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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

GENESIS - O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA - LIÇÃO 01 COM SUBSIDIOS


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SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.


Lições Bíblicas CPAD   -   Adultos
 4º Trimestre de 2015

Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista: Claudionor de Andrade

Lição 1: Gênesis, o livro da Criação Divina
Data: 4 de Outubro de 2015

TEXTO ÁUREO
 “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).

VERDADE PRÁTICA
 Sem o livro de Gênesis, as grandes perguntas da vida ainda estariam sem resposta.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Gn 1.1
Deus cria, no princípio, os céus e a terra

Terça — Gn 2.7
A criação do ser humano, obra prima da criação

Quarta — Gn 3.1-7
A Queda do homem e a entrada do pecado no mundo

Quinta — Gn 7.1-12
A maldade humana se multiplica e Deus ordena o dilúvio

Sexta — Gn 12.1-3
Deus chama Abraão e dá início à nação de Israel

Sábado — Gn 45.5
José, o governo da providência divina

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Gênesis 1.1-10,14,26.

1 — No princípio, criou Deus os céus e a terra.
2 — E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3 — E disse Deus: Haja luz. E houve luz.
4 — E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
5 — E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro.
6 — E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
7 — E fez Deus a expansão e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi.
8 — E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo.
9 — E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi.
10 — E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom.
14 — E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
26 — E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

HINOS SUGERIDOS

216, 526 e 527 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
 Apresentar um panorama geral do livro de Gênesis.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar o tema, data, autoria e local do livro de Gênesis;
II. Conhecer os objetivos do livro de Gênesis;
III. Explicar o conteúdo do livro de Gênesis.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
 Prezado professor, neste último trimestre do ano estudaremos a respeito do livro de Gênesis. O autor deste primeiro livro do Pentateuco é Moisés. Mediante o estudo desse livro respondemos a duas grandes perguntas da humanidade: “Quem criou o universo?” e “De onde viemos?”. Os principais temas do livro de Gênesis, que serão estudados ao longo das lições são: A criação, a Queda, o dilúvio, o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel.
O comentarista é o pastor Claudionor de Andrade — autor de diversos livros e Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD.
Que o Deus que tudo criou o abençoe, e que você tenha experiências marcantes mediante o estudo do livro de Gênesis.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
 Sem o Gênesis, não teríamos condições de responder às grandes perguntas da vida: “Quem fez os céus e a terra?” e “De onde viemos?”. Tendo em vista a sua importância à nossa fé, começaremos a estudar, a partir de agora, essa porção tão querida das Sagradas Escrituras.
Que o Senhor nos ajude a entender a sua obra criadora e os propósitos da sua criação. E que o Espírito Santo nos ilumine com as histórias e doutrinas do livro que, escrito há três mil e quinhentos anos, jamais perdeu a influência e a atualidade.
Estude metodicamente o Gênesis. Destaque as partes que mais lhe tocarem o coração, aplicando-as à sua vida. Você comprovará a eficácia desse livro da Bíblia em seu cotidiano.


PONTO CENTRAL
 O livro de Gênesis responde as grandes pergunta da vida: “Quem criou o universo?” e “De onde viemos?”.


I. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
 Neste tópico, buscaremos algumas informações bibliológicas sobre o primeiro livro da Bíblia Sagrada.

1. Tema. O tema de Gênesis pode ser resumido em seu primeiro versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O assunto central do livro, portanto, é a origem divina dos céus, da terra, da humanidade e do povo de Israel.

2. Data. A cronologia de que dispomos indica que o Gênesis foi escrito no século 15 antes do nascimento do Salvador. É a obra mais antiga a chegar-nos integralmente às mãos. Dos textos mesopotâmios e egípcios, por exemplo, só nos restam fragmentos confusos e bastante duvidosos. Quanto ao Gênesis, nós o temos em sua integridade.

3. Autoria. As evidências da própria Bíblia indicam que o livro de Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44). Inspirado pelo Espírito Santo, ele selecionou as narrativas orais e os registros genealógicos conservados pelos hebreus, redigindo-os como um todo homogêneo, coerente e lógico. Trata-se de um texto confiável e sem contaminação mitológica. Jesus mesmo atestou-lhe a historicidade (Mt 19.4-6; Lc 11.51). Sua inspiração divina é incontestável.
4. Local. O livro de Gênesis foi escrito durante a peregrinação dos filhos de Israel rumo à Terra Prometida, isto é, entre o Egito e o deserto do Sinai (Êx 24.4).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 O tema central do livro de Gênesis se encontra no primeiro capítulo e versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).

SUBSÍDIO DIDÁTICO
 Professor, reproduza o esquema abaixo. Para introduzir a aula faça as seguintes indagações: “Quem é o autor do livro de Gênesis?”; “Qual o objetivo do livro?”; “Quais são os principais temas abordados pelo autor?”. Explique que fazer e responder estas perguntas é fundamental para a compreensão de qualquer livro da Bíblia.

 II. OBJETIVOS DO GÊNESIS
 Todos os livros da Bíblia Sagrada foram escritos com objetivos bem definidos, pois o propósito de Deus sempre foi a redenção plena de Israel e dos gentios (2 Tm 3.16). Na leitura de Gênesis, ressaltamos dois intuitos divinos.

1. Fortalecer a fé da geração do êxodo. Os leitores ou ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de Israel que, resgatada do Egito, peregrinava em direção a Canaã. Na redenção dos hebreus, o Espírito Santo usou não somente a doutrina do Único e Verdadeiro Deus, mas também a narrativa da salvação (Êx 3.14-16).

Os israelitas, pois, careciam inteirar-se de uma grande verdade: o mesmo Senhor, que criou todas as coisas e se revelou a Abraão, era poderoso o bastante para introduzi-los na Terra Prometida (Êx 3.17). Eles precisavam saber, igualmente, que a região de Canaã pertencia-lhes por direito, como atestam as várias escrituras de posse registradas em Gênesis (Gn 12.1; 15.18; 17.8; 26.3; 28.13; 50.24).

2. Responder às grandes perguntas da vida. Paulo sabia como empregar as verdades do Gênesis. No Areópago de Atenas, ele deixou bem patente aos filósofos que o Deus Desconhecido, tão venerado pelos gregos, era de fato o Criador de todas as coisas (At 17.19-31). Além de evangelizá-los, o apóstolo respondeu-lhes as grandes perguntas da vida: “Quem fez o Universo?”; “E de onde viemos?”. Até então, eles haviam buscado respostas em seus poetas e filósofos, mas a mitologia é incapaz de satisfazer-nos à sede espiritual.

Na proclamação do Evangelho, faz-se necessária a evocação de três verdades que se acham em Gênesis: 

1) Deus criou os céus, a terra e o homem; 

2) Em Adão, todos pecamos, tornando-nos réus da morte eterna; 

3) Entretanto, Deus providenciou-nos eficaz salvação através da semente da mulher: Jesus Cristo, nosso Salvador.

A leitura do Gênesis nunca se fez tão necessária como nos dias de hoje. Nossas crianças precisam saber quem fez todas as coisas. O que eles veem não é obra do acaso; é criação divina. Se não formos precavidos, doutrinas fúteis, como o evolucionismo, lhes roubarão a fé salvadora.

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
 Um dos objetivos de Moisés ao escrever o livro de Gênesis, era fortalecer a fé da geração do êxodo mostrando que Deus é o grande criador dos céus, da Terra e do homem.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Gênesis leva-nos a retroceder além da história oficial. Pela revelação, desvenda a origem tanto do universo quanto do ser humano. A introdução da mensagem do livro da criação é a seguinte: para entender quem somos de onde viemos, precisamos começar a partir de Deus.
Existem realmente apenas duas maneiras de entender a origem de todas as coisas. Uma pessoa pode ver tudo como resultado de um acaso fortuito operando num universo impessoal ou como obra artesanal de uma pessoa talentosa. Gênesis contundentemente corrobora com a segunda posição. O livro da Bíblia associa a criação do universo a um Deus pessoal. Retrata os seres humanos como incomparáveis, criações especiais desse Deus. Gênesis explica ainda a origem do pecado e do mal, afirma a responsabilidade moral do homem e lança a base para a doutrina da redenção.
O livro de Gênesis registra a história dos hebreus, um povo escolhido por Deus para servir como um canal de bênçãos a todo o mundo. Promessas especiais dadas a Abraão, o grande patriarca, são evidências que Deus tem um propósito permanente para o homem.

Este livro dá subsídios que favorecem o entendimento das Escrituras. A Bíblia inteira fala do contexto definido em Gênesis. Deus é Deus e preocupa-se unicamente com os seres humanos. Ele julgará o pecado. No entanto, coloca em ação um processo capaz de trazer os pecadores de volta ao santo caminho. Em um grande plano para benefício da humanidade, revelado no chamado de Abraão, o Senhor demonstra a maravilha do seu infinito e redentor amor” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.22).



III. O CONTEÚDO DO GÊNESIS
 O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em contato com o início da História de Israel. Todavia, para efeitos didáticos, adotaremos uma divisão mais analítica.

1. Criação. Em seus dois capítulos iniciais, o autor sagrado mostra como vieram a existir os céus, a terra e a humanidade. Tudo quanto vemos, e também o que não podemos ver, foi criado por Deus (Gn 1-2).
O capítulo dois é dedicado à criação do homem e da mulher e à instituição do casamento. Temos aqui uma história real, e não uma parábola como alegam os incrédulos.

2. A Queda e a degradação humana. Nos capítulos três, quatro e cinco, vemos como o pecado foi introduzido no mundo e as suas terríveis consequências. Em meio a essa tragédia, porém, o Senhor anuncia a redenção da humanidade através da semente da mulher (Gn 3.15).

3. O dilúvio. Devido à degradação da raça humana, o Senhor decreta o fim da primeira civilização. A descendência de Adão, porém, seria preservada por intermédio de Noé (Gn 6-8).

4. O recomeço da civilização. Passado o grande dilúvio, Noé dá início a um novo ciclo civilizatório. A história do recomeço é contada dos capítulos nove a 11 de Gênesis. Dessa forma, o clã noético acaba por gerar nações, línguas e culturas diferentes.

5. A origem da nação de Israel. A partir do capítulo 12 até ao fim do livro, o autor sagrado dedica-se à formação da nação de Israel. A história do povo eleito, no Gênesis, tem início com Abraão e encerra-se com José.

SÍNTESE DO TÓPICO (III)
 Podemos encontrar no livro de Gênesis temas como a Criação; Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel.


 SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Sete características principais assinalam Gênesis. 
(1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com possível exceção de Jó) e registra o começo da humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção. 
(2) A história contida em Gênesis abrange um período de tempo, maior que o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à redenção até o final do AT. 
(3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e não um processo independente da natureza. Cinquenta vezes nos capítulos 1-2, Deus é o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador. 
(4) Gênesis é o livro das primeiras coisas -a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante. 
(5) O concerto de Deus com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no capítulo 15, e ratificado no capítulo 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia. 
(6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel. 
(7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento central do Antigo Testamento” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.29).


CONCLUSÃO
 Veja como são contrastantes o primeiro e o último versículo de Gênesis. Na abertura do livro, um toque de indescritível alegria: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). No último, uma nota de condolências: “E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito” (Gn 50.26).
Apesar do luto que encerra o Gênesis, todos, judeus e gentios, somos chamados a herdar a vida eterna. Foi o que o Senhor prometeu a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Essa promessa é disponibilizada aos que creem em Jesus e receberam o perdão de seus pecados.

PARA REFLETIR
 A respeito do livro de Gênesis:

Quem escreveu o Gênesis?
As evidências da própria Bíblia indicam que o livro de Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44).

Quais foram os leitores imediatos do Gênesis?
Os leitores ou ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de Israel.

Discorra sobre os dois principais objetivos do Gênesis.
Os dois principais objetivos do livro de Gênesis são: Fortalecer a fé da geração do êxodo e responder as grandes perguntas da vida.

Qual o conteúdo do livro de Gênesis?
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em contato com a História de Israel. Todavia, para efeitos didáticos nossa lição dividiu o conteúdo do livro da seguinte forma: Criação; a Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da civilização.

Por que Gênesis nos é tão importante?
Porque este livro nos mostra que o universo e a humanidade não são obra do acaso; trata-se de criação divina.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Gênesis, o livro da Criação Divina
 Como apresentado na tabela acima, o livro de Gênesis se divide em quatro partes principais: 
(1) a Criação; 
(2) a narrativa pré-patriarcal; 
(3) os patriarcas na Palestina; e 
4) os patriarcas no Egito. Os 50 capítulos de Gênesis darão conta desse esboço, do desenvolvimento da história do povo de Deus.

Tecnicamente, pode-se dizer que o gênero literário predominante no livro de Gênesis é o da narrativa. As narrativas variam entre antes e depois da Era do Patriarcado na Palestina. Esse gênero literário nos permite perceber que as histórias ali narradas foram elaboradas de maneira a prender a atenção do leitor a ponto de levá-lo ao clímax da história: a saga do povo de Deus rumo à Terra Prometida.
A partir dessa percepção, podemos inferir o propósito do livro de Moisés: contar a maneira e motivo de o Deus de Israel escolher a família de Abraão e fazer uma eterna aliança com ela. Para os cristãos, essa aliança tem uma importância preponderante, pois foi a partir da aliança de Deus com Abraão que Jesus de Nazaré foi feito o Messias prometido: o Messias seria judeu, da família de Davi, descendente direto da casa de Abraão. De modo que também a Igreja de Cristo foi pensada sob a aliança estabelecida entre Deus e Abraão. Por isso, o apóstolo Paulo escreve convictamente: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.28,29).

Portanto, há razão suficiente para dedicarmo-nos ao estudo do livro de Gênesis. Ele apresenta o início da história da salvação. Em Gênesis, somos convidados a compreender como começou a história do povo de Deus que culminou na revelação de Jesus Cristo, a fim de que hoje fôssemos alcançados pela graça de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor.


SUBSIDIOS

Autor: Moisés
Tema: Começos
Data: Cerca de 1445-1405 a.C.

 Considerações Preliminares
É muito apropriado o lugar que Gênesis ocupa como o primeiro livro do AT, servindo de introdução básica à Bíblia inteira. O título deste livro em hebraico deriva da primeira palavra do livro: bereshith (“no princípio”). O título “Gênesis”, como aparece em nossas Bíblias, é a tradução em grego, do referido título em hebraico, e significa “a origem, fonte, criação, ou começo dalguma coisa”. Gênesis é “o livro dos começos”.
O autor de Gênesis não é mencionado em nenhuma parte do livro. O testemunho do restante da Bíblia, porém, é que Moisés foi o autor de todo o Pentateuco (i.e., os cinco primeiros livros do AT) e, portanto, de Gênesis (e.g., 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 6.18; Ne 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mc 12.26; Lc 16.29,31; Jo 7.19-23; At 26.22; 1 Co 9.9; 2 Co 3.15). Além disso, os antigos escritores judaicos e os primeiros dirigentes da igreja são unânimes em testificar que Moisés foi o escritor de Gênesis. Uma vez que o relato de Gênesis no seu todo é de data anterior a Moisés, o papel deste ao escrever Gênesis foi, em grande parte, reunir sob a inspiração do Espírito Santo, todos os registros escritos e orais disponíveis, desde Adão até a morte de José, como os temos hoje preservados em Gênesis. Uma possível indicação de Moisés ter utilizado
registros históricos existentes ao escrever Gênesis, é a repetida expressão através do livro: “estas são as gerações de” (hb. e’lleh toledoth), que também admite a tradução: “estas são as histórias por” (ver 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2).
Gênesis registra com exatidão a criação, os começos da história da humanidade e a origem do povo hebreu, bem como o concerto entre Deus e os hebreus através de Abraão e os demais patriarcas. O Senhor Jesus atestou no NT a fidedignidade histórica de Gênesis como Escritura divinamente inspirada ( Mt 19.4-6; 24.37-39; Lc 11.51; 17.26-32; Jo 7.21-23; 8.56-58) e os apóstolos (Rm 4; 1Co 15.21,22,45-47; 2 Co 11.3; Gl 3.8; 4.22-24,28; 1 Tm 2.13,14; Hb 11.4-22; 2 Pe 3.4-6; Jd 7,11). Sua historicidade continua sendo confirmada pelas descobertas arqueológicas modernas. Moisés foi notavelmente bem preparado, pela sua educação (At 7.22) e por Deus, para escrever esse incomparável livro da Bíblia.

Propósito
Gênesis provê um alicerce essencial para o restante do Pentateuco e para toda a revelação bíblica subseqüente. Preserva o único registro fidedigno a respeito dos começos do universo, da humanidade, do casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da história da redenção. Foi escrito de conformidade com o propósito de Deus a fim de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do AT quanto do NT, uma compreensão fundamental de si mesmo, da criação, da raça humana, da queda, da morte, do julgamento, do concerto e da promessa da redenção através do descendente de Abraão.

Visão Panorâmica

Gênesis divide-se naturalmente em duas grandes partes. (A) Os caps. 1—11 fornecem uma visão geral, partindo de Adão até Abraão, e concentra-se em cinco eventos memoráveis.
(1) A Criação: Deus criou todas as coisas, inclusive Adão e Eva, os quais Ele colocou no Jardim do Éden (1—2).
(2) A Queda: Adão e Eva, pela sua transgressão, introduziram na história humana a maldição do pecado e da morte (cap. 3).
(3) Caim e Abel: Esta tragédia colocou em movimento as duas correntes básicas da história: a civilização humanista e um remanescente redentor ( 4 — 5).
(4) Dilúvio Universal: O mundo antigo se tornara tão iníquo até os tempos da geração de Noé, que Deus o destruiu por meio de um dilúvio universal, e poupou somente o justo Noé e sua família, como remanescentes (6—10).
(5) A Torre de Babel. Quando o mundo pós-diluviano unificou-se em torno da idolatria e da rebelião, Deus o dispersou, ao confundir seu idioma e cultura, e ao espalhar a raça humana por toda a terra (cap. 11).
(B) Os caps. 12—50 registram os começos do povo hebreu e focalizam o contínuo propósito divino da redenção, através da vida dos quatro grandes patriarcas de Israel — Abraão, Isaque, Jacó e José. A chamada de Abraão por Deus (cap. 12) e o relacionamento pactual de Deus com ele e com seus descendentes, formam o começo de fato da realização do propósito divino concernente ao Redentor e à redenção, na história humana. Gênesis termina com a morte de José e a iminente escravidão de Israel no Egito.

Características Especiais
Sete características principais assinalam Gênesis.
(1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com a possível exceção de Jó) e registra o começo da história da humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção.
(2) A história contida em Gênesis abrange um período de tempo maior do que todo o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à redenção até o final do AT.
 (3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e não um processo independente da natureza. Cinqüenta vezes nos caps. 1—2, Deus é o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador.
(4) Gênesis é o livro das primeiras coisas — o primeiro casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante.
(5) O concerto de Deus com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no cap. 15, e ratificado no cap. 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia.
(6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel.
(7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento redentor central do AT.

Gênesis e Seu Cumprimento no NT

Gênesis revela a história profética da redenção, e o Redentor que virá através da descendência da mulher (3.15), das linhagens de Sete (4.25,26), e de Sem (9.26,27), e da descendência de Abraão (12.3).
 O NT aplica 12.3 diretamente à provisão da redenção que Deus realizou em Jesus Cristo (Gl 3.16,39). Muitos personagens e eventos de Gênesis são mencionados no NT com relação à fé e à justiça (Rm 4; Hb 11.1-22), ao julgamento divino (Lc 17.26-29,32; 2 Pe 3.6; Jd 7,11a) e à pessoa de Cristo (Mt 1.1; Jo 8.58; Hb 7).



INTRODUÇÃO AO LIVRO DE GENESIS
I. Nome
"Génesis" origina-se de uma palavra grega que significa "início" ou "geração". Mateus 1:1 traduz a palavra "génesis" por "geração". Génesis é o ,livro das gerações ou dos inícios. Há dez gerações citadas no livro: os céus e a terra (2:4); Adão (5:1); Noé (6:9); Sem (11:10); Tera (11:27); Ismael (25:12); Isaque (25:19); Esaú (36:1); e Jacó (37:2). Génesis, o ponto de partida para toda a Bíblia, registra para nós o importante início do universo, da história humana, da civilização, do pecado, da salvação, do sacrifício, do casamento e da família.

II. Autor
Em geral, concorda-se que Moisés escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia, chamados de "Pentateuco" (do grego penta, "cinco", e teuchos, "o recipiente em que se guarda o livro"). E claro, Moisés não estava vivo quando ocorreram os eventos de Génesis, mas o Espírito dirigiu sua escrita (2 Pe 1:20-21). Jesus considerava Moisés o autor desses cinco livros atribuídos a ele (veja Jo 5:45-47), e a autoridade de nosso Salvador é mais que suficiente para nós.

III. Propósito
Ao ler Génesis, observe que os primeiros 11 capítulos são gerais e sem muitos detalhes; ao passo que, a partir do capítulo 12, o restante do livro apresenta, com muitos detalhes, a vida de quatro homens: Abraão, Isaque, Jacó e José. Como você observará no esboço de Génesis, a primeira seção (1— 11) trata da humanidade em geral e explica a origem do homem e do pecado, enquanto a última seção (12—50) trata especificamente de Israel. Isso indica que o objetivo do livro é explicar a origem do homem e seu pecado e de Israel e o plano de salvação de Deus. Aliás, um dos temas-chave de Génesis é a eleição divina. Iniciamos com os "céus e aterra", mas depois Deus escolhe lidar com a terra, não com os céus; a partir desse ponto, o tema é o plano de Deus na terra. Deus, ao escolher a terra, deixa de lado os anjos (até mesmo os anjos caídos) e os eleitos a fim de lidar com o homem. Deus escolhe Sete (4:25) entre os muitos filhos de Adão. Deus escolhe Noé (6:8) entre os muitos descendentes de Sete (Gn 5), e, da família de Noé, ele escolhe Sem (11:10), Tera (11:27) e, por fim, Abraão (12:1). Abraão tem muitos filhos; Isaque, porém, é a semente escolhida (21:12). Isaque tem dois filhos, Jacó e Esaú, e Deus escolhe Jacó para ser o recipiente de sua graça. Tudo isso revela a eleição benevolente de Deus. Nenhuma dessas pessoas escolhidas era merecedora dessa honra; a eleição deles, como  a de todos os crentes, resultou totalmente da graça de Deus. Génesis ilustra, em paralelo à graça eletiva de Deus, o maravilhoso poder e a magnífica providência de Deus. Os homens podiam desobedecer ao Senhor e duvidar dele, contudo ele governa e domina para alcançar seus propósitos. Se, em Génesis, o plano dele fracassasse, séculos depois não nasceria o Messias em Belém.

IV. Génesis e Apocalipse
Os inícios registrados em Génesis tiveram seu cumprimento em Apocalipse. Deus criou o céu e a terra (Gn 1:1) e, um dia, criará um novo céu e uma nova terra (Ap 21:1). Satanás atacou primeiro o homem (Gn 3), contudo será derrotado em seu último ataque (Ap 20:7-10). Deus fez as trevas e a
luz (Gn 1:5), mas um dia não haverá mais noite (Ap 21:23; 22:5), não haverá mais mares (Gn 1:10; Ap 21:1) e a maldição será retirada da criação (Gn 3:14-17; Ap22:3). Deus expulsou o homem do jardim (Gn 3:24), mas o povo de Deus será bem-vindo no paraíso celestial (Ap 22:1 ss), e a árvore
da vida será restaurada para o homem (Ap 22:14). A Babilónia será destruída (Gn 10:8-10; Ap 17—19) e cumprirse- á a promessa do julgamento de Satanás (Gn 3:15; Ap 20:10).

V. Cristo em Génesis
De acordo com Lucas 24:27,44-45, encontramos Cristo em "todas as  Escrituras". A seguir, apenas umas poucas referências a Cristo existentes em Génesis.
1. A Palavra criativa — Génesis
1:3; João 1:1 -5; 2 Coríntios 4:3-7

2. O último Adão — Romanos
5; 1 Coríntios 15:45

3. A semente da mulher — Génesis
3:15; Gálatas 3:19; 4:4

4. Abel — Génesis 4; Hebreus
11:4; 12:24

5. Noé e o dilúvio — Génesis
6—10; 1 Pedro 3:18-22

6. Melquisedeque — Génesis
14; Hebreus 7—10

7. Isaque, o filho da promessa — Génesis 17; Gálatas 4:21-31 (Isaque retrata Cristo em seu nascimento miraculoso, em sua disposição para morrer, em sua "ressurreição" [Hb 11:19] e ao tomar
uma noiva. É claro, Jesus verdadeiramente morreu e levantou-se da morte. Em Isaque, esses eventos
são apenas simbólicos.)

8. O Cordeiro — Génesis 22:7-8; João 1:29

9. A escada de Jacó — Génesis
28:12ss; João 1:51

10. José — Génesis 37—50
(Rejeitado por seus irmãos, amado do Pai; sofreu injustamente; exaltado para reinar. Os irmãos de José não o reconhecem na primeira vez que o vêem, mas o reconhecem na segunda. Da mesma forma que Israel reconhecerá o Messias).


A CRIAÇÃO
Gn 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.

O DEUS DA CRIAÇÃO.
(1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1Tm 6.16 nota; Cl 1.16).

(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (1.27; ver 1.26 nota). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.

(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver 1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).

A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO.

(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “criar” (hb.“bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3 nota).

(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28).

(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).

(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.
(a) O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16). Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2).

(b) Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por “Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca” (Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).

O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO.

Deus tinha razões específicas para criar o mundo.

(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado — desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.

(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves — rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!

(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos.

(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.

(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado (ver 3.15 nota). Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).

(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).

CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO.
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.

(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.

(2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).

(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (1.21,24,25).

(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a manhã”. Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).


GENESIS  1.1 NO PRINCÍPIO, CRIOU DEUS. A expressão No princípio é enfática, e chama a atenção para o fato de um princípio real. Outras religiões antigas, ao falarem da criação, afirmam que esta ocorreu a partir de algo já existente. Referem-se à história como algo que ocorre em ciclos perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo linear, com um alvo final determinado por Deus. Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a efeito.
(1) Uma vez que Deus é a origem de tudo quanto existe, os seres humanos e a natureza não existem por si mesmos, mas devem a Ele sua existência e a sua propagação.
(2) Toda existência e forma de vida são boas se estão corretamente relacionadas com Deus e dependentes dEle.
(3) Toda vida e criação pode ter relevância e propósito eternos.
 (4) Deus tem direitos soberanos sobre toda a criação, em virtude de ser seu Criador. Num mundo caído, Ele reafirma esses direitos mediante a redenção (Êx 6.6; 15.13; Dt 21.8; Lc 1.68; Rm 3.24; Gl 3.13 ;1 Pe 1.18)

GENESIS  1.2 A TERRA ERA SEM FORMA E VAZIA. Este versículo descreve, tanto o processo que Deus empregou para criar, como a ação do Espírito Santo na criação (ver o estudo A CRIAÇÃO)

GENESIS  1.3 HAJA LUZ. A palavra hebraica para luz é `or, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou luminares (hb. ma`or, literalmente luzeiros , v.14) nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5,14

GENESIS  1.4 ERA BOA A LUZ. Sete vezes Deus declara que aquilo que Ele criara era bom (vv. 4,10,12,18,21,25,31). Cada parte da criação por Deus efetuada, executou plenamente a sua vontade e propósito. Deus criou o mundo para revelar a sua glória e para ser um lugar onde a raça humana pudesse compartilhar da sua alegria e vida. Note como Deus executou a obra da criação de conformidade com um plano e uma ordem:

GENESIS  1.5 E FOI A TARDE E A MANHÃ: O DIA PRIMEIRO. Essa identificação é repetida seis vezes neste cap. (vv. 5,8,13,19,23,31). A palavra hebraica para dia é yom. Normalmente significa um dia de vinte e quatro horas (cf. 7.17; Mt 17.1), ou a porção em que há luz, nas vinte e quatro horas ( dia em contraste com noite , Jo 11.9). Mas também pode referir-se a um período de tempo de duração indeterminada (e.g., tempo da sega , Pv 25.13). Note-se que em 2.4, os seis dias da criação são designados como no dia . Muitos entendem que os dias da criação eram de vinte e quatro horas, pois sua descrição diz que consistiam em uma tarde e uma manhã (v. 5; Êx 20.11). Outros crêem que tarde e manhã simplesmente significa que uma determinada tarde encerrou algum ato específico da criação, e que a manhã seguinte iniciou novo ato.

GENESIS  1.7 A EXPANSÃO. A expansão , ou firmamento , refere-se à atmosfera posta entre a água na terra e as nuvens acima.

GENESIS  1.14 SEJAM ELES PARA SINAIS. Deus determinou que o sol, a lua e as estrelas servissem de sinais que conduzissem a Ele, além de regularem o andamento dos dias, estações e anos. A astrologia deturpou esses propósitos determinados para os astros e urdiu o ensino falso de que os astros e planetas influenciam e orientam a vida das pessoas.

GENESIS  1.22 DEUS OS ABENÇOOU. Deus abençoou os seres viventes e declarou que a natureza e os animais eram bons (vv. 12,21,22).
(1) Deus se deleitou na sua obra e lhe atribuiu valor. Da mesma forma, o crente deve considerar que a natureza, com sua beleza e seus animais, é algo de bom para se desfrutar e de imenso valor.
(2) Embora a natureza agora esteja maculada pelo pecado,continua tendo grande valor como um meio de expressão da glória de Deus e do seu amor à raça humana (Sl 19.1). O crente deve orar pela libertação completa da criação, da sua escravidão do pecado e da sua degradação (Rm 8.21; Ap 21.1).

GENESIS  1.26 DISSE DEUS: FAÇAMOS. Esta expressão contém uma referência primeva ao Deus trino e uno. O uso da primeira pessoa do plural [ nós , oculto] indica que há pluralidade em Deus (Sl 2.7; Is 48.16). A revelação da característica trina e una de Deus só se torna clara, porém, quando chegamos ao NT (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).

GENESIS  1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos 26-28 lemos a respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores mais específicos a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois relatos se completam e ensinam várias coisas.
(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).

(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e semelhança de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o (2.15-17).
(a) Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10).
(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pes-soais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).
(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).
(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependentes de Deus (Sl 8.5).
(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn 3.20; At 17.26; Rm 5.12).

FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento
Comentário Bíblico Esperança Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay Novo Testamento
Biblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Wiersb - Velho Testamento.













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