SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.
Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 3:
Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo
Data: 17 de Abril de 2016
TEXTO ÁUREO
“E não duvidou da
promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a
Deus” (Rm 4.20).
VERDADE PRÁTICA
A justificação dos
pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 4.2
Abraão foi justificado pela fé e não pelas obras da carne
Terça — Rm 4.3
Abraão creu em Deus e por isso Ele o aceitou e justificou
Quarta — Rm 4.6
Feliz é o homem a quem Deus imputa a sua justiça
Quinta — Rm 4.7
Felizes são aqueles a quem o Senhor perdoa as iniquidades
Sexta — Rm 4.9
A Palavra de Deus afirma que a fé foi imputada como justiça
a Abraão
Sábado — Rm 4.16
Salvação somente pela fé, mediante a graça divina
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 4.17-22.
17 — (como está
escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, a
saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já
fossem.
18 — O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria
feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua
descendência.
19 — E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio
corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o
amortecimento do ventre de Sara.
20 — E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade,
mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;
21 — e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido
também era poderoso para o fazer.
22 — Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.
HINOS SUGERIDOS
27, 156 e 464 da
Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar que somos
justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da carne.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo
veio para salvar judeus e gentios;
II. Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica,
as contestações que seus interlocutores faziam quanto à justificação;
III. Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para
tratar a respeito da justificação pela fé.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, a lição de
hoje trata a respeito de uma das doutrinas mais importantes apresentadas por
Paulo na Epístola de Romanos — a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de
toda a lição, que ninguém pode ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas
obras da carne. O caminho da justificação é somente pela fé na obra expiatória
de Jesus Cristo. Paulo mostra que Cristo é o único caminho para que judeus e
gentios sejam absolvidos da penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia,
utiliza o exemplo do patriarca Abraão para desfazer a ideia errada que os
judeus tinham de que a aceitação de Deus era obtida mediante as obras da Lei.
Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que recebemos da
parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente da
graça de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da
justificação pela fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1- 4.25.
Esses textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em favor da
justificação pela fé, independente das obras. Para uma melhor compreensão deste
tema tão relevante, a argumentação do apóstolo será dividida em três partes: a
justificação manifestada, a justificação contestada e a justificação
exemplificada. A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base
da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela
fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas
promessas são frutos da sua graça para conosco.
PONTO CENTRAL
A justificação diante
de Deus é somente pela fé.
I. A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)
1. Um culpado que é
inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a
justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra
como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam
debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam
debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O
vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar
manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido.
Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os
pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico
para esclarecer o seu pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega
dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é
inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então
que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.
2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo
usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus
Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o
sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o
sentido de libertar mediante o preço de um resgate. No mundo antigo um escravo
podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que
Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus
delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como gentios deveriam se
conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar.
3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil
para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do
sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no
texto: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus” (Rm 3.25). A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está
relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo
Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico,
quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era
sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios
como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única
e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi
sacrificado por nós.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Paulo nos mostra como
Deus manifestou a sua justificação para alcançar os gentios e judeus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A Doutrina da
Justificação
A estudarmos a Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém
pode ser justificado pela justiça humana. Entretanto, é na doutrina da
justificação, no texto de 3.1 a 5.21, que o pecador encontra o caminho da
justificação, através da obra expiatória de Cristo. No primeiro estado, o
pecador está perdido e sem possibilidade alguma de se justificar diante de
Deus. No segundo estado, o pecador encontra Cristo que o justifica.
É a partir do capítulo 3.21 que o pecador, judeu ou gentio,
encontra um novo caminho através dos méritos de Cristo Jesus. É aqui que ele
pode ser perdoado e declarado livre da pena do seu pecado, perante Deus.
Justificação significa absolvição da culpa, cuja pena foi
satisfeita. Significa ser declarado livre de toda culpa tendo cumprido todos os
requisitos da lei.
Justificação é um termo forense que denota um ato judicial
da administração da lei. Esse ato judicial legaliza a situação do transgressor
perante a lei e o torna justo, isto é, livre de toda a condenação. Cristo
assumiu a pena do pecador e foi sentenciado no lugar do pecador. Ele sofreu a
pena contra o pecador. Cumprida a pena, o veredicto final da justiça divina é a
justificação do pecador. Entende-se então que ser justificado não significa que
a justiça tenha sido adiada, ou que ela não tenha sido cumprida” (CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005,
p.52).
II. A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)
1. A justificação se
opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal
interpretado, então recorrendo ao método da diatribe, se adiantando em
responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. “Onde
está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei
da fé” (Rm 3.27). A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus
o justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não
faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então do orgulho judaico
que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que
praticavam? Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas
palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu devoto,
guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação “pela
fé somente” era bem difícil de digerir. Não é fácil abrirmos mão do nosso
orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a
doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de
Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que “o homem é justificado pela fé,
sem as obras da lei” (Rm 3.28).
2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda
indagação que Paulo procura responder é a seguinte: “É, porventura, Deus
somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente” (Rm 3.29). Esse é outro ponto que contrastava com a crença do
judaísmo do primeiro século — o exclusivismo. A doutrina da justificação pela
fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo
legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também. Deus não é uma divindade
nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de que Paulo
tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: “Ouve,
Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). Se Deus é o único
Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios
também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade
exclusiva.
3. A justificação se opõe ao antinomismo. “Anulamos, pois, a
lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31). Essa é
última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus
legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser
antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo
estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível? A
resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a função de
servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de
cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.
Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a
Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único
habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A justificação
anunciada por Paulo se opunha a ideia que os judeus tinham da salvação por
méritos religiosos.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, o
subtópico três mostra que o antinomismo se opõe a justificação. Antes de discorrer
a respeito do assunto faça a seguinte indagação: “O que é antinomismo?”. Ouça
os alunos com atenção e explique que “literalmente significa contra a lei.
Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem de se
observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam
os antimonistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da
tutela de Moisés.
Ignoram porém, serem as ordenanças morais do Antigo
Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara
na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso
os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los.
Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo”
(ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD,
1999, p.44).
III. A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)
1. Abraão,
circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo
Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a
justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirmava que
Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela. Ele a teria
guardado por “antecipação”, pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gênesis
17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma
forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22). Em outras
palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa argumentação, Paulo mostra
que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois
ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser
circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei. O que
justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o
princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que
Cristo fez por nós.
2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança
Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele
também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu
servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo referência a essa
promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da
obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem
mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15). A própria crença judaica dizia que a fé
obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn
15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da
obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto
que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na
teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a
fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível as coisas
impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das
promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já “amortecido” pelo fato de sua
idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé. A sua fé, mesmo contra as
evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22).
Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de Deus,
é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas (Rm
4.23,25).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Paulo se utiliza do
exemplo do patriarca Abraão para mostrar que a justificação é somente pela fé.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Paulo diz que, se
Abraão, o pai dos judeus segundo a carne, tivesse sido julgado por obras ou
justiça própria, teria que gloriar-se diante de Deus. Porém o que aprendemos é
que Abraão foi como qualquer outro homem, pecador e sem justiça nenhuma. Ele
foi declarado justo por meio da fé (Rm 4.3). Os judeus vangloriavam-se em
Abraão e criam que isto lhes garantiria a justificação, apenas por serem
‘filhos de Abraão segundo a carne’. Os versículos 4 e 5, apresentam dois modos
de justificação: por méritos e por graça.
A justificação por méritos se baseia nas obras do homem para
obter a sua salvação. A justificação por graça baseia-se sobre o princípio da
fé. Deus justifica o pecador pela fé. Ele imputa justiça ao que crê, isto é
pela graça de Deus” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus.
5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.59).
CONCLUSÃO
Chegamos ao final de
uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição
aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar
contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de
justificação diante de Deus. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o
velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus.
As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem
exclusivamente da graça de Deus em resposta a fé.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta
aos Romanos, responda:
Segundo a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira
de Deus?
Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam
em conhecê-lo.
Na pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor
para com os pecadores?
Na pessoa de Jesus Cristo.
Existem méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?
A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito
humano quando a graça de Deus se manifesta.
A justificação pela fé torna a lei desprezível?
A resposta de Paulo é não! Porém, judeu nem tampouco gentio
algum foi capaz de cumprir a Lei.
Qual era a função da lei?
A Lei tinha a função de servir de condutora até Cristo.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Justificação, somente
pela fé em Jesus Cristo
Para explicar a
doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem
na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o
apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os
gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a
salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da
Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas
as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a
promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas
também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso
lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo
argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do
gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé
mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que
é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).
A linguagem judiciária da Justificação
Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da
condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer
condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois
sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do
Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo
ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso
não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
A linguagem sacrifical da Justificação
Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi
derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de
Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós;
éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte,
Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).
A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos
mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que
deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos
todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.
Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é
importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola.
Estude-o com rigor.
JUSTIFICAÇÃO.
A palavra “justificar” (gr. dikaioo) significa ser “justo
(ou reto) diante de Deus” (2.13), tornado justo (5.18,19), “estabelecer como
certo” ou “endireitar”.
Denota estar num relacionamento certo com Deus, mais do que
receber uma mera declaração judicial ou legal. Deus perdoa o pecador
arrependido, a quem Ele tinha declarado culpado segundo a sua lei e condenado à
morte eterna, restaura-o ao favor divino e o coloca em relacionamento correto
(comunhão) com Ele mesmo e com a sua vontade. Ao apóstolo Paulo foram reveladas
várias verdades a respeito da justificação e como ela é efetuada:
(1) A justificação diante de Deus é uma dádiva (3.24; Ef 2.8). Ninguém pode justificar-se diante de Deus guardando toda a lei ou fazendo boas obras (4.2-6; Ef 2.8,9), “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23).
(2) A justificação diante de Deus se alcança mediante a
“redenção que há em Cristo Jesus” (3.24). Ninguém é justificado sem que antes
seja redimido por Cristo, do pecado e do seu poder.
(3) A justificação diante de Deus provém da “sua graça”,
sendo obtida mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (3.22,24; cf.
4.3,5).
(4) A justificação diante de Deus está relacionada ao perdão
dos nossos pecados (Rm 4.7). Os pecadores são declarados culpados diante de
Deus (3.9-18,23), mas por causa da morte expiatória de Cristo e da sua
ressurreição são perdoados (ver 3.25; 4.25; 5.6-10).
(5) Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em
Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a habitar em nós (Gl
2.16-21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato justos e começamos a
viver para Deus (2.19-21). Essa obra transformadora de Cristo em nós, mediante
o Espírito (cf. 2Ts 2.13; 1Pe 1.2), não se pode separar da sua obra redentora a
nosso favor. A obra de Cristo e a do Espírito são de mútua dependência.
ROMANOS 5.1 SENDO POIS JUSTIFICADOS. A
justificação pela fé produz vários resultados no crente: a paz com Deus, a
graça, a esperança, a firmeza, as tribulações, o amor de Deus, o Espírito
Santo, o livramento da ira, a reconciliação com Deus, a salvação pela vida e
presença de Jesus e o regozijo em Deus (vv. 1-11).
ROMANOS 5.18 SOBRE TODOS OS HOMENS... JUSTIFICAÇÃO DE VIDA. A condenação declarada sobre todas as pessoas torna-se uma realidade em cada indivíduo à medida que ele rejeita a Deus e sua revelação escrita no coração do homem, ou na sua Palavra escrita (cf. 2.12-16). A "justificação de vida" para todas as pessoas é em potencial; ela torna-se real, no homem, à medida que este crê em Cristo e recebe a graça, a vida e o dom da justiça por Jesus Cristo (v. 17).
ROMANOS 1.17 DE FÉ EM FÉ. "De fé em fé" significa literalmente "fé do começo ao fim". O justo deve viver sempre pela fé, e, assim fazendo, continua a viver uma vida, espiritualmente cada vez mais rica (ver 8.12,13; 14.13-23; Hb 10.38).
HEBREUS 10.38 O JUSTO VIVERÁ DA FÉ. Este princípio fundamental, afirmado quatro vezes nas Escrituras (Hc 2.4; Rm 1.7; Gl 3.11; Hb 10.38), governa o nosso relacionamento com Deus e nossa participação na salvação provida por Jesus Cristo.
(1) Esta verdade
fundamental afirma que os justos obterão a vida eterna por se aproximarem
fielmente de Deus com um coração sincero e crente (ver 10.22).
(2) Quanto àquele que abandona a Cristo e deliberadamente
continua pecando, Deus "não tem prazer nele" e incorrerá na
condenação eterna (vv. 38,39).
HEBREUS 10.22 CHEGUEMO-NOS. São inseparáveis a fé e nossa aproximação a Deus mediante Jesus Cristo.
(1) A fé é definida como achegar-se sinceramente a Deus,
crendo na sua bondade (11.6). Ao chegar-nos a Deus mediante Cristo, achamos
misericórdia, graça, ajuda (4.16; 7.19; 10.1), salvação (7.25), santificação
(10.14) e purificação (10.22).
(2) Isso subentende claramente que, quando a pessoa não se
aproxima de Deus em oração e em comunhão com Cristo, não tem fé salvífica
(10.38). O próprio Jesus nivela a fé à oração contrita a Deus (Lc 18.7,8).
HABACUQUE 2.4 O JUSTO, PELA SUA FÉ, VIVERÁ. É o "justo" que, no fim, emergirá vitorioso. (1) Os retos são contrastados com os orgulhosos e ímpios. Os corações dos justos voltam-se a Deus, pois o têm como Pai. Possuem estreita comunhão com Ele, e lhe obedecem a vontade.
(2) Os justos devem viver neste mundo mediante a sua fé em
Deus. "Fé", aqui, significa firme confiança em Deus e na retidão dos
seus caminhos. É uma lealdade pessoal a Ele como Salvador e Senhor. É também a
perseverança moral para seguir os seus caminhos. Paulo desenvolve este tema em
Rm 1.17 e Gl 3.11 (cf. Hb 10.38).
Justificação significa ser declarado justo. É a nossa
posição diante de Deus. A justificação é o que Cristo fez por nós. Ela se
realiza imediatamente, e é completa na conversão. Isso significa que o crente
que acabou de aceitar a Cristo ou o santo que já conhece Jesus por muitos anos
estão justificados da mesma forma. Justificação significa ser totalmente
justificado diante de Deus.
JUSTIÇA (JUSTO)
A justiça no AT não é apenas distributiva, que consiste em
“dar a cada um o seu”(cf. Ex23,6-8; Dt 25,15) ou cumprir os deveres cívicos,
mas inclui também a perfeição moral religiosa.
Ser justo é não cometer maldade (Sl 15,2),
agir de acordo com a vontade de Deus(Gn 6,9; Ez 14,20;
18,5),
respeitar o direito dos fracos e dos pobres (Is 28,6; Am
1,3–2,8;5,7).
Praticar a justiça é amar ao próximo (Mt 25,37.46; 1Jo
3,10).
Sem a prática da justiça oculto perde seu significado (Sl
50; Is 1,10-20; Eclo 34–35).
Só conhece a Deus quem praticaa justiça (Jr 22,16).
Deus é justo enquanto age de acordo com a sua própria
natureza. Ele pune os inimigos dopovo eleito (Dt 33,21) e os pecadores de
Israel (Am 5,20; Is 5,16), mas também é fiel àssuas promessas de salvação (Rm
1,17), tornando o homem agradável a Deus pela graça(3,5.20-30).
No NT são chamados “justos”os que no AT esperavam o Reino,
observando a Lei (Mt 1,19;21,32; Mc 6,20; Lc 23,50; At 10,22.35). A justiça
cristã é ainda de conformidade com a Lei (Ef 6,1; Rm 2,12-14.25s; Mt 5,20–6,1;
23,4-7; Fl 4,8; 1Ts 2,10).
Devido ao pecado, a Lei torna se insuficiente para conseguir
a justiça (Rm 3,20s; 7,7-13; Gl 3,15-22).
Cristo é o único modelo desta justiça (Hb 1,8; 1Jo 3,7; 1Pd
2,21): realizando-a com a sua morte e ressurreição (1Pd 3,18-22; At 3,15; Rm
5,18; 1Cor 1,30; 2Cor 5,21).
A justiça cristã torna-se assim um dom de Deus através de
Cristo (Rm 3,21-31; 5,1-10; Fl3,9),
é um estado novo e
permanente (Ef 4,20-24; 2,15),
é uma participação na filiaçãodivina (1Jo 2,29; 3,7-10; Rm
8,28-30).
O Espírito Santo substitui a Lei como princípio interiorde
retidão: é a Lei da liberdade (Rm 8,2-11; Tg 1,25; 2,12). E um estado de
santidade (Rm6,19; 1Cor 1,30; Rm 1,17; Fl 3,9s). Esta justiça tem como fruto as
“obras da luz”(Ef 5,9-11;6,14-18; Fl 1,9-11; 2Tm 2,22).
JUSTIFICACÃO
Justificar é declarar alguém inocente (Dt 25,1; Is 5,23). O
plano de Deus é justificar a muitos homens por meio do sofrimento de seu Servo
(Is 53,11).
Jesus veio para justificar ospecadores (Mt 9,13).
A justificação se obtém não pelas boas obras mas pela fé em
JesusCristo (Rm 3,21–4,25; Gl 2,15s; Ef 2,1-12).
É um dom gratuito de Deus em Cristo (Rm 3,23-25; 4,5-8;
5,9-11.18-21; Tt 3,7).
É efeito da obediência, da morte e ressurreição de Cristo(Rm
5,19; 3,24s; Gl 2,21).
Supõe um ato de fé (Rm 3,26-30; 5,1; 10,6; Gl 2,16-21;
3,6-12) erecebe-se no batismo (Tt 3,5-7; Rm 6,1-14; Ef 4,22-24).
Justificado, o homem recebe operdão dos pecados e participa
da vida divina pela graça.
A JUSTIFICAÇÃO PELA
FÉ. ATO EXCLUSIVO DE DEUS
A justificação pela fé foi um dos pilares
da Reforma do século dezesseis. O conceito de que a salvação é uma somatória do
esforço humano e da disposição divina, uma parceria entre a fé e as obras está
em total desacordo com o ensino das Escrituras. A salvação é pela graça
mediante a fé e não o resultado das obras nem mesmo da adição de fé mais obras.
A salvação não é uma conquista do homem, é um presente de Deus. Não é uma
medalha de honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus.
O sinergismo, a ideia de que a salvação
é uma conjugação de fé mais obras, não tem amparo nas Escrituras. A verdade
meridianamente clara é que a salvação é recebida mediante a fé
independentemente das obras. As obras não são a causa da salvação, mas seu
resultado. Não somos salvos pelas obras, mas para as obras. A fé é a raiz, as
obras são os frutos. A fé produz obras; as obras revelam a fé. Não estamos com
isso desprezando as obras nem diminuindo seu valor. As obras são absolutamente
importantes. Elas são a evidência da salvação. Não praticamos boas obras para
sermos salvos, mas porque fomos salvos pela fé.
A fé, porém, não é a causa meritória da
justificação. Não somos justificados com base naquilo que fazemos para Deus,
mas no que Deus fez por nós. Não há mérito na fé. A fé é dom de Deus. Não fomos
escolhidos por Deus porque cremos; cremos porque fomos escolhidos por Deus. A
fé é resultado da escolha divina e não sua causa. Se a fé fosse a causa da
escolha divina, ela seria meritória. Então, a causa da eleição para a salvação
estaria em nós e não em Deus. A verdade inconteste, entretanto, é que Deus nos
escolheu para a salvação em Cristo não por causa de qualquer mérito em nós, mas
apesar dos nossos deméritos. A causa do amor de Deus por nós não está em nós,
mas no próprio Deus. Ele nos amou quando éramos ímpios, fracos, pecadores e
inimigos.
A justificação é um ato legal, forense
e judicial de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração.
Realiza-se fora de nós e não em nós, no céu e não na terra. Por causa da morte
substitutiva de Cristo, somos declarados inculpáveis diante de Deus. Estamos
quites com sua santa lei. Todas as demandas da justiça divina foram satisfeitas
mediante o sacrifício substitutivo de Cristo. Deus, assim, justifica não o
justo, mas o injusto, que crê naquele que é Justo. Consequentemente, nossa
justificação não está fundamentada em nossa justiça pessoal, mas na justiça de
Cristo imputada a nós. Cristo morreu como nosso representante e fiador. Ele
carregou em seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Nossas transgressões
foram lançadas sobre ele. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele quitou nossa
dívida. Não pesa mais sobre nós, que estamos em Cristo, nenhuma condenação, e
isso, porque nossa dívida não foi colocada em nossa conta. Nossa dívida foi
colocada na conta de Cristo e ele, na cruz, rasgou esse escrito de dívida que
era contra nós e pagou toda essa dívida com o seu sangue, dando um brado de
vitória: “Está consumado”. Mais, a justiça de Cristo foi depositada em nossa
conta. Agora, estamos vestidos com vestes de justiça. Fomos justificados!
Concluímos, enfatizando que, quando
afirmamos que somos justificados pela fé, não estamos dizendo que a fé é a base
da justificação. A fé é apenas a causa instrumental. A causa meritória é o
sacrifício de Cristo na cruz. Tomamos posse dos benefícios da morte de Cristo
pela fé. A fé não é a causa, é o meio. A fé é a mão estendida de um mendigo que
recebe o presente de um rei. Essa fé salvadora não é meritória nem mesmo
procede do homem. O mesmo Deus que dá o fim, a salvação, também dá o meio, a fé
salvadora. De tal forma que, a salvação é obra exclusiva de Deus de ponta a
ponta, sem qualquer mérito do homem. Na verdade, tudo provém de Deus, tudo é
feito por Deus e tudo é consumado por Deus para que ele mesmo receba toda a
glória, agora e eternamente!
FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento
Comentário Bíblico Esperança Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay Novo Testamento
Biblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Wiersb - Velho Testamento.
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