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quinta-feira, 23 de julho de 2015

PASTORES E DIACONOS - LIÇÃO 04 COM SUBSIDIOS


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Lições Bíblicas CPAD    -   Adultos
 3º Trimestre de 2015

Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 4: Pastores e Diáconos
Data: 26 de Julho de 2015

TEXTO ÁUREO
 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1Tm 3.2).

VERDADE PRÁTICA
 Os pastores e os diáconos são líderes, escolhidos por Deus, através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja local.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Fp 1.1
Saudação a todos os servos de Jesus Cristo
Terça — Mt 20.28
Jesus veio não para ser servido, mas para servir
Quarta — Mt 27.55,56
Mulheres que serviam a Jesus com dedicação
Quinta — Jo 12.26
Deus honra a quem serve a Jesus com sinceridade
Sexta — 1Tm 2.10
Mulheres que servem a Deus com boas obras



Sábado — At 20.28
Constituídos para apascentar o rebanho de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 1 Timóteo 3.1-4,8-13.

1 — Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 — Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 — não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
4 — que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia.
8 — Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
9 — guardando o mistério da fé em uma pura consciência.
10 — E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11 — Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 — Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 — Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

HINOS SUGERIDOS
 337, 363, 600 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Promover a conscientização de que o pastorado e a diaconia são ministérios dados por Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Tratar a respeito do episcopado.
II. Apresentar as qualificações e atribuições de um líder.
III. Refletir a respeito do diaconato.
IV. Conscientizar-se de que o serviço é a razão de ser do ministério.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
 Na lição de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diáconos. A palavra grega usada para bispo no capítulo três de 1 Timóteo é episkopos. Esta mesma palavra é utilizada como sinônimo de presbítero e ancião. Paulo mostra que aqueles que desejam o episcopado, excelente obra desejam. Porém, logo a seguir ele apresenta as qualificações morais e espirituais que este ministério exige. Paulo relaciona quinze qualificações que podem ser vistas dos versículos 2 a 7 do capítulo três. Estas qualificações não são obtidas nos seminários ou nos bancos das universidades, mas são resultados de um caráter transformado e regenerado pelo Senhor Jesus. O líder é alguém que influencia as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. É necessário que ele tenha uma vida ilibada e esteja disposto a servir, pois ser líder é acima de tudo ser servo.

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Paulo dá início ao capítulo três da Primeira Epístola de Timóteo, falando a respeito do trabalho pastoral. Ser pastor não é abraçar uma profissão, mas um ministério divino cuja função primordial é cuidar das ovelhas do Senhor. Nenhum pastor tem condições de cuidar do rebanho sozinho. São necessários ajudantes, por isso, neste mesmo capítulo, o apóstolo Paulo fala a respeito do diaconato.
Na lição de hoje estudaremos a respeito do pastorado e do diaconato, duas funções de extrema importância para o crescimento do Reino de Deus.


PONTO CENTRAL
 Deus vocaciona e separa homens para o diaconato e para o ministério pastoral.

 I. QUEM DESEJA O EPISCOPADO
 1. “Excelente obra deseja”. “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (v.1). Em sua carta a Timóteo, Paulo assevera que almejar o episcopado, ou seja, o pastorado é aspirar uma obra excelente. Contudo, é importante ressaltar que a função pastoral não é uma profissão ou um meio para ascender social e economicamente.

2. A chamada. O ministério pastoral vem de Deus. É Ele que escolhe. Muitos são escolhidos e separados apenas pelos homens, mas não por Deus. Paulo afirma que foi chamado pelo Senhor desde o ventre de sua mãe (Gl 1.15). Deus também vocacionou Jeremias para ser profeta antes do seu nascimento (Jr 1.5). Quem é chamado não só tem a convicção do convite, mas apresenta um perfil que agrada a Deus.

3. O preparo. Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos. O pastor precisa ter conhecimento bíblico (o que deve saber), teológico e habilidades ministeriais (o que deve ser capaz de fazer). Seu preparo não termina quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado com Jesus (Mc 6.7; Mt 10.16; Lc 10.1). O exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado, já possuía o conhecimento da Lei, pois teve como professor o renomado Gamaliel, mas partiu para a Arábia e ali ficou três anos se preparando para exercer seu ministério junto aos gentios (Gl 1.17,18). Paulo foi enviado pelo Espírito Santo (At 13.4).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 Almejar o episcopado é aspirar uma obra excelente.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Se algum homem deseja ser ‘bispo’, deseja um encargo nobre e importante. É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (1Tm 3.1-10; 4.12) e pela igreja, porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem uma visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

Os padrões bíblicos do pastor, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daqueles que perseveram na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o candidato, [isto é] que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mateus 25.21 de que ser ‘fiel sobre o pouco’ conduz à posição de governar ‘sobre o muito’” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1867).


 II. QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES E DIÁCONOS (3.1-13)
 1. Atribuições dos pastores (vv.1-7). Os que almejam o pastorado necessitam conhecer as atribuições e qualificações que tal atividade exige. Na hora da escolha de um candidato ao santo ministério da Palavra, o líder e a igreja de um modo geral precisam ver no aspirante algumas características.

2. Qualificações espirituais e ministeriais. Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações. A primeira, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (v.2), ou seja, santa. Viver em santidade não é fácil, mas é possível, pois o Espírito que no crente habita quer operar a santificação. O pastor é o exemplo para o rebanho, por isso, precisa ter uma vida ilibada. O pastor também precisa ter conhecimento bíblico, sendo “apto a ensinar” (3.2); ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (3.7); não ser neófito, inexperiente (3.6).

3. Qualificações familiares. Ser casado e ter uma vida conjugal saudável (3.2). O pastor deve amar sua esposa “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Precisa governar bem toda a sua família, seus filhos precisam ser crentes e darem bom testemunho (3.4). Se o pastor não cuida da sua família, que é seu primeiro rebanho, como cuidará do rebanho do Senhor?

4. Qualificações morais. Ser honesto, sincero, verdadeiro (3.2); hospitaleiro, ou acolhedor, sabendo tratar bem as pessoas (3.2); não dado ao vinho, não usuário de bebidas alcoólicas (3.3); não espancador, ou seja não violento, agressivo (3.3; Gl 5.22); não cobiçoso nem ganancioso (3.3); ser sóbrio (3.2), simples, moderado (3.3); não contencioso (3.2; 2Tm 2.24); não avarento (3.3; 6.10). Infelizmente, há igrejas que desprezam esses aspectos na hora de separar pessoas ao ministério pastoral.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)
 A Palavra de Deus mostra as qualificações que os que almejam o diaconato e o pastorado precisam ter.


 SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Quinze qualificações (3.2-7). Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção de bispos. Observe que entre as qualificações, não aparece a capacitação em seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve esboço do caráter do bispo (3.2-7).
• Irrepreensível: inteiramente fiel à sua esposa;
• Esposo de uma só mulher: inteiramente fiel à sua mulher;
• Temperante: sóbrio, solícito e modesto;
• Domínio próprio: discipulado, moderado;
• Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado;
• Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;
• Apto para ensinar: capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;
• Não dado à embriaguez: não dado ao vinho;
• Não violento: não dado à hostilidade, ao antagonismo;
• Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
• Não contencioso: não combativo, inimigo de contendas;
• Não avarento: preocupado com as pessoas, não com as finanças;
• Bom governante de sua família: administra a vida familiar;
•Não seja um recém-convertido: maduro e humilde;
• Reputação imaculada: admitido pelos de fora”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.835).


 III. O DIACONATO (8-13)
 1. Os diáconos. A palavra diácono significa “aquele que serve”. Assim como o pastor, eles são chamados para servir à Igreja do Senhor. Os diáconos tiveram e têm um papel muito importante no crescimento da Igreja. Infelizmente, hoje em algumas igrejas, o ofício de diácono parece ter perdido sua importância. Em geral, são chamados para essa função os novos crentes, todavia, esse não é o padrão do Novo Testamento.

2. Chamado para servir. Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Hoje muitos querem ser servidos, mas poucos seguem o exemplo de Jesus e querem servir.
Em Atos 6.1-7 encontramos várias qualificações que foram exigidas dos primeiros diáconos. Porém, na sua carta a Timóteo, Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato.

3. Qualificações. Aqueles que exercem a função de diácono necessitam ser honestos, não de língua dobre (mentiroso, fofoqueiro), não dado ao vinho (que não tenha nenhum tipo de vício), não cobiçoso, ganancioso, tendo uma boa consciência, que governem bem sua família (vv.8,9,12). Você tem estas qualificações? O ministério cristão é algo muito sério.



SÍNTESE DO TÓPICO (III)
 Cabe ao diácono servir a Igreja do Senhor.


 IV. SERVIÇO — RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO
 1. O exemplo do Mestre. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14; Fp 2.5-10). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de escravo (Fp 2.6-8). Jesus lavou os pés dos discípulos para lhes ensinar uma importante lição. Sendo Ele Senhor e Salvador, deu prova de que se comportava como servo (Jo 13.4,5).

2. O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Após seu encontro com Jesus sua vida foi utilizada em prol da Igreja. Ele não mediu esforços para servir. Sua pregação foi sempre autêntica. Ele jamais usou de fraudulência. Hoje há muitos falsos obreiros que se aproveitam dos fiéis e da Igreja para obter ganho financeiro. Um dos requisitos recomendados por Paulo a quem deseja ser pastor é ser obreiro “não cobiçoso de torpe ganância” (1Tm 3.3). No mesmo espírito, Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5.2).

3. O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter imaculado. Sua mãe Eunice e sua avó Loide eram crentes judias que muito contribuíram para sua formação espiritual e moral.
Ele cuidou da Igreja com zelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. O líder de uma Igreja precisa ser corajoso e plenamente comprometido com Jesus Cristo. Ele também demonstrou não buscar a glória para si. Infelizmente, há líderes que são movidos a elogios, ou mesmo por lisonjas. Isso é perigoso para o ministério pastoral de qualquer pessoa.



SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
 A razão de ser do ministério pastoral e do diaconato é o serviço a Deus.


 CONCLUSÃO
 Os pastores e diáconos são obreiros, instituídos pelo Senhor, para auxiliar os servos de Deus. Não importa a função que você exerça na Igreja de Cristo, seja você um pastor ou um diácono, o importante é que “todos sejam um” para a glória de Deus (Jo 17.21), sabendo que para Ele todo serviço tem a sua importância e valor.

PARA REFLETIR
 A respeito das Cartas Pastorais:

Paulo inicia o capítulo três falando a respeito de que assunto?
Ele fala a respeito da função do pastor.

Qual a função primordial do pastor?
Cuidar das ovelhas do Senhor.

Quem separa e escolhe o homem para o ministério pastoral?
Deus.

Quais as principais qualificações morais de um pastor?
Ele deve ser: honesto, sincero, verdadeiro, etc.

Qual o significado da palavra “diácono”?
Significa “aquele que serve”.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Pastores e Diáconos

Um dos problemas quanto a intelectualidade da liderança das igrejas evangélicas são os homens de frente viverem uma preguiça mental não dada aos estudos sérios e sistemáticos da Bíblia e dos grandes temas culturais do século XXI. O pastor de uma igreja local não precisa ser um psicólogo ou um psiquiatra para auxiliar um crente depressivo na igreja. Mas ele precisa saber de informações precisas para discernir, por exemplo, uma possessão ou opressão demoníaca da depressão. Em seguida, indicar o crente para um tratamento psicológico com um profissional da área de saúde. Estas são as demandas atuais de qualquer trabalho pastoral. Mas para isso é preciso ler, se informar e conhecer o assunto.

Sabe-se que a maioria das pessoas que exerce voluntariamente o magistério cristão, ou a direção de congregações ou a liderança de departamentos, faz um enorme esforço para prestar esses serviços à igreja local. Antes, tais pessoas precisam trabalhar para sobreviver. Às vezes, a urgência do trabalho leva esses irmãos a assumir responsabilidades na igreja local sem o devido preparo. Mas hoje a distância já não é tanto um problema para nos atualizarmos. Podemos procurar pessoas que saibam mais do que nós. Temos os livros, a internet e tantas outras formas de nos reciclarmos, além, é claro, das instituições formais de ensino, tanto secular quanto religiosa.
Caro professor, aproveite a aula desta semana para trabalhar esses princípios na vida dos seus alunos. É possível que o seu aluno de hoje, seja o pastor de amanhã; que o seu aluno de hoje, seja o pregador de amanhã; que a sua aluna de hoje, seja a missionária de amanhã; que a sua aluna de hoje, seja a líder de amanhã. É urgente formarmos um ambiente de interesse pelo enriquecimento intelectual a fim de que a nossa igreja, a comunidade pela qual servimos a Deus e as pessoas, seja edificada e cresça mais e mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus.
Portanto, tanto os candidatos a pastor quanto ao diaconato precisam fazer esse compromisso: se preparar mais, tanto intelectual quanto espiritualmente. Nisto, o apóstolo Paulo, autor das cartas pastorais, é o nosso grande exemplo. O apóstolo dos gentios, como poucos, soube coadunar espiritualidade e conhecimento; piedade e intelectualidade; poder de Deus e explicação coerente da fé.



SUBSIDIOS

LEITURA BIBLICA = I TIMÓTEO 3.1-4,8-13
INTRODUÇÃO
Na instrução para combater erro doutrinário em Éfeso, Paulo inclui ensinamento sobre os presbíteros. É o plano de Deus que cada igreja local eleja presbíteros qualificados (veja Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5). Paulo não oferece a Timóteo sugestões para esta escolha, mas dá qualificações, dizendo que “é necessário…” (3:2). Portanto, quem não tiver todas estas qualidades reveladas por Deus não deve ocupar o cargo de presbítero. 
QUEM DESEJA O EPISCOPADO
Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja (1). A primeira vista, a observação com a qual apóstolo inicia esta seção da carta — esta é uma palavra fiel — é igual à declaração dita anteriormente em 1.15: “Esta é uma palavra fiel”. Mas a igualdade é meramente aparente. A primeira observação deu início a um ensino muito importante sobre a obra redentora de Cristo. Mas aqui não há tal declaração solene de fé. Ainda que os estudiosos não tenham chegado a um acordo quanto a este ponto, é provável que esta tradução seja a correta: “Há um dito popular que diz: ‘Aspirar à liderança é ambição honrosa” (NEB; cf. AEC, BJ, BV).
Qualificações dos líderes em 1 Timóteo 3.1-13

Este material foi usado em nossa igreja para estudar o que a Escritura fala sobre a qualificação dos líderes. Não se trata de um material exaustivo sobre o assunto, entretanto, entendemos que este pode ser de grande ajuda para ministrarmos na igreja do Senhor a importância de se escolher um líder de acordo com o padrão de Deus, deixando as preferências pessoais de lado.
QUALIFICAÇÕES DOS LÍDERES EM 1 TIMÓTEO 3.1-13
As duas cartas enviadas à Timóteo e a carta à Tito são conhecidas como “cartas (epístolas) pastorais”, ou seja, cartas enviadas à pastores para orientá-los na condução das igrejas que estavam liderando.
Timóteo era natural de Listra (At 16.1) e estava pastoreando a igreja de Éfeso (1.3). Paulo foi a pessoa usada por Deus para que Timóteo fosse resgatado por Cristo (1.2), sendo que Timóteo passou a acompanhá-lo em sua segunda viagem (At 16.1). Timóteo foi companheiro de Paulo em várias viagens e foi mencionado como cooperador no envio de seis cartas: 2 Coríntios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Filemon.
Éfeso: Era a capital da Ásia. Uma cidade pagã, onde se adorava a deusa Artemis (Diana) no templo pagão que era considerado uma das sete maravilhas do mundo. O templo tinha 127 colunas de 20 metros de altura numa área de 140 metros de comprimento por 70 metros de largura, entretanto, estava sucumbindo diante do evangelho. Em contraste com isso, a igreja de Cristo crescia a cada dia (At 19.17-18) e continuou se reunindo nas casas pelo menos duzentos anos.
Muitas pessoas creram no evangelho naquela cidade (At 19.13-20). Por este motivo, houve grande perseguição, visto que, quando as pessoas criam no evangelho, elas abandonavam aquelas práticas pagãs (At 19.23-29).
Timóteo era um jovem ministro designado por Paulo para firmar esta igreja na Palavra de Deus. Paulo cita por três vezes nesta carta a frase “Fiel é a Palavra” (1.15; 3.1; 4.9) e enfatiza a fidelidade à Bíblia em diversos momentos (1.3; 1.10; 4.6; 4.16; 5.17; 6.3-5).
Por que estudar sobre a qualificação dos líderes?
  1. Porque a Palavra de Deus fala sobre este assunto;
  2. Porque dará discernimento à igreja para avaliar e confrontar seu(s) líder(es) (1Tm 5.19-21);
  3. Porque serve para o líder ou futuro líder fazer uma auto-avaliação;
  4. Porque conseguiremos diferenciar presbíteros de diáconos e conhecer outras expressões;
  5. Porque a maior parte dessas qualificações todo crente deve buscar, independentemente do desejo ou possibilidade de ser líder;
  1. Porque é a maneira de Deus orientar a igreja para que ela reconheça ou não a pessoa como líder.
“Fiel é a palavra” – Paulo refere-se à declaração que irá fazer acerca dos líderes, ou seja, essa palavra sobre os bispos é fiel.
“Se alguém aspira – aspirar é desejar. Mas não é suficiente apenas desejar, pois não trata-se de um teste vocacional. Deus capacita cada líder para servi-lo na igreja e para preencherem as qualificações de um bispo (At 20.28).

Três passos são necessários para que o desejo se torne realidade, são eles: chamado de Deus, desejo pessoal e aprovação da igreja usando os requisitos que serão comentados posteriormente.
“o episcopado,” –  Segundo Phil Newton “os gregos usavam esse termo para definir um ofício que tinha funções de superintendência, quer no âmbito político, quer no religioso[1]”. A palavra tem o sentido de “olhar sobre, ter consideração para com algo ou alguém”. Ou seja, o bispo cuidava dos outros, especialmente dos necessitados. O episcopado é a função desempenhada pelo bispo. As palavras “bispo” e “presbítero” são usadas intercambiavelmente, ou seja, possuem o mesmo significado (Tt 1.5-7).
Igualmente podemos pensar sobre essas duas palavras, pois elas se unem no mesmo significado com a palavra “pastor” (At 20.28; 1Pe 2.25; 5.1-2). A Bíblia se refere de formas distintas em relação ao líder para que algumas características sejam evidenciadas:
Bispo – “olhar sobre, ter consideração por algo ou alguém”. Implica em liderança e direção dada a igreja.
Presbítero – enfatiza a maturidade espiritual necessária para o ministério (At 11.29-30). Anteriormente era usada para se referir a homens de idade avançada (Jo 8.9). Paulo demonstra essa mudança designando o jovem Timóteo para esse ministério (4.12).
Pastor – significa “pastor de ovelhas”. Aquele que cuida, lidera, restaura, guia e supre as necessidades da ovelha.
“excelente obra almeja” – o trabalho ministerial é excelente, ou seja, profissões seculares não diminuem a importância do trabalho do ministro.
“É necessário…que o bispo…” – a palavra para bispo está no masculino, não permitindo dizer que a mulher pode exercer o episcopado. Além disso, a expressão “é necessário” demonstra que as instruções de Paulo não são meras dicas. Na verdade, são condições impostas àqueles que desejam ser ministros do evangelho.
“irrepreensível” – muitas vezes essa palavra é entendida como se o ministro possuísse uma blindagem às críticas, sendo proibido contestar qualquer desvio existente. Entretanto, o que Paulo está falando é que o ministro deve ter um comportamento exemplar, sem que sejam necessárias críticas à sua pessoa.
O bispo não será perfeito, mas não terá pecados pendentes. Ele sempre buscará acertar seus problemas de forma rápida e decisiva. Também não será dado a vícios, falta de domínio com dinheiro, impureza moral, etc. Paulo irá desenvolver esses e outros casos à seguir.
MacArthur afirma corretamente que “Um pastor profano é como uma janela com vitral: um símbolo religioso que impede a entrada de luz. Por isso, a qualificação inicial do líder é ser irrepreensível”.
“esposo de uma só mulher” – novamente acontece a reafirmação de um ministério masculino, pois esta qualificação é específica do homem, visto que a tradução literal do texto é “Homem de uma só mulher”. Alguns pastores e teólogos defendem que este versículo é uma prova que, para ser pastor, é necessário que o candidato seja casado. Entretanto, vemos aqui que a intenção de Paulo era destacar o casamento monogâmico, visto que naquela cultura eram comuns casos de poligamia e prostituição ritual.
O ministro não pode ser divorciado nem “recasado”, pois não seria irrepreensível caso estivesse nesta situação (Rm 7.2-3). Além disso, é necessário que o bispo busque pureza de pensamentos, pois o adultério começa na mente (Mt 5.27-28).
“temperante” – a palavra no grego transmite a idéia do “estilo abstinente que os bispos devem levar”, tendo o significado de “evitar intoxicação” (não somente de bebida alcoólica). A Palestina era uma região muito seca e o vinho era uma bebida comum, mesmo que normalmente era misturado com grandes quantidades de água. Coloca-se aqui o princípio de domínio próprio para o ministro aprovado. Dessa forma, o pastor não deve ser dado ao vinho, princípio que é reforçado no próximo versículo. Paulo não está falando que é proibido tomar vinho, até porque ele aconselhou Timóteo a tomar um pouco de vinho para fins medicinais (5.23).
Não sendo dessa forma, o melhor é evitar bebida alcoólica, visando não escandalizar o próximo e ser um ministro temperante. Além disso, a palavra temperante faz referência a intoxicação, não somente de vinho, mas de qualquer outra coisa, sendo comida um outro exemplo.
“sóbrio” – essa palvra significa “prudente”, “disciplinado”. Phil Newton comenta que o ministro sóbrio é aquele que “é capaz de exercer juízo correto, mesmo em tempos difíceis. O homem sóbrio evita excessos e pensa com clareza. O ministro tem uma vida ordenada e autodisciplinada, determinando com clareza suas prioridades.
Portanto, ser sóbrio é possuir pensamentos e objetivos claros,  expondo prioridades, não fazendo as coisas precipitadamente, mas sendo cauteloso em todos os passos.
“modesto” – “digno”, “bem comportado”, “sereno”. O significado básico dessa palavra é “ordeiro”. Sua mente disciplinada (sóbria), leva a uma vida disciplinada.
MacArthur (pág. 129) comenta que “Um líder espiritual não deve viver uma vida caótica, mas, sim, de forma ordenada, desde que seu trabalho envolva boa administração, supervisão, organização e prioridades bem estabelecidas.
“hospitaleiro” – o bispo deve ser hospitaleiro, ou seja, receber bem as pessoas. O contexto da igreja primitiva era de igreja nas casas (Rm 16.3-5; Cl 4.15). Hospedar missionários itinerantes e receber irmãos que estavam sendo perseguidos por causa do evangelho (At 8.1; Tg 1.1) também estão entre as razões para o ministro ser um bom hospedeiro.
A atitude de receber pessoas em casa revelará o coração do líder. Ele poderá demonstrar todo seu amor pelas pessoas, a harmonia que existe em seu lar, o desprendimento de bens materiais e um coração obediente (Rm 12.13).
“apto para ensinar” – o ministro deve conhecer as doutrinas da Bíblia, manejando-a de forma coerente e segura. Ele não precisa saber todas as coisas, mas precisa transmitir convicção doutrinária. Segundo MacArthur (pág. 131) “O presbítero deve ser um professor habilidoso.Esta é a única qualificação que o diferencia dos diáconos e do resto da congregação”. Phil Newton também contribui com esse assunto quando afirma que o presbítero, além de líder deve ser mestre, pois não há como separar essas características do bispo. Portanto, o bispo deve ser um líder que ensina.
Existem as lideranças administrativas em diversas igrejas, mas não vejo como algo bíblico afirmar que a liderança administrativa é a liderança espiritual da igreja, já que a Escritura sequer faz alusão a este tipo de governo. Futuramente veremos a diferença entre presbíteros e diáconos.
 “não dado ao vinho” (“colocar-se ao lado do vinho”) – cultos pagãos eram regados de bebedeira para se alcançar um estado de euforia. Já foi falado que o ministro deve ter uma vida abstinente de bebida quando Paulo declara a necessidade do bispo ser “temperante”. Quando o apóstolo cita que o bispo não deve ser “dado ao vinho”, ele quer instruir todo líder a não ter uma reputação de beberrão, ou seja, aênfase aqui não é “apenas” na ingestão de bebida, mas àquele que é associado aos beberrões.
Não há nada de errado em conversarmos com pessoas reconhecidamente viciadas em bebida alcoólica ou qualquer outro tipo de droga, até porque Jesus nos deu esse exemplo, envolvendo-se com todo tipo de pessoas (Mt 9.11-13). O próprio Jesus foi associado a beberrões (Mt 11.18-19), entretanto Cristo foi associado por calúnias e não por associar-se de forma a criar vínculos na prática da bebedice.
O que Paulo quer nos dizer através desta frase é que o líder (e todo cristão) não deve ser conhecido como aquele que sente-se confortável em ambientes de bebedeira e farra, preferindo esse tipo de ambiente na companhia dos ímpios a estar em comunhão com o povo de Deus.
Portanto, o líder cristão deve avaliar os ambientes onde se insere. Ele não precisa ir à boate para evangelizar boêmios, ao motel para evangelizar adúlteros, a festa de música eletrônica para falar de Jesus para os drogados, etc. Também é importante que cristãos se abstenham de bebida alcoólica em eventos sociais por questão de testemunho (Rm 14.21-23; 1Co 10.31). Assim, os ministros evitarão tentações, suspeitas e críticas.
“não violento,” – o ministro não deve “dar golpes”, ou ser “espancador”. Ele não cogitará resolver problemas usando força e violência (2Tm 2.24). É provável que os falsos mestres usavam desse artifício contra cristãos e incrédulos e que alguns ministros estavam aderindo a esta prática.
 “porém cordato” – esta qualidade diz respeito ao líder que necessita ter consideração, ser gentil, paciente, gracioso e tem facilidade para perdoar falhas alheias. John MacArthur comenta que “um líder gentil tem a habilidade de lembrar do bem e esquecer do mal. Não mantém um registro dos males que as pessoas cometem contra ele (cf. 1 Co 13.5)”. A verdadeira sabedoria possui esta qualidade, traduzida na epístola de  Tiago por “indulgente” (Tg 3.14-17).
O bispo e toda a igreja devem ser disciplinados para não  falar nem pensar em pessoas que geraram algum tipo de prejuízo ou ofensa a sua pessoa. A mente do cristão precisa ser voltada para aquilo que edifica (Fp 4.8; Cl 3.1-2).
“inimigo de contendas” – “pacífico”, “que reluta em lutar”. Aqui o termo não se refere à violência física, mas a alguém encrenqueiro, que gosta de polemizar. Paulo alerta a igreja de Éfeso com relação aos falsos mestres, pois esses agiam dessa forma (1Tm 6.3-5). O ministro contencioso vive procurando brechas para criar polêmica. Ele sente prazer em discutir, tentando provar a superioridade dos seus argumentos.
A igreja é o povo de Deus que se reúne para glorificar ao Senhor Jesus como família de Deus, bem como para edificação mútua. Portanto, a igreja não se reúne para brigar, visto que essa atitude não reflete o caráter do povo de Deus. Sendo assim, líderes que se comportam de forma contenciosa ou estimulam brigas, estão desabilitados para o ministério.
“não avarento” – essa proibição significa“não amante do dinheiro”. O dinheiro é um dos pontos mais sensíveis do ministro e do cristão em geral. Falsos bispos olhavam o ministério como fonte de lucro (6.5). Atualmente, muitos líderes usam a igreja como um investimento, membros como clientes e ministério como oportunidade de estabilidade e bom salário. Sendo assim, o bispo deve arranjar estratégia para cativar mais clientes que possam contribuir com seu investimento, mantendo um padrão de crescimento nos lucros. O bispo nesse caso acaba sendo um empresário eclesiástico.
Paulo não reprova a idéiado ministro receber um salário por sua dedicação ao ministério. Muito pelo contrário, ele até incentiva a generosidade da igreja no sustento do ministro fiel (5.17-18; cf1Co 9.9-10). John MacArthur alerta o bispos da seguinte forma: “se você corre atrás do dinheiro, nunca saberá se veio do Senhor ou de seus esforços, e isso o privará da alegria de ver Deus suprindo suas necessidades”. Portanto, o pastor não está no ministério para enriquecer, mas para dedicar-se ao ministério (Lc 16.13-14; 1Tm 6.10-11).
Conclusão: Paulo enfatiza neste versículo que o ministro deve ser exemplo de domínio sobre as paixões carnais como bebedeira, intrigas e amor ao dinheiro. Todas elas são  indevidas para qualquer cristão e desqualificam o presbítero. Que o Nosso Deus sonde nossos corações e conceda-nos capacitação pelo Espírito Santo para vivermos de forma piedosa, tendo como objetivo sermos ministros e cristãos aprovados diante de Cristo (Rm 8.27; 2Co 5.10).
Paulo nos versículos 4 e 5 expõe qualidades do líder com relação ao relacionamento familiar. Éfeso era uma cidade portuária, onde a promiscuidade e a idolatria eram características marcantes. Isso ressalta ainda mais a importância de Paulo orientar Timóteo quanto a necessidade do bispo ter uma família estruturada.
“governe bem sua própria casa” –  “presidir” , “ter autoridade sobre”. esposa e filhos, administração do dinheiro, etc.
Um bom governante administra todas as áreas da sua casa, inclusive a financeira. Uma má administração financeira desqualifica o bispo, mesmo que ele seja um bom pregador, dedicado pai de família, com esposa submissa.
“criando os filhos sob disciplina” – Segundo MacArthur “sob disciplina” “é um termo militar que significa alinhar em fila sob aqueles que tem autoridade”. Os filhos reconhecem essa autoridade e respondem com obediência bíblica (imediata, inteira, interna). A palavra traduzida como “disciplina” nesse versículo diz respeito a ser criado nos padrões especificados pelo pai.
“com todo respeito” – “dignidade”, “reverência”. Devem ser filhos que não envergonham, mas trazem honra ao pai. Isso tudo é conseguido com paciência e mansidão, pois violência não deve ser parte dos recursos do presbítero (3.3). Isso não impede que o líder seja firme, rígido e imponha respeito através da disciplina bíblica desde a infância (Pv 13.24; 22.15; 23.13-14; 29.15). Além disso, o líder do lar conquistará o coração dos filhos, servindo de exemplo para eles (Pv 23.26).
“(pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);” –aquele que não sabe governar sua família, certamente não saberá governar a igreja. O pastor é muito mais do que um pregador, ele deve ser modelo de autoridade a partir do seu lar. O trato com esposa e filhos é decisivo para a autoridade do ministro. Paulo endurece ainda mais o discurso, afirmando que o ministro que não consegue criar os filhos sob sua disciplina e colocá-los sob sujeição, como então ele conseguiria fazer isso com a igreja que possui muitas pessoas, sendo que várias sequer têm vínculo familiar.
O líder deve ter uma família (esposa e filhos) estruturada, sendo honrado por ela. Aquilo que a esposa e filhos falam do líder da casa conta muito. Mesmo que as palavras não sejam verdadeiras, elas servirão para demonstrar a insubmissão da família ao sacerdote do lar.
É indispensável que o bispo tenha uma família harmônica. Imagine um bispo em Éfeso, com esposa insubmissa ou incrédula, sendo uma das prostitutas do templo de Diana, por exemplo. Paulo afirma que o ministro deve ter uma família cristã exemplar.
Filhos que andam longe da comunhão com Deus, esposa insubmissa e endividamento familiar são sinais de um governo familiar deficiente. Portanto, a melhor maneira de conhecer a autoridade de um líder é através de sua família. A preocupação com os filhos e esposa, o empenho em suprir suas necessidades e o esforço para conduzí-los espiritualmente são atitudes de um ministro aprovado.
Não é sem razão que Paulo faz comparação entre família e igreja, pois a igreja deve ter igual tratamento ao da família por parte do presbítero. A igreja deve ser liderada sob disciplina, tendo como padrão a Palavra de Deus. O pastor será respeitado não apenas por ser pastor, mas será reconhecido por sua vida coerente com aquilo que está falando. Portanto, sua autoridade não está apenas num título mas naquilo que vive.
Estes dois versículos (vv. 6-7) encerram as exigências impostas sobre os ministros do evangelho. O apóstolo Paulo enfatiza nesse momento a importância da igreja possuir pastores maduros para a condução do rebanho. O argumento segue com a necessidade do ministro ser coerente biblicamente, tanto na igreja quanto em sua vida na sociedade como um todo.
“não seja neófito” – a tradução literal de “neófito” é “recém-plantado”. Logicamente é necessário que o ministro seja convertido. Como em nossos dias o padrão dos cristãos tem se rebaixado continuamente, corre-se o risco da igreja possuir líderes que nem sequer crentes são, pois uma pessoa assídua nas reuniões já é considerada uma pessoa de compromisso e apta para assumir o pastorado na igreja.
A Palavra de Deus exige que o crente seja um homem maduro espiritualmente, possuindo algum tempo de igreja. A Bíblia não estipula tempo para que o membro possa ser uma pessoa madura, visto que o padrão de maturidade num local pode não ser em outro devido ao desenvolvimento espiritual de cada igreja. Sendo assim, aquela que almeja o ministério deve ter maturidade suficiente para liderar a congregação em questão.
Como já foi ressaltado em outra ocasião, Paulo não está desqualificando os jovens para o ministério, pois o próprio Timóteo era um jovem ministro e não deveria ser desprezado por causa disto (4.12). A questão envolvida aqui é a restrição quanto a cristãos imaturos para o exercício do presbitério. Esta passagem não isenta “veteranos de igreja” do exame, pois anos de igreja nem sempre são reflexo de maturidade. A avaliação deve levar em conta o conjunto das características expostas nesta passagem e em Tito 1.6-9. Existem outras passagens (At 6.3, por exemplo), todavia elas refletem características expostas nestas duas passagens.
“para não suceder que ensoberbeça” – “ensoberbeça” significa “envolver em fumaça”. Com essa figura de linguagem, Paulo quer dizer que o ministro não deve ser novo convertido (recém plantado) para não acontecer que ele fique envolto na fumaça por causa do orgulho. A soberba cega o ministro como uma cortina de fumaça nos impede de olhar o caminho.
João Calvino sabiamente comenta que “os noviços não somente têm fervor impetuoso e coragem ousada, mas igualmente se orgulham com insensata confiança, como se pudessem voar para além das nuvens. Consequentemente, não é sem razão que são excluídos da honra do pastorado, até que, dentro do processo do tempo, seu orgulhoso temperamento seja dominado”. Alford na mesma linha ressalta que “temos aqui a nuvem de poeira que o orgulho de um homem levanta sobre ele, de modo a não poder ver a si mesmo e aos outros conforme eles são”. Essa soberba (nuvem de fumaça) era característica dos falsos mestres (1.7).
“e incorra na condenação do diabo” – nesta parte do versículo Paulo alerta Timóteo a gravidade das consequências ao colocar pessoas imaturas para liderarem a igreja. O que Paulo disse foi que novos convertidos na liderança da igreja terão seu orgulho aflorado de tal forma que receberão juízo igual o próprio diabo recebeu devido ao seu orgulho, ou seja, o líder será rebaixado da condição elevada que estava. A melhor forma de se lidar com o orgulho é a humildade, característica marcante do obreiro aprovado (Mt 23.11-12; Mc 10.43-44) exemplificada pelo próprio Cristo (Mc 10.45). Portanto, a igreja não deve colocar na liderança pessoas que Deus rebaixará futuramente.
“Pelo contrário, é necessário que ele tenha…”
“…bom testemunho dos de fora,” – o bom testemunho do pastor é indispensável tanto em sua casa como na igreja. Entretanto, a Escritura afirma que o presbítero deve ter também uma boa reputação na comunidade.
As pessoas em volta observam o procedimento dos cristãos, principalmente de seus líderes. Portanto, aquele que almeja ser líder deve ser bem visto pelas pessoas. Isso aplica-se a questões morais (fidelidade conjugal, cuidar bem dos filhos, ser educado, etc.) e a questões éticas (fiel em seus compromissos financeiros, bom vizinho, honesto, honra sua palavra, etc). As pessoas podem até discordar daquilo que o pastor ensina, mas não terão outros motivos para considerá-lo infiel.
Certamente as pessoas do mundo discordarão ou até perseguirão o ministro (Jo 15.18-20), entretanto, todas as oportunidades devem ser aproveitadas para testemunhar do evangelho (Cl 4.5-6).
“a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” – novamente satanás é citado nesta passagem. Se no versículo anterior Paulo se referia ao juízo igual ao que satanás recebeu, aqui o apóstolo mostra o diabo em atividade, armando ciladas para insultar (opróbrio) o pastor. O inimigo produz armadilhas com o intuito de destruir a integridade e credibilidade do bispo.
O líder pode possuir áreas vulneráveis como qualquer pessoa (dinheiro, poder, cobiça, domínio próprio, etc) e, quando está desprovido de discernimento e maturidade, cai nas armadilhas do diabo, que está em plena atividade para tirar a autoridade do ministro. A palavra “laço” refere-se a “armadilha”. Essa palavra era usada para indicar algo que apanha animais. É importante ressaltar que as armadilhas do inimigo sempre existirão (1Pe 5.8). Sendo assim, o que pode mudar é a atitude do ministro, sendo vigilante e tendo conduta cristã exemplar (bom testemunho) diante de todos (Ef 6.11-12).
Diáconos (v.8) – esta palavra e os termos relacionados aparecem aproximadamente 100 vezes no Novo Testamento e seu significado  é “servo”, “ministro”. Essa palavra ocorre na maioria das vezes num sentido geral, ou seja, para expressar trabalho ou obra. Normalmente, quando a Escritura usa essa palavra é para referir-se ao servo e não ao ofício. Alguns exemplos são:
A Escritura relata que Cristo veio para ser servo (diácono) e dar a vida por muitos (Mc 10.45);
Os serventes (diáconos) das bodas de Caná (Jo 2.5);
Ser servo (diácono) de Jesus é segui-Lo (Jo 12.26);
Existe o dom de ministério (diácono), mesmo não possuindo o cargo de diácono (Rm 12.7);
Os governantes são ministros (diáconos) de Deus (Rm 13.4);
Paulo e Apolo são servos (diáconos) de Deus (1Co 3.5);
Cristo não é ministro (diácono) do pecado (Gl 2.17).
Portanto, vemos nessas passagens, especialmente em João 12.26 e Romanos 12.7 que é papel de todo crente servir. O trabalho da igreja não deve ficar somente sob a responsabilidade dos presbíteros e diáconos. Não existem crentes espectadores, visto que todos fomos chamados para servir.
Qual o papel dos diáconos?
À princípio, os diáconos, no sentido técnico, eram auxiliares dos presbíteros (At 6.2-4), com a atribuição de servir as mesas. Esse significado expandiu-se com o tempo, vindo a compor todo tipo de tarefa administrativa, pois muitas outras surgiram com o tempo. Alguns exemplos são: Coleta de ofertas, distribuição de cestas básicas, decisões de manutenção do prédio, compra de móveis, instrumentos, prioridades orçamentárias, etc.
Obs: Algumas questões envolvidas no ministério do diácono são levadas para decisão com toda a igreja. Esse tópico veremos quando tratarmos sobre governo na igreja (congregacional, presbiteriano, pluralidade de presbíteros, episcopal, etc).
Devemos ressaltar novamente que, assim como a mulher não é inferior ao homem, da mesma forma o diácono não é inferior ao presbítero. Ele é auxiliar do presbítero, sendo funcionalmente submisso ao presbítero. Isso não faz do diaconato uma tarefa menos nobre, pois cada ministério na igreja tem sua importância no corpo de Cristo.
Para fazermos distinção às duas funções podemos dizer que o presbítero é responsável pelo ensino doutrinário e pelo governo da igreja (1Tm 5.17) enquanto que os diáconos se preocupam com as questões administrativas da igreja, dentro do padrão ensinado e atribuído pelos presbíteros. 
Qualificação dos diáconos
As qualificações dos diáconos são iguais à dos bispos em muitas questões. Entretanto, existe uma questão que precisa ser ressaltada.
O que difere presbíteros de diáconos é que o primeiro precisa ter aptidão no ensino (3.2) enquanto essa qualificação não é necessária ao segundo. Esta é a única qualificação que diferencia o presbítero do diácono, pois todas as outras são necessárias tanto aos obreiros quanto à todo membro da igreja.
O que talvez dê a impressão de existirem outras diferenças são as expressões distintas para citar as qualidades que o diácono deve ter. Entretanto, tratam-se de expressões similares, que vão dar ênfase as mesmas áreas a serem avaliadas. Vejamos algumas delas:
“Respeitáveis” – sérios, tanto no sentido mental quanto no caráter. A pessoa que tem essa qualidade gera naturalmente o respeito dos outros. Sendo assim, o diácono é aquele que trata os assuntos com a seriedade necessária. Ele não é tolo ou irreverente, tratando assuntos sérios como se fossem brincadeira.
“de uma só palavra” – “não de língua dupla”, “insincero”. Nesta passagem Paulo não está se referindo à fofoca, mas a pessoas que diz uma coisa para uma pessoa e outra diferente para outra para tirar proveito de alguma situação. Esse tipo de pessoa “afina” seu discurso de acordo com o público e seus interesses. Sendo assim, a pessoa é conhecida como “diplomática”, entretanto buscam agradar a homens e nesse sentido estão desqualificados para o ministério (Gl 1.10; 1Ts 2.3-6).
Exemplo: O diácono que recolhe as ofertas e, por saber a quantia que cada pessoa contribui, tolera atitudes pecaminosas dos mais generosos ou mais ricos, entretanto, as pessoas menos favorecidas ou menos generosas são tratadas com intolerância.
Ser parcial nos julgamentos desqualifica para o ministério.
 “não inclinados a muito vinho” – essa qualificação vem com alguma diferença em relação aos presbíteros. Quando Paulo refere-se ao epíscopo ele declara que é necessário que o presbítero não seja “dado ao vinho” (3.3), ou seja, o pastor deve ter uma vida abstinente de bebida. Nesse momento, quando refere-se aos diáconos, a orientação é para que estes não sejam “inclinados a muito vinho”, que pode também ser traduzido como “voltar a mente para”, “ocupar-se com”.
Os diáconos foram instruídos a apreciar o vinho sem exageros. Isso não quer dizer que o diácono contemporâneo possa beber com moderação.  A diferença existente é que no início do primeiro milênio o vinho era consumido misturado a grandes quantidades de água. Dependendo da concentração da bebida, poderia ser misturado a até vinte medidas de água.
John Mac Arthur em seu artigo “O uso do vinho na Escritura” comenta que “O vinho fermentado por meios naturais tem um conteúdo alcoólico de nove a onze por cento (…) o vinho não misturado dos antigos tinha um conteúdo alcoólico máximo de onze por cento. Mesmo que mesclado pela metade (uma mistura que segundo Menesiteo gerava demência), o vinho teria um conteúdo máximo de cinco por cento. Sendo que o vinho mais forte que se bebia normalmente era mesclado pelo menos em três partes de água por uma de vinho, o seu conteúdo alcoólico estaria numa categoria não superior a 2.25-2.75 por cento, muito abaixo a 3.2 por cento, o que é considerado atualmente como o parâmetro para classificar uma bebida como alcoólica”.
O padrão que deve ser adotado em nossa época não deve ser o de beber com moderação mas de abster-se da bebida alcoólica.  Visto que o vinho produzido atualmente possui grande teor alcoólico e haverem milhões de pessoas com vidas destruídas devido à dependência do álcool, o diácono é chamado a cumprir o princípio de não fazer o irmão tropeçar (Rm 14.21) e não ser motivo de escândalo (1Co 10.32). Portanto, o diácono não deve demonstrar tendência para com o vício do alcoolismo e zelar pelo seu testemunho, a fim de não escandalizar ninguém com suas atitudes.
“não cobiçosos de sórdida ganância”  – Neste capítulo,esta orientação é dada aos diáconos, mas o presbíteros também devem possuir essa característica (Tt 1.7). “Cobiçosos de sórdida ganância” significa “ganho desonesto” ou “cobiça pelo dinheiro”.
Os diáconos já nos tempos de Paulo eram encarregados da coleta de ofertas, da distribuição de dinheiro para as viúvas e para os órfãos. As pessoas encarregadas dessa tarefa andavam com uma sacola e poderiam sentir-se tentadas a retirar uma quantia para si. Mesmo antes da existência do ofício de diácono, vemos que essa prática desonesta já existia (Jo 12.4-6). Como esse tipo de tentação é real, é necessário que o diácono seja uma pessoa digna de confiança e não ganancioso. O propósito do diácono em nenhum momento deve ser o enriquecimento ou ganhar dinheiro desonestamente.
Sabemos que atualmente existem melhores instrumentos de controle, como por exemplo, o dinheiro que é depositado em conta corrente depois de conferido por duas pessoas, talão de cheque que precisa ser assinado por outra pessoa e autorizado por um grupo (líderes, ou em alguns casos toda a igreja), extratos discriminando gastos, etc. Entretanto, como o coração do homem é corrupto, novas maneiras de desviar o dinheiro da obra de Deus surgiram. Ex: Desviar dinheiro de retiros, almoços, campanhas, ficar isento de pagar passeios, lanches, etc.
 “conservando o mistério da fé” – a Bíblia por diversas vezes refere-se a doutrina cristã como “mistério”. Normalmente, o Novo Testamento refere-se a alguma verdade divina, que antes estava oculta e agora tornou-se revelada usando a palavra “mistério”. O Novo Testamento revela a ação redentora de Cristo, algo que o Antigo Testamento não trazia de forma completa. Como exemplos podemos citar a encarnação de Cristo (1Tm 3.16), o evangelho da salvação (Ef 6.19; Cl 4.3) e o arrebatamento da igreja (1Co 15.51-52).
O diácono deve conservar o conteúdo da doutrina cristã. Isso deverá ser feito através do conhecimento e propagação desse mistério. Portanto, mesmo o ministério do diácono sendo as questões administrativas da igreja, seu foco deve ser as questões espirituais da igreja refletidas no seu trabalho, visto ele não ser um mero administrador, mas um servo de Deus.
“com a consciência limpa” –  a consciência do diácono deve estar limpa, ou seja, livre de acusação, pura moralmente. O ministro não deve apenas crer (Tg 2.19) mas também viver de acordo com os mistérios de Deus (Tg 1.22). A verdade é que, quanto mais conhecimento bíblico é adquirido, mais forte deve ser a consciência. Portanto, o diácono deve ser exemplo de santidade para todos os crentes, pois se a sua consciência está sendo trabalhada pela Palavra de Deus, o ministro está no processo de transformação à imagem de Cristo (2Co 3.18).
“experimentados”  – essa palavra não quer dizer uma pessoa de idade, visto que já falamos ser Timóteo um jovem ministro (4.12). A palavra em questão refere-se a “aprovar”, “aceitar como comprovado”. Vemos marcas de aprovação em muitos momentos. Brinquedos com selo de qualidade (inmetro), remédios com aprovação do ministério da saúde, empresas com selo de qualidade, profissionais identificados por conselhos (medicina, engenharia, contabilidade, economia, etc). Enfim, a sociedade identifica aquilo que é considerado aprovado de acordo com um padrão.
Assim como em todo lugar existe um padrão de conduta aprovado, a igreja necessita de diáconos que sejam aprovados em suas atitudes. O candidato a obreiro é aprovado quando demonstra sua disposição em servir, além de sua reação madura diante do calor das dificuldades.
Aquele que almeja exercer o diaconato não precisa ser “veterano de igreja” no sentido de estar a várias décadas congregando, mas também não deve ser novo convertido.
É necessário que o candidato já tenha passado por algumas situações de dificuldade dentro da igreja para que haja oportunidade de ser observada sua conduta nestas circunstâncias. Além das reações na igreja, é necessária uma observação sobre sua vida familiar e suas reações neste contexto. Um obreiro inexperiente e/ou hipócrita certamente trará grandes problemas à igreja.
Portanto, o obreiro deve ser experimentado, como a moeda que era testada a qualidade do seu metal (Pv 25.4; Is 1.22) e como Israel será salvo (Zc 13.9).
“se se mostrarem irrepreensíveis” (anegklhtoi) – Paulo coloca debaixo do mesmo padrão espiritual presbíteros e diáconos. O diácono deve serlivre de toda acusação justa, ou seja, ele não pode ter qualquer pendência relacionada àquilo que qualifica um obreiro, pois tal pendência seria um empecilho para um ministério aprovado por Deus. Visto que o bom nome da igreja não deve ser maculado, seus obreiros devem possuir caráter irrepreensível.
Certamente você já tem a imagem formada sobre políticos, pedreiros, mecânicos, advogados, policiais, etc. Muitas vezes, seu ponto de vista não se deve a profissão, mas as pessoas que trabalham nessas áreas e agiram de alguma forma peculiar. Isso fez com que você olhasse para aquela profissão de maneira particular, algumas delas ganhando sua simpatia, outras sendo olhadas com reprovação.
A igreja do Senhor Jesus deve ter uma vida reta, e para isso, seus ministros devem ter um caráter exemplar, pois o corpo de Cristo deve demonstrar seu caráter santo.
Quando as pessoas olham para a igreja, o que elas pensam? Quando olharem para a “nossa igreja”, o que pensarão? A escolha dos obreiros terá grande influência no que a sociedade pensará da igreja (1Pe 4.14-16).
“exerçam o diaconato” – Visto que existem sérias implicações na escolha errada de um diácono, Paulo coloca condições para a escolha do assistente. Dentro do ministério, o diácono deve ser constantemente provado quanto ao seu caráter e sua espiritualidade. Sua disposição no serviço cristão, sua seriedade, sua firmeza doutrinária, entre outras questões serão periodicamente analisadas.
Semelhantemente aos pastores, os diáconos não estão no cargo de forma vitalícia. Isso é muito claro quando vemos Paulo colocando as qualificações desse obreiro como condições para exercer o ministério. O ministro não poderá mais exercer o ministério quando for exortado, colocado no processo de disciplina e continuar descumprindo os requisitos bíblicos.
Quanto às mulheres, elas são diaconisas ou apenas      
Esposas dos diáconos? (v. 11)
Alguns argumentos a favor do ofício de diaconisas:
As mulheres não são citadas quando Paulo refere-se aos presbíteros. Neste caso, não faria sentido referir-se apenas às esposas dos diáconos;
As qualificações colocadas neste versículo eram muito elevadas para serem apenas para as esposas dos diáconos;
Paulo não refere-se à diaconisas porque esse termo não existia na língua grega. Sendo assim, caso Paulo usasse o termo diáconos, não haveria como fazer distinção entre homem e mulher. Portanto, o uso da palavra “mulher” é justificada (Como não existe termo grego para diaconisas, o mais correto seria dizermos mulher diácono);Febe servia (Rm 16.1).
Alguns argumentos contrários ao ofício de diaconisas:
Paulo está fazendo referência às esposas dos diáconos, visto que as qualificações da mulher estão entre as qualificações do diácono. Caso fosse referir-se à diaconisas, Paulo abriria um parágrafo antes ou depois das qualificações dos diáconos e não no meio.
Os diáconos tinham um contato mais pessoal com as pessoas naquela época. Eles levavam mantimentos aos órfãos e viúvas, e na maioria das circunstâncias era necessária a presença de sua esposa. Dessa forma, as qualificações da esposa deveriam ser evidentes e faziam parte da qualificação do diácono.
Esta é uma lista de qualificações muito pequena para ser considerada como necessária a um ofício;
Quando a Bíblia refere-se aFebe como uma pessoa que servia (Rm 16.1), está referindo-se a servir no sentido não técnico. Portanto, Febe era uma ajudante.
Conclusão
Existem fortes argumentos para ambas as posições, entretanto, a que possui argumentos mais contundentes é a que refere-se à mulher como esposa do diácono.
Mesmo as pessoas que entendem que o texto está falando de diaconisas, nosso conselho é que haja discernimento no desenvolvimento desse ministério, pois como já frisamos, muitas igrejas confundem ou misturam o ofício de presbítero com o de diácono. Isso implicaria muitas vezes em igrejas pastoreadas e dirigidas por mulheres, o que é claramente contrário à Escritura (1Tm 2.11-12).
É necessário enfatizarmos que estamos falando que a mulher não deve ser diaconisa no sentido oficial da igreja. Mesmo assim, ela deve ser uma serva do Senhor, pois não depende de um oficio para serví-lO.
Vejamos então a qualificação das esposas dos diáconos:
“respeitáveis” – sérias, tanto no sentido mental quanto no caráter. A pessoa que tem essa qualidade gera naturalmente o respeito dos outros. Sendo assim, a esposa do diácono é aquela que trata os assuntos com a seriedade necessária. Ela não é tola ou irreverente, tratando assuntos sérios como se fossem brincadeira.
“não maldizentes” – a palavra grega para essa palavra é “diabolos”, que também significa caluniador, “acusador”. Esta palavra também é usada para referir-se à satanás (Mt 4.1, 11). Assim como o diácono deve ser de uma só palavra (v. 8), sua esposa não deve ser caluniadora. Para que um diácono seja qualificado em seu ministério, é necessário que sua esposa tenha domínio sobre a língua, esforçando-se para não prejudicar pessoas com suas palavras. Um exemplo é a sabedoria em manter a discrição quanto à situação financeira que as pessoas se encontram, pois existe o perigo de exagerar na sua narrativa, bem como constranger as pessoas que estão envolvidas.
“temperantes” – a palavra no grego transmite a idéia do “estilo abstinente que as pessoas devem levar”, tendo o significado de “evitar intoxicação” (não somente de bebida alcoólica). A palavra temperante faz referência a intoxicação, não somente de vinho, mas de qualquer outra coisa, sendo comida um outro exemplo. Assim como o diácono não deve ser dado “a muito vinho”, sua esposa deve seguir o mesmo exemplo pois não há possibilidade de um homem exercer o diaconato se sua companheira de ministério não esta sóbria constantemente para emitir julgamentos sábios quanto às diversas situações da igreja.
“fiéis em tudo” – a mulher do diácono deve ser fiel em tudo, o que quer dizer que ela precisa ser digna de confiança. Isso é necessário, pois dentre outras funções, seu esposo trabalhará com distribuição de alimentos e coleta de ofertas na igreja. Visto serem atribuições que podem gerar tentações para desviar recursos, distribuição desigual, privilegiando parentes ou amigos mais próximos, é imprescindível que a esposa do diácono seja digna de confiança, não gerando
nenhum tipo de suspeita devido ao seu caráter.
Conclusão: A esposa do diácono não é uma peça de decoração no ministério do seu marido. Ela participa ativamente desse ministério, com sua seriedade, sabedoria, temperança e fidelidade. A falta dessas características impossibilita que seu esposo exercite o ofício de diácono. Portanto, vemos nessa passagem que as qualificações não são atribuídas apenas aos líderes, mas também se estendem para sua família, bem como para toda a igreja, pois esta deve refletir o caráter de Cristo (1Co 11.1).
Diácono
Paulo retorna a expor as qualificações dos diáconos, expondo que o servo deve sser primeiramente exemplo em sua casa.
“marido de uma só mulher” – novamente acontece a reafirmação de um ministério masculino, pois esta qualificação é específica do homem, visto que a tradução literal do texto é “Homem de uma só mulher”. O texto não está falando que para ser diácono é necessário que o candidato seja casado. Entretanto, vemos aqui que a intenção de Paulo era destacar o casamento monogâmico, visto que naquela cultura eram comuns casos de poligamia e prostituição ritual. O diácono não pode ser divorciado nem “recasado”, pois não seria irrepreensível (3.10) caso estivesse nesta situação (Rm 7.2-3; 1Co 7.29). Além disso, é necessário que o diácono busque pureza de pensamentos, pois o adultério começa na mente (Mt 5.27-28).
“governe bem seus filhos e sua própria casa” –  “presidir” , “ter autoridade sobre”. esposa e filhos, administração do dinheiro, etc. Paulo coloca a necessidade de haver uma administração da autoridade de pai que o diácono possui, bem como as demandas do lar, tais como, alimentação, roupas, etc.
Os filhos reconhecem essa autoridade e respondem com obediência bíblica (imediata, inteira, interna). A esposa é submissa ao marido e auxilia para uma vida harmônica no lar, sem colocar os filhos contra o pai ou tomando decisões precipitadas, desafiando a autoridade do marido e colocando a família em dificuldades financeiras.
Um bom governante administra todas as áreas da sua casa, inclusive a financeira. Uma má administração financeira no lar desqualifica o diácono, mesmo que ele seja atuante nas programações da igreja, dedicado pai de família e com esposa submissa. Fica claro neste versículo que o diácono precisa trabalhar um conjunto de qualidades, visando ser modelo de vida na igreja do Senhor Jesus, refletindo a imagem de Cristo na sua vida.
Além disso, aquele não governa bem sua própria família não terá condições para ser um bom administrador das questões físicas da igreja, tais como: observar reformas prioritárias, distribuir de forma justa alimentos, ser sábio para avaliar a necessidade de comprar. Lembremos que o diácono é um observador e pode influenciar nas decisões a serem tomadas nas áreas administrativas da igreja.
“Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência”
Nesse versículo Paulo ressalta os resultados de ser um diácono qualificado. O resultado não está ligado a prosperidade ou reconhecimento dos homens. A Escritura declara que os diáconos aprovados “alcançam”, ganham, adquirem “para si mesmos justa preeminência”.
A palavra “preeminência” significa “passo”, “degrau”, como se o diácono fosse colocado um passo à frente ou um degrau acima. Paulo se refere dessa forma ao diácono fiel a Deus, pois trata-se de um ofício honroso e importante. Dessa forma, o diácono será exaltado por Deus bem como terá o respeito dos cristãos.
Portanto, a primeira promessa para o diácono aprovado inclui de forma inseparável  a aprovação de Deus e o respeito dos cristãos por sua pessoa.
“e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus” – o apóstolo também discorre sobre uma segunda promessa para o obreiro aprovado. A palavra “intrepidez” significa “ousadia no falar”, “confiança” “na fé em Cristo Jesus”. Sendo assim, o diácono fiel também é suprido de ousadia para testemunhar acerca da fé em Jesus Cristo. Isso nos mostra a responsabilidade que a igreja possui quando vai escolher um diácono para servir.
Conclusão acerca dos líderes na igreja:
As qualificações do presbítero não se limitam a esta carta. A carta de Paulo enviada a Tito também possui qualificações para o bispo. É verdade que muitas delas são repetidas, entretanto, algumas qualificações são distintas, pois o autor procurou enfatizar questões diferentes devido ao contexto de cada igreja. Para fins de comparação, leia Tito 1.5-9 e observe o quadro comparativo na página seguinte. Além disso, vemos passagens que trazem ordens referentes a essas qualidades (p. ex. At 20.28; Hb 13.17; 1Pe 5.2).
Pode-se perceber que as qualificações para presbítero e diácono são muito semelhantes.A maior diferença é que o bispo precisa ser apto para ensinar a doutrina bíblica (3.2).
Mesmo assim, o diácono deve possuir firmeza doutrinária (3.9), pois como servo de Deus deve ser seguro no que se refere às doutrinas biblicas. Isso é necessário porque cada área da igreja deve ser conduzida com zelo e temor ao Senhor, inclusive a área administrativa, que faz parte da responsabilidade do diácono.
Deus não dá ênfase na forma de escolha, mas nas qualificações do diácono. Sigamos este princípio como exemplo, não nos prendendo a fórmulas para escolher o obreiro, mas tendo a preocupação de que este preencha as qualificações bíblicas de um servo aprovado por Deus.

Quadro comparativo das qualificações dos presbíteros em 1 Timóteo e Tito

1 Timóteo 3.2-7Tito 1.6-9
“Irrepreensível” (3.2)“Irrepreensível” (1.7)
“Esposo de uma só mulher” (3.2)“Marido de uma só mulher” (1.6)
“Temperante” [abstinente] (3.2)“Que tenha domínio de si” [abstinente] (1.8)
“Sóbrio” [exerce juízo correto] (3.2)“Sóbrio”  [exerce juízo correto] (1.8)
“Modesto” [ordeiro] (3.2)——————————————————
“Hospitaleiro” (3.2)“Hospitaleiro” (1.8)
“Apto para ensinar” (3.2)“Apegado à palavra fiel” (1.9)
“Não dado ao vinho” (3.3)“Não dado ao vinho” (1.7)
“Não violento” (3.3)“Nem violento” (1.7)
“Inimigo de contendas” (3.3)“Não irascível” (1.7)
“Não avarento” (3.3)“Nem cobiçoso de torpe ganância” (1.7)
“Governe bem a própria casa, criando os filhos…” (3.4)“Tenha filhos crentes” (1.6)
“Não seja neófito” (3.6)———————————————–
“Bom testemunho dos de fora” (3.7)———————————————–
———————————————-“Não arrogante” (1.7)
———————————————-“Amigo do bem” (1.8)
———————————————-“Justo” (1.8)
———————————————-“Piedoso” (1.8)

Quadro comparativo entre as qualificações dos presbíteros e diáconos em 1 Timóteo

PresbíterosDiáconos
1 Timóteo 3.2-71Timóteo 3.8-12
“Irrepreensível” (3.2)“Irrepreensíveis” (3.10)
“Esposo de uma só mulher” (3.2)“Marido de uma só mulher” (3.12)
“Temperante” [abstinente] (3.2)————————————
“Sóbrio” [exerce juízo correto] (3.2)————————————
“Modesto” [ordeiro] (3.2)“De uma só palavra” (3.8)
“Hospitaleiro” (3.2)———————————–
“Apto para ensinar” (3.2)“Conservando o mistério da fé” (3.9)
“Não dado ao vinho” (3.3)“Não inclinados a muito vinho” (3.8)
“Não violento” (3.3)—————————————–
“Inimigo de contendas” (3.3)—————————————–
“Não avarento” (3.3)“Não cobiçosos de sórdida ganância” (3.8)
“Governe bem a própria casa, criando os filhos…” (3.4)“Governe bem seus filhos e sua própria casa” (3.12)
“Não seja neófito” (3.6)“Experimentados” (3.10)
“Bom testemunho dos de fora” (3.7)“Respeitáveis”, com os crentes e incrédulos (3.8)
———————————————-Esposas tementes a Deus (3.11)

Obs: Deve-se ficar atento a abrangência das palavras. Ex: A ausência na passagem sobre diáconos da qualificação “não violento” não quer dizer que o obreiro pode agir com truculência, pelo contrário, ele deve ser uma pessoa respeitável e irrepreensível. A necessidade dessas qualificações impede que o diácono possa agir de forma violenta.
LEITURA COMPLEMENTAR – MARK DEVER “NOVE MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL” páginas 242-268.
Bibliografia
A Bíblia Anotada. Texto Bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada. Notas de Charles Caldwell Ryrie: Tradução de Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, – São Paulo: Mundo Cristão, 1994.
BROWN, Colin; COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 2a.ed., 2 vols. São Paulo: Vida Nova, 2000.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: Versículo por versículo: volume 5. São Paulo: Hagnos, 2002.
DEVER, Mark. Nove Marcas de Uma Igreja Saudável.São José dos Campos-SP: Fiel, 2007.
GRUDEM, Wayne A.. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2006.
MACARTHUR Jr., John. Homens e Mulheres. Rio de Janeiro: Textus, 2001.
MERKH, David. Apostila de Lar Cristão. Atibaia: Seminário Bíblico Palavra da Vida, 2006.
NEWTON, Phil A.. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos-SP: Fiel, 2005.
RYRIE, Charles Caldwell. Teologia Básica – Ao alcance de todos. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
STOTT, John. A Mensagem de I Timóteo e Tito. São Paulo: ABU Editora, 2004.






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