Lições Bíblicas CPAD - Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as
coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista: Claudionor de
Andrade
Lição 5: Caim era do Maligno
Data: 1 de Novembro de 2015
TEXTO ÁUREO
“[...] Que nos amemos uns aos
outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]” (1Jo
3.11,12).
VERDADE PRÁTICA
Quem ama de verdade não se
deixa dominar nem pela inveja nem pelo ódio.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.1
Caim, o primogênito de Adão,
era mau
Terça — Gn 4.2
Caim, foi um importante
lavrador da terra
Quarta — Gn 4.5
Caim e sua oferta foram
rejeitados por Deus
Quinta — Gn 4.6
Caim tinha o seu coração
tomado pelo rancor
Sexta — Gn 4.8
O ódio e o rancor fizeram de
Caim um homicida
Sábado — 1Jo 3.12
Caim foi dominado pelo pecado,
pois seu coração era mau
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 4.1-10.
1 — E conheceu Adão a Eva, sua
mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão.
2 — E teve mais a seu irmão
Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 — E aconteceu, ao cabo de
dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 — E Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e
para a sua oferta.
5 — Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
6 — E o SENHOR disse a Caim:
Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 — Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será
o seu desejo, e sobre ele dominarás.
8 — E falou Caim com o seu
irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu
irmão Abel e o matou.
9 — E disse o Senhor a Caim:
Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
10 — E disse Deus: Que fizeste?
A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
HINOS SUGERIDOS
75, 126 e 330 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar dos perigos de
se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar porque Caim era do
maligno;
II. Compreender porque Deus
rejeitou o sacrifício de Caim;
III. Explicar que ódio e a
inveja de Caim o levaram a matar seu irmão.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O capítulo 4 do livro de
Gênesis nos mostra que o pecado de Adão e Eva não afetou somente eles, mas
trouxe sérios infortúnios para seus descendentes. A história do pecado de Caim,
muito se assemelha a de seus pais, pois podemos ver um ato de violação (4.8),
uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença divina sobre o pecador
(4.16).
Caim tinha um coração mau,
dominado pelo ódio e a inveja, por isso, teve o seu sacrifício rejeitado. Deus
não olhou e não olha para a oferta em si, mas o mais importante é o coração do
ofertante, por isso, Jesus declarou: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao
altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali
diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois
vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24). Jamais poderemos comprar a Deus ou
impressioná-lo com as nossas ofertas, pois tudo que existe nos céus e a Terra
pertence ao Senhor. Ele é o dono da prata e do ouro. Sejamos fiéis ao Senhor em
nossas ofertas, mas que jamais venhamos a permitir que nossos corações sejam
contaminados pelo pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo 4 de Gênesis
apresenta a triste história do primeiro homicídio da Terra. Caim, o primeiro
homem nascido de mulher, matou o próprio irmão depois que teve sua oferta
recusada por Deus. O que deveria ser uma ocasião de ações de graças enlutou a
família de Adão. Caim demonstrou, dessa forma, que era do maligno, que tinha um
coração e atitudes que desagradavam a Deus.
PONTO CENTRAL
O coração de Caim era mau, por
isso, Deus rejeitou a sua oferta.
I. CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente da mulher. O
nascimento de Caim foi acolhido com ações de graças a Deus. Ao contemplar o
filhinho, exclamou Eva: “Alcancei do Senhor um varão” (Gn 4.1). Eva considerou
que seu primeiro filho foi um presente de Deus. A seguir, nasceu Abel, o
segundo filho, e a partir daí a narrativa bíbica vai apresentar as profissões
de cada um dos irmãos: Caim se tornou um lavrador, e Abel, um pastor.
Satanás, pelo que inferimos
dos fatos, não teve muito esforço em aliciar o primeiro filho de Adão. Dessa
forma, Caim entra para a História Sagrada como o primeiro discípulo declarado
do Diabo, cuja lista seria longa e enfadonha: Faraó, Herodes, Stalin, e alguns
contemporâneos nossos.
2. O agricultor. Já homem
feito, pôs-se Caim a trabalhar a terra, conforme o Senhor havia ordenado (Gn
1.26-28). E, pelo que depreendemos, ele foi muito bem-sucedido como agricultor.
A Terra, embora amaldiçoada pela transgressão de seu pai, não lhe negou
colheita alguma. Solo arável não lhe faltava naquele mundo sem fronteira.
3. A apostasia de Caim. Apesar
de seu sucesso profissional, Caim não se voltou a Deus em espírito e em verdade
(Jo 4.23). Antes, deixou-se cooptar pelo Diabo. Este, sempre oportunista, fez
daquele jovem o seu principal aliado, objetivando frustrar a redenção da
humanidade.
Mas Satanás estava enganado.
Embora sagaz, pouco sabia dos reais planos de Deus para a nossa salvação.
Enquanto isso, ia o jovem Abel tangendo o seu gado na graça divina.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Caim entrou para a história de
uma maneira triste, ele se tornou o primeiro homicida da humanidade.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A história dos primeiros dois
rapazes nascidos a Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da
unidade familiar. Caim e Abel, tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim
gostava de trabalhar com plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos
tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram
sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura não
quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos
sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta fica
evidente à medida que a história se desenrola. A primeira pista aparece quase
imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A
preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o
‘número um’.
O Senhor não estava ausente na
hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou
diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava
em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento,
e está em contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de
uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era
levar Caim à introspecção e ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª
Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.43).
II. O CULTO DE CAIM
A Escritura diz que, passado
algum tempo, Caim e Abel trouxeram, do fruto do seu trabalho, uma oferenda ao
Senhor.
1. O sacrifício rejeitado. “E
aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao
Senhor” (Gn 4.3). É provável que ele tenha aprendido a cultuar a Deus com o seu
pai, Adão, pelo menos, exteriormente. Do fruto de sua colheita, separou uma
oferta ao Criador. Podem ter sido frutas, legumes ou cereais, oferendas válidas
(Lv 23.10).
Abel também pôs-se a cultuar o
Senhor, oferecendo-lhe as primícias do rebanho (Gn 4.4). Diz o texto sagrado
que Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas rejeitou o de Caim (Gn 4.5). O
problema não estava na oferta, mas no ofertante. Tanto a oferta de animais,
como a de frutos da terra, eram igualmente aceitáveis no culto divino. Não nos
esqueçamos de que o Senhor viria a reprovar até mesmo a oferta animal ao
tornar-se esta formal e impiedosa (Jr 6.20).
2. A atitude interior
reprovada. Por que o Senhor reprovou o sacrifício de Caim? Porque o seu culto
não passava de uma mera formalidade. Como se não bastasse, apresentava-se a
Deus com a alma tomada pelo ódio. Naquele instante, indaga-lhe o Senhor: “Por
que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?” (Gn 4.6). Por esse motivo,
recomenda-nos Paulo: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar,
levantando mãos santas, sem ira nem contenda” (1Tm 2.8).
Na Igreja de Deus não pode
haver espaço para homens iracundos e contenciosos, que farão da obra do Senhor
uma causa de ganho pessoal. Deus não se agrada de pessoas que agem dessa forma.
3. O pecado sempre presente.
Se Caim o quisesse, poderia reverter aquela situação, dominando o seu coração
homicida. Eis o que lhe aconselha o amoroso Deus: “Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será
o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.7).
Caim racionaliza o seu pecado.
Recusando-se a fazer o bem, permitiu que Satanás lhe tornasse mal o coração.
Neste, o homicídio foi um processo que, germinado pela inveja, frutificou numa
ira assassina (Tg 1.13-15). Se não quisermos pecar contra Deus, não permitamos
que o pecado nos germine na alma. Arranquemos, pois, as ervas daninhas que
Satanás nos lança no íntimo.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O coração de Caim era mau, por
isso, sua oferta foi rejeitada pelo Senhor.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“‘E irou-se Caim fortemente’
(4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria,
sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos
desculpar por ter ofendido alguém dizendo: ‘Tenho um temperamento agressivo’.
Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à
vontade de Deus” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise
de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012,
p.28).
III. CAIM NÃO GUARDOU O SEU
IRMÃO
O crime de Caim foi doloso.
Além de mover um ódio doentio contra o irmão, dissimuladamente levou-o até a
cena do crime, onde veio a matá-lo.
1. O crime. Narra o autor
sagrado que, estando ambos no campo, longe dos olhos dos pais, Caim insurgiu-se
contra Abel e o matou (Gn 4.8). Assassino dissimulado e cruel, aproveitou-se da
confiança de seu irmão para matá-lo. Esse fato deve nos servir de aviso: até
que ponto estamos nutrindo sentimentos perniciosos contra nossos irmãos a ponto
de planejar contra eles o mal ou coisa pior? Que Deus nos faça refletir sobre
nossas atitudes e não nos deixe ser pessoas como Caim.
2. O álibi. Quando inquirido
por Deus acerca do paradeiro do irmão, Caim desculpa-se, como se estivesse
noutro lugar, quando da morte de Abel: “Não sei; sou eu guardador do meu
irmão?” (Gn 4.9). O seu álibi é energicamente destruído pelo justo Senhor: “Que
fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10).
Há muito sangue clamando no
mundo. A pergunta não haverá de ser emudecida: “Onde está Abel, teu irmão?” (Gn
4.9). O que responderemos? De fato, somos chamados a demonstrar amor e respeito
uns pelos outros, pois somos guardadores de nossos irmãos.
3. A marca do crime. Como a
administração da justiça ainda não havia sido delegada à comunidade humana, o
Senhor põe um sinal em Caim, para que ninguém viesse reivindicar-lhe o sangue
de Abel (Gn 4.15).
Caim, de fato, não foi
penalizado com a morte, mas ficou marcado para o resto de seus dias, dando
início a uma geração de assassinos, devassos e inimigos de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O ódio e a inveja levaram Caim
a matar o seu irmão.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Caim foi amaldiçoado por Deus
no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para extrair da terra o seu
sustento (vv.2,3). Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de
Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda (v.16).
O sinal na testa de Caim
(4.15) talvez deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da
promessa de Deus. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente,
quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a
pena de morte foi instituída (9.5,6).
Caim e seus descendentes foram
os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica
de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e
reconquistar o ‘paraíso’, sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema
mundial fundamenta-se no princípio da autorredenção da raça humana na sua
rebelião contra Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.39).
CONCLUSÃO
O exemplo de Caim deve nos
fazer lembrar de que precisamos ter uma vida íntegra diante de Deus e
demonstrar amor e respeito para com o nosso próximo.
Abel foi o primeiro crente a
ser arrolado entre os heróis da fé. Quanto a Caim, foi o primeiro ser humano a
ter o nome riscado do Livro da Vida.
O que lhe faltava? Uma vida
que agradasse a Deus e o exercício do amor fraternal. Quando não se ama como
Jesus amou, o homicídio torna-se corriqueiro na vida do homem. Por isso, há
tantos homicídios em nosso meio. Homicídios espirituais, morais e emocionais. Lembremo-nos
das palavras de João: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio:
que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu
irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu
irmão, justas” (1Jo 3.11,12).
PARA REFLETIR
A respeito do livro de
Gênesis:
O que levou Caim a odiar Abel?
O fato da oferta de Abel ser
aceita e a dele não.
Como era o culto de Caim?
O culto de Caim era para
satisfazer o seu ego.
Por que o ofertório de Caim foi
reprovado?
Porque seu coração era mau,
cheio de inveja e ódio.
Que desculpa deu Caim ao
Senhor?
Ele afirmou estar em outro
lugar quando da morte de Abel.
Quais as características da
geração de Caim?
Uma geração perversa e
contumaz.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Caim era do Maligno
O capítulo 4 do livro do
Gênesis apresenta a consumação do pecado e sua história de implicações práticas
para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão, Caim, é o símbolo do
alcance do mal quando este domina o coração humano. E o consequente banimento
de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se afasta da presença do
Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal.
O caminho de Caim se torna o
caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a vingança, o “dar o
troco”, o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do filtro de Jesus
Cristo: ame o vosso inimigo.
Tudo começa bem na vida do ser
humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que devotava a vida a Deus,
tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de graças: “Alcancei do Senhor um
varão” (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um
presente.
Adulto, Caim tornara-se um
agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim cumpria o plano de
Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo assim, Caim obedecia
a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o
coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão,
aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e
rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras, pelo
menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e justiça para o
interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar divino.
Caim não se achou aprovado,
muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não
significava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro
sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor não
haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele matou o seu
irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de Deus.
O caminho de Caim é muito
fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a
tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a
cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior
a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos
fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com
retidão.
Qual o caminho que você deseja
trilhar: o de Caim ou o de Jesus?
SUBSIDIOS
I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente da mulher.
2. O agricultor.
3. A apostasia de Caim.
II - O CULTO DE CAIM
1. O sacrifício rejeitado.
2. A atitude interior reprovada.
3. O pecado sempre presente.
III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO
1. O crime.
2. O álibi.
3. A marca do crime.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim
mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria, sem se submeter a
DEUS. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter
ofendido alguém dizendo: 'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos
considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à vontade de
DEUS" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
p 28).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou Caim a odiar Abel?
O fato da oferta de Abel ser aceita e a dele não.
Como era o culto de Caim?
O culto de Caim era para satisfazer o seu ego.
Por que o ofertório de Caim foi reprovado?
Porque seu coração era mau, cheio de inveja e ódio.
Que desculpa deu Caim ao Senhor?
Ele afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
Quais as características da geração de Caim?
Uma geração perversa e contumaz.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 39.
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SUGESTÃO DE LEITURA
Hermenêutica Fácil e Descomplicada, Quem é Você para Julgar
e Visão Panorâmica do Antigo Testamento
Comentários extras de
vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor,
pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida
(animal em seu lugar)
Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na
cruz e o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:
Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim,
pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus
dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4
Primeiro. todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden
ninguém mais entrou.
Segundo. os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a
DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, nas não
adorou. [Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]." (1
Jo 3.11,12)]
Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a
matar seu irmão. Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos
irmãos, destruiu a família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho
Abel.
João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más,
enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus
que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb
11.4).
O SINAL DE CAIM - Será???
-
Em Gênesis,
capítulo 4 há a descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou
Abel, devido a aceitação de Deus à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em
virtude desse pecado houve uma conseqüência, qual foi: …"Agora maldito és
desde a terra , que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu
irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante
serás pela terra. …O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a
Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o
ferisse quem quer que o encontrasse"….(Gênesis 4:11,12e15) Agora,
passaremos a analisar qual seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar
a falar de Noé no capítulo 6 de Gênesis, relata um fato interessante e
misterioso, que, …"os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram
formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o
Senhor: Não permanecerá o meu Espírito para sempre com o homem, pois este é
mortal; os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na
terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos
homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome
que houvera na antiguidade"…. Duas teorias tem surgido para explicar o
fato supra mencionado, porém somente a segunda parece-nos coerente, o que
pretenderemos mostrar a seguir: A primeira diz, serem filhos de Deus, anjos, é
isso mesmo, seres celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o
fazem, pensam que, porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se
perante o Senhor e logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os
filhos aqui nesse caso, tem que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade.
Porque esses não poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que
comparecer perante o tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta
nenhuma margem para tal interpretação, o que torna perigoso uma análise do
tipo. Esses que assim pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6
combinado com Apocalipse 9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o
seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e
em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A
qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que
estão presos junto ao grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos
textos mencionados, não precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles
que se rebelaram juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos
do céu. Todos nós sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas
espécies(querubim, Serafim, arcanjo, etc…). Esses, referidos em Ap. 9:14, com
certeza possuem diferente espécie da grande maioria, possuem graus diferentes
de poder. Por isso, pelo fato de possuírem grandes poderes é que estão presos
em cadeias, para que Deus os libertando façam todo o mau previsto em
Apocalipse. Mas o que derruba por terra esta teoria é o que Jesus disse a
respeito de anjos nos textos de Mt 22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu,
todos nós seremos iguais aos anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em
casamento, ou seja, não haverá a hipótese, dentre outras, de podermos
relacionarmos sexualmente. Quanto a segunda teoria, bem mais coerente do ponto
de vista Bíblico e também será um ponto de apoio de nosso estudo, fundamenta-se
nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25 descreve que Adão teve um outro filho
com Eva, Sete. Este veio substituir Abel, seu irmão que houvera morrido. No
versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer que Sete teve um filho, a qual pôs
o nome de Enos, e foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do
Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele que invocar o Senhor será salvo.
Portanto, sabemos que quem é salvo, conseqüentemente, se torna filho de Deus.
Já que é assim , esses seres mencionados em Gênesis, por analogia ao versículo
de Atos, são considerados filhos de Deus. Após o pecado de Caim e sua punição
por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar numa
terra ao Oriente do Éden, cujo o nome era Node. Lá ele teve filhos, e a partir
do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência de
Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de Sete, filho de Adão,
sendo que no final dessa última descrição há uma observação importante de que
esse é o tempo em que os homens começaram a buscar a Deus. O capítulo 6 inicia
falando sobre o relacionamento entre os filhos dos homens e os filhos de Deus.
O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo 34 do livro de Êxodo diz
para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles viessem a possuir a terra
prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das suas filhas, para não se
prostituírem após outros deuses. O que mais chama a atenção é que Deus usa o
mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos(filhos de Deus pois era povo de Deus)e
suas filhas(filhas dos homens, pois eram do mundo e adoravam outros deuses). O
que vem a reforçar a idéia acima é o fato de que, após o relato inicial em
Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a corrupção humana nos
versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana com o dilúvio e a
salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e temente a Deus, não
tendo se corrompido como os demais(Hb 11:7). Mas, como Deus destruiu a todos,
exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26 que começara a
invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não o tivesse, Deus
os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam? Conforme descreve
Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus(aqueles que invocavam o
nome do Senhor) que as filhas dos homens(descendência de Caim. Pecadores que se
retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram mulheres para si de
todas as que escolheram. Fatos semelhantes a esse aconteceu também com: Sansão
que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os filisteus, Dalila, se
corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o vers. 1 emprega o termo:
"filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito "gentios", mas
não foi); Salomão(1 Reis 11:3). O que aconteceu com Salomão e Sansão também
aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa, usada apenas para
diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como muitos, erroneamente,
pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma justificativa do castigo
previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e 6. Se fossem anjos, a
punição deveria vir apenas para eles e não para os homens, posto que são de
maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem o que quiser, como
o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas. Portanto, volto a afirmar que
filhos dos homens são aqueles descendentes de Sete que começaram a invocar o
nome do Senhor, e filhos dos homens são os descendentes de Caim que se
afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora, passaremos a analisar o mérito do
assunto. Vocês devem estar pensando, porque falar sobre Gênesis 6, sendo que o
sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos estão intimamente ligados e antes
de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas coisas preliminarmente. O
versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia naqueles dias gigantes na
terra, e também depois, de quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos
homens"….Por que será que há essa observação, quanto a gigantes, nessa
passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é óbvio. Repare bem, como
fala o texto: "que havia naqueles dias gigantes, e também depois…".Se
já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos homens e os de Deus, da
onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também os ter criado, posto que
Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação diferente do ser humano
normal?. Deus não criou os gigantes a tôa, tem um objetivo, o de diferenciar
uma espécie de humanos de outros. O texto acima mostra que eles já existiam na
terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já existiam foram criados, para
diferenciar Caim e seus descendentes do resto da população. O sinal colocado em
Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo teriam
que ter medo dele, para assim, não tentar matá-lo. Deus não iria sair avisando
a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs
algo em Caim que já amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo
desse sinal era: (GN 4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da
tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo
aquele que me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém,
disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs
o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o
achasse.". Tanto é verdade que quando Moisés enviou espias para Canaã,
eles voltaram dizendo estar cheia de pessoas de grande estatura(Nm13:33), e no
versículo 31 e 32 de Números, capítulo 13, também fala que Israel não podia
atacar aquele povo, pois era mais forte, como também eram de grande estatura e
a terra devorava seus moradores. Fato semelhante que ilustra essa idéia é,
aquele em que Golias se apresenta para guerrear contra Israel e todos ao verem
o gigante, espantaram-se e temeram muito(1Sm 17:11). É evidente, portanto, que
a característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse. Mas, todos
devem estar pensando como se explica o fato de haverem gigantes na terra após a
destruição dessa pelo dilúvio e preservação apenas da família de Noé. A
explicação é simples. Do casamento dos filhos de Deus(descendentes de Sete) e
os filhos dos homens(descendentes de Caim), saíram os homens valentes da
antiguidade. Por que a Bíblia não fala exatamente que resultou dessa união, os
gigantes? Porque há que se lembrar da lei da genética. Entendemos que a Bíblia
diz apenas que, Deus transformou Caim em gigante e só. Seus filhos, poderiam
ser ou não gigante, já que sua esposa era normal. Um exemplo é o de um casal
que tem filhos, cujo marido é alto e a esposa baixa, há a probabilidade de a
criança ser alta como o pai, ou baixa como a mãe. Assim também aconteceu com os
descendentes de Caim, nem todos seus filhos e filhas eram gigantes, mas apenas
alguns. Os descendentes(homens ou mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim
possuíam em seu código genético "gens" de gigantes, podendo gerar filhos
que fossem, conforme a genética atual explica possibilidades semelhantes, é
obvio que se referindo a outras características. É claro que Deus ao fazer isso
com Caim, não transformou apenas sua
estatura, mas também lhe deu mais força, proporcional ao seu
tamanho, o que quer dizer que quem, dos seus descendentes, não fosse gigante
poderia possuir a força de um. Isso explica o fato da Bíblia falar em homens
valentes da antiguidade. Significa que esses, eram apenas homens de grande
força, daí a diferenciação que o texto faz entre esses e aqueles. Com a
destruição da raça humana no dilúvio e preservação da família de Noé, como se
explica o surgimento dos gigantes na nova terra de Noé e sua família, já que
Davi lutou contra o gigante Golias, e também Josué e os espias viram gigantes
na terra prometida? É importante estabelecermos, preliminarmente que, as
pessoas que entraram na arca com Noé eram: Noé, esposa, três filhos e três
noras. Foi a partir desses que surgiram os gigantes, posto que todos o demais
humanos foram destruídos. Dentre os filhos de Noé não poderia haver
"gen" de gigante, já que Noé foi o único justo num mundo corrompido e
com certeza se assim foi, não teria ele feito como os demais e tomado mulher
para si dentre aquelas dos filhos dos homens(descendentes de Caim). Se seus
filhos não possuíam o "gen" de gigante, quem possuía? Com certeza,
uma das esposas dos filhos de Noé. Essa esposa certamente era a de Cão, porque
se formos analisar algumas coisas chegaremos a conclusão clara disso. Vejamos:
1) No capítulo 9, versículo 20 em diante do livro de Gênesis notamos uma
passagem onde o filho de Noé, Cão, tendo visto a nudez de seu pai fez algo de
muito errado, que a palavra não especifica, mas na qual lhe gerou uma
conseqüência muito drástica: (Gn 9:25) "E disse: Maldito seja Canaã; servo
dos servos seja aos seus irmãos." (Gn 9:26) "E disse: Bendito seja o
SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gn 9:27) "Alargue
Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Para
que Cão tenha cometido tamanho pecado, com certeza a influência da convivência
com sua esposa (descendente dos filhos de Caim) o tenha levado a isso. 2) Outra
evidência clara é que, se formos reparar a partir do versículo 6, do capítulo
10 de Gênesis, a Bíblia começa a descrever os descendentes de Cão. O
interessante, a princípio, é de se observar que um dos filhos de Cão se chama
Canaã. Se vocês se lembrarem, quando Deus chama a Abrão para ir para a terra
prometida, a terra é a de Canaã(GN 12:5-"E tomou Abrão a Sarai, sua mulher,
e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas
que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à
terra de Canaã."). Naquela época, quando a terra era desabitada e alguém a
possuísse primeiramente, colocava-se o nome do conquistador ou de seu povo
àquela terra. Exemplo claro disso encontra-se em Gênesis 4:17, onde Caim tem um
filho e dá o mesmo nome da criança a uma cidade que acabara de edificar. Era
costume de Caim, que passou a seus descendentes dar nome às cidades,
semelhantes aos dos filhos, o que também se fez com Canaã. Ela inicialmente foi
habitada pelo filho de Noé, Canaã, daí advém seu nome. E como defendemos ser a
mulher de Cão uma descendente dele, nada mais óbvio, seus descendentes fazerem
como faziam os ascendentes no passado. Era algo que se aprendeu com os
antepassados. Mas, o que isso tem a ver com o tema em análise? Tem tudo a ver.
Quando Josué foi espiar a terra prometida, a terra era a de Canaã, e lá eles
avistaram os gigantes (Nm 13:28,33). Agora, como se explica o fato de haverem
gigantes na terra de Canaã? Então, diante de tudo que falamos, concluímos que
esses encontrados naquela região eram os descendentes de Cão, filho de Noé,
cuja esposa era descendente de Caim e também, talvez, podia não ser gigante,
mas carregava em seu código genético o "gen" deles. O versículo 19 do
capítulo 10 de Gênesis confirma tudo que foi dito, porque fala que o termo dos
cananeus foi desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; em direção a Sodoma,
Gomorra, Admá e Zeboim, até Laza. A terra de Sodoma e Gomorra é exatamente a
planície que os espias avistaram e percorreram, ou seja, é o local da terra
prometida. 3) Se observarmos ainda na genealogia de Cão em Gênesis, capítulo
10, versículo 14, encontramos que dentre os descendentes de Cão havia Patrusim,
Casluim( donde saíram os filisteus). Agora, se verificarmos em 1Sm 17:4, a
Bíblia se refere a passagem onde Israel iria guerrear contra os filisteus, até
que surge no meio do povo dos filisteus um gigante, Golias, este que
futuramente foi morto por Davi. O interessante é que no primeiro texto
mencionado há a referência à origem do povo filisteu, que advieram dentre os
descendentes de Cão. Outro ponto que merece destaque é que no versículo 11 do
capítulo 17 se 1Sm observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante
foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto
quando alguém lhe encontrasse(Gn 4:15). Diante de todo exposto, concluímos que
o sinal posto em Caim foi transformá-lo num gigante, para que todos ao vê-lo
ficassem atemorizados e com medo, não tentando, dessa forma matá-lo.
Será esse o grande segredo do sinal de Caim? Analise e tire
suas conclusões!
CAIM
Caim é o primeiro filho de Adão e Eva. Seu nome é derivado,
de acordo com Gn 4.1, da raiz kanah, possuir, e foi dado a ele por conseqüência
das palavras de sua mãe em seu nascimento: "Adquiri um varão com o auxílio
do SENHOR". Nenhuma conclusão séria pode ser extraída desta derivação. O
livro de Gênesis, interessado no relato
da origem das diferentes ocupações do homem, diz que Caim se tornou um homem da
terra, enquanto seu irmão pastor de ovelhas. Ambos ofereceram ao Senhor um
sacrifício de acordo com a analogia que seria mais tarde prescrita na Lei,
sobre o poder de remissão do Criador. Caim ofereceu seus frutos da terra; e
Abel as "primícias do seu rebanho e da gordura deste". De acordo com
alguns significados não indicados no texto sagrado, talvez, tenha sido algum
tipo de alusão ao fogo que consumiu a oferta de Gideão (Jz 6.21) ou de Elias
(1Rs 18.38), Deus manifestou aos irmãos que Abel e seu sacrifício fora aceito
por Ele; que, ao contrário, Ele rejeitou a oferta de Caim. Nós não falamos a
respeito das razões dessa preferência. Enquanto as conjecturas do sujeito a que
é mais aceita entre os comentaristas é a que foi incorporada à Septuaginta na
versão do que Deus disse a Caim no verso 7: "Se não fizeres bem, o pecado
jaz à porta". Isto implica que Caim cometeu a falta de apresentar a Deus ofertas imperfeitas, reservando para
si mesmo a melhor parte do que produziu a terra. No entanto, Santo Agostinho,
que estava sob a influência da Septuaginta, entendeu a passagem de outra
maneira. Caim, nos diz ele, deu a Deus boa parte dos seus bens, mas não deu a
Ele seu coração (De Civitate Dei, XV, vii). Isto está de acordo com a causa maior que geralmente desperta a
preferência de Deus. A seqüência da história nos mostra a disposição do coração
de Caim para o mal. João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más,
enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus
que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb
11.4).
Caim irou-se com a rejeição divina. Nos versos 6 e 7 do
capítulo 4 de Gênesis lemos a advertência e o aviso de Deus: "Se
procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis
que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre
dominá-lo". O pecado é aqui representado sob a figura de uma besta
selvagem rondando a porta do coração, pronta para atacar sua vítima. Caim era
capaz de resistir à tentação, mas não foi, e a história bíblica continua no
relato do terrível crime que nasceu do ódio e da inveja. Ele assassinou Abel.
Questionado pelo Senhor onde estaria o seu irmão ele respondeu que
definitivamente não sabia. Para vingar o sangue de Abel, Deus pronunciou a
sentença do primeiro homicídio. O texto no hebraico pode ser traduzido como:
"E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber o
sangue do teu irmão" etc., ou "maldito serás sobre a terra" etc.
Esta tradução refere-se à sentença que seria dita nas palavras seguintes:
"quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força", ou seja, sua
produção. Por último nos é relatado que este foi banido; este afastamento seria
da terra onde seus pais moravam ou estivessem, como vimos em algumas passagens
apresentadas. No momento da sentença, Deus continuou a manifestar sua presença
de uma maneira especial, é falado que "saiu Caim da face do Senhor".
(verso 16). A terra de exílio de Caim, para onde este seria orientado e guiado,
numa vida vagante, é chamada no hebraico, a terra de Nod, e é dito que se
situava ao leste do Éden. Como não sabemos onde o Éden se situava, a
localização de Nod também não pode ser determinada. A punição parecia a Caim
maior do que ele poderia suportar; nas suas respostas, as palavras expressavam
medo de vir a ser morto; Deus deu-lhe a promessa de proteção especial à sua
vida e colocou nele um sinal. Não há indicação para nós qual a natureza deste
sinal. O único evento subsequente da vida de Caim, dito pela Bíblia, é a
fundação de uma cidade chamada Enoque, após ter um filho com este nome. Um bom
número de autores acham que esta tradição, que faz de Caim o primeiro
construtor de cidades, não é compatível com a história relatada; eles dizem que
isto é melhor entendido como um relato popular da origem das tribos nômades do
deserto. Se nos colocarmos no contexto do autor de Gênesis, elementos que este
entendia de um modo geral, não há razão para supor que ele estava errado em
escrever palavras da maneira que ele entendia como "construção" de
uma cidade por Caim. Comentaristas mais conservadores estão provavelmente mais
corretos ao julgarem que a "cidade" de Caim não foi notável em
importância.
Extraído de The Catholic Encyclopedia, Volume III (tradução
livre)
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita -
Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)
No capítulo 4 temos, no princípio, o primeiro nascimento
ocorrido na terra e o primeiro ato de cultor espiritual. Em Caim e Abel, temos
dois tipos diferentes de adoradores; um, que julga poder adorar a Deus segundo
seu próprio modo; e outro, conformando-se com o método divino. Abel
aproximou-se de Deus por meio do sacrifício de sangue, e foi aceito; Caim,
aproximou-se por meio estranho, e foi rejeitado. O culto, pois, dependia do
estado do coração para com Deus. Podemos notar, de passagem, que Adão e Eva não
tiveram filhos antes da queda, bem como os filhos de Noé, que, sendo casados,
só tiveram filhos depois do dilúvio (10:1). O primeiro filho foi motivo de
admiração e regozijo da parte do casal. Caim, que significa
"Aquisição", foi uma prova de estabelecimento e validez de concerto
entre Deus, Adão e Eva. É possível que eles julgassem ter perdido o privilégio
recebido, de povoar a terra, em vista do pecado cometido. As próprias palavras
de Eva - "Adquiri um homem com o auxílio de Jeová" - mostram que a
promessa da semente estava realizada e que por meio desta semente havia de ser
esmagada a cabeça da serpente.
É possível que eles julgassem ser este rapaz quem esmagaria
a cabeça da serpente e restauraria o primitivo estado de pureza. É difícil
afirmar ou negar. Depois nasceu Abel, que significa "Vaidade". O
período entre o nascimento de Caim e Abel parece ter sido infeliz e cheio de
desapontamentos, de modo que Eva começou a encarar a vida, ainda nos pontos
mais brilhantes, como simples vaidade. Realmente, o futuro a convenceria ainda
mais da crueza da vida, com a morte do próprio Abel. Estes dois filhos seguiram
profissões diferentes e tinham temperamentos diferentes. A humanidade
dividiu-se por diferentes caminhos. Caim era agricultor, e Abel, pastor de
ovelhas. Ambas as profissões eram lícitas, mas a de Abel era mais de acordo com
a natureza sacrificial. Ao cabo de dias, Caim trouxe, dos frutos da terra, uma
oferta a Jeová; e Abel, dos seus primogênitos, ofereceu um sacrifício. A
expressão "ao cabo de dias" sugere o dia do culto, o sábado. O lugar
do culto e da manifestação de Deus parece ter sido ao Oriente do Jardim,
conforme a expressão de Caim: "Eis que hoje me lanças fora da tua
presença". Havia um lugar particular para Deus ali ser adorado. É
interessante perguntar quem instruiu os dois filhos de Adão a oferecerem
sacrifícios. Sem que possamos responder afirmativamente, o sacrifício data da
ocasião da transgressão, quando Deus usou animais, para deles tirar as peles, a
fim de cobrir Adão e Eva. É natural que daí em diante os dois primeiros
habitantes da terra sentissem a contínua necessidade de comunhão com Deus, por
meio do sacrifício, e que toda a família participasse deste culto. O espírito
de sacrifício como meio demonstrativo de gratidão e acesso à divindade ofendida
encontra-se em todas as religiões do mundo; e no V. T., muito antes de a Lei
ser dada, encontramos diversos homens, em ocasiões diversas, oferecendo
sacrifícios. O sacrifício é parte da natureza religiosa do homem, pois que ele
é incuravelmente religioso, como diz Bastian.
Os Dois Sacrifícios - (Gên. 4:3-7)
Os dois sacrifícios eram de natureza diferente. Um era
sacrifício de sangue e era feito com os primogênitos do rebanho, conforme a lei
levítica, já em prática no tempo de Adão. A carne, com a gordura, era oferecida
sobre o altar, na dispensação Mosaica, e, a julgar pelo ritual a que Abel se
submeteu, parece que já existia o altar naquele tempo. O culto estava bem
elaborado. Na falta de sacerdote, o próprio pecador oferecia sua própria
oferta. Os dois sacrifícios não somente são diversos em si mesmos e com valor
profundamente diferente, mas os próprios ofertantes são dois tipos diferentes.
Crê-se que Caim não podia oferecer sua oferta de manjares, sem primeiro
oferecer sacrifício de sangue, para expiar seu pecado, a fim de, depois,
oferecer das primícias da sua terra. Se isto foi a causa de Deus não haver
atentado para a sua oferta, é difícil dizer. Só há uma alternativa: ou a oferta
não estava de acordo com o estado espiritual do ofertante, ou a oferta não foi
acompanhada do espírito de adoração, e, neste caso, era uma simples
formalidade. Parece que a última conjectura é a mais razoável. De qualquer
forma, Deus aceitou uma e rejeitou a outra. Os rabis têm uma tradição de que
Deus mostrou sua aprovação pela oferta de Abel fazendo vir fogo do céu e
consumindo o holocausto, como no caso de Elias com os profetas de Baal. Este
era, sem dúvida, um modo por que Deus aceitava o sacrifício de sangue, muitas
vezes, mas nunca aceitava desta forma a oferta de manjares. Se a tradição fosse
verídica, explicaria por que Caim se irou, vendo que o fogo não consumia sua
oferta, como tinha consumido a de Abel. Entretanto, é apenas uma tradição, que
pode ser ou não verídica. O autor da carta aos Hebreus diz que, pela fé, Abel
ofereceu melhor sacrifício do que Caim (Hb. 11:4). A rejeição da oferta parece
ter sido devida ao coração de Caim. Ele não estava adorando o Criador, mas
simplesmente conformando-se com o rito da família.
A ira e o ciúme abrasaram Caim, e o seu semblante caiu. Deus
pergunta-lhe por que ficou tão irado, e diz: "Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti?" (Não terás levantado teu semblante?) A ira de Caim não
era justificável; ele não tinha sido desprezado; se procedesse bem, continuaria
a gozar dos favores divinos, mas, se procedesse mal, o pecado estava à porta,
como um leão pronto a lançar-se sobre a presa. A última parte do verso 7 é
realmente difícil de entender: " ... para ti será seu desejo, mas tu
dominarás sobre ele." Há três maneiras de interpretar esta última parte do
verso.
A primeira interpretação trata do significado da palavra
"pecado" (se realmente significa pecado no sentido ordinário da
palavra, ou oferta pelo pecado) e afirma que a palavra aqui realmente significa
pecado. (Em hebraico as palavras pecado e oferta expiatória são iguais.) A
segunda interpretação é que esta palavra significa "oferta pelo
pecado". Ambos os significados são amplamente justificados na Bíblia. Se,
portanto, traduzirmos a palavra por "oferta pelo pecado" ou
"oferta expiatória", daremos à tradução do verso o seguinte: "Se
não procederes bem, a oferta pelo pecado à porta." Isto é, à porta do
curral, tens animais que podem ser oferecidos, como sacrifício pelo mal que
fizeres; não fiques, pois, iracundo, há um meio aceitável para ti. Em resumo, a
primeira interpretação diz que, no caso de a palavra significar
"pecado" literalmente, então, este pecado está à porta, como uma fera
pronta a saltar sobre Caim: " ... para ti será seu desejo, mas tu
dominarás sobre ele". Este pecado será constante perseguidor de Caim, mas
este conseguirá vencê-lo. A segunda interpretação diz que a "oferta pelo
pecado" está à porta e pode ser usada sempre que precisar. Na terceira
interpretação, alguns comentadores separam a última parte do verso 7 da
primeira parte, e fazem que ela se refira à primogenitura de Caim. Caim julgou
ter sido repudiado por Deus, havendo sua oferta sido rejeitada, e a
conseqüência lógica seria ter sido despojado dos direitos da primogenitura. A
idéia de que Abel agora passava a ser seu senhor, fez-lhe cair o semblante como
reflexo do estado moral em que tinha caído, pela rejeição da oferta. Deus, que
tanto via o semblante como o coração, divisou o móvel de toda a transformação
e, para consolar o irado Caim, diz-lhe (parafraseando o texto): "Se
fizeres bem, continuará a haver aceitação para ti; se fizeres mal, o pecado jaz
à porta (segundo a primeira interpretação) e tu sofrerás as conseqüências de
teu mau procedimento, ou (conforme a segunda interpretação), a oferta pelo
pecado está à porta e teu mal pode ser expiado; não obstante tua falta agora, e
tua falta possível no futuro, tu continuarás a dominar sobre teu irmão."
"para ti será todo o seu desejo." (de teu irmão). O verso é difícil,
mas a idéia é clara. Deus quer desviar a ira de Caim e evitar o terrível pecado
que já estava começando a dominar o seu coração. Se Caim tivesse ouvido o
conselho de Deus, qualquer que seja a verdadeira interpretação, continuaria na
posse dos privilégios e bênçãos da primogenitura e a dominar sobre o irmão.
A última destas três interpretações parece ser a mais
razoável e tem em seu favor a opinião dos melhores "scholars" e é a
que o autor aceita, de preferência. A expressão ".. para ti será todo o
seu desejo e tu dominarás sobre ele" só pode referir-se a Abel e Caim,
porque o pronome em ambos os lugares é masculino e não pode referir-se a
pecado. Era natural a ira de Caim. Sua oferta tinha sido rejeitada, e a
primeira coisa que pensou foi que tinha perdido a primogenitura. Deus intervém
e mostra-lhe que não, que ele continuaria a dominar sobre Abel e este a ser seu
servo. Esta promessa, entretanto, condicionada à conduta de Caim, tendo ele se
desviado pelo crime que praticou, o chefe da família, após Adão, não foi mais
Caim, mas Sete que veio em lugar de Abel. Por sua atuação, o primogênito perdeu
a primogenitura, que teria passado a Abel, mas como este foi morto, passou para
o seu substituto, Sete. A história da raça é clara sob este ponto de vista,
confirmando, destarte, esta última interpretação.
O Primeiro Homicídio
Após a cena entre Deus, Abel e Caim, dá-se o primeiro
homicídio na terra. A morte era ainda desconhecida; e foi Abel, o justo, o
primeiro a prová-la. Caim tinha ficado irado contra seu irmão, e, a despeito da
promessa consoladora de que ele não seria repudiado, esperou a primeira
oportunidade para se ver livre de seu irmão. Abel era-lhe um estorvo, e era
preciso removê-lo. Ele era incrédulo, e não tinha podido dar crédito às
palavras de Deus. Abel tinha fé, e por isso seu sacrifício foi aceitável a
Deus. Este fato é o primeiro conflito entre fé e incredulidade. A raça
dividiu-se neste ponto, e está dividida até hoje. As maiores guerras têm sido
guerras religiosas. A religião é um patrimônio da humanidade, e a falta dela é
a causa de tantos conflitos. Daí em diante, duas linhas genealógicas podem constatar-se:
a dos filhos de Deus, os homens religiosos, os crentes, e a dos filhos dos
homens.
Adão e Eva estão começando a colher os frutos da sua falta.
O primogênito tornou-se criminoso e proscrito, e o filho que pensavam ser da
promessa estava morto. Jeová aparece a Caim depois do crime, e pergunta-lhe por
Abel. A resposta revela a perversidade de Caim: "Sou eu o guardador de meu
irmão?" Outro pecado, o da mentira. Todo criminoso é mentiroso. Ele bem
sabia onde estava Abel, mas achou que era melhor responder que fosse perguntar
ao pai e à mãe. Ele nada tinha a ver com a conduta de quem tinha pai e mãe. Vai
perguntar ao pai e à mãe, eles devem saber onde ele está. Difícil era para Caim
esconder o seu crime. Deus pergunta-lhe: que fizeste? "A voz do sangue de
teu irmão clama até mim desde a terra". Não houve testemunha ocular, mas o
próprio sangue do justo clamava. Há uma grande doutrina aqui. Era pelo sangue
inocente que o pecador, no V.T., se reconciliava com Deus, e foi pelo sangue da
aspersão, que fala melhores coisas que o de Abel, que Jesus se tornou mediador
de um novo concerto.
Jeová, supremo juiz, pronunciou a condenação de Caim e
expeliu-o da sua face. É a primeira maldição descarregada sobre um homem.
Quando Adão pecou, Deus amaldiçoou a terra, mas não a ele; agora, porém, o
pecado agravou-se de modo tal, a ponto de destruir a própria obra divina. A
raça caminha a largos passos para a ruína. Caim não pode negar seu crime, e sua
própria consciência lhe diz que a punição é maior do que se pode suportar, mas
não maior do que ele merece. Considera-se indigno da presença de Deus e, como
vagabundo, sem a proteção de Deus e do homem, será morto pelo primeiro homem
que o encontrar, e para fugir à perspectiva, delibera ir para uma terra
afastada, para evitar ser morto mais depressa.
Deus, porém, dá-lhe a promessa de que não será morto e
põe-lhe na testa um sinal. Duas coisas devemos notar aqui. A primeira é que a
morte de Caim não expiaria seu próprio pecado. A Bíblia desconhece o costume
pagão dos sacrifícios humanos. Além de outras razões, eles são incapazes de
corresponder às exigências sacrificiais. A segunda é quanto ao sinal que Deus
pôs em Caim. Este sinal devia estar em lugar bem conspícuo, de modo a poder ser
visto ao longe. Alguém crê que foi um sinal preto e que daqui vem a raça
escura, mas isto é mera suposição. A raça preta descende de Cão (Ham), filho de
Noé, e não era possível que este sinal se reproduzisse noutra pessoa que nada
tinha com o crime de Caim, e muito menos que Cão fosse escuro e os demais
irmãos brancos.
A questão de cores deve relacionar-se com as condições
topográficas, climatéricas e ecológicas. Está, pois, para ser respondida a
pergunta sobre que sinal seria esse. O autor crê que foi um sinal bem visível e
intransmissível.
A Mulher de Caim
Muitos crentes neófitos têm sido confundidos com a pergunta:
Quem era a mulher de Caim? E não poucos críticos têm achado nesta simples
narrativa suficiente material para crer que havia duas raças diferentes, uma,
descendente de Adão e Eva, e outra, que tinha evoluído dos animais inferiores.
Isto é ignorar propositada ou perversamente o estilo do autor e as condições da
narrativa. Nada se diz de como nem de onde se originou esta mulher, mas é certo
também que Moisés nada diz dos outros filhos de Adão e nem uma só palavra das
filhas, não obstante dizer que teve filhos e filhas (Gênesis 5:4). A narrativa
é circunscrita à linha genealógica e, portanto, deixa de parte tanto os
personagens como os incidentes de valor secundário. Adão viveu 800 anos, depois
que gerou o último filho mencionado, Sete, e, certamente, devia ter muitos
outros filhos, nascidos antes e depois de Sete. A raça estava já espalhada no
tempo em que Caim foi banido. Por outro lado, não é nada improvável que Caim
tenha levado consigo sua mulher. Repugna-nos crer que levasse sua mulher,
porque, neste caso, seria sua própria irmã, mas este era, indiscutivelmente, o
caso. Ela podia ser sobrinha ou mesmo descendente em grau mais adiantado, mas,
no caso de ser irmã, não seria ele o único a tomar por mulher sua irmã, visto
que os primeiros casamentos só foram possíveis entre irmãos. Muitos anos depois
desta história, Abraão casou com uma meio irmã.
Tal prática é hoje condenável e proibida pelo código e é
mesmo desnecessária. Não é, pois, preciso recorrer à existência de outra raça,
visto a legitimidade naquela ocasião dos casamentos consanguíneos e a
numerosidade admissível da prole adâmica. Caim, em chegando à terra de Node,
conheceu sua mulher, e ela lhe deu Enoque. O verbo "conhecer" aqui
tem significado conjugal e nada prova em favor da teoria de que ela desconhecia
a Caim. Com o medo de ser morto, edificou uma cidade murada e deu-lhe o nome de
seu filho Enoque.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita -
Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 -
A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
- Adalberto Arraes
LIÇÃO 4 - CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - GÊN. 4:1-15
Texto Áureo: — "O meu pecado é muito grande, para eu poder
alcançar perdão— Gên. 4:13.
Com a expulsão do primeiro casal do jardim, se iniciava uma
nova era. DEUS não os tinha abandonado, como até hoje nunca o fez, mas usava
agora outros caminhos, impostos pelo seu
próprio amor, a fim de poder assistir o
homem, revelando-se a ele, pouco a pouco, até o dia em que viria o Seu Filho, que no-lo faria conhecido, cheio de
graça e de verdade. A prole iniciada por
Adão e Eva, no conhecimento
vergonhoso da sua mudez, eles a
poderiam ter conseguido na santidade e inocência
em que foram criados, obedecendo o mandato
divino (1:28). O que ora faziam com conhecimento das trevas, poderiam
ter feito em luz, pois todas as coisas são
puras para aqueles que não têm maldade.
Ah! Como nós tornamos miseráveis por esse conhecimento ignominioso do
pecado 1 Porém dizemos como Paulo: — Graças a DEUS que nos dá vitória por nosso
Senhor JESUS CRISTO.
I - Iniciava-se assim a era em que os homens destituídos da
lei ou mandamento obedeciam mais ou menos o seu instinto já envenenado, embora
seguidos ainda pelo Criador.
II - A revelação do homem para com DEUS, antes da queda, era
direta e franca.
Após o tombo, porém, outro caminho urgia ser aberto. O homem
podia agora chegar-se a DEUS pela fé. A fé, que vem de DEUS, é viva e
substituiu o acesso à árvore da vida, o qual fora vedado ao homem. Relação com
DEUS, significa vida, e para que isso se desse, teve DEUS de dar alguma coisa
em lugar da árvore vedada; deu então a Fé, já viva, fé naquele que viria
(3:15). "Ao cabo de dias", provavelmente nos sábados — (J. F. and
Brown) os dois irmãos vinham a DEUS com seus sacrifícios e ofertas, e aí já
vemos a tendência maligna de se justificar por obras. Enquanto que Abel não se
valia do sacrifício, mas sim da fé, Caim, esperava algum mérito pela oferta,
pois não dedicava o seu coração a DEUS. (Heb. 11:4). Nem mesmo durante a
ulterior vigência da lei, o sacrifício
tinha importância capital, mas o que valia era o sangue
derramado com a reverência de quem, pela fé, dissesse contrito: "Senhor
aceita este sangue em lugar do meu que devia ser derramado."
Quem se julgasse assim miserável é que poderia alcançar misericórdia. Do contrário, são cerimônias
mortas e sem aceitação na presença do Senhor (Isa. 1:13).
III - Não sabemos quais as instruções que aqueles dois
irmãos receberam de se apresentarem a DEUS, mas parece (v. 5) que alguma
desobediência houve.
É possível que Caim tenha desagradado, pelo fato de se
apresentar com a oferta antes do sacrifício. — "O Altíssimo não aceitou o
sacrifício de Caim; ninguém se pode aproximar do Altíssimo e adorá-lo, sem
derramamento de sangue, mesmo sangue de Cordeiro, o qual Ele mesmo instituiu: A
oferta pelo pecado tem de vir antes da
oferta de agradecimento. Podem o* entrar no SANTO dos Santos e nos
apresentarmos ante o Trono da Graça somente passando através do véu rasgado — o
corpo de CRISTO (Earth's Earliest Ages) -
Contudo, DEUS não abandona o pecador, mas o busca, zeloso. O Senhor revelou a Caim que,
praticando o bem, 41e venceria o pecado
que se achava próximo. Ora, como sabemos
que ninguém tem em si mesmo força sobre o pecado, obviamente compreendemos que a vitória viria se ele
praticasse a obra da fé. Assim, pela fé,
o pecado pode ser vencido. Se o
sacrifício e a oferta forem postos nos
seus lugares, DEUS será satisfeito, a fé será guardada, o homem obrará o bem, será justificado por DEUS (pela fé
obediente) e vencerá o pecado que jaz à
porta. (v. 7). DEUS adverte sempre o
homem que já uma vez O conheceu e que, aos poucos, se afasta d'Ele, pois nenhum
prazer tem o Senhor na morte do ímpio.
Caim não ouviu a voz do Senhor, não voltou atrás no seu
caminho e inaugurou a senda do crime. Surgiu então a bifurcação da eternidade ante os dois primeiros irmãos
na terra. Os homens inauguraram ali
duas estradas divergentes, para nunca mais se encontrarem. (Dan. 14:2). Infelizmente aquele sangue não ficou isolado
na terra, mas muito sangue semelhante se
tem derramado até hoje, e ainda será
derramado até o triunfo final do nosso DEUS.
Caim ficou no estado em que estão muitos, hoje. Não
tinha coragem nem sentia ânimo para
clamar por perdão, mas num espírito pessimista e com os olhos fechados para a
misericórdia de DEUS só exclamou: "Maior é a minha pena do que eu possa
suportar." (v. 13).
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 -
A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
- Adalberto Arraes
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre -
Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO
TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como
andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).
VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e
violência, a linhagem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está
destinada a felicidade eterna.
LEITURA EM CLASSE - Gn 4.1, 2, 8, 11, 14
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à
luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de
ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando
eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca
para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
RESUMO
INTRODUÇÃO
O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo - 2. Urna oferta rejeitada - 3.
Urna maldição inevitável - 4. Caim se casa e constrói urna cidade
CONCLUSÃO
OBJETIVOS
No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de:
. Entender que Deus não faz distinção de pessoas e nem do
que elas lhe apresentam. A oferta de Caim só foi rejeitada, porque ele não era
sincero, diante do seu Criador.
. Compreender que a oferta de Abe] foi bem recebida, porque
Deus aprovou a sinceridade de seu coração.
. Concluir que toda a descendência de Caim foi perversa,
pois seguiu o mal exemplo deixado por seu ancestral.
. Concordar que·a descendência de Sete era diferente, pois seguiu
a piedade de seu ancestral.
SUGESTÕES PRÁTICAS:
1. Explique aos alunos que a oferta de Caim seria recebida
da mesma forma como foi aceita a de Abel, se tivesse havido sinceridade em seu
coração. No entanto, ele era displicente e oferecia o pior de sua lavoura, para
o Criador. Por isso, foi rejeitado e, por inveja, matou o próprio irmão.
2. Fale aos alunos a respeito da linhagem de Caim. Ele,
devido o crime que praticou, fugiu da presença ele seus pais e construiu urna
cidade,em um local bem distante. Por não temer a Deus, fez o que era mau aos
olhos do Senhor, cujo exemplo foi seguido por todos os seus descendentes.
3. Esclareça-lhes que, por causa de sua piedade, Sete foi um
bom exemplo para os seus descendentes. Por esta razão, muitos deles se destacaram
como homens tementes a. Deus. Podemos destacar, entre eles, Enoque, que, aos 65
anos, começou a buscar intensamente a presença do Senhor.
INTRODUÇÃO
Os capítulos 4 e 5 de Genesis são narrativas históricas e
genealógicas. Moisés, seu autor, procurou desenvolver a história da
humanidade, a partir de Adão e Eva, com urna descrição didática. Por este
motivo, não aparecem todos os filhos do primeiro casal. São destacados apenas
os nomes especiais, entre os quais, registraremos alguns, ligados as duas linhagens:
a de Caim e Sete.
l. O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo (Gn 4.3-8). Os dois primeiros
versículos deste capítulo trazem a narrativa breve do nascimento dos dois
primeiros filhos de Adão e Eva, os quais se chamaram Caim e Abel.
Caim e Abel aprenderam, desde cedo, a expiar suas culpas
diante de Deus e oferecer ofertas de gratidão ao Senhor, por estarem vivos (Gn
4.3,4). O primeiro ofertava o fruto da lavoura do campo, do qual tirava para a
sua subsistência. O segundo não deixava por menos, ao apresentar ao Senhor o
primogênito de suas ovelhas. Mas Deus atentou mais para a oferta do mais novo.
A primeira vista, parece-nos injusta a atitude divina, mas o Senhor é quem
conhece e perscruta o interior das pessoas que se chegam a Ele. Abel tinha um
coração sincero e voluntário, para servir a Deus, mas Caim, ao oferecer sua
oferta do campo, não tinha urna atitude sincera e fazia isto, por um ato
meramente legalista, isto é, para obedecer aos seus pais. Encheu-se de ciúme e
inveja contra seu irmão, e usou ainda da traição, para matá-lo sem compaixão.
Ele se tornou Ó primeiro homicida da Temi (Gn 4.7).
2. Uma oferta rejeitada (Gn 4.3,5). Deus rejeitou a oferta
de Caim, porque percebeu que o coração deste filho de Adão não era verdadeiro e
o seu presente tinha mais um caráter material. Seu culto tornou-se legalista,
cheio de obras mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Enquanto que a oferta
de Abel foi aceita, não por ser um produto mais aceitável que o da lavoura, mas
porque o segundo filho de Eva tinha urna atitude voluntária e gratificante
diante do Criador. Seu coração era sincero. Seu culto, verdadeiro (Hb 11.4). O
que oferecemos ao Senhor, hoje? Nossas ofertas demonstram a atitude real de
nossos corações? (Sl 51.17)
3. Urna maldição inevitável (Gn 4.9-12). O poder do pecado
dominou o coração de Caim, que se tornou maligno.Sob o doinínio de um profundo
ódio contra o seu irmão Abel, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que
justificasse sua raiva, ele usou de engodo, ao convidálo a ir ao campo, para
depois atacálo e matá-lo ((Gn 4.8). O fato de tê-lo levado, indica que o crime
fora premeditado, para escapar dos olhos de seus país e, deste modo, evitar
testemunhas contra o seu pecado.
Caim procurou fugir da responsabilidade de seu crime, como
muita gente faz boje, por não querer assumir seus próprios pecados. No texto
de Genesis 4. 11 e 12 Deus expressa a sua rejeição e a inevitável maldição, ao
dizer-lhe: "E agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para receber
das tuas mãos o sangue de teu irmão".
4. Caim se casa e constrói urna cidade (Gn 4.17). Depois da
maldição de Deus sobre Caim, para que fosse um peregrino na Terra (Gn 4.16),
ele saiu do convívio que tinha e procurou isolar-se o quanto pode. Mas todas as
regiões já eram habitadas pelos filhos e filhas de Adão (Gn 5.4,5). Em seu
caminho errante, ele encontrou urna mulher e casou-se. Daí a impertinente
pergunta de muitos crentes neófitos: "Com quem casou Caim? ou: "Quem
era a mulher de Caim? De onde ela surgiu ?" Ora, não é preciso criar urna
polemica em torno deste assunto, visto que a resposta é facilmente encontrada
no contexto histórico e genealógico de Caim. Se o texto diz que ele construiu
urna cidade era porque já havia muita gente naquele lugar (seus descendentes).
CONCLUSÃO
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos,
descobrimos que, em um mundo corrompido e pecador, Deus tem urna linhagem
especial que preserva o seu nome, a Igreja de Jesus Cristo.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. O ambiente em que vivemos influencia, negativa ou
positivamente na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu
para urna terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso,
influenciou, negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da
Terra. Caim não era um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal.
Só porque Deus recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa
de sua displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre -
Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD -
O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
O Assassinato e seu Resultado, 4.1-24
Um aspecto terrível do pecado é que ele não pode ser isolado
nem obliterado facilmente. Executa progressivamente sua obra devastadora na
sociedade, de geração em geração. O pecado de Adão e Eva não causou infortúnio
apenas para suas vidas; passou de pai para filho, de época para época. A
história no capítulo 4 ilustra dolorosamente este fato e as genealogias ampliam
as repercussões do mal por todas as gerações.
1. O Assassinato de um Irmão Crédulo (4.1-16)
Na estrutura geral, esta história é muito semelhante à
anterior. Tem um cenário (4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de
julgamento (4.9-15) e a execução da sentença (4.16).
A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva
(1) realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes,
Caim e Abel (2), tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de
trabalhar com plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos.
Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3), o
primeiro incidente sacrifical registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e
da sua gordura (4) não quer dizer necessariamente que animais são superiores a
plantas para propósitos sacrificais. Por que atentou o SENHOR para Abel e para
a sua oferta (5) fica evidente à medida que a história se desenrola.
A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não
suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor
por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o “número um”.
O Senhor não estava ausente da hora da adoração. Ele abordou
Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um
jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a
palavra aceitação (7) é, literalmente, “levantamento”, e está em contraste com
descaiu (6). Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura
ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à
introspecção e ao arrependimento.
Se Caim tivesse feito bem (7), com certeza Deus o teria
graciosamente recebido. Mas, e se Caim não tivesse feito bem? Esta era a
verdadeira questão que Caim ignorava, pois ele lançava a culpa em Abel. A
ameaça à sua vida espiritual não estava longe. O pecado estava bem do lado de
fora da porta, pronto para levar Caim à ruína.
Precisamos examinar duas palavras no versículo 7. A palavra
traduzida por pecado ihatfat) pode significar pecado ou oferta pelo pecado. A
última opção está fora de questão, porque a presença fora da porta não parece
ser útil; é sinistra. A palavra jaz (robesh) é um substantivo verbal. O
problema para o tradutor é: Esta palavra serve de verbo, jaz, ou de substantivo,
dando o sentido: “O pecado está de tocaia”?
Speiser destaca que o acádio, uma das origens do hebraico
bíblico, tem basicamente a mesma palavra, rabishum (note que as primeiras três
consoantes são as mesmas), que significa “demônio”. Esta história bíblica vem
do mesmo local geográfico; assim, se considerarmos que robesh é um empréstimo
do acádio, a solução está à mão. 21 O texto descreve o pecado como um demônio
malévolo, pronto para se lançar sobre Caim se este sair da presença de Deus sem
se arrepender. Deus graciosamente ofereceu a Caim o poder de vencer o pecado:
Sobre ele dominarás.
A última porção do versículo 7 pode ser parafraseada: “Tu
deixaste o fogo da raiva arder por dentro; por conseguinte, quando tu deixares
meu domicílio, o pecado te tomará. E melhor dominares a raiva para que a
destruição não te vença”.
Mas Caim saiu da presença de Deus e a raiva se transformou
em ciúme, o qual, por sua vez, se tornou em ódio assassino junto com um plano
ardiloso. No campo, um dia a ação má foi executada — Caim... matou (8) Abel
deliberadamente e sem provocação.
Mas Caim não pôde evitar o SENHOR (9). Logo se desenvolveu a
cena de julgamento. A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra
(10) é vívida expressão idiomática que significa: “Tu podes tentar esquecer teu
ato de violência, mas eu não posso. O que quer que aconteça com meus filhos é
questão de preocupação pessoal para mim”. O privilégio de cultivar a vida
vegetal foi tomado de Caim e ele foi banido para o deserto, a fim de ser
fugitivo e errante (12).
A exposição do seu pecado mudou Caim. O ódio arrogante se
tornou em medo covarde misturado com autopiedade. Ele estaria suscetível do
mesmo destino que desferiu ao irmão. Não pôde nem suportar o pensamento. Mas
Deus não escarneceu dele. Mais uma vez sua misericórdia suavizou o castigo. Pôs
o SENHOR um sinal em Caim (15). Assim, Caim partiu para enfrentar uma vida
totalmente nova, longe de Deus. A designação terra de Node (16) significa
“terra de vagueação”, e não parece ser o nome de uma região específica que não
seja sua direção geral para a banda do oriente do Éden.
De 4.2-9, G. B. Williamson analisa “Caim e Abel”. 1) A
diferença nos homens — até entre irmãos, 2b,5b,6,8,9; 2) A diferença
significativa nas suas ofertas, 3-5a (cf. Hb 11.4); 3) Eis uma revelação da
bondade e severidade de Deus, 7a.
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