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quarta-feira, 6 de maio de 2015

MULHERES QUE AJUDARAM A JESUS - LIÇÃO 06 COM SUBSIDIOS


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Lições Bíblicas CPAD  -    Adultos
 2º Trimestre de 2015

Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves

Lição 6: Mulheres que ajudaram Jesus
Data: 10 de Maio de 2015

TEXTO ÁUREO

E também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades [...] e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.2,3).

VERDADE PRÁTICA

A mulher sempre teve um papel importante na expansão do Reino de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Lc 1.35; Gn 3.15
Jesus é da descendência da mulher e veio para resgatá-las



Terça — Lc 7.44-47
Jesus valorizou as mulheres como ninguém jamais o fez no mundo



Quarta — Lc 8.3
Jesus foi ajudado por mulheres que possuíam bens materiais



Quinta — Lc 7.36-48; 8.2,3
Jesus teve entre seus seguidores muitas mulheres



Sexta — Lc 13.16
Jesus libertou muitas mulheres que foram até Ele



Sábado — Lc 7.50
Jesus salvou as mulheres e dignificou sua condição social

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 8.1-3.

1 — E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele,
2 — e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;
3 — e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas.

HINOS SUGERIDOS

147, 160, 394 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar a importância das mulheres no ministério do Senhor Jesus Cristo e na expansão do Reino de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·   I. Analisar a participação das mulheres no judaísmo e no ministério de Jesus.
·   II. Mostrar a disposição de Isabel e Maria em obedecer a Deus.
·   III. Dissertar acerca da disposição das mulheres em servir a Jesus.
·   IV. Ressaltar a gererosidade das mulheres em ofertar a favor do ministério de Jesus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

As mulheres tiveram uma participação especial no ministério de Jesus. O Mestre foi para as mulheres judias não somente o Salvador, mas aquEle que resgatou a dignidade da condição social feminina. Nos dias de Jesus, os rabinos se recusavam a ensinar as mulheres. Era atribuída a mulher uma condição social inferior. Jesus não somente as ensinou, mas as teve como amigas (Marta e Maria), as libertou dos poderes de demônios (Maria Madalena), como também as evangelizou (a mulher samaritana). Jesus valorizou as mulheres como ninguém jamais o fez e ainda concedeu a elas o privilégio de poderem contribuir financeiramente para a expansão do Reino.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos, em muitos lugares, as mulheres foram tratadas como objetos e estiveram à margem da sociedade. As mulheres ainda são, em algumas culturas, consideradas seres inferiores e por isso são discriminadas. Na cultura oriental, a qual pertenceu Jesus de Nazaré, era assim também que se enxergava as mulheres.
Um dos fatos que fica logo patente no Evangelho de Lucas é o tratamento que Jesus dispensou às mulheres. Essas mulheres esquecidas, discriminadas e maltratadas encontraram no Mestre a manifestação do amor de Deus. A forma que elas encontraram para retribuir foi segui-lo e servi-lo com seus bens. Um exemplo a todos aqueles que querem também agradar a Deus.


PONTO CENTRAL

As mulheres desempenharam um papel relevante no ministério terreno de Jesus.


I. JESUS, O JUDAÍSMO E AS MULHERES

1. A presença feminina no ministério de Jesus. O Novo Testamento dá amplo destaque à presença feminina no ministério de Jesus. O terceiro Evangelho põe essa realidade em relevo. A lista é extensa: Maria, mãe de Jesus; Isabel, mãe de João, o Batista; Ana, a profetisa; a viúva de Naim; a pecadora na casa de Simão; Marta e Maria de Betânia; Maria Madalena; a sogra de Pedro; a mulher do fluxo de sangue; a mulher encurvada; Joana, a mulher de Cuza, e Suzana. Algumas dessas mulheres foram curadas, outras libertas de demônios e ainda outras tornaram-se seguidoras de Jesus juntamente com os Doze.
2. Jesus valorizou as mulheres. Causa admiração quando fazemos um contraste entre o tratamento dado às mulheres no Novo Testamento e aquele que era praticado no judaísmo do tempo de Jesus. No judaísmo do primeiro século, a mulher não participava da vida pública. Nem mesmo lhe era permitido aparecer em público descoberta, sendo dessa forma impossível ver a sua fisionomia. Não tinha voz nem rosto. A mulher era, portanto, tida como objeto, uma coisa que poderia ser usada e descartada. Ao contrário de tudo isso, Jesus não tratou as mulheres como coisa ou objeto. Ele as tratou como gente! Jesus mostrou que a mulher era um ser especial para Deus e fez com que elas se sentissem assim. Não são poucas as passagens do Novo Testamento que dão destaque às mulheres, e o Evangelho de Lucas não foge a essa regra (Lc 1.13,42; 7.48; 8.2,43; 13.12; 16.18; 23.27).

                              SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 No judaísmo as mulheres não eram valorizadas, mas Jesus veio restaurar sua condição social.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A participação das mulheres na excursão missionária revela como era o ministério revolucionário de Jesus. Nos seus dias os rabinhos se recusavam ensinar as mulheres e lhes atribuía um lugar inferior. Por exemplo, só os homens tinham permissão de participar plenamente nos cultos da sinagoga. Mas Jesus trata as mulheres como pessoas e lhes dá as boas-vindas na comunhão. Elas têm acesso igual à graça e salvação, e muitas mulheres se tornam suas seguidoras. Entre elas estão as mulheres com recursos financeiros, que auxiliam Jesus dando de suas possessões para sustentar a Ele e seus discípulos” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.363).



II. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OBEDECER

1. Maria, a mãe do Salvador. A doutrina católica acerca da pessoa de Maria se fundamenta na tradição e não conta com apoio bíblico. Não é fundamentada nos Evangelhos, mas na tradição apócrifa que começou a circular por volta do segundo século de nossa era. Crenças como a perpétua virgindade de Maria, imaculada conceição e sua ascensão não fazem parte do cânon neotestamentário. Esse é um lado da história. O outro é a rejeição à pessoa de Maria que prevalece entre muitos protestantes por conta do anticatolicismo. O que a Escritura mostra de fato é que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus para fazer parte diretamente do Plano da Salvação. A sua disposição em aceitar e crer no plano de Deus está demonstrada em suas palavras: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra [...]” (Lc 1.38).
2. Isabel, a mãe do precursor. Isabel, esposa do sacerdote Zacarias, aparece na história bíblica como uma pessoa também agraciada por Deus. Ela foi escolhida para ser a mãe de João Batista, o último profeta da Antiga Aliança (Lc 1.8-24; 16.16). A revelação do nascimento de João foi dada a seu marido Zacarias, que inicialmente não creu. O relato de Lucas, de que Isabel “ficou cheia do Espírito Santo” quando foi visitada por Maria, deixa claro também a sua disposição em crer e aceitar o plano de Deus para ela (Lc 1.41-43). Assim como Maria, Isabel foi uma mulher obediente e sua obediência foi recompensada.



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Isabel e Maria eram mulheres de fé, tementes e obedientes ao Senhor.



SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar as características de Maria, a mãe do Salvador, e Isabel, a mãe de João Batista. Ressalte que não devemos adorar a Maria, porém não podemos deixar de reconhecer seu valor. Dentre milhares de jovens, Maria foi escolhida para fazer parte diretamente do Plano da Salvação.



III. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR

1. Mulheres servas. Logo após ser curada por Jesus de uma febre muito alta, a sogra de Pedro se levantou e passou a servi-lo (Lc 4.39). O verbo “servir” é a tradução do vocábulo grego diakoneo. As mulheres aparecem com frequência no Evangelho de Lucas a serviço do Mestre. Maria Madalena se destacou das demais. Ela foi a primeira mulher mencionada em Lucas 8.1-3 e aparece de forma destacada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Ela foi uma das mulheres que mais tarde presenciaram a crucificação (Mt 27.55,56; Mc 15.40; Jo 19.25); viram onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Mc 15.47; Lc 23.55); e saíram no raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt 28.1; Mc 16.1; Lc 24.10). Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o Cristo ressurreto apareceria (Jo 20.1-18).
2. Mulheres abnegadas. O Evangelho de Lucas revela que Jesus teve em seu ministério a ajuda de mulheres abnegadas (Lc 7.36-50). O evangelista mostra Jesus sendo ungido por uma mulher tida como pecadora na casa de Simão, um dos fariseus. Essa mulher, visivelmente emocionada, usou o unguento que levou em um vaso de alabastro para ungir Jesus enquanto beijava-lhe os pés. O Evangelho de João mostra um fato semelhante ocorrido com Maria de Betânia, que não deve ser confundido com o relato de Lucas (Jo 12.1-8). No texto de João, é destacado que Maria de Betânia também preferiu derramar sobre os pés de Jesus o perfume do vaso do que usá-lo em benefício próprio. Esse seu gesto sofreu duras críticas de Judas Iscariotes, que estava de olho nos trezentos denários que esse unguento poderia render. Ela considerou muito mais valioso o perdão que o Salvador lhe deu do que os ganhos que esse perfume poderia lhe trazer.



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Jesus contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para servi-lo no Reino de Deus.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“‘Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana’ (Lc 3.3). O Herodes mencionado aqui é Herodes Antipas, governador da Galileia. O registro não diz de que mal Joana foi curada — se era uma possessão demoníaca ou uma enfermidade física. A sua posição mostra que as pessoas proeminentes também eram levadas a Cristo. Supõe-se que nesta época ela fosse viúva. Sobre Suzana não se sabe nada, exceto seu nome. Apenas três nomes são mencionados — sem dúvida devido à sua importância. Mas houve muitas mais, constituindo uma grande sequência de mulheres que o serviam com suas fazendas. Isto talvez signifique que todas eram mulheres de posses, possivelmente membros da classe alta” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.402).



IV. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OFERTAR

1. O trabalho rabínico. Lucas registra que Jesus “andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele” (Lc 8.1). A dedicação de Jesus e seus doze discípulos ao ministério da Palavra era exclusiva. Como se dava, então, a manutenção desse ministério? Jesus orientou seus discípulos quando estivessem em missão a que “ficassem na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa” (Lc 10.7).
O trabalhador era digno de seu salário. Um rabino não podia receber pagamento pelo que ensinava, mas a cultura hebraica considerava uma obrigação e um privilégio sustentar um rabino. Há um princípio válido aqui — o obreiro não deve ter valores materiais como a motivação do seu ministério. Por outro lado, aqueles que se beneficiam desse ministério, devem ajudá-lo em sua manutenção.
2. Apoio feminino. Na cultura judaica do tempo de Jesus, a participação das mulheres na vida pública era bem limitada. As mulheres, por exemplo, não podiam estudar e não podiam ensinar. Mas nem por isso deixaram de participar do ministério do Mestre. Lucas diz que elas serviam o Senhor com suas fazendas, isto é, com seus bens (Lc 8.3). Enquanto Jesus e seus doze apóstolos se dedicavam ao ministério da Palavra, essas mulheres lhes davam suporte financeiro e material. Por trás de grandes ministérios, sempre há alguém dando suporte, seja financeiro, seja, espiritual. Não podemos negar que atualmente as mulheres têm desempenhado um papel importante na obra do Senhor. Muitas têm se dedicado à oração, ao serviço social, à contribuição, à obra missionária, etc. Grande parte da obra missionária é feita por mulheres. São milhares de servas que dedicam suas vidas à seara do Senhor. O serviço de Deus é para todos que amam ao Senhor, independentemente de gênero.



SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

Jesus contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para ofertar.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“É importante reconhecer que quando Deus criou a humanidade, quando fez os seres humanos à sua imagem, Ele os criou macho e fêmea (Gn 1.27), e não ‘um ou outro’. Portanto, a imagem de Deus aparece tanto no homem (o macho) quanto na mulher (a fêmea), e as características peculiares de cada sexo são completamente necessárias para espelhar a natureza de Deus. A própria palavra ishsha para ‘mulher’ sugere as suas sensibilidades e dons especiais dados por Deus no campo emocional. Estas características servem para realçar a humanidade. A mulher possui uma sensibilidade especial para as necessidades humanas que lhe permitem entender intuitivamente as situações e os sentimentos das outras pessoas” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1312).



CONCLUSÃO

No judaísmo do tempo de Jesus, conversar com uma mulher era considerado um ato vergonhoso (Jo 4.27). Mas Jesus conversou, ensinou, curou, libertou e valorizou as mulheres como homem algum jamais o fez. Lucas nos mostra que as mulheres tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus. Graças a Deus pelo trabalho das mulheres na Seara do Senhor.

PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

Como era a situação das mulheres no judaísmo nos dias de Jesus?
No judaísmo do primeiro século, a mulher não participava da vida pública. A mulher era tida como um objeto que poderia ser usado e descartado.

Como a Bíblia fala de Maria a mãe de Jesus?
A Bíblia mostra que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus para fazer parte diretamente do Plano da Salvação.

De acordo com a lição, qual o nome de algumas mulheres, citadas por Lucas, que serviram a Jesus?
Lucas cita Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana.

De que forma as mulheres apoiaram Jesus em seu ministério?
Elas apoiaram Jesus com seus recursos financeiros.

Qual a importância da mulher na expansão do Reino de Deus?
Sua importância é de grande valor. Muitas mulheres têm se dedicado à oração, ao serviço social, à contribuição, etc. Grande parte da obra missionária é feita por mulheres.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Mulheres que ajudaram Jesus

Não há dúvidas que Jesus Cristo quebrou vários paradigmas em relação às mulheres do seu tempo. Na Palestina Antiga não havia sacerdotisas, isto é, a hierarquia religiosa judaica era formada por homens. Logo, toda a concepção de moral, de ética e de costume em relação à mulher era decidida por intermédio da perspectiva religiosa masculina. Isso nos faz compreender o porquê de um rabino não se comunicar com mulheres; a genealogia das muitas mulheres não serem mencionadas na Bíblia; outras mulheres não entrarem nos livros de genealogias.
Mais interessante ainda é quando olhamos para a genealogia de Jesus e, lá, encontrarmos uma mulher como Raabe. Todo estudante da Bíblia sabe que Raabe fora uma prostituta da cidade de Jericó e que somente sobreviveu ao ataque do povo de Israel porque escondeu os vigias israelitas. Uma ex-prostituta na genealogia do salvador do mundo!
E Rute, uma estrangeira, adoradora de outros deuses, mas que graciosamente foi acolhida na família de Israel, entrando para a genealogia do Messias desejado das nações.
E Bete-Seba, citada na genealogia de Mateus (1.6), mãe do rei Salomão. Uma mulher que fora amante do rei Davi, naturalmente temos de levar em conta todas as circunstâncias sociais e política da época, agora contemplada como uma das mulheres presentes na genealogia de Jesus.
E o que falar de Maria, a mãe do meio nazareno? A bendita entre as mulheres, mui amada pelo nosso Deus. O seu ventre concebeu e deu à luz o menino Jesus, o nosso Salvador. E as mulheres que subsidiavam o ministério de Jesus? E a mulher samaritana? Enfim, o ministério terreno de Jesus foi de encontro com diversas mulheres, que ao encontrá-lo, sentiram-se acolhidas por Ele.
Em Jesus, o homem não tem mais uma relação de domínio sobre a mulher, mas de parceria e de ajuda mútua. Leia o versículo 21 do capítulo 5 de Efésios. Ali, o apóstolo nos diz que ser “cheios do Espírito”, inevitavelmente, nos levaria a sermos submissos uns aos outros em amor. Em seguida, o apóstolo escreveu sobre a relação da esposa com o esposo, e deste para com aquela. Como consequência natural do versículo 21, não é difícil compreender que tanto a esposa deve se submeter ao esposo em amor quanto o esposo deve submeter-se a esposa, amando-a como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela. Em Jesus, a posição da mulher é outra. Ele a honrou!

SUBSIDIOS

SUBSÍDIOS ELABORADOS PELO EVANGELISTA:
NATALINO ALVES DOS ANJOS - ADMINISTRADOR DO BLOG.
PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR.
COM PESQUISAS EM COMENTÁRIOS BÍBLICOS
E NA BÍBLIA DE ESTUDOS PENTECOSTA


Mulheres que Ajudaram Jesus.
0 Catolicismo Medieval e as Mulheres!
Embora o debate em tomo da participação feminina nos contextos social e religioso é bastante atual, todavia, como observaram os escritores Bonnidell Cluse e Robert G. Bonnidell, ele não é novo.1 Bonnnidell faz um excelente apanhado histórico sobre a participação feminina no movimento evangélico através dos séculos. Aqui sintetizarei essa análise.
No contexto católico romano, por exemplo, as mulheres possuem atribuições religiosas bastante limitadas. Isso se deve ao fato da analogia que o catolicismo criou entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio católico. Sendo o sacerdócio católico uma adaptação do sacerdócio levítico, inclusive com sua função de mediador, somente homens, como era no antigo judaísmo, poderiam participar do culto. As mulheres estavam excluídas por uma série de razões. Uma delas é que a Lei considerava uma mulher, no período menstruai, cerimonialmen- te impura para o culto. Dessa forma o catolicismo medieval entendia que as mulheres também estavam excluídas para as atividades religiosas pelas mesmas razões.

Mulheres no Contexto da Reforma
No contexto evangélico ou protestante, no que se refere ao papel das mulheres, os debates têm se restringido à participação ou não das mesmas no ministério pastoral. Em outras palavras, a questão gira em torno da ordenação ou não de mulheres para o exercício pastoral ou para a função de liderança. Robert G. Clouse explica como é vista essa questão nas igrejas protestantes. Na maioria das igrejas, observa ele, a ordenação para o ministério se entende como a eleição de algumas pessoas que vão ocupar posições de autoridade dentro da congregação. Isso as qualifica para pregar, administrar os sacramentos e supervisionar os assuntos da congregação. Devido a importância da pregação nas igrejas protestantes, o tema da ordenação está muito relacionado com essa função.

Com o advento da Reforma Protestante de 1517, a visão bíblica do sacerdócio universal de todos os crentes foi restaurada dentro do contexto evangélico. Seguindo o ensino neotestamentário, Lutero ensinou que o cristão era seu próprio sacerdote (1 Pe 2.9). Isso abolia a figura do sacerdote católico e também tornava desnecessária a figura de um mediador. Apesar de alguns historiadores acharem que Lutero, graças a sua grande influência, deveria ter olhado com mais atenção para a função de liderança das mulheres na igreja, ele não o fez.  Mas ele acreditava que sob circunstâncias especiais as mulheres poderiam exercer algumas funções na igreja, como por exemplo, a da pregação. Essa sua posição mais maleável para com as mulheres exerceu influência entre luteranos e reformados, seguidores de João Calvino. Esse ponto -

Os Anabatistas e as Mulheres
A posição dos anabatistas sobre a participação das mulheres na liturgia do culto era muito mais maleável do que a dos reformadores. Os anabatistas radicalizaram mais ainda a Reforma exigindo o batismo de adultos e a participação de leigos no ministério da igreja. Na verdade os anabatistas eram totalmente contra toda forma de elitização clerical. Não há dúvida de que esse posicionamento dos anabatistas fez com que as mulheres tivessem muito mais espaço entre eles. De fato os batistas do século XVII e os Quakers, claramente influenciados pelo movimento anabatista de onde surgiram, permitiram a participação ativa de mulheres em suas liturgias.
As Mulheres e o Movimento Pietista Alemão

Essas e outras controvérsias surgidas por conta da Reforma fez com que as igrejas institucionalizadas procurassem definir seus credos doutrinários de forma muito mais precisa. A conseqüência natural dessa ortodoxia foi a classificação desses movimentos como sendo de natureza sectária e herética.

Muitos cristãos não ficaram satisfeitos com esse enrijecimento doutrinário da igreja institucional e procuraram um retorno ao fervor bíblico primitivo. Passaram a enfatizar a conversão, a ansiar por uma vida mais santa e uma vida devocional mais dinâmica. Esses crentes foram apelidados de “pietistas”. Eles enfatizam a vida interior e não apenas os rituais exteriores. No movimento pietista as mulheres voltaram a ter um papel de destaque.
0 Metodismo e as Mulheres

É com o movimento metodista, fundado por John Wesley, que as mulheres vão receber a visibilidade que ainda não possuíam, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos. Wesley acreditava que as restrições de Paulo quanto à função das mulheres na igreja era uma norma a ser seguida. Todavia, ele cria que Deus havia chamado a todos para a sublime missão de pregar o evangelho. Pensando assim, ele permitiu que leigos e mulheres tivessem participação ativa no seu movimento.

Os Movimentos de Reavivamento e as Mulheres
Entre os anos de 1725 e 1770, os Estados Unidos foram abalados pelo que se chama comumente de “O Grande Avivamento”. Tendo origem nas igrejas reformadas holandesas, influenciando posteriormente as igrejas congregacionais da Nova Inglaterra, esse avivamento trouxe conversões em massas e gerou também o famoso pregador Jonathan Edwards. Nesse avivamento, as mulheres tiveram uma participação especial. A mais famosa delas foi Sarah Osborn que desenvolveu um ministério público de pregação. Um outro avivamento, que se seguiu a esse, denominado de “O Segundo Grande Despertamento”, ocorreu em meados do século XIX. Cerca de dois terços dos convertidos nesse movimento eram mulheres que em sua grande maioria estavam na casa dos trinta anos. Esse fato fez com que as mulheres também tivessem proeminência dentro desse movimento.
Com o advento do pentecostalismo no início do século XX, o papel da mulher na igreja ganhou muito mais expressão. Todavia, o mesmo fenômeno que ocorreu dentro de outros movimentos evangélicos passados se repetiu dentro do pentecostalismo e a posição de liderança das mulheres ficou outra vez limitada.
Observa-se que embora as mulheres tenham exercido diferentes funções dentro do movimento protestante, o protestantismo se manteve sempre conservador ao restringir a função de liderança eclesiástica ao sexo masculino.

0 Movimento Feminista e as Mulheres
No contexto secular o movimento feminista surge com a bandeira que promete acabar com toda e qualquer discriminação que existe contra a mulher.
De acordo com a Enciclopédia Barsa, o movimento feminista defende a igualdade de direitos e status entre homens e mulheres, que devem ter garantida a liberdade de decisão sobre suas próprias carreiras e padrões de vida.

A origem desse movimento está associado à revolução francesa de 1789. Durante esse período de convulsão social o sistema político e social então vigente na França e no resto do Ocidente foi abalado. Ainda de acordo com a Barsa, esse movimento “encorajou as mulheres a denunciar a sujeição a que eram mantidas e que se manifestava em todas as esferas da existência: jurídica, política, econômica, educacional, etc. ”8

Como se observa, esse movimento de contestação francês em seu início centrava-se mais na conquista de direitos civis para as mulheres, situação que viria a mudar radicalmente no século XX. O movimento feminista contemporâneo acredita que a mulher vive marginalizada e oprimida pela cultura masculina, descrita por ele como patriarcal e machista. Pensando nisso, o movimento procura denunciar os supostos mecanismos psicológicos e psicossociais que favorecem essa marginali- zação ao mesmo tempo em que oferece recursos que possibilitem à mulher se livrar dessas amarras. Acreditam que somente assim a mulher se torna livre em seu corpo e em seus desejos! Fundamentado nessa tese, reivindica a interrupção voluntária da gravidez (aborto) a radical igualdade nos salários e o acesso a postos de responsabilidade. Em muitos países esse movimento tem se tornado radical entrando constantemente em confronto com as autoridades constituídas.

Jesus, o Judaísmo e as Mulheres
Pois bem, tendo dado essa visão panorâmica sobre como foi tratado o sexo feminino ao longo dos séculos, é nosso objetivo agora voltar para a Palestina do primeiro século a fim de entendermos como Jesus tratou as mulheres.
Tem causado espanto em muitos pesquisadores o relato dos evangelhos sobre a participação feminina no ministério público de Jesus. Essa admiração existe em razão da atenção que os evangelistas, especialmente Lucas, dão às mulheres.

O relato lucano mostra que as mulheres tiveram participação ativa no ministério de Jesus. “E aconteceu, depois disso,.que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.1-3).

O escritor José A. Pagola destaca essa atenção especial que o terceiro evangelho dispensa às mulheres. “Em seu relato aparecem personagens femininos de uma força extraordinária: Maria mãe de Jesus, Isabel, Ana, a viúva de Naim, a pecadora na casa de Simão, suas amigas Marta e Maria, Maria de Magdala, uma mulher anônima que tece elogios à sua mãe... Lucas tem um interesse especial em apresentar Jesus curando mulheres enfermas —a sogra de Simão, a mulher que sofria de hemorragia, a anciã encurvada, Maria de Magdala, da qual liberta “sete demônios” (8.2). Também sublinha sua compaixão e sua ternura com a mulher pecadora (7.36-50), com a viúva de Naim (7.11-17), com as que saem chorando ao seu encontro no caminho da cruz (23.27- 31). Pagola destaca ainda que essas “mulheres são seguidoras de Jesus e acompanham os Doze: Maria Madalena; Joana, mulher de Cuza; Susana e ‘muitas outras que o serviam com seus bens’ (8.1-3). Quando os varões abandonaram Jesus, elas permanecem fiéis até o fim junto à cruz (23.49). São elas as primeiras a anunciar a ressurreição de Jesus, embora os discípulos não acreditem nelas (24.22). O Evangelho de Lucas nos ajudará a olhar a mulher como Jesus a olhava, para defender sua dignidade e para fazer com que elas ocupem em sua comunidade o lugar que lhes corresponde”.

Essa forma de enxergar a mulher, não a tratando como objeto como fazia, por exemplo, o antigo judaísmo, era totalmente inusitada na Palestina dos dias de Jesus. Jesus, portanto, mudou o paradigma que via as mulheres como “coisa” e não como um ser especial formado por Deus.
Assim como Pagola, outros teólogos têm procurado também entender o papel desempenhado pelas mulheres nas comunidades da Palestina dos dias de Jesus. Dentre eles estão J. Jeremias, John P. Meier, Gerd Theissen e os escritores Ekkehard e Wolfgang Stegemann. A obra desses autores procura reconstruir a vida cotidiana das mulheres nos dias bíblicos.  John P. Meier, por exemplo, em sua obra Um Judeu Marginal observa que embora Lucas não use o substantivo mathetes ou a sua forma feminina equivalente mathetria para se referir a uma discípula, todavia o substantivo masculino em sua forma plural hoi mathetai pode ser usado em referência tanto para homens como para mulheres.

O que pode ser afirmado, diz Meier, com razoável probabilidade sobre a existência ou a natureza de discípulas em torno do Jesus histórico? Para começar, havia seguidoras? E, se havia mulheres seguindo Jesus  em um sentido literal e físico, eram elas chamadas ou consideradas “discípulas” durante a vida de Jesus? Tais questões, embora pareçam simples, são surpreendentemente difíceis de responder. Na verdade, quando várias passagens do Evangelho falam em geral de grupos de “discípulos” com Jesus, sem maiores especificações sobre a composição do grupo, é lícito assinalar que o substantivo masculino plural hoi mathetai pode ser entendido inclusivamente, pois pelo menos alguns substantivos masculinos plurais em grego eram entendidos assim (p. ex., o masculino plural hoi goneis para “pai [pai e mãe]”). Ao contrário da tendência contemporânea do uso no inglês dos Estados Unidos, o masculino plural em grego admite uma interpretação inclusiva se o contexto não dá outra indicação. Portanto, a forma gramatical hoi mathetai poderia se referir a discípulos masculinos e também femininos. Pode-se montar um argumento para mostrar que Lucas em particular interpreta o plural dessa maneira, embora ele nunca use clara e diretamente mathetai apenas para um grupo de mulheres.

O fato de um grupo de mulheres serem citadas como seguidoras de Jesus tem chamado a atenção dos estudiosos. Isso mostra que a missão do Filho do Homem não se limitou aos excluídos economicamente, mas também aquelas que haviam sido excluídas socialmente. É possível observar que essas mulheres, embora discípulas de Jesus, não se sentiram constrangidas a renunciar os seus bens. Como bem observou Meier, se assim tivessem feito não poderiam servir de forma contínua a Jesus e a seus apóstolos (Lc 8.1-3).

O contraste existente, portanto, entre o tratamento que Jesus deu às mulheres e aquele que elas recebiam da sociedade de seus dias é de fato enorme. Na verdade, Jesus promoveu uma verdadeira “inversão” de valores naqueles dias. O objeto passou a ser sujeito! Os escritores Ekkehard e Wolfgang Stegemann na obra História Social do Protocris- tianismo, fizeram resgate histórico sobre a participação feminina nas culturas do mundo mediterrâneo. Citando o escritor judeu Filo de Alexandria, contemporâneo de Jesus, eles resumem o pensamento que se tinha sobre as mulheres no judaísmo do primeiro século.

“Praças, reuniões do conselho, tribunais, associações, ajuntamentos de grandes massas e o relacionamento cotidiano a céu aberto, por meio da palavra e da ação, na guerra e na paz, são apropriados apenas aos homens; o sexo feminino, em contrapartida, deve cuidar do lar e permanecer em casa; mais exatamente, as virgens devem (ficar) nos aposentos  mais retirados e encarar as portas de acesso como seu limite; as mulheres casadas, por sua vez, as portas da casa. Pois há dois tipos de complexos urbanos, casas (oikíai); destes dois, com base na divisão, os homens têm a direção dos maiores, que constitui a administração da cidade (politeia), e as mulheres dirigem os menores, as chamadas economias domésticas (oikonomía). A mulher, portanto, não deve se preocupar com qualquer coisa que vá além das obrigações da economia doméstica.”

Por outro lado, as culturas gregas e romanas eram muito mais flexíveis com a participação das mulheres na vida pública. Mas, de uma forma geral, a cultura oriental era bastante rígida com a participação feminina na coletividade. Ainda sobre a presença feminina na vida pública na Palestina nos dias de Jesus, o escritor e historiador J. Jeremias destaca que as mulheres não podiam sair de casa sem terem seus rostos cobertos por uma espécie de burca. Dessa forma não era possível nem mesmo reconhecer seu rosto. E conhecido o caso de um sacerdote que mandou açoitar a própria mãe porque não a reconheceu por causa da indumentária que ela vestia! Jeremias destaca que a mulher que saía de casa sem ter a cabeça coberta, que dizer, sem o véu que ocultava o rosto, faltava de tal modo aos bons costumes que o marido tinha o direito, até mais, tinha o dever de despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de divórcio, pertencia à esposa, em virtude do contrato matrimonial.

As regras do decoro, observa ainda J. Jeremias, proibiam encontrar-se sozinho com uma mulher, olhar para uma mulher casada, e até mesmo cumprimentá-la. Seria vergonhoso para um aluno de escriba falar com uma mulher na rua. Aquela que conversasse com alguém na rua ou ficasse do lado de fora de sua casa podia ser repudiada sem receber o pagamento previsto no contrato de casamento Isso nos permite entender outros textos dos Evangelhos onde Jesus aparece conversando com mulheres! No Evangelho de Lucas, por exemplo, vemos Jesus dialogando com as irmãs Marta e Maria e no Evangelho de João a clássica história da samaritana. Até mesmo os apóstolos, que acompanhavam Jesus de perto, admiraram-se dessa ousadia do Mestre.
Mulheres que tiveram um Encontro Pessoal com Jesus

Aprecio o esboço feito pela escritora Wanda de Assumpção sobre as mulheres que tiveram um encontro pessoal com Jesus. Ela divide em quatro grupos todas as mulheres que de alguma forma se encontraram com Jesus. No grupo das que tiveram Jesus como seu sustento e consolo, estão: Ana, a profetisa, a viúva de Naim e a viúva pobre. No grupo das mulheres que tiveram Jesus como a sua justificação, estão: a pecadora que ungiu os pés de Jesus e a mulher adúltera. No grupo das que tiveram Jesus como a cura, estão: a sogra de Pedro, a mulher com hemorragia, a mulher curvada por enfermidade, a mulher siro-fenícia e Maria Madalena. Por último, no grupo das mulheres que tiveram Jesus como a água viva que sacia a sede, encontram-se: a mulher sa- maritana, Marta, Maria de Betânia, a mãe de Tiago e João e Maria, a mãe de Jesus.
De todas essas histórias, a narrativa sobre a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus se mostra como uma das mais belas e fascinantes. Ela mostra que Jesus valorizou as mulheres e devolveu-lhes a dignidade perdida.

“E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento. Quando isso viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora. E, respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. Um certo credor tinha dois devedores; um devia- lhe quinhentos dinheiros, e outro, cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois: qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. Por isso, te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. E disse a ela: Os teus pecados te são perdoados. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lc 7.36-50).

Algumas deduções são possíveis a partir desse texto:

1. A mulher pecadora era “cobiçada” pelos homens, mas não se sentia amada por Deus.
Essa mulher que ungiu os pés de Jesus, que não deve ser confundida com uma outra mulher citada no capítulo 12 do evangelho de João, trazia o estigma de ser “pecadora”. Esse adjetivo significava que ela era uma mulher de vida “livre” ou mais popularmente uma “prostituta”. Isso a excluía da vida religiosa e da vida em sociedade. Não há dúvida de que essa mulher, sempre disponível para os homens, sendo cobiçada por eles, não se sentia uma mulher amada.
É somente quando ela encontra o Senhor Jesus que ela de fato vai saber o que é se sentir realmente amada. Jesus fez com que a mulher pecadora se sentisse perdoada por Deus.

2. A mulher pecadora levava consigo um frasco de perfume, mas não conseguia encobrir o fedor do seu passado.
O fariseu que convidou Jesus, ao observar a cena da mulher ungindo o Senhor, pensou: “Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora”. Esse fariseu tinha o olfato refinado para sentir o cheiro do “pecado”. Pela lei, aquela mulher de fato era uma pecadora! O fariseu e todos os presentes ali sabiam disso. Parece que aquela mulher fedia a pecado.
Foi somente quando teve o contado com o Mestre que o seu pecado e conseqüente o seu passado foram esquecidos diante de Deus. Agora ela não fedia mais a pecado, mas tornara-se o bom perfume de Cristo (2 Co 2.15).

3. A mulher pecadora vendia o seu corpo, mas não conseguia comprar a paz.
O que de fato essa mulher procurava e buscava com intensidade era encontrar a paz! Ela tinha os homens à sua volta, ganhava dinheiro com seu corpo, mas não conseguia encontrar a paz. Jesus mostra-lhe que ser amada por Deus e perdoada por Ele é o que importa. A paz vem quando o perdão de Deus é derramado em seu coração.

4. A mulher pecadora derramou diante de Jesus tudo o que tinha para que Deus juntasse o que havia sobrado dela. O relato lucano diz que ela ungia o Senhor. Ela derramou tudo o que possuía de mais precioso sobre o Senhor. O seu gesto de entrega e de arrependimento possibilitou o Senhor restaurá-la por completo. A sua vida, que se encontrava fragmentada em retalhos foi totalmente reconstruída.

5. A mulher pecadora aprendeu que a Lei condena, mas a graça perdoa!
A Lei puniu aquela mulher, a graça a perdoou! A Lei a excluía, a graça a abraçou! A Lei foi dada através de Moisés, a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo (Jo 1.17).


LUCAS  8:1-3 / Uma das características espantosas do ministério de Jeus foi a presença de mulheres como discípulas, como companheiras no meio de seus seguidores. Mulheres que acompanhassem a Jesus e seus discípulos era algo que contrariava de modo total os costumes judaicos (v. Tannehill, p. 13739). Nessa breve seção, Lucas identifica por nome três das mulheres que viajavam pela Galiléia ao lado dos Doze (v. a nota abaixo). Ele nota ainda que havia muitas outras que lhe prestavam assistência com os seus bens (v. 3). E provável que Lucas tivesse três razões para mencionar essas mulheres:

(1) mostrar que as mulheres que haviam testemunhado a crucificação (Lucas 23:49) e a sepultura vazia (24:10,22,24) haviam estado com Jesus desde o tempo de seu ministério galileu (o que com efeito satisfaz as qualificações exigidas para o apostolado em Atos 1:21,22);

(2) mostrar que as mulheres podem ter e exercer, e de fato exercem papéis de influência na igreja (v. Atos 1:14; 8:12; 16:13-15; 17:4,12; 18:24-26);  

(3) demonstrar que a liberalidade em questões de dinheiro e bens é marca do discipulado real, sendo essencial para a continuidade do ministério.

LUCAS  8:2 / Maria, chamada Madalena: E assim chamada por ser da cidade de Magdala (que possivelmente significa “cidade da torre”). Ela aparece de modo preeminente na tradição dos evangelhos, de modo particular na crucificação e ressurreição de Jesus (Mateus 27:56, 61; 28:1; Marcos 15:40, 47; 16:1, [9]; Lucas 24:10; João 19:25; 20:1, 11,16, 18). Só Lucas menciona que saíram sete demônios dessa mulher (a segunda finalização do evangelho de Marcos repete a declaração de Lucas [Marcos 16:9], O número de demônios indica a severidade da possessão demoníaca (Ellis, p. 128; Fitzmyer, p. 698). De acordo com uma tradição rabínica, o anjo da morte “disse a seu mensageiro: ‘Vá buscar Miriã [Maria], a cabeleireira de mulheres!’ Ele foi e lhe trouxe Miriã” (b. Hagiga 4b). “Cabeleireira” é megaddela, que poderia ser um trocadilho com Madalena. O contexto mais amplo dessa tradição rabínica revela que Madalena foi confundida com Maria, a mãe de Jesus.

LUCAS  8:3 / Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes: E referência a Herodes Antipas. Fitzmyer (p. 698) entende que o marido de Joana poderia ter sido administrador dos bens de Herodes. O fato de a esposa de tal personagem ser seguidora de Jesus indica que nem todos os seguidores de Jesus eram de origem humilde e de pequenas posses. Além desse versículo e de Lucas 24:10, não existem menções a essa mulher em outras passagens.

Suzana: Além dessa referência de Lucas, nada se conhece a respeito dessa mulher. E o nome da bela heroína de uma parte das adições apócrifas de Daniel.

com os seus bens: Lit.: “de suas próprias posses”. A palavra traduzida por “bens” ocorre com freqüência em Lucas (11:21; 12:15,33,44; 14:33; 16:1; 19:8; Atos 4:32) e reflete a preocupação de Lucas com as riquezas e nossa atitude adequada para com elas.
Essas mulheres, que tinham recebido cura e atendimento especial da parte de Jesus, honravam-no, contribuindo fielmente para o seu sustento e dos seus discípulos. O serviço e a devoção delas continuam sendo um exemplo para toda mulher que nEle crê. As palavras de Jesus em Mt 25.34-40 aplicam-se a nós na proporção em que lhe servimos.

As Mulheres que serviram a Jesus, 8:1-3 (Mt 4:23; 9:35)

(1) A presente seção (especialmente 8:4-21), juntamente com 6:40-49, é uma das coleções de ensinamentos que precedem o corpo principal do material de ensino no livro (9:51-18:14). Esses três versículos preparam o leitor para a parábola do semeador que se segue. Sobre pregação veja notas em 1:19; sobre reino, veja notas em 1:33.

(2) Esta seção indica a importância das mulheres na apresentação do evangelho feita por Lucas (veja notas em 1:5; e cf. Atos 1:14,21). É possível que as mulheres nomeadas especificamente fossem conhecidas dos leitores de Lucas. Parece estranho que viajassem com este grupo. Elas proviam ajuda material (também pouco comum), mas suas outras razões não são dadas. Talvez fosse sua devoção a Jesus, em alguns casos, intensificada por ele as ter curado. Nã é necessário inferir que todas essas mulheres fizessem parte do grupo todo o tempo.
Os sete demônios de Maria podem indicar que sua possessão fosse da mais extrema malignidade. Alguns a veriam mesmo como indicando uma série de recaídas. Sobre a devoção de Maria a Jesus veja Marcos 15:40; 16:1; Lucas 23:55-24:11; João 19:25; 20:11-20. Magdala, uma cidade predominantemente gentia, ficava ao sul da planície de Genesaré. Não há qualquer indicação de que Jesus tivesse estado ali, apesar de ter visitado a região (Mt 14:34; Mc 6:53).

(3) Jesus estava aparentemente disposto a aceitar essa ajuda. Apesar de possuir o poder, ele não operou milagres para prover o seu sustento físico (mas veja a alimentação dos cinco mil e dos quatro mil). Suzana não é mencionada em nenhum outro ponto, e Joana apenas em 24:10. Cuza, marido de Joana, talvez fosse um administrador doméstico. Herodes era provavelmente Antipas. A influência de Jesus tinha penetrado até mesmo na corte do governador.

As mulheres que serviram a Jesus (8:1-3)
Depois disto Jesus saiu numa viagem de pregação. Não são mencionadas sinagogas, e é muito possível que a hostilidade cada vez maior da parte da instituição das sinagogas O levasse a concentrar-Se em pregar e ensinar ao ar livre. Não tinha falta de auditório, pois há referências repetidas às multidões (cf. 7:11, 24; 8:4, 19, 40, 45). Nesta ocasião, foi acompanhado pelos Doze e por algumas mulheres as quais curara. Os rabinos recusavam- se a ensinar as mulheres, e geralmente lhes atribuíam um lugar de grande inferioridade. Jesus, porém, livremente as admitia à comunhão, como nesta ocasião, e aceitava o serviço delas. A primeira a ser mencionada é Maria chamada Madalena (o nome de um lugar, que significa “de Magdala,” i.é, “A Torre”). A imaginação cristã tem feito muita especulação em tomo de Maria Madalena, e usualmente a vê como uma mulher muito bela a quem Jesus salvou de uma vida imoral. Absolutamente nada há nas fontes para indicar tal coisa. Lucas diz que dela saíram sete demônios, o que demonstra que Jesus a livrara de uma experiência muito angustiante. Não há, porém, razão alguma para ligar os demônios com a conduta imoral: estão mais usualmente associados com perturbações mentais.

Joana é mencionada outra vez em 24:10, mas fora disto nada se sabe acerca dela. O marido dela, Cuza, é mencionado somente aqui. Que era procurador de Herodes mostra que era um homem de posição, embora não esteja clara a natureza do seu cargo. A palavra traduzida procurador pode denotar o mordomo das fazendas de Herodes, ou pode indicar um cargo político. Godet conjetura que este homem pode ter sido o oficial cujo filho Jesus curou (Jo 4:46 ss.). Se for assim, explicaria por que Joana era contada entre os seguidores de Jesus, e por que recebeu licença de acompanhá-Lo nesta viagem. Nada mais se sabe de Suzarn. Lucas não entra em mais detalhes; havia muitas outras, mas acrescenta apenas que the prestavam assistência com os seus bens. Esta expressão é valiosa porque nos dá um dos poucos vislumbres que temos da maneira pela qual as necessidades de Jesus durante Seu ministério foram supridas. Lemos que o grupo apostólico tinha uma bolsa em comum, da qual tiravam as despesas para o alimento e as ofertas para os pobres (Jo 13:29), mas não somos informados como era enchida. Aqui ficamos sabendo que estas mulheres correspondiam em amor e gratidão aquilo que Jesus fizera para elas (cf. Mc 15:4041). Parece que não era incomum o caso de mulheres piedosas ajudarem mestres religiosos, e Jesus fala dalguns fariseus que evidentemente eram bem rapaces (20:47). Acalenta o coração ao ler sobre este grupo de mulheres que davam apoio a Jesus. E vale a pena refletir que os Evangelhos não registram que alguma mulher empreendesse alguma ação contra Ele: Seus inimigos eram todos homens.


















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