e a morte, para salvar a humanidade (Is 53.5; Mt 1.20-23; Jo 12.31; At 26.18; Rm 5.18,19; 16.20; 1 Jo 3.8; Ap 20.10).

GENESIS  3.16-19 MULTIPLICAREI GRANDEMENTE A TUA DOR. O castigo imposto sobre o homem e a mulher (vv. 16-19), bem como o efeito do pecado sobre a natureza, tinham o propósito de relembrar à humanidade as conseqüências terríveis do pecado e de levar cada um a depender de Deus, com fé e obediência. O desígnio de Deus é que a raça humana seja redimida do seu presente estado de pecado e perdição.

 (1) A tentativa de Eva de ficar livre de Deus e de agir independente do seu marido, seria frustrada, surgindo em seu lugar um forte desejo pelo seu marido. A profunda atração que ela sentiria por Adão, e o governo dele sobre ela, -trariam aflições e sofrimentos, juntamente com alegria e bênçãos (1 Co 11.7-9; Ef 5.22-25; 1 Tm 2.11-14).

(2) Por causa da maldição que Deus pronunciou sobre a natureza, Adão e Eva enfrentariam adversidades físicas, pesado labor, lutas e, finalmente, a morte para si e para todos os seus descendentes.

GENESIS  3.20 CHAMOU ADÃO O NOME DE SUA MULHER EVA. Adão deu à sua esposa o nome de Eva , que significa vida , porque ela era a primeira mãe dos seres humanos, em todas as gerações.

GENESIS  3.22 SABENDO O BEM E O MAL. Adão e Eva tentaram igualar-se a Deus e determinar seus próprios padrões de conduta (ver v. 5). O ser humano, através da queda, tornou-se até certo ponto independente de Deus, e começou a fazer o seu próprio julgamento entre o bem e o mal.

(1) Neste mundo, o julgamento ou discernimento humano, imperfeito e pervertido, constantemente decide sobre o que é bom ou mau. Tal coisa nunca foi da vontade de Deus, pois Ele pretendia que conhecêssemos somente o bem, e para isso, dependendo dEle e da sua palavra.
 (2) Todos quantos confessam Cristo como Senhor, retornam ao propósito original de Deus para a humanidade. Passam a depender da palavra de Deus para determinarem o que é bom.

GENESIS  3.24 LANÇADO FORA O HOMEM. Adão perdera a perfeita comunhão que tinha com Deus. Agora foi posto fora do jardim e iniciou uma vida dependente de Deus, em meio ao sofrimento. Além disso, Satanás, devido à queda de Adão e Eva, passou a ter poder sobre o mundo, pois o NT, referindo-se a ele, Satanás, chama-o de príncipe deste mundo (Jo 14.30; 2 Co 4.4; 1Jo 5.19). Contudo, Deus amou a raça humana de tal maneira que decidiu derrotar Satanás. Deus faz isso, reconciliando o homem e o mundo com Ele, mediante a morte do seu Filho (ver v.15 nota; 2 Co 5.18,19; Rm 5.10; Cl 1.20; Jo 3.16; Ap 21.1-6).


ELABORADO PELO EVANGELISTA;
NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR

O EVANGELHO DE LUCAS INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO  - Leon L. Morris,
COMENTÁRIO BIBLICO MOODY
COMENTARIO BIBLICO POPULAR
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL











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