SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO
Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o
Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: A última
Ceia
Data: 14 de Junho de 2015
TEXTO ÁUREO
“Alimpai-vos, pois,
do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7).
VERDADE PRÁTICA
A Páscoa comemorava a
libertação do Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Êx 12.1-28
O real propósito da Páscoa para os judeus
Terça — Lc 22.7-13
A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na terra
Quarta — Lc 22.14-20
O verdadeiro significado da celebração da Ceia
Quinta — Lc 22.19,20
Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor
Sexta — 1Co 11.26
O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja
Sábado — 1Co 11.27-32
Ouem pode participar da Santa Ceia do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 22.7-20.
7 — Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Asmos, em que
importava sacrificar a Páscoa.
8 — E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a
Páscoa, para que a comamos.
9 — E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?
10 — E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade,
encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele
entrar.
11 — E direis ao pai de família da casa: O mestre te diz:
Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?
12 — Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado;
aí fazei os preparativos.
13 — E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e
prepararam a Páscoa.
14 — E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com ele, os doze
apóstolos.
15 — E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa,
antes que padeça,
16 — porque vos digo que não a comerei mais até que ela se
cumpra no Reino de Deus.
17 — E, tomando o cálice e havendo dado graças, disse:
Tomai-o e reparti-o entre vós,
18 — porque vos digo que já não beberei do fruto da vide,
até que venha o Reino de Deus.
19 — E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e
deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória
de mim.
20 — Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia,
dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por
vós.
HINOS SUGERIDOS
53, 22, 482 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar a
instituição da Ceia do Senhor como ordenança.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Analisar os antecedentes históricos da última ceia de
Jesus.
II. Expor a dinâmica da preparação, celebração e a
substituição da Páscoa pela celebração da Ceia do Senhor.
III. Elencar os dois elementos da última ceia.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor,
estamos diante de um texto que narra uma das mais importantes celebrações da
Igreja Cristã: Lucas 22, a Ceia do Senhor. A aula desta semana deve ser
iniciada explicando aos alunos os antecedentes históricos da instituição da
Ceia do Senhor. Quando o Senhor Jesus Cristo instituiu a Ceia, na ocasião, Ele
estava celebrando a páscoa judaica. Como um marco representativo da liberação
do povo de Israel do Egito — pois foi assim que a Páscoa ficou conhecida —, a
Ceia do Senhor seria um marco representativo do ato de amor que Jesus Cristo
fez em nosso favor, entregando-se à morte, e morte de cruz, por amor. Explicar
tão significativa celebração é o objetivo da aula desta semana.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Páscoa
era uma das festas mais importantes do judaísmo, e a sua celebração era
carregada de valor simbólico. O seu ritual era metódico e meticuloso pois
lembrava um dos momentos mais importantes da história do povo de Deus da Antiga
Aliança — a libertação do cativeiro egípcio! A sua celebração anual mobilizava
toda a nação judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por ocasião da celebração da
última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos. Sabedor de que a Páscoa era
apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma figura da qual Ele era o
cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por poder celebrá-la na companhia
de seus discípulos. Apenas algumas horas depois, o Filho do Homem estaria
libertando o seu povo, não mais de um cativeiro humano, mas do cativeiro do
pecado!
PONTO CENTRAL
A Ceia do Senhor é
uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até a sua vinda.
I. ANTECEDENTES
HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A instituição da
páscoa judaica. A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na
primavera. A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de
“passar por cima”. Essa festa tem sua origem nos dias que antecedem o êxodo dos
israelitas do Egito, conforme narrado em Êxodo 12. Até esse momento, Faraó
relutava em deixar os israelitas partirem conforme a determinação do Senhor. A
consequência dessa obstinação do governante egípcio foi o julgamento divino que
veio na forma de uma grande mortandade nos lares egípcios. Somente os
primogênitos das famílias egípcias seriam atingidos, pois os hebreus estavam
protegidos com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12.13). O sangue do cordeiro era
um tipo do sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo
1.29; 1Co 5.7).
2. O ritual da páscoa judaica. A páscoa judaica obedecia a
um ritual detalhado (Dt 16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os
preparativos teriam início aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou
cabrito, para cada família. A família, sendo pequena poderia então convidar o
vizinho. O cordeiro, que seria guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser
de um ano e sem defeito. No final do décimo quarto dia era imolado. O sangue
era posto sobre as ombreiras e vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro
deveria ser comido assado e com pães asmos e ervas amargas. O resto que
sobrasse deveria ser queimado. Os participantes da Páscoa deveriam ter os
lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Na perspectiva
secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões
espiritual e material devem coexistir.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A refeição da Páscoa
era parte importante da festividade. Exigia o sacrifício e a assadura de um
cordeiro, pão sem fermento, ervas amargas e vinho. A pessoa devia comer a
refeição da Páscoa na posição reclinada e depois do pôr-do-sol (no início do
décimo quinto dia de nisã). Assim, antes que a refeição da Páscoa fosse
celebrada, preparações cuidadosas tinham de ser feitas.
Lucas reconta como Jesus se prepara para comer a última
refeição da Páscoa com os discípulos antes de sua morte. A expressão ‘o dia da
Festa dos Pães Asmos’ se refere provavelmente ao dia antes da refeição, o
décimo quarto dia de nisã, quando os judeus retiravam todo o fermento de suas
casas em preparação à festa. Jesus instrui Pedro e João a fazerem os arranjos
necessários, mas eles não têm ideia de onde Ele quer fazer a comemoração. Pelo
fato de Jesus saber que Judas concordou em entregá-lo aos líderes religiosos
(vv.21,22), Ele manteve o lugar da refeição em segredo. Durante a refeição da
Páscoa, todos os judeus estariam a portas fechadas, e tal oportunidade
ofereceria ocasião conveniente para Judas entregar Jesus às autoridades. Mas
Jesus será preso na hora em que Ele escolher, e não quando os inimigos
escolherem” (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.460).
II. A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A preparação. Ao
responder à pergunta dos discípulos sobre onde se daria os preparativos da
Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro de água (Lc 22.10). Lucas
deixa claro que Cristo, como filho de Deus e capacitado pelo Espírito Santo,
possuía conhecimento prévio dos fatos. O expositor bíblico Anthony Lee Ash,
observa que o homem com um cântaro de água seria facilmente notado, pois esse
era um trabalho de mulher. Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas
durante a festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a
refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo
dos vários elementos da refeição.
2. A celebração e substituição. Jesus possuía consciência de
que a sua morte na cruz se aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual
o cordeiro da Páscoa era apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de
cordeiros foram sacrificados em Jerusalém nessa data, mas somente Jesus era o
“Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo” (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica
marcou a libertação do sofrimento do cativerio egípcio, agora Jesus, através do
seu sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João
fazem os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a
celebração da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20).
No contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1Co
11.20,23).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Foi numa Páscoa
judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma ordenança para toda a
Igreja.
III. OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O vinho. O
terceiro Evangelho faz referência ao uso do cálice por duas vezes, a primeira
delas antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa reversão da ordem dos
elementos não modifica em nada o significado da Ceia. Nesse particular, a
liturgia cristã segue o modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso
do vinho é precedido pelo pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou: “Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22.20). O sentido desse
texto é que o vinho é um símbolo da Nova Aliança que foi selada com o sangue de
Jesus, o Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13; 24.8; Zc 9.11; Is 53.12).
2. O pão. Após tomar o pão, dar graças e partir, Jesus
disse: “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim”
(Lc 22.19). Jesus usa a expressão: “isto é o meu corpo” com sentido metafórico,
da mesma forma que Ele disse: “Eu sou a porta” (Jo 10.9). O pão era um símbolo
do corpo de Jesus da mesma forma que o vinho era do seu sangue. A palavra
“oferecido” traduz o verbo grego didomi, que também possui o sentido de
entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de Isaías 53.6,10,12, onde há uma
clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14; Lv 22.14). O corpo de Jesus
seria oferecido vicariamente em favor dos pecadores.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os elementos da Ceia
são o vinho, que simboliza o sangue de Jesus; o pão, que simboliza o corpo
partido do Senhor.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Devido, em grande
parte, à conotação um tanto mística que acompanha a palavra ‘sacramento’, a
maioria dos pentecostais e evangélicos prefere o termo ‘ordenança’ para
expressar o seu modo de entender o batismo e a Ceia do Senhor. Já na era da
Reforma, alguns levantavam objeções à palavra ‘sacramentos’. Preferiam falar em
‘sinais’ ou ‘selos’ da graça. Tanto Lutero quanto Calvino empregavam o termo
‘sacramento’, mas chamavam atenção para o fato de que o usavam num sentido
teológico diferente da implicação original da palavra em latim. O colega de
Lutero, Philipp Melanchthon, preferia empregar o termo signis (‘sinal’). Hoje,
alguns que não se consideram ‘sacramentalistas’, ou seja, que não acham que a
graça salvífica seja transmitida através dos sacramentos, continuam usando os
termos ‘sacramento’ e ‘ordenança’ de modo sinônimo. Devemos interpretar
cuidadosamente o sentido do termo de acordo com a relevância e implicações
atribuídas à cerimônia pelos participantes. As ordenanças, determinadas por
Cristo e celebradas por causa do seu mandamento e exemplo, não são vistas pela
maioria dos pentecostais e evangélicos como capazes de produzir por si mesmas
uma mudança espiritual, mas como símbolos ou formas de proclamação daquilo que
Cristo já levou a efeito espiritualmente nas suas vidas” (HORTON, Stanley (Ed).
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996,
p.560).
CONCLUSÃO
Participar da Ceia do Senhor é um privilégio do qual todo
cristão deve se alegrar. Não se trata de um ritual vazio, mas de uma celebração
carregada de significado, porque aponta para o sacrifício do calvário. A Ceia
celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus, sobre o pecado e suas
consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter uma atitude de
eterna gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos encontrávamos
mortos em nossos delitos. Assim como os antigos judeus não deveriam celebrá-la
com fermento em seus lares, da mesma forma não devemos comemorar a Ceia com o
velho fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos da sinceridade.
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do
Evangelho de Lucas, responda:
Quando ocorria a
festa da Páscoa?
A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na
primavera.
A palavra Páscoa é derivada de qual verbo hebraico e qual é
o seu significado?
A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido
de “passar por cima”.
O que o vinho na Santa Ceia simboliza?
O vinho é um símbolo da Nova Aliança, que foi selada com o
sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.
O que simboliza o pão?
O pão simboliza o corpo de Jesus.
O significa, para você, participar da Santa Ceia?
Resposta livre.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A última Ceia
O ambiente da última
Páscoa de Jesus, e a instituição da Ceia do Senhor, é digno de notas extensas.
Quem estava na Ceia do Senhor, assentado à mesa? Judas, o traidor; os
discípulos que logo após a Ceia do Senhor disputavam sobre quem seria o maior
entre eles; estava presente Pedro, que negou Jesus três vezes; no final, todos
os discípulos abandonariam o Senhor, exceto o apóstolo João. Esse contexto é
significativo quando refletimos sobre a simbologia da ordenança de nosso
Senhor.
O ato da Ceia do Senhor demonstra que Ele se entregou em
favor de nós, seres humanos imperfeitos, não regenerados e dependentes
exclusivamente da graça de Deus. O nosso Senhor estava diante dos seus
discípulos, aqueles que os trairia, os negaria, e encontravam-se preocupados
acerca de quem é o maior no Reino de Deus. Ele partiu o pão e deu-o para essas
pessoas, Ele serviu o suco da vide para essas pessoas. A Ceia do Senhor foi
instituída num ambiente onde estavam pessoas com uma natureza absolutamente
contrária ao Evangelho. Jesus sabia que seria traído, negado e que pessoas
estavam preocupadas com a posição que assumiriam quando o seu reino fosse instaurado.
Para esses discípulos, o reino era de perspectiva humana, palaciana e material.
Por isso, quando o nosso Senhor foi crucificado e morto, os discípulos
dispersaram, pois “Onde estava o reino?”; “Onde estava o Palácio?”; “onde
estava o rei?”. Os discípulos simplesmente desanimaram...
Não somos tão diferentes dos discípulos hoje. Talvez, não
traímos o Senhor, entregando-o a morte para livrar a nossa pele, por absoluta
falta de oportunidade. Quantas vezes quando estamos sob alguma pressão, o nosso
pensamento é desistir? Imagine a pressão que o nosso Senhor sentiu e,
igualmente, a pressão que o apóstolo João pressentiu ao decidir ficar só, com
Maria, a mãe de Jesus e outras mulheres que sofriam o sofrimento do Messias.
Hoje, pela graça de Deus, temos a possibilidade de
sentarmo-nos à mesa do Senhor, “comer do seu corpo” e “beber do seu sangue”.
Lembrando de tão grande e suficiente sacrifício que o nosso Senhor fez por nós.
Celebrando a sua presença conosco, pois Ele está vivo, ressuscitou e habita em nós.
Igualmente, tendo a esperança de um dia Ele voltar para nos buscar, pois
chegará o dia em que o nosso Senhor beberá de novo, mas agora juntamente
conosco, do fruto da vide. Portanto, a Ceia do Senhor nos faz olhar para o
passado, viver o presente e ter esperança no futuro. Deus está conosco!
SUBSIDIOS
A ÚLTIMA REFEIÇÃO JUNTOS
Lucas
22:7-23
Uma
vez mais Jesus não deixou as coisas até último momento; fez seus planos.
As
casas das classes privilegiadas tinham duas habitações. Uma sobre a outra,
faziam com que a casa parecesse uma pequena caixa localizada sobre outra maior.
Chegava-se ao aposento alto por meio de uma escada exterior. Durante a Páscoa o
alojamento em Jerusalém era gratuito. O único pagamento que um anfitrião podia
receber por abrigar os peregrinos era a pele do cordeiro que comiam na festa. Um
uso muito comum do aposento alto era o de ser o lugar de reunião de um rabino
com seus discípulos prediletos para falar com eles e lhes abrir seu coração.
Jesus tinha tomado medidas para conseguir tal lugar. Enviou Pedro e João à
cidade para que procurassem um homem levando um cântaro com água. Conduzir água
era uma tarefa de mulheres. Um homem que levasse um cântaro com água séria tão
fácil de distinguir, digamos, como um homem que usasse um guarda-chuva de
mulher em um dia de chuva. Este era um sinal combinado de antemão entre Jesus e
um amigo.
A
festa continuou; e Jesus utilizou os símbolos antigos para lhes dar um novo
significado.
(1)
Do pão disse: "Isto é o meu corpo." Isto é exatamente o que queremos
dizer por sacramento. Um sacramento é algo, quase sempre muito comum, que
adquiriu um significado muito além de si mesmo para aquele que tem olhos para ver e coração
para compreender. Não há nada especialmente teológico ou misterioso nele. Em
todas as nossas casas há alguma gaveta cheia de coisas que poderiam ser
chamados lixo, mas que ninguém tira; não podemos fazê-lo, porque quando tomamos
e tocamos, e as olhamos, trazem-nos memórias de tal ou qual ocasião ou de tal
ou qual pessoa. São coisas comuns, mas têm um significado além de si mesmos.
Isso é um sacramento.
Quando
a mãe do Sir James Barrie morreu, e quando estavam tirando seus pertences,
encontraram que tinha guardado todos os envelopes nos quais seu famoso filho
lhe enviava tão fiel e amorosamente seus cheques. Eram só velhos envelopes, mas
significavam muito para ela. Isso é um sacramento.
Quando
se enterrou Nelson na Catedral de São Paulo, um grupo de marinheiros levou seu
ataúde à tumba. Alguém que viu a cena escreve: "Com reverência, e com
eficiência, baixaram à sua tumba o corpo do maior almirante do mundo. Depois,
como se respondessem a uma rápida ordem da ponte de comando, tomaram a bandeira
britânica que cobria o ataúde e a rasgaram em fragmentos, e cada um tomou essa
lembrança do ilustre morto." Durante toda sua vida esse pedaço de tecido
colorido lhes falaria do almirante que amavam. Isso é um sacramento.
O
pão que comemos durante o sacramento é comum, mas, para aquele que tem um
coração que sente e compreende, é o próprio corpo do Cristo.
(2)
Do cálice disse: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em
favor de vós.” É a nova aliança feita ao preço do sangue de Cristo." No
sentido bíblico, um pacto é uma relação entre o homem e Deus. Ele se aproxima
amavelmente do homem; e este promete obedecer e guardar sua lei. Tudo isto está
estabelecido em Êxodo 24:1-8. A continuidade desse pacto depende do homem
cumprir sua promessa e obedecer a lei; mas por si mesmo não pode fazê-lo; seu
pecado interrompe a relação com Deus. Todo o sistema de sacrifícios judaicos estava desenhado para restaurar essa relação
oferecendo sacrifícios a Deus para expiar o pecado.
O
que Jesus disse foi o seguinte: "Com minha vida, e com minha morte, ornei
possível uma nova relação entre vocês e Deus. Vocês são pecadores, é certo. Mas
porque eu morri por vocês, Deus já não é mais seu inimigo e sim seu
amigo." Custou a vida de Cristo restaurar a perdida relação de amizade
entre o homem e Deus.
(3)
Jesus disse: "Fazei isto em memória de mim." Sabia quão facilmente a
mente humana esquece. Os gregos tinham uma frase que usavam para descrever o
tempo; diziam: "O tempo apaga todas as coisas", como se a mente do
homem fosse um quadro-negro, e o tempo fosse uma esponja que podia limpá-lo.
Jesus estava dizendo: "Com a pressa e a pressão das coisas vocês me esquecerão.
O homem esquece porque é fraco e não porque queira fazê-lo. Venham à paz e
tranqüilidade de meu lar e façam isto com meu povo – e recordarão."
O
fato de que nessa mesma mesa estivesse um que era traidor fazia mais dramática
a tragédia. Em toda mesa de comunhão Jesus Cristo tem quem o trai, porque se em
sua casa nos entregamos a ele e depois em nossa vida o negamos, somos também
traidores de sua causa.
A CEIA DO SENHOR
1
Coríntios 11:23-34
Não
há em todo o Novo Testamento outra passagem de maior interesse que esta. Por um
lado nos dá o aval para o mais sagrado ato de adoração na Igreja, o sacramento
da Ceia do Senhor e, pelo outro, como a Carta aos Coríntios é anterior a
Marcos, o mais primitivo dos evangelhos, é em realidade o primeiro relato escrito
que temos de palavras que Jesus pôde ter pronunciado.
O
sacramento nunca pode significar o mesmo para todas as pessoas. Não precisamos
compreendê-lo totalmente para recebermos o seu benefício. Como alguém disse:
"Não precisamos compreender a química do pão para digeri-lo e ser
alimentados por ele." Mas apesar de tudo faremos bem em tentar ao menos
compreender algo do que Jesus quis dizer quando falou do pão e do vinho da
maneira em que o fez. "Isto é meu corpo", disse sobre o pão. Um só
fato nos impede de tomar isto com um cru literalismo. É que quando Jesus disse
isto, ainda estava no corpo, e não havia nada tão claro quanto ao momento em
que disse essas palavras sua corpo e o pão eram coisas totalmente distintas.
Tampouco quis dizer simplesmente: "Isto representa meu corpo." Num
sentido isto é certo. O pão partido do sacramento representa o corpo de Cristo,
mas significa muito mais; para aquele que toma em suas mãos e o leva à sua boca
com fé, amor e ardente devoção, é um meio não só de recordar, mas também de estar em contato vivo com Jesus
Cristo. Para um estranho, para um não crente, para alguém que escarnece não
significa nada; para alguém que ama a Cristo é o caminho à sua presença. A
declaração de Jesus, “Este cálice é a nova aliança no meu sangue”, pode ser
traduzido. "Esta taça é o novo pacto e custou o meu sangue."
A
proposição grega em significa usualmente em, mas pode significar e regularmente
significa a custo de ou pelo preço de, especialmente quando traduz a preposição
hebraica be. Uma aliança é uma relação estabelecida entre duas pessoas. Havia
uma velha aliança entre Deus e o homem, uma velha relação. Estava baseada na
lei. Por meio dessa relação Deus escolheu o povo de Israel e se aproximou dele,
convertendo-se em um sentido muito especial em seu Deus; mas havia uma condição
e esta consistia em que, para sua relação ser duradoura, o povo de Israel devia
guardar a lei de Deus (ver Êxodo 24:1-8). A continuidade da aliança dependia de
que se guardasse a lei. Mas com Jesus o homem encontra-se perante uma nova
relação, que não depende da lei, mas sim do amor. Não depende da habilidade que
o homem tenha em guardar a lei — visto que ninguém pode fazê-lo — mas na graça
livre do amor de Deus que se oferece a todos os homens. Isto muda toda a relação
de Deus com o homem. Sob a velha aliança o homem não podia fazer mais que temer
a Deus, pois se encontrava sempre em falta, já que não podia guardar a lei
perfeitamente; sob a nova aliança o homem se aproxima de Deus como um filho a
seu pai e não como um criminoso perante um juiz. E — seja qual for a forma em
que olhemos as coisas — custou a vida de Jesus fazer com que esta nova relação
fosse possível. "O sangue é a vida" diz a lei (Deuteronômio 12:23):
custou a vida de Jesus — seu sangre, como diria um judeu — fazer com que esta
relação fosse possível. De modo que o vinho escarlate do sacramento significa a
própria vida e sangue de Cristo sem a qual a nova aliança, a nova relação do
homem com Deus jamais teria sido possível.
Esta
passagem continua falando a respeito de "comer e beber este pão e este
vinho indignamente".
O
que significa isto?
A
indignidade consistia no fato de que o homem que o fazia "não discernia o
corpo do Senhor". Isto pode significar duas coisas, e ambas são reais e
importantes; em realidade ambas são tão reais e importantes que é muito
provável que a frase se refira às duas.
(1)
Pode significar que aquele que come e bebe indignamente não se dá conta do que
representam e significam os símbolos sagrados. Pode referir-se também a que não
percebe o grandioso significado do que está fazendo nem aprecia a santidade do
que realiza. Pode ser que se refira ao que come e bebe sem reverência, sem
perceber o amor que estes símbolos representam, nem a obrigação que recai sobre
ele.
(2)
Mas há outro significado possível. A frase o corpo de Cristo várias vezes
representa a Igreja; isto acontece, como veremos, no capítulo 12. Paulo acabava
de reprovar àqueles que com suas divisões e distinções de classe dividiam a
Igreja; de modo que isto pode significar que o homem que come e bebe
indignamente é aquele que nunca se deu conta de que toda a Igreja é o corpo de
Cristo, e que se encontra em discórdia com seu irmão, que olhe a seu próximo
com desprezo, e que, por qualquer outra razão, não é um com seus irmãos. O
ritual da Igreja Escocesa para o sacramento convida à mesa àqueles que se
encontram em uma relação de "amor e caridade" para com seu próximo.
Todo homem em cujo coração haja ódio, amargura e desprezo contra seu irmão come
e bebe indignamente se chegar com esse espírito à mesa de nosso Senhor. De modo
que comer e beber indignamente é fazê-lo sem sentido de reverência e sem
perceber a grandeza do que estamos fazendo, e fazê-lo quando estamos em
discórdia com o irmão pelo qual Cristo morreu, como morreu por nós.
Paulo
continua dizendo que as desgraças que têm caído sobre a Igreja de Corinto pode
ser que tenham sua origem nada mais que no fato de que se aproximam da
sacramento estando divididos entre si; mas estas desgraças não foram enviadas
para destruí-los, mas para discipliná-los e trazê-los novamente ao caminho
correto.
Devemos
ter bem claro um fato. A frase que proíbe que o homem coma e beba indignamente
não deixa fora o pecador que é consciente de sê-lo.
Um
ancião pastor das altas montanhas escocesas ao ver que uma anciã duvidava antes
de receber a taça, a alcançou, dizendo: "Toma-a mulher, é para pecadores;
é para ti."
Se
a Mesa de Cristo fosse só para gente perfeita ninguém jamais se poderia
aproximar dela Nunca está fechada para o pecador penitente. Para o homem que
ama a Deus e a seu próximo o caminho está sempre aberto, e seus pecados, embora
sejam como escarlate ficarão brancos como a neve.
A última ceia de Páscoa e a instituição da santa ceia – Lc 22.7-38
O
relato sobre a ceia de Páscoa é mais completo em Lucas que em Mateus e Marcos.
Ele menciona algumas circunstâncias que seus dois antecessores sinóticos não
relatam. O presente evangelista cita o nome dos dois apóstolos que foram
incumbidos por Jesus da preparação da ceia (Lc 22.8). Ele também informa o
discurso do Senhor no começo da ceia (Lc 22.15-18). Depois da refeição Lucas menciona a crítica aos
discípulos quanto à sua disputa pela preferência (Lc 22.24-30). A profecia
ligada a ela, acerca da negação de Pedro (Lc 22.31-38), é mencionada por Lucas
em um contexto diferente do que em Mateus e Marcos. A alusão ao traidor (Lc
22.21-23), trazida por Lucas apenas após a instituição da santa ceia, está
formulada de maneira mais sucinta que em Mateus e Marcos. Os detalhes dos
acontecimentos na ceia de Páscoa não estão em ordem cronológica, mas temática.
Primeiramente é descrita a ceia de Páscoa com a instituição da santa ceia, e
depois são trazidos os diálogos com os discípulos.
Os preparativos da última ceia
de Páscoa – Lc 22.7-13
7 – Chegou o dia da Festa dos
Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa. 7-13; Mt 26.17-29; Mc
14.12-25;Êx 12.18-20
8 – Jesus, pois, enviou Pedro e
João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que a comamos!
9 – Eles lhe perguntaram: Onde
queres que a preparemos?
10 – Então, lhes explicou Jesus:
Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem com um cântaro de água; segui-o
até à casa em que ele entrar!
11 – e dizei ao dono da casa: O
Mestre manda perguntar-te: Onde é o aposento no qual hei de comer a Páscoa com
os meus discípulos?
12 – Ele vos mostrará um
espaçoso cenáculo mobilado; ali fazei os preparativos!
13 – E, indo, tudo encontraram
como Jesus lhes dissera e prepararam a Páscoa.
Na noite que iniciava o 14º dia de
Nisã Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos e instituiu a santa ceia (Lc
22.14-23). No final dessa celebração ele se dirigiu com seus discípulos ao
Monte das Oliveiras, ou Getsêmani (Lc 22.39ss). Ali ele foi aprisionado (Lc
22.47ss) e conduzido ao sumo sacerdote Caifás, em cuja casa se haviam reunido
os sumo sacerdotes e anciãos (Lc 22.54). Aqui Jesus foi interrogado e declarado
culpado. Na manhã do dia seguinte Jesus foi entregue ao governador Pilatos e
condenado à morte na cruz (Lc 23.1ss). Imediatamente depois Jesus foi ridicularizado
pelos soldados, conduzido à crucificação e pregado à cruz (Lc 23.25ss). Em
poucas horas o Senhor estava morto (Lc 23.46). De acordo com o relato dos três
sinóticos Jesus foi crucificado no 14o dia de Nisã, e morreu e foi sepultado no
mesmo dia. Esse dia era o da preparação (Mt 27.62). Marcos explica essa
expressão para os leitores gregos como a “véspera do sábado” (Mc 15.42) e Lucas
elucida: “Era o dia da preparação, e começava o sábado” (Lc 23.54). Conforme
esses relatos Jesus morreu na sexta-feira à tarde e foi deitado na sepultura ao
entardecer, antes do começo do sábado.
Os relatos sinóticos de que Jesus
realizou a ceia da Páscoa com seus discípulos no 14o dia de Nisã à noite, no
horário prescrito, também está em harmonia com as anotações de João (Jo
19.14,31). O “dia da preparação da Páscoa” designa a sexta-feira como
preparação do sábado que ocorre durante a festa da Páscoa. Foi nesse dia da
preparação, i. é, antes de irromper o sábado, que os corpos dos crucificados
foram retirados da cruz, conforme Jo 19.41. Logo os quatro evangelhos concordam
sobre a última ceia de Páscoa e o dia da morte de Jesus.
Na manhã do dia 13 de Nisã Jesus
encarregou Pedro e João da preparação da ceia da Páscoa, enviando-os adiante
dele para a cidade. Por volta das 18 horas desse dia começou o dia 14 de Nisã,
quando também se iniciava o abate dos cordeiros (Êx 12.6; Dt 16.6). Conforme os
relatos de Mateus e Marcos os discípulos começam a falar com o Senhor sobre a
refeição da Páscoa. O relato de Lucas pode muito bem ser combinado com os dois
outros sinóticos, de que Jesus, diante da pergunta preliminar dos discípulos
pelo “onde”, dá a Pedro e João a instrução de que saíssem para providenciar a
Páscoa.
Os
discípulos recebem uma instrução enigmática quanto ao homem com o cântaro de
água, algo sobre o que Lucas não dá mais detalhes. Essa ordem não pode ser
considerada como algo arranjado. A passagem de um homem com o cântaro pela rua
não pode ser combinada nem determinada previamente. Somente sua pré-ciência
profética permitiu que Jesus fosse capaz de indicar a pessoa certa aos
discípulos. Os discípulos deviam seguir esse homem até em casa, solicitando ao
proprietário uma sala em que o Senhor pudesse comer a refeição com seus amigos.
O Senhor lhes declara que o dono da casa lhes indicaria uma sala superior,
equipada com estofados. Pedro e João constataram tudo exatamente da forma como
o Senhor havia prenunciado.
A celebração da última ceia de
Páscoa – Lc 22.14-18
14 – Chegada a hora, pôs-se
Jesus à mesa, e com ele os apóstolos.
15 – E disse-lhes: Tenho
desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento.
16 – Pois vos digo que nunca
mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus.
17 – E, tomando um cálice,
havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre vós!
18 – Pois vos digo que, de agora
em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus.
Uma comparação do relato de Lucas
sobre a Páscoa e a celebração da santa ceia com os relatos dos demais
evangelistas confirma que todos comunicam a mesma ceia solene e a mesma
revelação do traidor. Contudo é igualmente flagrante que Lucas não mantém a
seqüência cronológica. Para obter uma visão completa, precisamos preencher seu
relato a partir dos outros evangelhos. Aqui não se impõe a ordem dos diversos
momentos durante a ceia festiva. Na descrição de Lucas, pelo contrário, está em
primeiro plano o forte contraste entre o ânimo dos discípulos e as palavras do
Senhor.
A hora em que Jesus se deitou à
mesa com os apóstolos era o momento prescrito pela lei para a celebração da
Páscoa. Mateus e Marcos mencionam que foi à noite. De acordo com a lei a
prescrição original era celebrar a Páscoa em pé, com o cajado na mão (cf. Êx
12.11). Mais tarde tornou-se costume deitar-se à mesa, apoiado com o braço
esquerdo sobre o divã. Um dito rabínico explica: “É costume dos escravos comer
em pé, agora porém eles comem reclinados, para que se reconheça que foram
conduzidos da escravidão para a liberdade.” Acerca da ordem na comunhão de mesa,
só poucas coisas podem ser determinadas com exatidão. De acordo com Jo 13.23
João recebeu o primeiro lugar ao lado do Senhor. Pedro deve ter ficado próximo
dele, porque não falou com João, limitando-se a acenar para ele (Jo 13.24). O
lugar do dono da casa, que preside a celebração da Páscoa, foi ocupado pelo
próprio Senhor. Lucas apresenta o momento em que Jesus deu início à celebração
(Lc 22.15s).
A comunhão de mesa de uma ceia de
Páscoa não podia ser constituída por menos de dez pessoas (Josefo, Guerra VI,
9.3). Precisava ser uma família completa. A ordem da festa era determinada pela
seqüência dos cálices, cheios de vinho tinto. O dono da casa proferia as ações
de graças ou a bênção sobre o vinho e a festa, tomando o primeiro cálice.
Depois eram consumidas ervas amargas, molhadas com vinagre ou salmoura, como
recordação das amarguras que os antepassados suportaram no Egito. Traziam-se os
pratos da Páscoa, a sopa temperada, os pães asmos, as oferendas da festa e o
cordeiro. Todas as partes da festa eram explicadas. Cantava-se a primeira parte
do grande Aleluia (Sl 113-114) e bebia-se do segundo cálice. Agora começava a
ceia propriamente dita, para a qual as pessoas se recostavam. O dono da casa
tomava dois pães, partia um deles, colocando-o sobre o inteiro, abençoava o
pão, enrolava-o com ervas amargas, mergulhava-o e realizava a distribuição com
as palavras: “Esse é o pão da penúria, comido por nossos pais no Egito.” Na
seqüência abençoava-se o cordeiro da Páscoa, comia-se dele, e as oferendas da
festa eram consumidas com o pão, mergulhado em pasta, e por fim consumia-se o
cordeiro da Páscoa. Em seguida eram proferidos louvor e agradecimento pela
refeição, bem como se abençoava e bebia o terceiro cálice. Depois se cantava a
segunda parte do grande Aleluia (Sl 115-118) e se bebia o quarto cálice.
Eventualmente se acrescentava um quinto cálice mediante a recitação dos Salmos
120 a 137.
O primeiro cálice era dedicado ao
anúncio da festa. De acordo com o relato de Lucas foi no momento de beber este
cálice que Jesus declarou que ele esperara ansiosamente por comer esse cordeiro
da Páscoa com os discípulos, antes que tivesse de padecer. O Senhor lhes
anunciou que seria a última celebração que ele realizava na vida terrena, mas
que celebraria uma nova festa no reino de Deus. O cordeiro da Páscoa atingirá
sua plena concretização na consumação do reino de Deus. Assim como a Páscoa era
uma celebração alegre da grata recordação da redenção do Egito (Êx
12.14,24-27), assim ela também será celebrada na consumação do reino de Deus,
como grata recordação, na conclusão da redenção da igreja de Cristo.
Ao consumir o cordeiro assado da
Páscoa bebia-se vinho, distribuído pelo dono da casa. Vários copos, cheios de
vinho, eram oferecidos aos participantes da festa. De acordo com esse costume
festivo Jesus recebeu um cálice e, após uma oração de graças, pasou-o aos
discípulos, dizendo: “Tomem-no e o distribuam entre vocês mesmos!” Ele afirma
que de agora em diante não mais beberá do fruto da videira até que o reino de
Deus tenha chegado. Alguns comentaristas concluem dessas palavras que o próprio
Jesus não teria bebido desse vinho. Essa afirmação carece de qualquer
comprovação. Beber o vinho fazia parte do costume da ceia da Páscoa. Não há
necessidade de mencionar especialmente que Jesus, o dono da casa, bebera desse
cálice. A circunstância de que o vinho é símbolo da alegria não depõe
absolutamente contra o fato de que Jesus estava tomado de pesar naquela hora e
que não obstante foi o primeiro a beber. Ao lado de seus sentimentos de dor,
também a alegria tinha espaço em seu coração, porque afinal vislumbrava o
cumprimento de seu mais ardente desejo.
A perspectiva de sua paixão, por
meio da qual sua obra redentora chegava à consumação, era capaz de deixar seu
coração alegre, ainda que sentisse a mais profunda dor. Nessa condição de
espírito ele era capaz de usufruir a bebida.
Jesus
tornou o consumo do vinho um componente essencial da ceia da Páscoa, que ele
pretendia celebrar com os discípulos ainda antes de padecer. Isso não ocorreu
primordialmente para preparar a si e aos discípulos para o sofrimento iminente,
mas para transformar a ceia de Páscoa, celebração da memória da antiga aliança,
em festa memorial da nova aliança, fundada por ele através de sua morte. Vinho
e pão asmo constituem os símbolos da santa ceia.
A instituição da santa ceia e a
caracterização do traidor – Lc 22.19-23
19 – E, tomando um pão, tendo
dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por
vós; fazei isto em memória de mim!
20 – Semelhantemente, depois de
cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue
derramado em favor de vós.
21 – todavia, a mão do traidor
está comigo à mesa!
22 – Porque o Filho do Homem, na
verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de
quem ele está sendo traído!
23 – Então, começaram a indagar
entre si quem seria, dentre eles, o que estava para fazer isto.
A instituição da santa ceia é, nos
três evangelhos, o centro do relato. Uma comparação da descrição de Lucas com
os dois primeiros sinóticos mostra que Mateus e Marcos trazem a descoberta do
traidor antes da celebração da ceia, enquanto Lucas traz este comunicado após a
santa ceia. Uma comparação cuidadosa de todos os relatos evangélicos mostra a
seguinte seqüência dos respectivos momentos na sala da Páscoa: 1) abertura da
refeição (Lc 22.15-18); 2) competição entre os discípulos (Lc 22.24-27; cf. Jo
13.1-11); 3) outros diálogos do Senhor (Jo 13.18-20; Lc 22.28-30); 4) a
descoberta do traidor (Mt 26.21-25; Mc 14.18-21; Lc 22.21-23; Jo 13.21-30); 5)
Intercalação do trecho de Jo 13.34s depois da saída do traidor. Do relato
literal de Lucas poderia ser inferido que Judas ainda estava presente por
ocasião da instituição da santa ceia, mas a comparação de todos os demais
relatos deixa claro o contrário.
A instituição da santa ceia
acontece imediatamente após a refeição da Páscoa. Ela aconteceu ainda antes do
terceiro cálice, que foi consagrado como cálice da nova aliança. O Senhor tomou
um pão que sobrara, partiu-o, deu-o aos discípulos e proferiu as palavras da
instituição. Na fórmula “Isso é meu corpo” a palavra “é” não foi proferida por
Jesus, porque conforme no aramaico bastava que ele dissesse “Isso meu corpo”.
Porventura trata-se de algo essencial ou de uma metáfora? Apesar de todas as
objeções de Lutero, o segundo sentido provavelmente é o correto. Todas as vezes
em que a Escritura apresenta um “é”, trata-se de uma metáfora (cf. Sl 23.1).
Aqui naturalmente se trata de um significado simbólico. Na descrição das
palavras da instituição Lucas diverge de Mateus e Marcos, ao deixar de fora as
palavras “tomai, comei” e complementar “meu corpo” com “que é oferecido
por vós” e “fazei isso em minha memória!” O teor dessa fórmula de instituição é
o que coincide mais com as palavras da instituição citadas por Paulo (1Co
11.24) e corresponde na última parte à prescrição acerca da celebração da
Páscoa (cf. Êx 12.14; 13.9; Dt 16.3). A Páscoa tornou-se uma mera reminiscência
do ato clemente da remissão do Egito; o cordeiro que sofrera a morte para
poupar Israel era comido como memorial dessa ação clemente. Os discípulos devem
comer o pão como recordação de que o Senhor entregou seu corpo à morte para
consumar a redenção.
Após o término da ceia era costume
fazer circular o terceiro cálice, que era chamado cálice da bênção (cf. 1Co
10.16). Isso não significa que a ceia da Páscoa tenha chegado ao fim, porque
ainda faziam parte dela um quarto ou até
quinto cálices e o cântico do louvor (Mt 26.30). A instituição da santa ceia
constitui um ato especial no transcurso da celebração da Páscoa.
Dos relatos de Lucas e Paulo
depreende-se particularmente que Jesus ordenou aqui uma refeição permanente de
recordação para os que o confessam ao longo de todos os milênios.
A referência de Jesus ao traidor
foi acrescentada como um contraponto ao anterior. O interesse de Lucas não é
comunicar detalhadamente esse episódio. Assim como ele relata somente o começo
da celebração da Páscoa, assim ele também agora situa em primeiro plano a
descoberta do traidor.
As palavras do Senhor “todavia, eis
a mão do traidor está comigo à mesa” designam uma comunhão de mesa das mais
íntimas. A circunstância de que dentro do círculo de discípulos de Jesus surgiu
um que o entregaria a seus inimigos mortais forma um terrível contraste com a
comunhão de vida que Jesus visa fundar com seus discípulos através da
instituição da santa ceia. As duas palavras “todavia, eis” enfatizam sumamente
esse contraste. As palavras ditas aqui por Jesus são as mesmas que podem ser
lidas de forma mais livre em Mt 26.21; Mc 14.18; Jo 13.21. O Senhor não diz
“cuja mão está conosco”, mas “cuja mão está comigo à mesa”. Ele separa o
traidor dos discípulos fiéis, de modo que somente ele o tem por inimigo.
O Senhor justifica por que volta a
falar de um “oferecido” (cf. Mt 26.2). O Filho do Homem caminha conforme está
determinado, ou como relatam Mateus e Marcos: “como está escrito”. O Filho do
Homem precisa morrer segundo o desígnio de Deus, como foi previamente
proclamado nos escritos proféticos. Esse fato não anula, porém, a
responsabilidade daquele que concretiza o plano. Para Judas o ai de Jesus sobre
o traidor ainda representa uma palavra de advertência que visa abrir-lhe os
olhos antes do passo decisivo à beira do abismo. As palavras do Senhor
transmitem compaixão e lamento acerca daquilo que espera pelo traidor, e
daquilo que ele planeja. Jesus está ciente de que nenhuma maldade se iguala a
essa traição. Nesse ponto perde sustentação a doutrina da reconciliação
universal, porque o adendo “seria melhor para essa pessoa que não tivesse
nascido” (Mt 26.24; Mc 14.21) seria uma formulação forte demais se Jesus
tivesse vislumbrado o menor raio de luz na noite da tragédia eterna sobre
Judas. A exclamação do ai sobre Judas caracteriza um caso e uma maldição das
mais graves conseqüências.
A
afirmação do Senhor acerca do traidor perturbou tanto os discípulos que eles
perguntaram entre si quem deles seria capaz de cometer um crime desses. Lucas
não finaliza, como os demais evangelistas, essa cena trágica (cf. Mt 26. 22; Mc
14.19; Jo 13.22-25). Quando o Senhor disse “um de vocês há de me delatar” ele
não estava indicando expressamente a Judas. Todos os doze ficaram tomados de
temor, a fim de não privar o “um de vocês” do último impulso para
arrepender-se. O “um de vocês” perfuraria o coração daquele “um” a quem ele se
referia. Na realidade causou medo e pavor nos demais discípulos. Aqui somos
brindados com uma percepção do coração dos discípulos. Eles tremem na
consciência plena de sua própria fraqueza. Na realidade confiavam inteiramente
nele, porém não em si mesmos. Eles ficaram entristecidos em sua inocência,
Judas não se assustou em sua maldade.
Cristo
guardou as ordenanças da lei, particularmente a da páscoa, para ensiná-los a
observar as instruções do Evangelho e, acima de tudo, a da ceia do Senhor.
Aqueles que andam de conformidade com a Palavra
de Cristo não devem temer desilusões. Segundo as instruções que lhes deu, todos
os discípulos se prepararam para a páscoa.
Jesus
expressa a sua alegria por celebrar esta páscoa. Ele a desejava, ainda sabendo
que logo viriam os seus sofrimentos, porque tinha como objetivo a glória de seu
Pai e a redenção do homem. Despede-se de todas as páscoas, o que significava
que todas as ordenanças da lei cerimonial estavam terminadas, da qual a páscoa
era uma das primeiras e a principal. Aquilo que tipificava foi deixado de lado,
porque agora chegara a essência do reino de Deus.
A
ceia do Senhor é um sinal ou comemoração de Cristo que já veio, que nos
libertou ao morrer por nós. A sua morte é colocada diante de nós de maneira
especial nesta ordenança, pelo que a recordamos. Aqui, o partir do pão nos
recorda o quebrantamento do corpo de Cristo em sacrifício por nós. Nada pode
ser um alimento melhor e mais satisfatório para a alma, do que a doutrina da
expiação do pecado que foi feita por Cristo, e a segurança de ter parte nesta
expiação. Portanto, fazemos isto em memória daquilo que Ele fez por nós, quando
morreu por nós. E como uma lembrança de que o fazemos, ao unirmo-nos a Ele no
pacto eterno. o derramamento do sangue de Cristo, pelo qual a expiação é feita,
é representado pelo vinho no cálice, e o seu corpo, ferido e morto por nós, é
representado pelo pão.
I
- O cordeiro necessário ( êxodo 11)
"Mais uma praga!" Acabara-se a
paciência de Deus e estava para acontecer seu julgamento final — a morte dos
primogénitos. Observe que todos morreriam (11:5-6; 12:12- 13), a menos que
fossem protegidos pelo sangue do cordeiro. "Todos pecaram" (Rm 3:23),
e "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Deus especifica que o
"primogénito" morrerá, e isso expressa a rejeição de Deus ao nosso
primeiro nascimento. Todas as pessoas que não "nasceram de novo" são
"primogénitas".
"O que nasce da carne é
carne [...]. E
necessário que vocês nasçam de novo" (Jo 3:6-7, NVI). As pessoas não podem
salvar a si mesmas da pena de morte; elas precisam de Cristo, o Cordeiro de
Deus. Durante anos, os judeus foram escravos dos egípcios sem receber pagamento;
portanto, agora Deus permite que peçam seu salário de direito (não que "se
apropriem" dele). Veja a promessa de Deus
em Génesis 15:14, e Êxodo 3:21 e 12:35ss. Do ponto de vista do homem,
não há diferença entre o primogênito do Egito e o de Israel. A diferença está
na aplicação do sangue (v. 7). Todos são pecadores, contudo os que confiam em
Cristo estão "sob o sangue" e são salvos. Essa é a diferença mais
importante no mundo!
II
- O cordeiro escolhido (EXODO 12:1-5)
Os judeus têm um calendário religioso e
outro civil, e a Páscoa marca o início do ano religioso deles. A morte do
cordeiro traz um novo início, assim como a morte de Cristo traz um novo início
para o crente pecador.
A. Escolhido antes de ser morto
Separava-se o cordeiro no 10° dia e ele
era morto na noite do 14° para o 15o dia. Portanto, Cristo era o Cordeiro
predestinado antes da criação do mundo (1 Pe 1:20).
B. Imaculado
O cordeiro devia ser macho e sem
defeitos, um retrato do perfeito Cordeiro
de Deus, sem mácula e sem defeito (1 Pe
1:19).
C.
Testado
As pessoas, do 10e ao 14Q dia, vigiavam
os cordeiros a fim de certificarem- se de que eram satisfatórios; Cristo, da
mesma forma, foi testado e vigiado
durante seu ministério terreno, principalmente na última semana antes de ser
crucificado. Observe a evolução: "um cordeiro" (v. 3), "o
cordeiro" (v. 4) e "cordeiro" (v. 5, NV1). Isso faz paralelo com
"o Salvador" (Lc2:11), "o Salvador" (Jo 4.42) e "meu
Salvador" (Lc 1:47). Não é suficiente chamar Cristo de "Salvador"
(um entre muitos) ou de "o Salvador" (para outra pessoa). Cada um de
nós deve dizer: "Ele é meu Salvador!".
III
O cordeiro morto (EXODO 12:6-7)
Um cordeiro vivo é algo adorável, mas não
pode salvar! Não somos salvos pelo exemplo de Cristo ou por sua vida; somos
salvos pela morte dele. Leia Hebreus 9:22 e Levítico 17:11 para ver a
importância do derramamento do sangue deCristo. É claro que, para os doutos
egípcios, parecia tolice matar um cordeiro, mas essa era a forma de salvação de Deus (1 Co 1:18-23).
Deviam marcar a porta das casas com o
sangue do cordeiro (12:21-28). Em 12:22, a palavra "verga" pode
significar "soleira", portanto marcavam o espaço vazio
na soleira da porta com o sangue do
cordeiro. Depois, aplicava-se o sangue na verga de cima da porta e nos batentes
laterais. Ninguém que saísse da casa pisaria sobre o sangue (veja Hb 10:29).
Cristo foi morto no 14° dia-do mês, no exato momento em que ofereciam o
cordeiro da Páscoa. Observe que Deus fala que Israel o matou (o cordeiro), e
não os matou (cordeiros), pois para Deus há apenas um Cordeiro — Jesus Cristo.
Isaque perguntou: "Onde está o cordeiro?" (Gn 22:7), e, em João 1:29,
João Batista respondeu: "Eis o Cordeiro de Deus". Todos no céu dizem:
"Digno é o Cordeiro" (Ap 5:12).
IV.
O cordeiro deve ser comido (EXODO 12:8-20,43-51)
Com frequência, negligenciamos essa parte
importante da Páscoa, a Festa dos Pães Asmos. Na Bíblia, levedura (fermento)
retrata o pecado: ele trabalha em silêncio, ele corrompe e cresce e só pode ser
removido com fogo. Na época da Páscoa, osjudeus têm de tirar todo fermento de casa
e não podem comer pão com fermento durante sete dias. Paulo aplica isso aos
cristãos em 1 Coríntios 5; leia o capítulo com atenção. O sangue do cordeiro é
suficiente para salvar da morte, mas as pessoas devem se alimentar com o
cordeiro a fim de se fortalecerem para a peregrinação. A salvação é apenas o
início. Temos de nos alimentar de Cristo a fim de termos forças para segui-lo.
Os cristãos são peregrinos (v. 11), sempre prontos a
se mover quando o Senhor ordena. Eles
deviam assar o cordeiro no fogo, o que fala do sofrimento de Cristo na cruz. Não devem deixar nada para comer
depois. As sobras não satisfazem o crente, pois precisamos do Cristo inteiro.
Precisamos da obra completa da cruz. Além disso, as sobras estragam, e isso
desonra o tipo, pois Cristo não vê corrupção (SI 16:10). Infelizmente, muitas
pessoas recebem o Cordeiro como salvação da morte, mas não se alimentam
diariamente dele. Os versículos 43-51 dão instruções adicionais a respeito da
festa. Nenhum estrangeiro, ou servo assalariado, ou homem não-circuncidado pode
participar da festa. Esse regulamento lembra-nos que a salvação é o nascimento
na família de Deus — não há estrangeiros nela. Esse nascimento é pela graça,
ninguém se torna merecedor dele. E isso acontece por intermédio da cruz — pois
a circuncisão aponta para nossa verdadeira circuncisão espiritual em Cristo (Cl
2:11-12). Não se deve comer o banquete do lado exterior da casa (v. 46), pois o
banquete não pode se separar do
sangue derramado. Enganam a si mesmos os
modernistas que querem se alimentar de Cristo à parte de seu sangue derramado.
V.
O cordeiro da confiança (EXODO 12:21-42)
Foi necessário ter fé para libertar-se
naquela noite! Os egípcios pensavam que todas essas coisas eram tolices, mas a
Palavra de Deus falou e isso era
suficiente para Moisés e seu povo. Por favor, lembre-se de que o povo foi salvo
pelo sangue e garantido pela Palavra (v. 12). Sem dúvida, muitos judeus salvos
pelo sangue não "se sentiam seguros", exatamente como hoje temos
santos que duvidam da Palavra de Deus e preocupam-se em perder a salvação. Deus
fez exatamente o que dissera que faria. E os egípcios apressavam os judeus para
que deixassem a terra,
exatamente como Deus dissera que fariam
(11:1-3). Deus não se atrasou nem um dia. Ele manteve sua Palavra.
VI.
O cordeiro consagrado (EXODO 13)
O cordeiro morrera pelo primogénito;
agora, o primogénito pertencia a Deus. Os judeus eram um povo comprado,
exatamente como nós somos o povo comprado de Deus(1 Co 6:18-20). A nação
consagraria para sempre o Cordeiro ao dar o primogénito — o melhor — para o
Senhor. Deveriam dar as mãos, os olhos e a boca para o serviço do Senhor (v.
9). Deus guiou seu povo não pelo caminho mais próximo, mas pelo caminho que era
melhor para ele (vv. 1 7-18), exatamente como faz hoje. A coluna de nuvem
durante o dia e a coluna de fogo à noite. Deus sempre deixa sua vontade clara
para os que querem segui-lo (Jo 7:17).
Ele salva-nos, alimenta- nos, guia-nos e protege-nos — e ainda fazemos tão
pouco por ele! José sabia em que acreditava e a que lugar pertencia. Seu
túmulo no Egito era um lembrete para os
judeus de que Deus os libertaria um dia. A respeito dos ossos de José, veja
Génesis 50:24-26; Josué 24:32 e Hebreus 11:22.
EXODO
12.2 O PRIMEIRO DOS MESES DO ANO. O cap. 12 descreve a Festa da Páscoa
(vv. 1-14; 21-28) e a Festa dos Pães Asmos (vv. 15-20). Essas festas sagradas
tinham por base os eventos históricos da primeira Páscoa, por ocasião do êxodo
(caps. 12-14). Pelo fato de a Páscoa assinalar um novo começo para Israel, o mês
em que ela ocorreu (março/abril em nosso calendário) tornou-se o primeiro dos
meses de um ano novo para a nação. O propósito, aqui, foi relembrar ao povo que
sua própria existência como povo de Deus resultou do seu livramento do Egito,
mediante os poderosos atos redentores de
Deus.
EXODO
12.7 TOMARÃO DO SANGUE. O cordeiro da Páscoa e seu sangue prenunciam
Jesus Cristo e seu sangue derramado, como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo (Jo 1.29,36; Is 53.7; At 8.32-35; 1 Co 5.7; Ap 13.8).
EXODO 12.8 PÃES ASMOS; COM ERVAS
AMARGOSAS. Para o simbolismo dos pães asmos. As ervas amargosas trariam à
lembrança os tempos amargos da escravidão no Egito (Rm 6.21)
EXODO 12.11 OS VOSSOS LOMBOS CINGIDOS, OS
VOSSOS SAPATOS NOS PÉS. Esta linguagem figurativa indica a necessidade de
obediência irrestrita e imediata da parte do povo de Deus.
EXODO 12.14 ESTATUTO PERPÉTUO. A festa da
Páscoa devia ser observada anualmente. A participação regular da Ceia do Senhor
para o cristão do NT é a continuação da mensagem profética da Páscoa (ver 1 Co
11.24,25 nota; cf.5.7,8).
EXODO 12.15 AQUELA ALMA SERÁ CORTADA. A
rejeição intencional e deliberada dos preceitos de Deus resultava em julgamento
divino (v. 19). O culpado era excluído do povo do concerto, ou pela morte (31.14),
ou pela expulsão. Semelhantemente,sob o novo concerto, quem pertence ao povo de
Deus e rejeita o senhorio de Cristo, escolhendo deleitar-se no fermento do
pecado, está
excluído da graça e salvação em Cristo.
EXODO 12.17 A FESTA DOS PÃES ASMOS. Os
versículos 15-20 descrevem a Festa dos Pães Asmos, que Israel devia continuar a
observar após entrar em Canaã. Essa festa representava a consagração do povo de
Deus, tendo em vista a sua redenção do Egito. Nesse contexto, fermento ou
levedura, um agente que causa fermentação, simboliza o pecado, e os pães asmos
(sem fermento) simbolizam o arrependimento, o repúdio do pecado e a dedicação a
Deus (ver 13.7 nota). (1) Todo fermento (i.e., a corrupção e o pecado) tinha de
ser removido das casas dos israelitas. Isso subentendia que suas vidas e seus
lares, como crentes, deviam ser consagrados a Deus (vv. 15,16), pelo que Ele
fizera em prol deles (13.8,9). O NT estabelece um vínculo entre essa Festa e o
ato de o crente em Jesus expurgar a maldade e malícia e viver em sinceridade e
verdade (1 Co 5.6-8). (2) Persistir no pecado, desprezando a fé em Deus,
resultava em julgamento divino, i.e.,
em ser eliminado do concerto com Deus,
das promessas e da salvação (ver a nota anterior). (3) A refeição da Páscoa
assinalava o início da Festa dos Pães Asmos (vv. 6,18), que prenunciava a importância
da fé no Cordeiro sacrificial e a obediência a Ele. Os fiéis deviam
sinceramente arrepender-se do pecado e viver para Deus, em humilde gratidão.
A PÁSCOA
Êx
12.11 “Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos
nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa
do Senhor.”
CONTEXTO
HISTÓRICO.
Desde que Israel partiu do Egito em cerca
de 1445 a.C., o povo hebreu (posteriormente chamado “judeus”) celebra a Páscoa
todos os anos, na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa). Depois
de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos
de servidão no Egito, Deus decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e
o designou como o líder do êxodo (3 — 4). Em obediência ao chamado de Deus,
Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina:
“Deixa ir o meu povo.” Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da
parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos
contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar
o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora
da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma
outra alternativa senão a de lançar fora osisraelitas. Deus mandou um anjo
destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito... desde
os homens até aos animais” (12.12). Visto que os israelitas também habitavam no
Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem
específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a
cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha
de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao
entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um
único cordeiro entre si (12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os
israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa.
Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas
casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hb.
pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim,
pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à
morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do
sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distingüir os israelitas dos
egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e
da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” que
séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).Naquela noite
específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar
(12.11). A ordem recebida era para assar o cordeiro e não fervê-lo, e preparar
ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para
a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que os egípcios
iam se aproximar e rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor
dissera (12.29-36).
A PÁSCOA NA
HISTÓRIA ISRAELITA.
A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a
Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela
celabração seria “estatuto perpétuo” (12.14). Era, porém, um sacrifício
comemorativo, exceto osacrifício inicial no Egito, que foi um
sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada Páscoa os israelitas
reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo fermento
de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: recontavam a história de
como seus ancestrais experimentaram o êxodo milagroso na terra do Egito e sua libertação
da escravidão ao Faraó. Assim, de geração em geração, o povo hebreu relembrava
a redenção divina e seu livramento do Egito (ver 12.26). Uma vez construído o
templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem
realizados em Jerusalém (Dt 16.1-6). O AT registra várias ocasiões em que uma
Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa (2Cr 30.1-20;
35.1-19; 2Rs 23.21-23; Ed 6.19-22). Nos tempos do NT, os judeus observavam a
Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino, que as
Escrituras registram, foi quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos
de idade, para a celebração da Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, Jesus ia
cada ano a Jerusalém para participar da Páscoa (Jo 2.13). A última Ceia de que
Jesus participou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi
uma refeição da Páscoa (Mt 26.1, 2, 17-29). O próprio Jesus foi crucificado na
Páscoa, como o Cordeiro pascoal (cf. 1Co 5.7) que liberta do pecado e da morte
todos aqueles que nEle crêem. Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa,embora seu modo de celebrá-la tenha
mudado um pouco. Posto que já não há em Jerusalém um templo para se sacrificar
o cordeiro em obediência a Dt 16.1-6, a festa judaica contemporânea (chamada Seder)
já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reunem para
a solenidade. Retiram-se cerimonialmente das casas judaicas, e o pai da família
narra toda a história do êxodo.
A PÁSCOA E
JESUS CRISTO.
Para os cristãos, a Páscoa contém rico
simbolismo profético a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as
festas judaicas “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1), i.e., a
redenção pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que
nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu propósito
para conosco.
(1) O âmago do evento da Páscoa era a
graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles
eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu
concerto (Dt 7.7-10). Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos
vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).
(2) O propósito do sangue aplicado às
vergas das portas era salvar da morte o filho primogênito de cada família; esse
fato prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar
da morte e da ira de Deus contra o pecado (12.13,
23, 27; Hb 9.22).
(3) O cordeiro pascoal era um
“sacrifício” (12.27) a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a
morte de Cristo em substituição à morte do crente (ver Rm 3.25 nota). Paulo expressamente
chama Cristo nosso Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1Co 5.7).
(4) O cordeiro macho separado para morte
tinha de ser “sem mácula” (12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo,
o perfeito Filho de Deus (Jo 8.46; Hb 4.15).
(5) Alimentar-se do cordeiro representava
a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte esta que
os salvou da morte física (1Co 10.16,17; 11.24-26). Assim como no caso da
Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dEle na cruz, foi um sacrifício
eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como um memorial, “em
memória” dEle (1Co 11.24).
(6) A aspersão do sangue nas vergas das
portas era efetuada com fé obediente (12.28; Hb 11.28); essa obediência pela fé
resultou, então, em redenção mediante o sangue (12.7, 13). A salvação mediante
o sangue de Cristo se obtém somente através da “obediência da fé” (Rm 1.5; 16.26).
(7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido
juntamente com pães asmos (12.8). Uma vez que na Bíblia o fermento normalmente
simboliza o pecado e a corrupção (ver 13.7 nota; Mt 16.6 ; Mc 8.15), esses pães
asmos representavam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito, i.e.,
o mundo e o pecado (ver 12.15). Semelhantemente, o povo redimido por Deus é chamado
para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.
1CORINTIOS 11.20
A CEIA DO SENHOR. A Ceia do
Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc
22.15-20; 1 Co 11.23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente
e o futuro.
(1) Sua importância no passado. (a) É um
memorial (gr. anamnesis; vv. 24-26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário,
para redimir os crentes do pecado e da condenação.
Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma
vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para
nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em
pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22). (b) É um
ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus,
provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (v. 24; Mt 26.27,28;
Mc 14.23; Lc 22.19). (2) Sua importância no presente.
(a) A Ceia do Senhor é um ato de comunhão
(gr. koinonia) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte
sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de
Cristo (10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião,
faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18-20; Lc 24.35).
(b) É o reconhecimento e a proclamação da
Nova Aliança (gr. kaine diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o
senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer
leais, de resistir o pecado e de identificar-nos com a missão de Cristo (v. 25;
Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20).
(3) Sua importância no fuuro. (a) A Ceia
do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro,
quando então, todos os crentes estarão
presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14;
Mc 14.25; Lc 13.29; 22.17,18,30). (b) Antevê a volta iminente de Cristo para
buscar o seu povo (v. 26) e encena a oração: "Venha o teu Reino" (Mt
6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada,
só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração
sincera e obediência à Palavra de
Deus e à sua vontade
1CORINTIOS 11.21
OUTRO EMBRIAGA-SE. "Um
tem fome, e outro embriaga-se", pode ser traduzido: "Um tem fome e
outro come demais". Esta tradução é preferida, pelas seguintes razões:
(1) A palavra "embriagar-se"
(gr. methuo) tem dois sentidos. Pode referir-se a:
(a) ficar bêbado, ou
(b) ficar farto ou satisfeito, sem qualquer
referência à embriaguez (ver Jo 2.10, nota sobre o uso dessa palavra no tocante
às bodas de Caná). (2) O contexto deste versículo relaciona-se claramente com
refeição em geral. Quando os coríntios se reuniam para suas refeições de
confraternização, antes da Ceia do Senhor (cf. 2 Pe 2.13; Jd v.12), alguns se
-reuniam em grupos pequenos e tomavam suas refeições à parte (vv. 18,19). Os
pobres, que não podiam trazer refeição, eram desconsiderados e deixados com
fome. Paulo não se referia à embriaguez, senão ele certamente a teria condenado
tão severamente quanto a condenou noutras partes dessa epístola (cf. 6.10). Ele
considerava a embriaguez, não apenas como mera questão de desconsideração com
os demais, mas como algo tão grave que exclui a pessoa do Reino de Deus (6.10;
Gl 5.21).
1CORINTIOS 11.24,25 MEU CORPO... MEU SANGUE. Estas palavras se referem ao corpo de
Cristo, ofertado mediante sua morte, bem como seu sangue derramado como
sacrifício na cruz. Cristo, ao falar do pão, "isto é o meu corpo",
quis dizer que o pão representava o seu corpo. O "cálice"
representava o seu sangue derramado no Calvário para a ratificação do
"Novo Testamento" (v. 25). Comer o
pão e beber o cálice significam proclamar
e aceitar os benefícios da morte sacrificial de Cristo (v. 26).
1CORINTIOS
11.27 COMER... BEBER... INDIGNAMENTE. Comer indignamente é participar da mesa do Senhor com um espírito
indiferente, egocêntrico e irreverente, sem qualquer intenção ou desejo de
abandonar os pecados conhecidos e de aceitar o concerto da graça com todas as
suas promessas e deveres. Quem participa assim indignamente, peca terrivelmente
contra o Senhor. É culpado de crucificar de novo a Cristo e torna-se
imediatamente sujeito a juízo e retribuição específicos (vv. 29-32). Ser
"culpado do corpo e do sangue do Senhor" significa ser considerado
responsável pela sua morte.
1CORINTIOS
11.32 SOMOS REPREENDIDOS PELO SENHOR. O propósito do julgamento e castigo pelo Senhor (cf. v. 30) é para
que não sejamos condenados eternamente com o mundo. Esse propósito
misericordioso de Deus é válido para todos quantos se arrependem dos seus
pecados e se julgam a si mesmos devidamente (v. 31).
SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA:
NATALINO ALVES DOS ANJOS
PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR
MEMBRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS - MISSÃO
GUIRATINGA - MATO GROSSO
FONTES DE PESQUISA:
Comentário Bíblico William Barclay
Comentário Bíblico Esperança
Comentário Bíblico Matew Henry
Comentário Bíblico – Wiersbe - Antigo Testamento
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