SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.
Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro
de Gênesis
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 1: Gênesis, o livro da Criação Divina
Data: 4 de Outubro de 2015
TEXTO ÁUREO
“No princípio, criou
Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
VERDADE PRÁTICA
Sem o livro de
Gênesis, as grandes perguntas da vida ainda estariam sem resposta.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 1.1
Deus cria, no princípio, os céus e a terra
Terça — Gn 2.7
A criação do ser humano, obra prima da criação
Quarta — Gn 3.1-7
A Queda do homem e a entrada do pecado no mundo
Quinta — Gn 7.1-12
A maldade humana se multiplica e Deus ordena o dilúvio
Sexta — Gn 12.1-3
Deus chama Abraão e dá início à nação de Israel
Sábado — Gn 45.5
José, o governo da providência divina
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 1.1-10,14,26.
1 — No princípio, criou Deus os céus e a terra.
2 — E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a
face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3 — E disse Deus: Haja luz. E houve luz.
4 — E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre
a luz e as trevas.
5 — E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi
a tarde e a manhã: o dia primeiro.
6 — E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e
haja separação entre águas e águas.
7 — E fez Deus a expansão e fez separação entre as águas que
estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim
foi.
8 — E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã:
o dia segundo.
9 — E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num
lugar; e apareça a porção seca. E assim foi.
10 — E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das
águas chamou Mares. E viu Deus que era bom.
14 — E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para
haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos.
26 — E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus,
e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a
terra.
HINOS SUGERIDOS
216, 526 e 527 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Apresentar um
panorama geral do livro de Gênesis.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar o tema, data, autoria e local do livro de
Gênesis;
II. Conhecer os objetivos do livro de Gênesis;
III. Explicar o conteúdo do livro de Gênesis.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor,
neste último trimestre do ano estudaremos a respeito do livro de Gênesis. O
autor deste primeiro livro do Pentateuco é Moisés. Mediante o estudo desse
livro respondemos a duas grandes perguntas da humanidade: “Quem criou o
universo?” e “De onde viemos?”. Os principais temas do livro de Gênesis, que
serão estudados ao longo das lições são: A criação, a Queda, o dilúvio, o
recomeço da civilização e a origem da nação de Israel.
O comentarista é o pastor Claudionor de Andrade — autor de
diversos livros e Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD.
Que o Deus que tudo criou o abençoe, e que você tenha experiências
marcantes mediante o estudo do livro de Gênesis.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sem o Gênesis, não
teríamos condições de responder às grandes perguntas da vida: “Quem fez os céus
e a terra?” e “De onde viemos?”. Tendo em vista a sua importância à nossa fé,
começaremos a estudar, a partir de agora, essa porção tão querida das Sagradas
Escrituras.
Que o Senhor nos ajude a entender a sua obra criadora e os
propósitos da sua criação. E que o Espírito Santo nos ilumine com as histórias
e doutrinas do livro que, escrito há três mil e quinhentos anos, jamais perdeu
a influência e a atualidade.
Estude metodicamente o Gênesis. Destaque as partes que mais
lhe tocarem o coração, aplicando-as à sua vida. Você comprovará a eficácia
desse livro da Bíblia em seu cotidiano.
PONTO CENTRAL
O livro de Gênesis
responde as grandes pergunta da vida: “Quem criou o universo?” e “De onde
viemos?”.
I. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
Neste tópico,
buscaremos algumas informações bibliológicas sobre o primeiro livro da Bíblia Sagrada.
1. Tema. O tema de Gênesis pode ser resumido em seu primeiro
versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O assunto
central do livro, portanto, é a origem divina dos céus, da terra, da humanidade
e do povo de Israel.
2. Data. A cronologia de que dispomos indica que o Gênesis
foi escrito no século 15 antes do nascimento do Salvador. É a obra mais antiga
a chegar-nos integralmente às mãos. Dos textos mesopotâmios e egípcios, por
exemplo, só nos restam fragmentos confusos e bastante duvidosos. Quanto ao
Gênesis, nós o temos em sua integridade.
3. Autoria. As evidências da própria Bíblia indicam que o
livro de Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44). Inspirado pelo Espírito
Santo, ele selecionou as narrativas orais e os registros genealógicos
conservados pelos hebreus, redigindo-os como um todo homogêneo, coerente e
lógico. Trata-se de um texto confiável e sem contaminação mitológica. Jesus mesmo
atestou-lhe a historicidade (Mt 19.4-6; Lc 11.51). Sua inspiração divina é
incontestável.
4. Local. O livro de Gênesis foi escrito durante a
peregrinação dos filhos de Israel rumo à Terra Prometida, isto é, entre o Egito
e o deserto do Sinai (Êx 24.4).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O tema central do
livro de Gênesis se encontra no primeiro capítulo e versículo: “No princípio,
criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza
o esquema abaixo. Para introduzir a aula faça as seguintes indagações: “Quem é
o autor do livro de Gênesis?”; “Qual o objetivo do livro?”; “Quais são os
principais temas abordados pelo autor?”. Explique que fazer e responder estas
perguntas é fundamental para a compreensão de qualquer livro da Bíblia.
II. OBJETIVOS DO
GÊNESIS
Todos os livros da
Bíblia Sagrada foram escritos com objetivos bem definidos, pois o propósito de
Deus sempre foi a redenção plena de Israel e dos gentios (2 Tm 3.16). Na
leitura de Gênesis, ressaltamos dois intuitos divinos.
1. Fortalecer a fé da geração do êxodo. Os leitores ou
ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de Israel que,
resgatada do Egito, peregrinava em direção a Canaã. Na redenção dos hebreus, o
Espírito Santo usou não somente a doutrina do Único e Verdadeiro Deus, mas
também a narrativa da salvação (Êx 3.14-16).
Os israelitas, pois, careciam inteirar-se de uma grande
verdade: o mesmo Senhor, que criou todas as coisas e se revelou a Abraão, era
poderoso o bastante para introduzi-los na Terra Prometida (Êx 3.17). Eles
precisavam saber, igualmente, que a região de Canaã pertencia-lhes por direito,
como atestam as várias escrituras de posse registradas em Gênesis (Gn 12.1;
15.18; 17.8; 26.3; 28.13; 50.24).
2. Responder às grandes perguntas da vida. Paulo sabia como
empregar as verdades do Gênesis. No Areópago de Atenas, ele deixou bem patente
aos filósofos que o Deus Desconhecido, tão venerado pelos gregos, era de fato o
Criador de todas as coisas (At 17.19-31). Além de evangelizá-los, o apóstolo
respondeu-lhes as grandes perguntas da vida: “Quem fez o Universo?”; “E de onde
viemos?”. Até então, eles haviam buscado respostas em seus poetas e filósofos,
mas a mitologia é incapaz de satisfazer-nos à sede espiritual.
Na proclamação do Evangelho, faz-se necessária a evocação de
três verdades que se acham em Gênesis:
1) Deus criou os céus, a terra e o
homem;
2) Em Adão, todos pecamos, tornando-nos réus da morte eterna;
3)
Entretanto, Deus providenciou-nos eficaz salvação através da semente da mulher:
Jesus Cristo, nosso Salvador.
A leitura do Gênesis nunca se fez tão necessária como nos
dias de hoje. Nossas crianças precisam saber quem fez todas as coisas. O que
eles veem não é obra do acaso; é criação divina. Se não formos precavidos,
doutrinas fúteis, como o evolucionismo, lhes roubarão a fé salvadora.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Um dos objetivos de
Moisés ao escrever o livro de Gênesis, era fortalecer a fé da geração do êxodo
mostrando que Deus é o grande criador dos céus, da Terra e do homem.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Gênesis leva-nos a
retroceder além da história oficial. Pela revelação, desvenda a origem tanto do
universo quanto do ser humano. A introdução da mensagem do livro da criação é a
seguinte: para entender quem somos de onde viemos, precisamos começar a partir
de Deus.
Existem realmente apenas duas maneiras de entender a origem
de todas as coisas. Uma pessoa pode ver tudo como resultado de um acaso
fortuito operando num universo impessoal ou como obra artesanal de uma pessoa
talentosa. Gênesis contundentemente corrobora com a segunda posição. O livro da
Bíblia associa a criação do universo a um Deus pessoal. Retrata os seres
humanos como incomparáveis, criações especiais desse Deus. Gênesis explica
ainda a origem do pecado e do mal, afirma a responsabilidade moral do homem e
lança a base para a doutrina da redenção.
O livro de Gênesis registra a história dos hebreus, um povo
escolhido por Deus para servir como um canal de bênçãos a todo o mundo.
Promessas especiais dadas a Abraão, o grande patriarca, são evidências que Deus
tem um propósito permanente para o homem.
Este livro dá subsídios que favorecem o entendimento das
Escrituras. A Bíblia inteira fala do contexto definido em Gênesis. Deus é Deus
e preocupa-se unicamente com os seres humanos. Ele julgará o pecado. No
entanto, coloca em ação um processo capaz de trazer os pecadores de volta ao
santo caminho. Em um grande plano para benefício da humanidade, revelado no
chamado de Abraão, o Senhor demonstra a maravilha do seu infinito e redentor
amor” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.22).
III. O CONTEÚDO DO GÊNESIS
O livro de Gênesis
pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao 11, temos a
História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização através de
Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em contato com o início da História de
Israel. Todavia, para efeitos didáticos, adotaremos uma divisão mais analítica.
1. Criação. Em seus dois capítulos iniciais, o autor sagrado
mostra como vieram a existir os céus, a terra e a humanidade. Tudo quanto
vemos, e também o que não podemos ver, foi criado por Deus (Gn 1-2).
O capítulo dois é dedicado à criação do homem e da mulher e
à instituição do casamento. Temos aqui uma história real, e não uma parábola
como alegam os incrédulos.
2. A Queda e a degradação humana. Nos capítulos três, quatro
e cinco, vemos como o pecado foi introduzido no mundo e as suas terríveis
consequências. Em meio a essa tragédia, porém, o Senhor anuncia a redenção da
humanidade através da semente da mulher (Gn 3.15).
3. O dilúvio. Devido à degradação da raça humana, o Senhor
decreta o fim da primeira civilização. A descendência de Adão, porém, seria
preservada por intermédio de Noé (Gn 6-8).
4. O recomeço da civilização. Passado o grande dilúvio, Noé
dá início a um novo ciclo civilizatório. A história do recomeço é contada dos
capítulos nove a 11 de Gênesis. Dessa forma, o clã noético acaba por gerar
nações, línguas e culturas diferentes.
5. A origem da nação de Israel. A partir do capítulo 12 até
ao fim do livro, o autor sagrado dedica-se à formação da nação de Israel. A
história do povo eleito, no Gênesis, tem início com Abraão e encerra-se com
José.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Podemos encontrar no
livro de Gênesis temas como a Criação; Queda e a degradação humana; o dilúvio;
o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Sete características
principais assinalam Gênesis.
(1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito
(com possível exceção de Jó) e registra o começo da humanidade, do pecado, do
povo hebreu e da redenção.
(2) A história contida em Gênesis abrange um período
de tempo, maior que o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal humano;
dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do
povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à redenção até o final do
AT.
(3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são
categoricamente obra de Deus, e não um processo independente da natureza.
Cinquenta vezes nos capítulos 1-2, Deus é o sujeito de verbos que demonstram o
que Ele fez como Criador.
(4) Gênesis é o livro das primeiras coisas -a
primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro
homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a primeira
promessa de redenção, e assim por diante.
(5) O concerto de Deus com Abraão,
que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no capítulo 15, e
ratificado no capítulo 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia.
(6)
Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel.
(7) Revela como os
descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam
o caminho para o êxodo, o evento central do Antigo Testamento” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.29).
CONCLUSÃO
Veja como são
contrastantes o primeiro e o último versículo de Gênesis. Na abertura do livro,
um toque de indescritível alegria: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”
(Gn 1.1). No último, uma nota de condolências: “E morreu José da idade de cento
e dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito” (Gn 50.26).
Apesar do luto que encerra o Gênesis, todos, judeus e
gentios, somos chamados a herdar a vida eterna. Foi o que o Senhor prometeu a
Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Essa
promessa é disponibilizada aos que creem em Jesus e receberam o perdão de seus
pecados.
PARA REFLETIR
A respeito do livro
de Gênesis:
Quem escreveu o Gênesis?
As evidências da própria Bíblia indicam que o livro de
Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44).
Quais foram os leitores imediatos do Gênesis?
Os leitores ou ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração
dos filhos de Israel.
Discorra sobre os dois principais objetivos do Gênesis.
Os dois principais objetivos do livro de Gênesis são:
Fortalecer a fé da geração do êxodo e responder as grandes perguntas da vida.
Qual o conteúdo do livro de Gênesis?
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções.
Do capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao
recomeço da civilização através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em
contato com a História de Israel. Todavia, para efeitos didáticos nossa lição
dividiu o conteúdo do livro da seguinte forma: Criação; a Queda e a degradação
humana; o dilúvio; o recomeço da civilização.
Por que Gênesis nos é tão importante?
Porque este livro nos mostra que o universo e a humanidade
não são obra do acaso; trata-se de criação divina.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Gênesis, o livro da
Criação Divina
Como apresentado na
tabela acima, o livro de Gênesis se divide em quatro partes principais:
(1) a
Criação;
(2) a narrativa pré-patriarcal;
(3) os patriarcas na Palestina; e
4)
os patriarcas no Egito. Os 50 capítulos de Gênesis darão conta desse esboço, do
desenvolvimento da história do povo de Deus.
Tecnicamente, pode-se dizer que o gênero literário
predominante no livro de Gênesis é o da narrativa. As narrativas variam entre
antes e depois da Era do Patriarcado na Palestina. Esse gênero literário nos
permite perceber que as histórias ali narradas foram elaboradas de maneira a
prender a atenção do leitor a ponto de levá-lo ao clímax da história: a saga do
povo de Deus rumo à Terra Prometida.
A partir dessa percepção, podemos inferir o propósito do
livro de Moisés: contar a maneira e motivo de o Deus de Israel escolher a
família de Abraão e fazer uma eterna aliança com ela. Para os cristãos, essa
aliança tem uma importância preponderante, pois foi a partir da aliança de Deus
com Abraão que Jesus de Nazaré foi feito o Messias prometido: o Messias seria
judeu, da família de Davi, descendente direto da casa de Abraão. De modo que também
a Igreja de Cristo foi pensada sob a aliança estabelecida entre Deus e Abraão.
Por isso, o apóstolo Paulo escreve convictamente: “Nisto não há judeu nem
grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um
em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e
herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.28,29).
Portanto, há razão suficiente para dedicarmo-nos ao estudo
do livro de Gênesis. Ele apresenta o início da história da salvação. Em
Gênesis, somos convidados a compreender como começou a história do povo de Deus
que culminou na revelação de Jesus Cristo, a fim de que hoje fôssemos
alcançados pela graça de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor.
SUBSIDIOS
Autor: Moisés
Tema: Começos
Data: Cerca de
1445-1405 a.C.
Considerações Preliminares
É muito apropriado o lugar que Gênesis ocupa como o primeiro
livro do AT, servindo de introdução básica à Bíblia inteira. O título deste
livro em hebraico deriva da primeira palavra do livro: bereshith (“no
princípio”). O título “Gênesis”, como aparece em nossas Bíblias, é a tradução
em grego, do referido título em hebraico, e significa “a origem, fonte,
criação, ou começo dalguma coisa”. Gênesis é “o livro dos começos”.
O autor de Gênesis não é mencionado em nenhuma parte do
livro. O testemunho do restante da Bíblia, porém, é que Moisés foi o autor de
todo o Pentateuco (i.e., os cinco primeiros livros do AT) e, portanto, de Gênesis
(e.g., 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 6.18; Ne 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mc 12.26; Lc
16.29,31; Jo 7.19-23; At 26.22; 1 Co 9.9; 2 Co 3.15). Além disso, os antigos
escritores judaicos e os primeiros dirigentes da igreja são unânimes em
testificar que Moisés foi o escritor de Gênesis. Uma vez que o relato de
Gênesis no seu todo é de data anterior a Moisés, o papel deste ao escrever
Gênesis foi, em grande parte, reunir sob a inspiração do Espírito Santo, todos
os registros escritos e orais disponíveis, desde Adão até a morte de José, como
os temos hoje preservados em Gênesis. Uma possível indicação de Moisés ter
utilizado
registros históricos existentes ao escrever Gênesis, é a
repetida expressão através do livro: “estas são as gerações de” (hb. e’lleh
toledoth), que também admite a tradução: “estas são as histórias por” (ver 2.4;
5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2).
Gênesis registra com exatidão a criação, os começos da
história da humanidade e a origem do povo hebreu, bem como o concerto entre
Deus e os hebreus através de Abraão e os demais patriarcas. O Senhor Jesus
atestou no NT a fidedignidade histórica de Gênesis como Escritura divinamente
inspirada ( Mt 19.4-6; 24.37-39; Lc 11.51; 17.26-32; Jo 7.21-23; 8.56-58) e os
apóstolos (Rm 4; 1Co 15.21,22,45-47; 2 Co 11.3; Gl 3.8; 4.22-24,28; 1 Tm
2.13,14; Hb 11.4-22; 2 Pe 3.4-6; Jd 7,11). Sua historicidade continua sendo
confirmada pelas descobertas arqueológicas modernas. Moisés foi notavelmente
bem preparado, pela sua educação (At 7.22) e por Deus, para escrever esse
incomparável livro da Bíblia.
Propósito
Gênesis provê um alicerce essencial para o restante do
Pentateuco e para toda a revelação bíblica subseqüente. Preserva o único
registro fidedigno a respeito dos começos do universo, da humanidade, do
casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da
história da redenção. Foi escrito de conformidade com o propósito de Deus a fim
de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do AT quanto do NT, uma
compreensão fundamental de si mesmo, da criação, da raça humana, da queda, da
morte, do julgamento, do concerto e da promessa da redenção através do descendente
de Abraão.
Visão Panorâmica
Gênesis divide-se naturalmente em duas grandes partes. (A)
Os caps. 1—11 fornecem uma visão geral, partindo de Adão até Abraão, e
concentra-se em cinco eventos memoráveis.
(1) A Criação: Deus criou todas as coisas, inclusive Adão e
Eva, os quais Ele colocou no Jardim do Éden (1—2).
(2) A Queda: Adão e Eva, pela sua transgressão, introduziram
na história humana a maldição do pecado e da morte (cap. 3).
(3) Caim e Abel: Esta tragédia colocou em movimento as duas
correntes básicas da história: a civilização humanista e um remanescente
redentor ( 4 — 5).
(4) Dilúvio Universal: O mundo antigo se tornara tão iníquo
até os tempos da geração de Noé, que Deus o destruiu por meio de um dilúvio
universal, e poupou somente o justo Noé e sua família, como remanescentes
(6—10).
(5) A Torre de Babel. Quando o mundo pós-diluviano
unificou-se em torno da idolatria e da rebelião, Deus o dispersou, ao confundir
seu idioma e cultura, e ao espalhar a raça humana por toda a terra (cap. 11).
(B) Os caps. 12—50 registram os começos do povo hebreu e
focalizam o contínuo propósito divino da redenção, através da vida dos quatro
grandes patriarcas de Israel — Abraão, Isaque, Jacó e José. A chamada de Abraão
por Deus (cap. 12) e o relacionamento pactual de Deus com ele e com seus
descendentes, formam o começo de fato da realização do propósito divino
concernente ao Redentor e à redenção, na história humana. Gênesis termina com a
morte de José e a iminente escravidão de Israel no Egito.
Características
Especiais
Sete características principais assinalam Gênesis.
(1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com a
possível exceção de Jó) e registra o começo da história da humanidade, do
pecado, do povo hebreu e da redenção.
(2) A história contida em Gênesis abrange um período de
tempo maior do que todo o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal
humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à
história do povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à redenção
até o final do AT.
(3) Gênesis revela
que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e
não um processo independente da natureza. Cinqüenta vezes nos caps. 1—2, Deus é
o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador.
(4) Gênesis é o livro das primeiras coisas — o primeiro
casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o
primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a
primeira promessa de redenção, e assim por diante.
(5) O concerto de Deus com Abraão, que começou com a chamada
deste (12.1-3), foi formalizado no cap. 15, e ratificado no cap. 17, e é da
máxima importância em toda a Bíblia.
(6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de
Israel.
(7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam
no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento
redentor central do AT.
Gênesis e Seu
Cumprimento no NT
Gênesis revela a história profética da redenção, e o Redentor
que virá através da descendência da mulher (3.15), das linhagens de Sete
(4.25,26), e de Sem (9.26,27), e da descendência de Abraão (12.3).
O NT aplica 12.3
diretamente à provisão da redenção que Deus realizou em Jesus Cristo (Gl
3.16,39). Muitos personagens e eventos de Gênesis são mencionados no NT com
relação à fé e à justiça (Rm 4; Hb 11.1-22), ao julgamento divino (Lc
17.26-29,32; 2 Pe 3.6; Jd 7,11a) e à pessoa de Cristo (Mt 1.1; Jo 8.58; Hb 7).
INTRODUÇÃO AO LIVRO DE GENESIS
I. Nome
"Génesis" origina-se de uma palavra grega que
significa "início" ou "geração". Mateus 1:1 traduz a
palavra "génesis" por "geração". Génesis é o ,livro das
gerações ou dos inícios. Há dez gerações citadas no livro: os céus e a terra
(2:4); Adão (5:1); Noé (6:9); Sem (11:10); Tera (11:27); Ismael (25:12); Isaque
(25:19); Esaú (36:1); e Jacó (37:2). Génesis, o ponto de partida para toda a
Bíblia, registra para nós o importante início do universo, da história humana,
da civilização, do pecado, da salvação, do sacrifício, do casamento e da
família.
II. Autor
Em geral, concorda-se que Moisés escreveu os primeiros cinco
livros da Bíblia, chamados de "Pentateuco" (do grego penta,
"cinco", e teuchos, "o recipiente em que se guarda o
livro"). E claro, Moisés não estava vivo quando ocorreram os eventos de
Génesis, mas o Espírito dirigiu sua escrita (2 Pe 1:20-21). Jesus considerava
Moisés o autor desses cinco livros atribuídos a ele (veja Jo 5:45-47), e a
autoridade de nosso Salvador é mais que suficiente para nós.
III. Propósito
Ao ler Génesis, observe que os primeiros 11 capítulos são
gerais e sem muitos detalhes; ao passo que, a partir do capítulo 12, o restante
do livro apresenta, com muitos detalhes, a vida de quatro homens: Abraão,
Isaque, Jacó e José. Como você observará no esboço de Génesis, a primeira seção
(1— 11) trata da humanidade em geral e explica a origem do homem e do pecado,
enquanto a última seção (12—50) trata especificamente de Israel. Isso indica
que o objetivo do livro é explicar a origem do homem e seu pecado e de Israel e
o plano de salvação de Deus. Aliás, um dos temas-chave de Génesis é a eleição
divina. Iniciamos com os "céus e aterra", mas depois Deus escolhe
lidar com a terra, não com os céus; a partir desse ponto, o tema é o plano de
Deus na terra. Deus, ao escolher a terra, deixa de lado os anjos (até mesmo os
anjos caídos) e os eleitos a fim de lidar com o homem. Deus escolhe Sete (4:25)
entre os muitos filhos de Adão. Deus escolhe Noé (6:8) entre os muitos
descendentes de Sete (Gn 5), e, da família de Noé, ele escolhe Sem (11:10),
Tera (11:27) e, por fim, Abraão (12:1). Abraão tem muitos filhos; Isaque,
porém, é a semente escolhida (21:12). Isaque tem dois filhos, Jacó e Esaú, e
Deus escolhe Jacó para ser o recipiente de sua graça. Tudo isso revela a
eleição benevolente de Deus. Nenhuma dessas pessoas escolhidas era merecedora
dessa honra; a eleição deles, como a de
todos os crentes, resultou totalmente da graça de Deus. Génesis ilustra, em
paralelo à graça eletiva de Deus, o maravilhoso poder e a magnífica providência
de Deus. Os homens podiam desobedecer ao Senhor e duvidar dele, contudo ele
governa e domina para alcançar seus propósitos. Se, em Génesis, o plano dele
fracassasse, séculos depois não nasceria o Messias em Belém.
IV. Génesis e Apocalipse
Os inícios registrados em Génesis tiveram seu cumprimento em Apocalipse. Deus criou o céu e a terra (Gn 1:1) e, um dia, criará um novo céu e uma nova terra (Ap 21:1). Satanás atacou primeiro o homem (Gn 3), contudo será derrotado em seu último ataque (Ap 20:7-10). Deus fez as trevas e a
luz (Gn 1:5), mas um dia não haverá mais noite (Ap 21:23; 22:5), não haverá mais mares (Gn 1:10; Ap 21:1) e a maldição será retirada da criação (Gn 3:14-17; Ap22:3). Deus expulsou o homem do jardim (Gn 3:24), mas o povo de Deus será bem-vindo no paraíso celestial (Ap 22:1 ss), e a árvore
da vida será restaurada para o homem (Ap 22:14). A Babilónia será destruída (Gn 10:8-10; Ap 17—19) e cumprirse- á a promessa do julgamento de Satanás (Gn 3:15; Ap 20:10).
V. Cristo em Génesis
De acordo com Lucas 24:27,44-45, encontramos Cristo em "todas as Escrituras". A seguir, apenas umas poucas referências a Cristo existentes em Génesis.
1. A Palavra criativa — Génesis
1:3; João 1:1 -5; 2 Coríntios 4:3-7
2. O último Adão — Romanos
5; 1 Coríntios 15:45
3. A semente da mulher — Génesis
3:15; Gálatas 3:19; 4:4
4. Abel — Génesis 4; Hebreus
11:4; 12:24
5. Noé e o dilúvio — Génesis
6—10; 1 Pedro 3:18-22
6. Melquisedeque — Génesis
14; Hebreus 7—10
7. Isaque, o filho da promessa — Génesis 17; Gálatas 4:21-31 (Isaque retrata Cristo em seu nascimento miraculoso, em sua disposição para morrer, em sua "ressurreição" [Hb 11:19] e ao tomar
uma noiva. É claro, Jesus verdadeiramente morreu e levantou-se da morte. Em Isaque, esses eventos
são apenas simbólicos.)
8. O Cordeiro — Génesis 22:7-8; João 1:29
9. A escada de Jacó — Génesis
28:12ss; João 1:51
10. José — Génesis 37—50
(Rejeitado por seus irmãos, amado do Pai; sofreu injustamente; exaltado para reinar. Os irmãos de José não o reconhecem na primeira vez que o vêem, mas o reconhecem na segunda. Da mesma forma que Israel reconhecerá o Messias).
A CRIAÇÃO
Gn 1.1 “No princípio,
criou Deus os céus e a terra.
O DEUS DA CRIAÇÃO.
(1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno,
auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um
momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes
nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a
eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e
infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação,
no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1Tm 6.16 nota; Cl 1.16).
(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva
“à sua imagem” (1.27; ver 1.26 nota). Porque Adão e Eva foram criados à imagem
de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo
amoroso e pessoal.
(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo
bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou
tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31). Posto que Adão e Eva
foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver
1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela
serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).
A ATIVIDADE DA
CRIAÇÃO.
(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1;
Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo
“criar” (hb.“bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que
somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a
matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3 nota).
(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava
informe, vazia e coberta de trevas (1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma
ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e
destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a
luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a
terra de seres viventes (1.20-28).
(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua
palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3, 6, 9, 11, 14,
20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a
existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9;
148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua
parte na criação.
(a) O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através
de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João,
Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas
foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as
coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por
Ele e para Ele” (Cl 1.16). Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente
que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2).
(b) Semelhantemente,
o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como
“pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as
atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por
“Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o
salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “Pela palavra do Senhor
foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca”
(Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação
(Jó 33.4; Sl 104.30).
O PROPÓSITO E O ALVO
DA CRIAÇÃO.
Deus tinha razões específicas para criar o mundo.
(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua
glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento
anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos
criado — desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos
tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a
honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a
lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas
e as montanhas, os animais e as aves — rendem louvores ao Deus que os criou (Sl
98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e
louvor dos seres humanos!
(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu
propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos.
(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para
comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus
projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que
possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com
Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.
(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça
humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem
contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador
para redimir a humanidade das conseqüências do pecado (ver 3.15 nota). Daí Deus
teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o
glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21;
61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).
(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no
livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras:
“...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles
e será o seu Deus” (Ap 21.3).
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO.
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade
científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo.
Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a
respeito da evolução.
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a
origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição
de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo;
pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que
decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução
alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.
(2) O ensino evolucionista não é realmente científico.
Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências
incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer
laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo,
para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um
hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a
partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é
uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas
é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e
na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas
as coisas (Hb 11.3).
(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em
várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de
várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos
novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma
evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo
de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes
apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a
sua espécie” (1.21,24,25).
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da
chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da
evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo
evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel
ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais
em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento
de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a manhã”. Deus não é um supervisor
indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de
todas as coisas (Cl 1.16).
GENESIS 1.1 NO PRINCÍPIO, CRIOU DEUS. A expressão
No princípio é enfática, e chama a atenção para o fato de um princípio real.
Outras religiões antigas, ao falarem da criação, afirmam que esta ocorreu a
partir de algo já existente. Referem-se à história como algo que ocorre em
ciclos perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo linear, com um alvo
final determinado por Deus. Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a
efeito.
(1) Uma vez que Deus é a origem de tudo quanto existe, os
seres humanos e a natureza não existem por si mesmos, mas devem a Ele sua
existência e a sua propagação.
(2) Toda existência e forma de vida são boas se estão
corretamente relacionadas com Deus e dependentes dEle.
(3) Toda vida e criação pode ter relevância e propósito
eternos.
(4) Deus tem direitos
soberanos sobre toda a criação, em virtude de ser seu Criador. Num mundo caído,
Ele reafirma esses direitos mediante a redenção (Êx 6.6; 15.13; Dt 21.8; Lc
1.68; Rm 3.24; Gl 3.13 ;1 Pe 1.18)
GENESIS 1.2 A TERRA ERA SEM FORMA E VAZIA. Este
versículo descreve, tanto o processo que Deus empregou para criar, como a ação
do Espírito Santo na criação (ver o estudo A CRIAÇÃO)
GENESIS 1.3 HAJA LUZ. A palavra hebraica para luz
é `or, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra.
Posteriormente, Deus colocou luminares (hb. ma`or, literalmente luzeiros ,
v.14) nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O
propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das
estações, dias e anos (vv. 5,14
GENESIS 1.4 ERA BOA A LUZ. Sete vezes Deus
declara que aquilo que Ele criara era bom (vv. 4,10,12,18,21,25,31). Cada parte
da criação por Deus efetuada, executou plenamente a sua vontade e propósito. Deus
criou o mundo para revelar a sua glória e para ser um lugar onde a raça humana
pudesse compartilhar da sua alegria e vida. Note como Deus executou a obra da
criação de conformidade com um plano e uma ordem:
GENESIS 1.5 E FOI A TARDE E A MANHÃ: O DIA PRIMEIRO.
Essa identificação é repetida seis vezes neste cap. (vv. 5,8,13,19,23,31). A
palavra hebraica para dia é yom. Normalmente significa um dia de vinte e quatro
horas (cf. 7.17; Mt 17.1), ou a porção em que há luz, nas vinte e quatro horas
( dia em contraste com noite , Jo 11.9). Mas também pode referir-se a um
período de tempo de duração indeterminada (e.g., tempo da sega , Pv 25.13).
Note-se que em 2.4, os seis dias da criação são designados como no dia . Muitos
entendem que os dias da criação eram de vinte e quatro horas, pois sua
descrição diz que consistiam em uma tarde e uma manhã (v. 5; Êx 20.11). Outros
crêem que tarde e manhã simplesmente significa que uma determinada tarde
encerrou algum ato específico da criação, e que a manhã seguinte iniciou novo
ato.
GENESIS 1.7 A EXPANSÃO. A expansão , ou
firmamento , refere-se à atmosfera posta entre a água na terra e as nuvens
acima.
GENESIS 1.14 SEJAM ELES PARA SINAIS. Deus
determinou que o sol, a lua e as estrelas servissem de sinais que conduzissem a
Ele, além de regularem o andamento dos dias, estações e anos. A astrologia
deturpou esses propósitos determinados para os astros e urdiu o ensino falso de
que os astros e planetas influenciam e orientam a vida das pessoas.
GENESIS 1.22 DEUS OS ABENÇOOU. Deus abençoou os
seres viventes e declarou que a natureza e os animais eram bons (vv. 12,21,22).
(1) Deus se deleitou na sua obra e lhe atribuiu valor. Da
mesma forma, o crente deve considerar que a natureza, com sua beleza e seus
animais, é algo de bom para se desfrutar e de imenso valor.
(2) Embora a natureza agora esteja maculada pelo pecado,continua
tendo grande valor como um meio de expressão da glória de Deus e do seu amor à
raça humana (Sl 19.1). O crente deve orar pela libertação completa da criação,
da sua escravidão do pecado e da sua degradação (Rm 8.21; Ap 21.1).
GENESIS 1.26 DISSE DEUS: FAÇAMOS. Esta expressão
contém uma referência primeva ao Deus trino e uno. O uso da primeira pessoa do
plural [ nós , oculto] indica que há pluralidade em Deus (Sl 2.7; Is 48.16). A
revelação da característica trina e una de Deus só se torna clara, porém,
quando chegamos ao NT (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).
GENESIS 1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos
26-28 lemos a respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores
mais específicos a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois
relatos se completam e ensinam várias coisas.
(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial
de Deus, não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).
(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e
semelhança de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter
comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e
santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o (2.15-17).
(a) Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham
pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão
para fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que
abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva
pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os
crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl
3.10).
(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram
criados como seres pes-soais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e
livre arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).
(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da
mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos
seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22)
e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).
(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de
Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e
dependentes de Deus (Sl 8.5).
(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn
3.20; At 17.26; Rm 5.12).
FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento
Comentário Bíblico Esperança Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay Novo Testamento
Biblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Wiersb - Velho Testamento.
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