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terça-feira, 14 de julho de 2015

ORAÇÃO E RECOMENDAÇÃO ÀS MULHERES CRISTÃS - LIÇÃO 03 COM SUBSIDIOS


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SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO

Lições Bíblicas CPAD   -   Adultos
3º Trimestre de 2015

Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 3: Oração e recomendação às mulheres cristãs
Data: 19 de Julho de 2015

TEXTO ÁUREO
 “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1Tm 2.1).

VERDADE PRÁTICA
 A oração é o meio pelo qual falamos com Deus, intercedemos por nossas necessidades e em favor do próximo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Tg 5.15
A oração da fé salvará o doente e ele será levantado
Terça — Sl 6.9
Deus aceita as nossas orações e súplicas
Quarta — Pv 15.8
Deus se contenta com a oração dos retos
Quinta — Pv 28.9
A oração dos que se desviam da lei do Senhor é abominável
Sexta — At 3.1
A oração de Pedro e João feita no Templo
Sábado — Tg 5.16
Devemos orar uns pelos outros diariamente

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 1 Timóteo 2.1-5,9-11.
 1 — Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,
2 — pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade.
3 — Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
4 — que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
5 — Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,
9 — Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,
10 — mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.
11 — A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.

HINOS SUGERIDOS
 151, 296, 577 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
 Apresentar as recomendações paulinas quanto à oração e o comportamento da mulher cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Tratar acerca da responsabilidade do crente de orar em favor de todos os homens.
II. Conscientizar-se de que Deus deseja que todos se salvem.
III. Refletir a respeito da maneira como as mulheres cristãs devem se vestir.
IV. Discutir a respeito da conduta das mulheres na igreja.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Você já parou para pensar na recomendação paulina a Timóteo a fim de que orasse por todos os homens, em especial os que estão na posição de líder? Pare e pense! Paulo fez esta recomendação quando Nero era o imperador. Sabemos que Nero foi uma das figuras mais polêmicas da história. Ficou conhecido por suas atrocidades. Orar por alguém que admiramos não exige esforço algum, mas a Palavra de Deus nos exorta a orar por todos, sejam eles bons ou maus. Os crentes eram perseguidos, presos e jogados no Coliseu para serem devorados pelos leões, mas eram incentivados a orar em favor de seus algozes. Tem você orado por nossos governantes? Que venhamos aprender com os irmãos da igreja do primeiro século a interceder em favor de todos os que estão em eminência, sejam eles justos ou injustos, pois esta é a vontade de Deus para nós.

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO

 Nesta lição estudaremos a respeito da ordem na Igreja. Sabemos que Paulo escreveu a Timóteo para que ele colocasse ordem na igreja efésia. Este era um assunto de extrema importância, tanto que o apóstolo declara: “Admoesto-te, pois, antes de tudo”. Paulo orienta o pastor quanto à oração por todos os que têm autoridade, a fim de que pudessem viver de modo quieto e sossegado.
Como Igreja do Senhor precisamos interceder a fim de que possamos cumprir nossa missão de levar a salvação aos homens que, a cada dia, estão mais distantes de Deus. Paulo também ensina a respeito do comportamento das mulheres na vida da igreja.


PONTO CENTRAL

Como crentes, precisamos orar por todos aqueles que estão em eminência.


I. ORAÇÃO POR TODOS OS HOMENS
 1. “Deprecações” (2.1). O termo (gr. deesis) significa “suplicar, implorar, rogar por” alguém. É a intercessão a Deus por todos os homens, de modo ardente e compassivo. Embora Deus seja soberano e saiba de todas as coisas, Ele deseja ouvir nossas orações. O Senhor não somente nos ouve, mas também atende nossas súplicas. Não existe situação, por mais difícil que seja, que não possa ser resolvida mediante a oração. Paulo nos ensina a orar por todos aqueles que estão na liderança, seja na igreja, seja fora dela.

2. “Orações”. Alguns exegetas entendem que Paulo usava os termos como sinônimos. Mas, no original grego, as palavras empregadas são diferentes. “Orações” (gr. proseuche) refere-se ao termo comum para as orações em geral, de súplica, de louvor, de intercessão, etc.

3. “Intercessões”. Tem o sentido de “intervenção, mediação, interferência, intermédio”. Do grego enteuxis, significando “apelar para”, ou intercessões em geral, que se fazem em favor de alguém. Sempre foi difícil encontrar intercessores, mas atualmente está ainda mais difícil (Ez 22.30).

4. “Ações de graça”. Vem do termo grego eucharistia. A expressão é auto explicativa, denotando orações em que a pessoa expressa sua gratidão a Deus por bênçãos recebidas, ou até por coisas adversas. Por isso, Paulo diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5.18). Aqui está o porquê não podemos concordar com a ideia de que os quatro termos aqui usados são apenas sinônimos. Quem presta “ações de graça” não roga nem suplica.

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 A Palavra de Deus exorta a orarmos em favor de todos os homens.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Com o começo do segundo capítulo, o apóstolo chega à questão que o levou a escrever a Timóteo — a preocupação pela devida ordem na igreja efésia. A prioridade que Paulo deu a este tema mostra-se na frase de abertura: ‘Admoesto-te, pois, antes de tudo’. Há certa adequação que deve caracterizar o culto público a Deus. Lógico que não é formalismo censurável preocupar-se pelos segmentos sequenciais adequados e próprios a serem observados quando os cristãos se reúnem para cultuar. O apóstolo exorta o tipo de oração que deve fazer parte de todo culto dessa categoria: ‘Admoesto-te... que se façam deprecações (súplicas), orações, intercessões e ações de graças por todos os homens’. Não há dever cristão para com nossos semelhantes que se compare em importância com o dever de orar por eles. O crente não pode fazer algo para ajudar as pessoas se, em primeiro lugar, não orar por elas. Depois de orar, há muitas coisas que pode fazer; mas até que ore, não há nada a fazer, exceto orar” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume 9. RJ: CPAD, 2006. p.461).

II. A SALVAÇÃO DE TODOS
 1.“Que todos se salvem” (v.4). Paulo exorta a Igreja mostrando que Deus deseja que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Esse é o desejo divino: a salvação da humanidade, pois Ele “amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito” [...] (Jo 3.16). Fora de Cristo, não há salvação (1Tm 2.5,6). Quem nEle crê é salvo. Quem não crê é condenado (Jo 3.18,19). É missão da Igreja  levar a mensagem de salvação a todas as criaturas (Mt 28.19,20).

2. Um árduo trabalho missionário. Paulo e seus companheiros de ministério trabalharam arduamente na obra de evangelização (1Ts 2.9). O ministério exige sacrifício e trabalho. Muitos, erroneamente, acreditam que o pastor deve se preocupar somente com as questões administrativas e financeiras da igreja, mas o ministro de Deus, tem a responsabilidade de exortar, ganhar almas para Cristo e discipular seus filhos na fé. Paulo não se preocupava só com as ovelhas do rebanho, mas demonstrava um zelo especial com a evangelização e a obra missionária.

3. A melhor recompensa. Como já é do conhecimento de todos, o ministério pastoral exige sacrifício e esforço, mas também é muito gratificante poder servir ao Senhor e ver o fruto do trabalho: ao observar as almas se rendendo aos pés de Cristo, sendo batizadas nas águas e no Espírito Santo. É na verdade, a coroação do trabalho realizado. Os que estão na liderança sabem que muitas são as lutas e tristezas, no entanto existe um galardão a espera dos obreiros fiéis (1Pe 5.2-4).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
 Deus é misericordioso e amoroso, por isso, deseja que todos os homens se salvem.

III. A MANEIRA DE SE VESTIR DAS MULHERES
 1. As mulheres na Casa de Deus. Paulo orienta Timóteo quanto à maneira correta de as mulheres se comportarem na igreja. A mulher cristã precisa ser reconhecida não somente por sua maneira de vestir, mas por suas atitudes. Não podemos nos esquecer que nosso corpo é “templo do Espírito Santo” e que devemos glorificar a Deus em toda a nossa maneira de viver. Queira ou não, o homem e a mulher cristã têm de ser diferente em todos os aspectos da vida, diante de Deus e dos homens, inclusive na sua maneira de se vestir e de se portar.

2. Traje honesto, com pudor. É sinônimo de decoroso, decente, com sobriedade, ou simplicidade. Um vestido transparente não é honesto, pois embora esteja cobrindo o corpo, atrai a cobiça dos homens, incentivando o pecado. Infelizmente, muitas mulheres estão errando na hora de se vestir. A mulher pode e deve se vestir bem, ficar bonita, porém com pudor, de modo a agradar a Deus.

3. Traje com modéstia. Modéstia significa “simplicidade, singeleza, despretensão”. Além de se vestir de maneira honesta e com pudor (recato), a mulher cristã precisa se vestir com modéstia. Infelizmente, em algumas igrejas as irmãs acabam competindo umas com as outras. Parece haver uma “disputa” para ver quem usa a roupa ou a bolsa mais cara ou o sapato mais alto. Muitas se preocupam apenas com o exterior. A elegância e a beleza de uma mulher devem vir de dentro para fora, pois começa no caráter santo (1Pe 3.3).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A mulher crente precisa se vestir com pudor e modéstia.
 SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “A admoestação de Paulo não impede a mulher de se vestir de maneira elegante, mas tão somente de se utilizar do vestuário para chamar a atenção! A melhor maneira de uma pessoa, homem ou mulher, expressar a sua individualidade é através das boas obras que evidenciam um caráter piedoso. A sociedade da época, como a nossa, parece que pressionava as mulheres a que se vestissem como se fossem objetos sexuais. Assim também os seus valores e qualificações foram determinados pela habilidade de estimularem a sexualidade dos homens. Esse procedimento tem aviltado as mulheres tanto do passado como de hoje em dia” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.834).



IV. A CONDUTA DAS MULHERES NA IGREJA
 1. O silêncio no culto. “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição” (1Tm 2.11). Paulo também faz uma recomendação semelhante a esta em 1 Coríntios 14.34,35. Qual seria o motivo de tal restrição? Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “na igreja coríntia havia muitas mulheres recém convertidas do paganismo, e que a nova liberdade que desfrutavam em Cristo levava a certas extravagâncias que eram impróprias”. É importante ressaltar que em outro texto de Coríntios, Paulo mostra que as mulheres podiam profetizar nas igrejas: “Toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta [...]” (1Co 11.5).

2. As mulheres no Novo Testamento. Cristo, em seu ministério terreno, teve a cooperação de diversas mulheres que atuavam ao seu lado. Eram obreiras de grande valor: “[...] Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.1-3). Paulo muito valorizou o trabalho das mulheres, na igreja (Rm 16.1-15).

3. A liderança do homem. Paulo aborda a questão da liderança masculina, citando a ordem da criação. É importante ressaltar que o próprio Paulo, ao escrever aos gálatas, ensina que perante Cristo, para a salvação, homens e mulheres são iguais (Gl 3.28).
Por que Paulo se utiliza do exemplo de Adão e Eva? Ele utiliza tal ilustração para mostrar o que estava acontecendo na igreja de Éfeso. Assim como Eva foi seduzida e enganada pela serpente, as irmãs daquela igreja estavam se deixando seduzir pelos ensinos dos falsos mestres.


SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
 A mulher cristã deve ter uma conduta exemplar na igreja e fora dela.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
 “Em silêncio, com toda a submissão (2.11). A expressão grega hesychia é traduzida aqui como ‘quieto’ e como ‘silêncio’ no versículo 12. Significa uma atitude receptiva, tranquila, que promove o aprendizado. Nada aqui sugere submissão a qualquer capacidade intelectual ou espiritual” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.834).


CONCLUSÃO
 Quanto à oração, os ensinos paulinos são válidos para todos os crentes, em qualquer época e em qualquer lugar. Devemos fazer súplicas, intercessões e ações de graças diante de Deus. No que concerne ao comportamento cristão, Paulo deu um destaque incisivo quanto à postura das mulheres, especialmente às irmãs de Éfeso, tendo em vista o contexto liberal e lascivo da sociedade em que a igreja estava inserida.

PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

Qual o significado do termo “deprecações”?
O termo significa suplicar, implorar, rogar por alguém.

Deus deseja que todos se salvem?
Sim. Ele deseja a salvação de todos.

De acordo com a lição, qual a melhor recompensa para um pastor?
Ver pessoas se rendendo a Cristo e sendo batizadas nas águas.

Como devem se vestir as servas de Deus?
Devem se vestir com trajes honestos, com pudor e modéstia.

Paulo valorizou o trabalho das mulheres na igreja?
Sim. Ele valorizou o trabalho das mulheres.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Oração e Recomendação às Mulheres Cristãs
 “Numa palavra, a oração é a suprema proteção contra o ceticismo que insinua ser o objeto da fé mera ilusão ou uma projeção de nossos anseios na tela do infinito”. É possível verificar elementos que marcaram a vivência e a intimidade da Igreja ao longo da sua história: o desenvolvimento da prática de oração.

A ocasião da primeira reunião de oração dos discípulos, após a ascensão de Jesus, denota a motivação clara (e oriunda diretamente de Jesus, o cabeça da Igreja) da igreja de Jerusalém em viver a disciplina da oração. Sobre o tema, o pastor Claudionor de Andrade analisou a prática da oração dos primórdios da Igreja até a modernidade: “a oração jamais se ausentou da Igreja; sem aquela inexistiria esta. Se Jesus foi um exemplo de oração, por que, diferentemente, agiriam seus discípulos e apóstolos? Veja, por exemplo, Paulo. Seja nos Atos dos Apóstolos, seja em suas epístolas, deparamo-nos com o doutor dos gentios endereçando a Deus as mais ferventes orações. Depois da era apostólica, os pais da igreja, além de suas lides teológicas, consagravam-se à oração. Ignácio, Tertuliano, Ambrósio e Agostinho.
O bispo de Hipona escreveu acerca de seu ministério de oração e intercessão: ‘Eis que dizeis: Venha a nós o vosso reino. E Deus grita: Já vou! Não tendes medo?’. E os reformadores? Martinho Lutero foi um grande paradigma na intercessão em favor da Igreja de Cristo naqueles períodos da Reforma Protestante. Mais tarde chegaram os avivalistas. John Wesley levantava-se de madrugada para falar com o Pai celeste. E o irmão Finney? Era um gigante na oração. Com o Movimento Pentecostal a Igreja de Cristo desfez-se em orações e súplicas por aqueles que, sem ter esperança de ver Deus, caminhavam para o inferno. Em suas anotações pessoais, Daniel Berg e Gunnar Vingren descrevem suas ricas experiências oriundas de uma vida de profunda oração” (As Disciplinas da Vida Cristã. CPAD, p.36).

Ao tomarmos conhecimento de como os antigos da fé perseveravam em oração e que tal prática é uma herança dos apóstolos, podemos concluir, citando John Bunyan, que “jamais seremos cristãos verdadeiros, se não formos pessoas de oração. O hábito da oração deve ser cultivado com perseverança, não duvidando que a oração seja atendida. O hábito da oração nos ensina a depender de Deus, deixando que Ele escolha, em sua liberdade soberana, o tempo, o lugar, o meio e o fim, na certeza de que tudo quanto Ele fizer sempre será o melhor” (O Pensamento da Reforma. p.54).


SUBSIDIOS


A UNIVERSALIDADE DO EVANGELHO
1 Timóteo 2:1-7
Antes de começar a estudar esta passagem em detalhe devemos assinalar algo que se destaca nele de tal forma que ninguém pode deixar de vê-lo. Há poucas passagens no Novo Testamento que acentuam e sublinham desta maneira a universalidade do evangelho. Deve-se orar por todos os homens; Deus é o Salvador que deseja que todos os homens se salvem; Jesus deu sua vida em resgate por todos. Como escreve Walter Lock: "A vontade de Deus para salvar é tão ampla como sua vontade para criar."

Esta é uma nota que ressoa no Novo Testamento várias vezes. Através de Cristo, Deus estava reconciliando ao mundo consigo (2 Coríntios 5:18-19). Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho (João 3:16). Jesus confiava em que, se ressuscitava da cruz, mais cedo ou mais tarde todos os homens seriam atraídos por Ele (João 12:38).

E. F. Brown ao escrever sobre esta passagem o chama "a carta constitucional do trabalho missionário". Diz que é a prova de que todos os homens são capax dei, capazes de receber a Deus. Poderão estar perdidos, mas eles são possíveis de encontrar. Poderão ser ignorantes, mas podem ser iluminados. Poderão ser pecadores, mas podem ser salvos. capax dei, o precursor do John Knox, escreve em sua tradução da Primeira Confissão a Suíça: "O fim e a intenção das Escrituras é declarar que Deus é benévolo e amistoso para com os homens; e que declarou essa bondade em e através de Jesus Cristo, seu único Filho; essa bondade se recebe por fé." Por esta razão a oração deve alcançar a todos. Deus  quer a todos os homens, e portanto a igreja de Deus deve querê-los também.

(1) O evangelho inclui os de acima e os de baixo. Tanto o imperador em seu poderio como o escravo em seu desamparo estão incluídos na extensão que abrange o evangelho. Tanto o filósofo em sua sabedoria como o homem singelo em sua ignorância necessitam a graça e a verdade que o evangelho pode dar. Dentro do evangelho não há distinções de classe. O rei e seu súdito, o rico e o pobre, o aristocrata e o camponês, o amo e o servo estão incluídos em seu abraço ilimitado.

(2) O evangelho inclui a bons e maus. Um perigo estranho chegou à Igreja nos tempos modernos. Pareceria que em muitos casos se tem por princípio que uma pessoa deve ser respeitável antes de ser admitida na Igreja, e que esta olhasse com desdém para pecadores que buscam entrar por suas portas. Em realidade é muito difícil para um pecador entrar na Igreja moderna sem ser branco de suspeitas, de questionamentos, de críticas, de olhava pouco amistosas, e sem ser a origem de críticas, condenações e curiosidade murmuradas e expressas publicamente. Mas o Novo Testamento é claro ao dizer que a Igreja existe não só para edificar ao bom, mas também para receber e salvar ao pecador.

Um dos grandes santos dos tempos modernos, e sem dúvida de todos os tempos, é Toyohiko Kagawa. Kagawa foi aos cortiços da Shinkawa para buscar homens e mulheres para Cristo. Viveu ali nos bairros imundos e depravados do mundo. W. J. Smart descreve a situação: "Seus vizinhos eram prostitutas sem licença, ladrões que alardeavam de seu poder para ser mais preparados que toda a polícia da cidade, e assassinos que não só estavam orgulhosos de seu assassinatos, mas também sempre estavam dispostos a aumentar seu prestígio local cometendo outro. Toda a pessoa doente, menos dotada ou criminal, vivia em condições de miséria abismal, em ruas plenas de imundície, onde os ratos se arrastavam fora das bocas-de-lobo para morrer. O ar estava sempre fétido. Uma jovem idiota que vivia ao lado da Kagawa tinha desenhos vis pintados em suas costas para atrair a homens luxuriosos a  sua pocilga. Por toda parte os corpos humanos apodreciam com sífilis." Kagawa amava pessoas como esta, e o mesmo acontece com Jesus Cristo, porque Ele ama de igual maneira a todos os homens sejam bons ou maus.

(3) O evangelho abrange a cristãos e não-cristãos. Deve-se orar por todos. Os imperadores, governadores e legisladores pelos quais esta Carta nos pede que oremos não eram cristãos; em realidade eram hostis para com a Igreja; e entretanto, deviam ser levados a trono da graça pelas orações da Igreja. Para o verdadeiro cristão não existem inimigos em todo este mundo. Ninguém fica fora de seu coração, porque ninguém está fora do amor de Cristo, e ninguém fora do propósito de Deus, que quer que todos sejam salvos.

A MANEIRA DE ORAR
1 Timóteo 2:1-7 (continuação)
Nesta passagem se agrupam quatro palavras diferentes que significam oração. É certo que não se as pode distinguir de maneira nítida; entretanto, quando as examinamos, cada uma delas tem algo que nos dizer a respeito da maneira de orar.

(1) Em primeiro lugar vem a palavra deesis, que se traduz súplica. Deesis não é exclusivamente uma palavra religiosa; pode ser utilizada para referir-se a uma súplica feita tanto a um semelhante como a Deus. Mas a idéia fundamental de deesis é o sentimento de necessidade. Ninguém suplicará a não ser que o sentimento da necessidade tenha despertado o desejo de fazer essa súplica. A oração começa com um sentimento de necessidade. Começa com a convicção de que não podemos nos entender solos com a vida. Começa com o sentimento de nossa própria insuficiência, da fraqueza humana. O sentimento de fraqueza humana é a base de todo a aproximação humana a Deus. A oração começa com a tira de consciência do desamparo da humanidade.

(2) A segunda palavra é proseuche, que se traduz por oração. A diferença básica entre deesis e proseuche é que a primeira pode estar dirigida tanto ao homem como a Deus, enquanto que a segunda nunca se usa para outra coisa senão para uma aproximação a Deus. Há certas necessidades que só Deus pode satisfazer, que só podem ser levadas perante Ele. Existe uma força que só Ele pode outorgar; um perdão que só Ele pode conferir; uma segurança que só Ele pode conceder. Bem pode ser que nossas fraquezas nos persigam porque muitas vezes levamos nossas necessidades ao lugar equivocado.

(3) A terceira palavra é enteuxis, que se traduz por petição. Das três palavras mencionadas, esta é a mais interessante. Tem uma história muito atrativa. É o substantivo do verbo entugchanein. Originalmente este verbo significava simplesmente encontrar-se, ou estar de acordo com uma pessoa; depois adquiriu um significado especial e técnico: significou entrar na presença de um rei e lhe apresentar uma petição. Enteuxis adquiriu o significado técnico de uma petição apresentada perante um governador ou um rei. Isto diz muito a respeito da oração. Assinala-nos que o caminho a Deus está aberto para nós; que se nos outorgou este dom inapreciável de falar com Deus na intimidade; que temos o direito de levar nossas petições perante um Rei. O cristão é o homem que tem o direito de levar suas necessidades perante a presença real de Deus. É impossível pedir uma graça muito grande do Rei.

(4) A quarta palavra é eucaristia, que se traduz ações de graças. Seu significado é uma parte integral da oração. Orar não só significa pedir coisas a Deus; também significa agradecer-lhe por tudo. Para muitos de nós a oração é um exercício de queixas, quando teria que ser um exercício em ação de graças. Epicteto, que não era cristão, mas sim um filósofo estóico, costumava dizer: "O que posso fazer eu, que sou um pobre velho coxo, senão agradecer a Deus?" Temos o direito de trazer nossas necessidades, nossos desejos e nossos pedidos perante Deus; mas também temos o dever de trazer continuamente perante Ele nossas ações de graças.

ORAÇÃO POR AQUELES QUE ESTÃO EM AUTORIDADE
1 Timóteo 2:1-7 (continuação)
Esta passagem de maneira definida e distintiva ordena a oração pelos reis e os imperadores e todos aqueles que estão em autoridade. Este era um princípio básico na oração da comunidade cristã. Os imperadores podiam ser perseguidores. Aqueles que tinham autoridade podiam estar decididos a apagar para sempre à Igreja cristã. Mas nunca os cristãos, até nas épocas de perseguições mais cruentas, cessaram de orar por eles.

É extraordinário rastrear como através de todos os dias da Igreja primitiva, aqueles dias de perseguição terrível, a Igreja ainda considerava como um dever absoluto orar pelo imperador e seus reis e governadores subordinados. Pedro disse: “Temei a Deus, honrai o rei” (1 Pedro 2:17), e devemos lembrar que o imperador nesse momento não era outro que Nero, um monstro de crueldade.
Tértulo insiste em que os cristãos oravam pedindo para seu imperador "uma longa vida, um domínio seguro, um lar a salvo, um senado fiel, um povo justo, e um mundo em paz" (Apologia 30). Escreveu: "Oramos por nossos governantes, pela paz de todas as coisas e para que se posponha o fim" (Apologia 39). Escreve: "O cristão não é inimigo de ninguém, e menos ainda do imperador, porque sabemos que, devido ao fato de que foi nomeado por Deus, é necessário que o amemos e reverenciemos, lhe rendamos honras, e lhe desejemos segurança, junto com todo o Império Romano. Portanto nos sacrificamos pela segurança do imperador" (Ad Scapulam 2). Cipriano, ao escrever ao Demetriano, fala da Igreja cristã como: "Sacrificando e apaziguando a Deus noite e dia por sua paz e segurança" (Ad Demetrianum 20).

No ano 311 d.C. o imperador Galerio pediu as orações dos cristãos, e lhes prometeu misericórdia e indulgência se oravam pelo Estado. Taciano escreve: "Ordena-nos o imperador que paguemos tributo? Voluntariamente o oferecemos. Pede-nos a autoridade que lhe prestemos serviço ou servidão? Admitimos nossa servidão. Mas se um  homem deve ser respeitado como corresponde a um homem, só Deus deve ser reverenciado" (Apologia 4). Teófilo de Antioquia escreve: "A honra que outorgo ao Imperador é ainda maior, porque não o adorarei, mas orarei por ele. Não adorarei a ninguém mas sim ao Deus verdadeiro e real, porque sei que o imperador foi nomeado por Ele... Aqueles que honram verdadeiramente ao imperador são aqueles que estão bem dispostos para com ele, que lhe obedecem e que oram por ele" (Apologia 1:11).

Justino Mártir escreve: "Adoramos somente a Deus, mas em todas as outras coisas servimos prazerosos, reconhecendo os reis e autoridades dos homens, e orando por que se encontre com uma razão pura com poder real" (Apologia 1:14,17).

A oração mais grandiosa por um imperador encontra-se na Primeira Epístola de Clemente de Roma à Igreja de Corinto que foi escrita pelo ano 90 d.C. quando a selvageria de Domiciano estava ainda fresca na mente dos homens:

"Tu, Senhor e Mestre, outorgaste a nossas autoridades e governadores o poder da soberania através de sua força excelente e inefável, para que nós, conhecendo a glória e a honra que lhes deste, submetamos a eles, não resistindo sua vontade em nada. Portanto, outorga-lhes, oh Deus, saúde, paz, concórdia, estabilidade, que possam administrar o governo que lhes deste sem falhar. Porque Tu, oh Mestre celestial, Rei dos Séculos, outorga aos filhos dos homens glória, honra, e poder sobre todas as coisas que estão sobre a Terra. Dirige, Senhor, seu conselho de acordo, administrando o poder que lhes deste, em paz e mansidão com piedade, obtenham seu favor. Oh Tu, que és capaz de fazer estas coisas por nós, e coisas que excedem muito mais o bem que estas, louvamos-te através do Sumo sacerdote e Guardião de nossas almas, Jesus Cristo, por quem é a ti a glória e a majestade agora como através de todas as gerações, e para sempre jamais. Amém" (1 Clemente 61).
A Igreja sempre considerou como um dever moral orar por aqueles que tinham autoridade sobre os reinos da Terra. A Igreja apresentava até a seus perseguidores perante o trono da graça.

OS DONS DE DEUS
1 Timóteo 2:1-7 (continuação)
A Igreja orava pedindo certas coisas para aqueles que estavam em autoridade.

(1) Sua oração era “vivamos vida tranqüila e mansa”. Era a oração por um período de paz, livre e de guerras, de rebeliões, de tudo o que pudesse perturbar a paz do reino. Esta é a oração de um bom cidadão por seu país.

(2) Mas a Igreja orava por muito mais que isso. Orava por que pudesse viver em "piedade e honestidade". Aqui nos vemos confrontados com duas grandes palavras que são a chave das Epístolas Pastorais. São palavras que descrevem as qualidades que não só a autoridade, mas também o cristão devem desejar.

Primeiro, piedade, que é eusebei. Esta é uma das palavras gregas grandiosas e quase intraduzíveis. Descreve a reverência para com Deus e rumo ao homem. Descreve aquela atitude mental do que respeita ao homem, honra a Deus e se respeita a si mesmo. Eusébio a define como "reverência ao único e só Deus, e o tipo de vida que Ele desejaria que levássemos". Para os gregos, Sócrates era o grande exemplo de eusebeia, e Xenofonte descreve a Sócrates nos seguintes termos: "Tão piedoso e devotamente religioso que não se fez sequer uma injúria sem importância a nenhum ser vivente; tão controlado, tão moderado, que nunca em nenhum momento escolheu o doce em lugar do amargo; tão sensível, sábio e prudente que jamais errou em distinguir o melhor do pior" (Xenofonte, Memorabilia, 4, 8, 11).

Esta palavra eusebeia se aproxima muito da grande palavra latina pietas. Warde Fowler descreve assim a pietas romana: "A qualidade conhecida pelos romanos como pietas se levanta, apesar da prova e a dor, por cima das seduções das paixões e a comodidade egoísta. A pietas de Enéias se converteu num sentido do dever à vontade dos deuses, como assim também a seu pai, seu filho e seu povo; e este dever nunca o   abandona." Evidentemente esta eusebeia é algo tremendo. Nunca esquece a reverência que se deve a Deus; nem tampouco os direitos que se devem aos homens; nem o respeito que devemos a nós mesmos. Vive sempre consciente do dever humano e divino. Descreve o caráter do homem que jamais lhe falha a Deus, nem ao homem, nem a si mesmo.

Em segundo lugar, está a honestidade, que é semnotes. Mais uma vez nos encontramos no reino do intraduzível. O adjetivo correspondente semnos aplica-se constantemente aos deuses.
R. C. Trench diz que o homem que é semnos "tem sobre si uma graça e uma dignidade que não são outorgadas pela Terra". Diz que é alguém que "sem pedir desafia e inspira reverência". Aristóteles foi o grande mestre ético dos gregos. Tinha a peculiaridade de descrever todas as virtudes como o meio entre dois extremos. Por um lado encontrava-se o extremo do excesso, e do outro o extremo do defeito, e entre eles, o meio, a feliz metade, na qual descansava a virtude. Assim descreve Aristóteles a semnotes. Diz que é o termo médio entre areskeia, que significa subordinação, e authadeia, que é arrogância. Podemos dizer que para o homem que é semnos toda a vida é um longo ato de adoração; vive toda sua vida na presença de Deus; move-se no mundo, como se estabeleceu, como se este fosse o templo do Deus vivente. Nunca se esquece da divindade de Deus nem da dignidade do homem. É o homem que possui uma atitude correta para com Deus e os homens.
Estas são duas grandes qualidades reais, mas que todos devem cobiçar e pelas quais todos devem orar.

UM DEUS E UM SALVADOR
1 Timóteo 2:1-7 (continuação)

Paulo conclui esta passagem com uma afirmação das maiores verdades da fé cristã.

(1) Há um só Deus. Não vivemos num mundo como o produzido pelos gnósticos quando inventavam suas teorias a respeito dos dois    deuses, hostis entre si. Não vivemos num mundo como aquele que produziam os pagãos quando inventavam uma horda de deuses, muitas vezes em competição e guerra entre si. Os missionários nos relatam que um dos alívios maiores que o cristianismo brinda aos pagãos é a convicção de que há um só Deus. Antes disso, vivem num mundo acossado por centenas de deuses; nunca podem saber quando omitiram as honras que determinado deus merece, e dessa maneira o ofenderam. Vivem permanentemente aterrorizados pelos deuses. Quando descobrem que existe um só Deus cujo nome é Pai e cuja natureza é o amor, eles se sentem libertados e emancipados.

(2) Há um só Mediador. Até os judeus teriam dito que há muitos mediadores entre Deus e os homens. Um mediador é uma pessoa que age entre duas partes para reuni-las. Os judeus teriam dito que os anjos são mediadores. O Testamento de Dan (6:2) diz: "Lembra-te a Deus, e ao anjo que intercede por ti, porque ele é o mediador entre Deus e o homem." Os gregos diriam que há toda classe de mediadores. Plutarco disse que era um insulto para um Deus conceber que de algum modo estava envolto diretamente com o mundo; estava-o só através dos anjos e os demônios, dos semideuses aqueles que eram, por assim dizer, seus oficiais de comunicação entre Ele e o mundo. Nem no pensamento judeu nem no grego o homem tinha acesso direto a Deus. Mas, através de Jesus Cristo, o cristão tem acesso direto a Deus, sem que nada intercepte o caminho entre ambos. Além disso, há um só Mediador.

E. F. Brown nos relata que isso é o que se torna tão difícil de entender aos hindus. Custa-lhes crer que Deus só tenha um método de salvação para toda a humanidade. Dizem: “Sua religião é boa para vocês e a nossa para nós." Mas a não ser que houvesse um Deus e um Mediador não poderia existir a irmandade entre os homens. Se houver muitos deuses e muitos mediadores significa que todos eles competem pela fidelidade, a obediência e o amor dos homens. A religião se converte em algo que divide os homens em lugar de uni-los. Devido ao  fato de que existe um Deus e um Mediador os homens são irmãos uns dos outros.

Assim, pois, Paulo continua chamando Jesus aquele que deu-se a si mesmo em resgate por todos. Isto significa simplesmente que custou a Deus a vida e a morte de seu próprio Filho para que os homens voltassem para Ele.

Havia uma vez um homem que perdeu a seu filho na guerra. Tinha sido um homem que vivera uma vida descuidada e até sem Deus; mas a morte de seu filho o levou a repensar, e o enfrentou com Deus de uma maneira que jamais tinha experimentado em toda sua vida. Converteu-se num homem mudado. Um dia estava de pé diante do monumento aos caídos na guerra de sua cidade, olhando o nome de seu filho inscrito nele. E disse muito brandamente: "Creio que tinha que cair para que eu me levantasse." Isso é o que fez Jesus; custou a vida, a morte, a dor e o sacrifício de Jesus Cristo falar com os homens do amor de Deus e trazê-los de novo a Ele.

Logo Paulo diz certas coisas a respeito de si mesmo. Reclama para si quatro funções.

(1) É um pregador da história de Jesus Cristo. Um pregador é um homem que proclama a verdade. É um homem que afirma algo e diz: "Isto é verdade." É alguém que brinda uma proclamação que não é própria, mas sim provém do Rei.

(2) É uma testemunha da história de Jesus. Uma testemunha é uma pessoa que diz: "Isto é certo, e eu sei." Uma testemunha é um homem que diz não apenas: "É certo", mas também: "Isto dá resultado." É um homem que conta, não apenas a história de Cristo, mas também a história do que Cristo fez por ele.

(3) É um apóstolo. Um apóstolo é alguém cuja tarefa é encomendar e representar a seu país numa nação estrangeira. Um apóstolo no sentido cristão é portanto alguém que encomenda a história de Cristo a outros. Deseja comunicar essa história a outros, de maneira que signifique tanto para outros como para ele.

(4) É um mestre. O pregador é a pessoa que proclama os fatos; a testemunha é a que proclama o poder dos fatos; o apóstolo é aquele que encomenda os fatos; o mestre é aquele que guia aos homens a obter o significado dos fatos. Não é suficiente saber que Cristo viveu e morreu; devemos pensar o que significaram essa vida e essa morte. O homem tem tanto cabeça como coração; tem tanto cérebro como emoções; tem tanto intelecto como sentimentos. Não só deve sentir a maravilha da história de Cristo; deve pensar um significado para si mesmo e para o mundo.

AS MULHERES NA IGREJA
1 Timóteo 2:8-15 (continuação)

A segunda parte desta passagem trata a respeito do lugar das mulheres na Igreja. Esta passagem não se pode ler fora de seu contexto histórico. Surge inteiramente da situação na qual foi escrito. Está escrito sobre o pano de fundo de duas circunstâncias que a antecedem.

(1) Está escrito sobre um pano de fundo judeu. Para os olhos judeus, as mulheres oficialmente tinham uma posição muito baixa. É certo que nenhuma nação dava à mulher um lugar tão grande como o judeu no lar e nos assuntos familiares. Mas oficialmente a posição da mulher era muito baixa. Na lei judia a mulher não era uma pessoa; era uma coisa. Estava inteiramente à disposição de seu marido ou de seu pai. Era-lhe proibido aprender a Lei; instruir a uma mulher na Lei era como jogar pérolas aos porcos. As mulheres não tinham parte no serviço da sinagoga; estavam separadas, não podiam ser vistas, e não se lhes permitia participar do serviço. O homem ia à sinagoga para aprender; mas a mulher, no máximo, ia escutar. Na sinagoga a leitura das Escrituras era realizada por membros da congregação; mas não por mulheres, porque isso teria sido diminuir "a honra da congregação". À mulher estava absolutamente proibido ensinar numa escola; não podia nem sequer ensinar os meninos menores. A mulher estava excetuada das demandas estabelecidas da Lei. Não lhe era obrigatório assistir às festividades e festivais sagrados. Eram classificados juntos às mulheres, os escravos e os meninos. Na oração matinal judaica o homem agradecia a Deus por não tê-lo feito "um gentio, um escravo ou uma mulher".

Nos Afirmações dos Pais se citam estas palavras do rabino José Ben Johanan: "Sua casa esteja totalmente aberto, e deixem que os pobres sejam sua família, e falem pouco com uma mulher." Disse-o referindo-se   à sua própria mulher, e mais ainda no caso da mulher de um companheiro. Porque os sábios disseram: "Todo aquele que fala muito com uma mulher se causa mal a si mesmo, e desiste das tarefas da Lei, e seu fim é que herda o Geena."
Um rabino estrito nunca saudava uma mulher na rua, nem sequer a sua própria mulher nem a sua filha, nem a sua mãe, nem a sua irmã. Dizia-se a respeito das mulheres: "Sua tarefa é a de enviar aos meninos à sinagoga; atender os assuntos domésticos; deixar a seu marido livre para que estude nas escolas; manter sua casa até que ele volte." Devemos lembrar que a Igreja surgiu num meio judeu como este.

(2) Está escrito sobre um pano de fundo grego. Estes antecedentes faziam que as coisas fossem duplamente dificultosas. O lugar das mulheres dentro da religião grega era baixo. O templo de Afrodite em Corinto tinha mil sacerdotisas que eram prostitutas sagradas e que todas as noites ofereciam sua mercadoria nas ruas da cidade. O templo de Diana em Éfeso tinha cem sacerdotisas chamadas Melissae, que significa as abelhas, e cuja função era a mesma.

A mulher grega respeitável levava uma vida de fechamento. Vivia em suas próprias habitações nas que ninguém podia entrar salvo seu marido. Nem sequer estava presente nas refeições. Nunca aparecia sozinha na rua; nunca ia a uma assembléia pública, e menos ainda falava ou tomava parte ativa em tais assembléias. O fato é que se numa cidade grega as mulheres cristãs tivessem tomado parte ativa, falado e ensinado na tarefa da Igreja cristã, a Igreja inevitavelmente houvesse ganho a reputação de ser o ponto de reunião de mulheres perdidas e imorais. O certo é que em nenhuma sociedade grega se poderiam ter estabelecido outras normas como estas.

O que é pior, na sociedade grega havia mulheres cuja vida consistia em elaborar adornos e galões para o cabelo. Em Roma, Plínio nos conta a respeito de uma noiva, Lolia Paulina, cujo vestido de bodas custou o equivalente a cem mil dólares. Até os gregos e os próprios romanos estavam surpreendidos pelo amor ao vestido, ao desdobramento e aos   adornos que caracterizava a algumas de suas mulheres. As grandes religiões gregas eram chamadas religiões de Mistérios, e tinham precisamente as mesmas normas a respeito do vestido. Há uma inscrição que diz o seguinte: "Uma mulher consagrada não levará ornamentos de ouro, nem cabelo trancado, nem rouge, nem branqueará o rosto, nem usará vinchas, nem sapatos, exceto aqueles feitos de feltro ou dos couros dos animais sacrificados."
A Igreja cristã não estabeleceu estas normas para que fossem permanentes, mas sim como coisas que eram necessárias na situação na que se encontrava a Igreja primitiva.

Em todo caso, a situação tem outro aspecto. Bem pode ser que na velha história seja a mulher a que foi criada em segundo lugar, e foi ela a que caiu perante a sedução da serpente que era o tentador; mas foi Maria de Nazaré a que deu a luz e educou o menino Jesus; foi Maria de Magdala a primeira em ver o Senhor Ressuscitado; foram quatro mulheres as que, de todos os discípulos, estiveram ao lado da cruz. Priscila com seu marido Áqüila era uma mestra apreciada na Igreja primitiva, uma mestra que guiou a Apolo no conhecimento da verdade (Atos 18:26). Evódia e Síntique, apesar de sua desavença, eram mulheres que trabalhavam no evangelho (Filipenses 4:2-3). Filipe, o evangelista, tinha quatro filhas que eram profetisas (Atos 21: 9). As mulheres anciãs podiam ensinar (Tito 2:3). Paulo considerava com alta honra a Lóide e Eunice (2 Timóteo 1:5), e muitos nomes de mulheres são mencionados com alta estima em Romanos 16.

Todas as coisas das que se fala neste capítulo são simples normas transitivas estabelecidas para enfrentar uma situação dada. Se queremos conhecer a perspectiva real e permanente de Paulo sobre este assunto, temo-la em Gálatas 3:28: “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Em Cristo se apagam as diferenças de lugar, honra, prestígio e função dentro da Igreja.

E entretanto, esta passagem finaliza com uma grande verdade. As mulheres, diz, se salvarão gerando filhos. Há dois significados possíveis nisto. Seria levemente possível que esta fosse uma referência ao fato de que Maria, uma mulher, foi a mãe de Jesus. Pode ser que signifique que as mulheres serão salvas — como todos o serão — pelo ato supremo de gerar filhos pelo qual o Filho de Deus nasceu no mundo. Mas é muito mais provável que o significado desta passagem seja mais simples; e que signifique que as mulheres encontrarão a vida e a salvação, não indo a reuniões, nem falando perante elas, mas na maternidade, que é sua coroa. Seja como for, a mulher é rainha dentro de seu lar.
Não devemos ler esta passagem como uma barreira à tarefa e serviço da mulher dentro da Igreja; devemos fazê-lo à luz de seu pano de fundo judeu e da situação numa cidade grega. E devemos buscar o pensamento permanente de Paulo na passagem que nos diz que se apagaram as diferenças, e que os homens e as mulheres, os escravos e os homens livres, os judeus e os gentios, todos são aptos para servir a Cristo.


1TIMOTEO  2.4 QUER QUE TODOS OS HOMENS SE SALVEM. A Bíblia revela dois aspectos da vontade de Deus para a humanidade no tocante à salvação:
(1) a sua perfeita vontade, pela qual Ele deseja  "que todos os homens se salvem"; e
(2) sua vontade permissiva, pela qual Ele permite e tolera que muitos o rejeitem e à sua salvação (ver Mt 7.21; Lc 7.30; 13.34; Jo 7.17; At 7.51.

1TIMOTEO  2.5 UM SÓ MEDIADOR... JESUS CRISTO. É somente através de Jesus Cristo que podemos aproximar-nos de Deus (Hb 7.25), confiando na sua morte expiatória para nos remir dos nossos  pecados, e orando com fé, pedindo forças e misericórdia divinas para nos ajudar em todas as nossas necessidades (Hb 4.14-16). Não devemos permitir que criatura alguma usurpe o lugar de Cristo em nossa vida, dirigindo-se-lhe orações (ver Hb 8.6; 9.15; 12.24).

ORAÇÃO
1TIMOTEO  2.8 OS HOMENS OREM... LEVANTANDO MÃOS SANTAS. No culto público das igrejas no NT, parece que era costume todos os adoradores fazerem suas orações em voz alta (ver At 4.24-31; cf. Ed 3.12,13). Para ser aceitável, a oração devia ser oferecida por pessoas que viviam uma vida santa e justa, i.e., com "mãos santas".

MATEUS  6.12 PASSOU A NOITE EM ORAÇÃO. Constantemente, Jesus procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões (ver 5.16).

(1) Uma noite inteira em fervente oração dará resultados surpreendentes (ver Tg 5.16). Depois de passar aquela noite em oração, Jesus escolheu os doze para serem seus apóstolos (vv. 13-16), curou muitos que estavam enfermos (vv. 17-19) e pregou seu sermão mais conhecido (vv. 20-49). Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial.

(2) Observemos que foi oração a Deus ; -i. -e., a oração de Jesus tinha endereço certo. Muitas orações não são respondidas porque não têm o destino certo; estão com o endereço errado, ou não têm endereço nenhum.

LUCAS  5.16 ELE RETIRAVA-SE PARA OS DESERTOS E ALI ORAVA.
(1) Lucas ressalta mais do que os outros Evangelhos a prática da oração na vida e na obra de Jesus.
a) Quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão, Ele estava orando (3.21);
b) em certas ocasiões, afastava-se das multidões para orar (5.16), e passou a noite em oração antes de escolher os doze apóstolos (6.12).
c) Ficou orando em particular antes de fazer uma pergunta importante aos seus discípulos (9.18); por ocasião da sua transfiguração, Ele subiu ao monte a orar (9.28); sua transfiguração ocorreu estando Ele orando (v.29); e estava ele a orar antes de ensinar aos discípulos a chamada Oração do Senhor (11.1).
d) No Getsêmani, Ele orava mais intensamente (22.44);
e) na cruz, orou pelos outros (23.34); e suas últimas palavras antes de morrer foram uma oração (23.46).
f) Está registrado que Ele também orou depois da sua ressurreição (24.30).

(2) Ao observarmos a vida de Jesus nos outros Evangelhos, nota-se que Ele orou antes do convite, Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos (Mt 11.25-28); Ele orou junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42) e durante a instituição da Ceia do Senhor (Jo 17), ver Mt 14.2.

MATEUS  14.23 ORAR À PARTE. Enquanto estava neste mundo, Jesus freqüentemente procurava estar a sós com Deus (cf. Mc 1.35; 6.46; Lc 5.16; 6.12; 9.18; 22.41,42; Hb 5.7). Passar tempo a sós com Deus é essencial para o bem-estar espiritual de cada crente. Devemos estar continuamente conscientes de que a falta de oração individual ao nosso Pai celestial é um sinal inconfundível de que a vida espiritual dentro de nós está em declínio. Se assim acontecer, devemos repudiar tudo que ofende ao Senhor e renovar nosso compromisso de perseverar em buscá-lo e a sua graça salvífica  (ver Lc 18.1).

LUCAS  18.1 O DEVER DE ORAR SEMPRE. O empenho constante de Jesus era levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de Deus na suas vidas. Desta parábola da viúva que perseverava em oração, aprendemos que:
(1) Os crentes devem perseverar em oração em todo tempo, até a volta de Jesus (vv. 7,8; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17).
(2) Nesta vida, temos um adversário (v. 3), que é Satanás (1 Pe 5.8). A oração pode nos proteger do Maligno (Mt 6.13).
(3) Através da oração, os filhos de Deus devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça (v. 7).
(4) A oração perseverante é considerada como fé (v. 8).
(5) Nos últimos dias antes da volta de Cristo haverá um aumento de oposição diabólica às orações dos fiéis (1 Tm 4.1). Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma vida de perseverante oração (8.14; Mt 13.22; Mc 4.19)

LUCAS  18.7 ESCOLHIDOS... CLAMAM... DE DIA E DE NOITE. Os verdadeiros escolhidos de Deus (i.e., os que perseveram na fé e na santidade) nunca cessarão de clamar a Deus pela volta de Cristo à terra, a fim de destruir o poder de Satanás e o presente sistema iníquo deste mundo. Perseverarão na oração, para Deus depressa fazer justiça (vv. 3,8) e para Cristo reinar em justiça, sabendo que a sua segunda vinda é a única esperança veraz para este mundo (cf. Jo 14.2; 1 Ts 5.2,3; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21).

5.16 A ORAÇÃO... POR UM JUSTO PODE MUITO. A oração do justo realiza muitas coisas. A oração do justo:
(1) leva-o mais perto de Deus (Hb 7.25);
(2) abre o caminho para uma vida cheia do Espírito (Lc 11.13; At 1.14);
(3) dá-lhe poder para servir (At 1.8; 4.31,33) e para a devoção cristã (Ef 3.14-21);
(4) edifica-o espiritualmente (Jd 20);
(5) dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19);
(6) ajuda-o a vencer Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18);
(7) esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6; Mc 1.35-39);
(8) capacita-o a receber dons espirituais (1 Co 14.1);
(9) leva-o à comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21);
(10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16);
(11) leva os perdidos de volta a Cristo (5.20; Gl 4.19);
 (12) outorga-lhe sabedoria, revelação e conhecimento de Cristo (Ef 1.17);
(13) proporciona-lhe a cura (5.15);
(14) dá- lhe livramento nas aflições (Sl 34.4-7; Fp 1.19);
(15) glorifica a Deus com louvor e ações de graças (Sl 100.4);
(16) torna real a presença de Cristo (Jo 14.21; Ap 3.20); e
(17) assegura-lhe a salvação final e a intercessão de Cristo em seu favor (Hb 7.25).

TIAGO  5.18 OROU OUTRA VEZ E O CÉU DEU CHUVA. Elias era um homem que cria que suas orações a Deus realizariam muita coisa, inclusive a intervenção divina no curso da natureza. Cria que a oração feita por um justo pode mudar as coisas e as circunstâncias (5.13-16; Sl 34.6; Is 38.1-5; Mt 17.21; 26.41,53; Mc 11.24; 2 Ts 3.1; ver 1 Rs 17.22; 18.42).

(1) Devemos tomar cuidado para não aceitar nenhum ensino que estrague nossa fé quanto ao poder da oração, levando Deus a intervir em nossas vidas. Um desses falsos ensinos é o conceito da "fatalidade"; a noção pagã afirmando que tudo que fazemos e tudo que nos acontece é fixado imutavelmente de antemão, muito tempo antes de sua ocorrência. A crença na fatalidade é contrária às Escrituras e leva a pessoa a crer que tanto o bem quanto o mal são absolutamente pré-determinados e inalteráveis, e que de nada adianta a fervorosa oração da fé pelo justo.

(2) As Escrituras ensinam que Deus lida com seus filhos, não através do determinismo absoluto, mas pela providência divina mediante a qual Ele comunga com os justos e responde suas orações. Nossas orações e nossa fé em Deus fazem com que aconteça muitas coisas boas que doutra forma não aconteceriam (Êx 32.9-14).

SALVAÇÃO.
MATEUS  28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a  outorga da tarefa missionária da igreja.

(1) A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no NT, da parte de Cristo e dos apóstolos (ver Ef 2.20). Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4).

(2) O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do Espírito Santo (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).

(3) O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).

(4) Note-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aqueles que crêem em Cristo devem abandonar o presente sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14;  e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11).

(5) Os que crêem em Cristo e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a Cristo e aos propósitos do seu reino (ver At 22.16 nota sobre o batismo em água).

(6) Cristo estará com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do Espírito Santo (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto sejam revestidos de poder (Lc 24.49; ver At 1.8).

JOÃO  3.16 DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA. João 3.16 revela o coração e o propósito de Deus para com a humanidade.

(1) O amor de Deus é suficientemente imenso para abranger todos os homens, i.e., "o mundo" (cf. 1 Tm 2.4).

(2) Deus "deu" seu Filho como oferenda na cruz por nossos pecados. A expiação procede do coração amoroso de Deus. Não foi algo que Ele foi obrigado a fazer (1 Jo 4.10; Rm 8.32).

(3) Crer (gr. pisteuo) inclui três elementos principais:
(a) plena convicção de que Cristo é o Filho de Deus e o único Salvador do perdido pecador;
(b) comunhão com Cristo pela nossa auto-submissão, dedicação e obediência a Ele (cf. 15.1-10; ver 14.21; Jo 15.4);
(c) plena confiança em Cristo de que Ele é capaz e também quer conduzir o crente à salvação final e à comunhão com Deus no céu.

(4) "Perecer" é a quase sempre esquecida palavra em 3.16. Ela não se refere à morte física, mas à pavorosa realidade do castigo eterno no inferno (Mt 10.28).

(5) "Vida eterna" é a dádiva que Deus outorga ao homem quando este nasce de novo. "Eterna" expressa não somente a perpetuidade da nova vida, mas também a qualidade desta vida, como a de Deus; uma vida que liberta o homem do poder do pecado e de Satanás, e que o afasta daquilo que é puramente terreno para que ele conheça a Deus (cf. 8.34-36; ver 17.3).

JOÃO  15.4 ESTAI EM MIM. Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar ou permanecer nEle. Tendo esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em Cristo. A palavra grega aqui é meno, que significa "continuar", "permanecer", "ficar", "habitar". As condições mediante as quais permanecemos em Cristo são:

(1) conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações (v. 7);

(2) cultivar o hábito da comunhão constante e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça (v. 7);

(3) obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor (v. 10) e amar uns aos outros (vv. 12,17);

(4) conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo (v. 3; 17.17; Rm 8.14; Gl 5.16-18; Ef 5.26; 1 Pe 1.22).

ATOS 4.12 EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO. Os discípulos tinham convicção de que a maior necessidade de cada indivíduo era a salvação do pecado e da ira de Deus, e pregavam que esta necessidade não poderia ser satisfeita por nenhum outro, senão Jesus Cristo. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada responsabilidade de pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse outros meios de salvação, a igreja poderia ficar despreocupada. Mas, segundo o próprio Cristo (Jo 14.6), não há esperança para ninguém, fora da salvação em Cristo (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este é o fundamento do imperativo missionário.

ISAIAS  49.5 QUE EU LHE TORNE A TRAZER JACÓ. Esta profecia descreve dois aspectos importantes da missão de Jesus: (1) trazer Israel de volta a Deus i.e., os judeus convertidos da igreja do NT e da época presente, bem como o remanescente de Israel a ser restaurado nos dias finais; e (2) levar a luz divina e a mensagem da salvação a todas as nações.

ISAIAS  49.6 A MINHA SALVAÇÃO ATÉ À EXTREMIDADE DA TERRA. A missão do Messias é fazer com que todas as nações ouçam o evangelho e tenham a oportunidade de crer no Filho-Servo de Deus. Este versículo é, às vezes, chamado a grande comissão do Antigo Testamento . Essa comissão não será cumprida até que o evangelho seja devidamente pregado ao mundo inteiro. Quando isso acontecer, então virá o fim (ver Mt 24.14). A tarefa dos crentes do NT é pregar fielmente o evangelho e levá-lo a todas as nações até que volte o Senhor.


AS MULHERES

1TIMOTEO  2.9 AS MULHERES SE ATAVIEM EM TRAJE HONESTO, COM PUDOR E MODÉSTIA. A vontade de Deus é que as mulheres cristãs cuidem de se vestir com modéstia e discreção.
(1) A palavra "pudor" (gr. aidos) subentende vergonha em exibir o corpo. Envolve a recusa de vestir-se de tal maneira que atraia atenção para o seu corpo e ultrapasse os limites da devida moderação. A fonte originária da modéstia acha-se no coração da pessoa, no seu âmago. Noutras palavras, modéstia é a manifestação externa de uma pureza interna.

(2) Vestir-se de modo imodesto para despertar desejos impuros nos outros é tão errado como o desejo imoral que isso provoca. Nenhuma atividade ou condição, justifica o uso de roupas imodestas que exponham o corpo de tal maneira que provoquem desejo imoral ou concupiscência em alguém (cf. Gl 5.13; Ef 4.27; Tt 2.11,12; ver Mt 5.28).

(3) É vergonhosa a situação de qualquer igreja que desconsidere o padrão bíblico para o modo modesto do vestir-se, e que adota passivamente os costumes do mundo. Nestes dias de liberação sexual, a igreja deve comportar-se e vestir-se de modo diferente da sociedade corrupta que repudia e ridiculariza a vontade do Espírito Santo, i.e., que haja modéstia, pureza e moderação piedosa (cf. Rm 12.1,2).

2.9 NÃO COM TRANÇAS, OU COM OURO. Estas palavras devem se referir à prática da época de trançar os cabelos com fios de ouro, ou com outros artigos de luxo, inclusive como prática idolátrica.

1TIMOTEO  2.12 NÃO PERMITO...QUE A MULHER ENSINE. O homem e a mulher são igualmente amados e preciosos à vista de Deus (Gl 3.27,28). Porém, foi ao homem que Deus entregou a responsabilidade de direção da família e da igreja.
(1) 2.12-15 mostra que não é permitido na igreja a mulher ensinar de modo normativo, diretivo e terminante, como faz o dirigente da congregação (cf. 1 Co 14.34). Entretanto, isto não quer dizer que é proibido a mulher cristã ensinar a homens individualmente (como em At 18.26); profetizar no culto da igreja, sob o impulso direto do Espírito Santo (1 Co 11.5,6; 12.10 nota 2;14.3; At 21.9); ensinar na igreja a outras mulheres, inclusive as jovens (Tt 2.3,5; 2 Tm 1.5; 3.14,15); evangelizar em sua casa, instruindo homens e mulheres nos caminhos do Senhor (At 16.14,40).
(2) O ensino de Paulo quanto à mulher não ensinar como dirigente da igreja, vem dos princípios estabelecidos pelo Criador para o homem e a mulher, quando da sua criação original (Gn 2.18; 1 Co 11.8,9; 1 Tm 2.13), e dos efeitos da entrada do pecado na raça humana (1 Tm 2.14).





















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