ELABORADO PELO EVANGELISTA NATALINO ALVES. PROFESSOR DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL E PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DE COTEGIPE - BAHIA. (A.D. MISSÃO).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Comentarista: Esequias Soares
Lição 7: A necessidade do Novo Nascimento
Data: 13 de Agosto de 2017
TEXTO ÁUREO
“Não te maravilhes de
te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7).
VERDADE PRÁTICA
Cremos na necessidade
absoluta do novo nascimento pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 3.3-8
O novo nascimento é nascer do Espírito
Terça — 2Co 5.17
A fé salvífica faz do pecador uma nova criatura em Cristo
Jesus
Quarta — At 10.43
O perdão dos pecados está disponível a todos
Quinta — Tt 3.5
O novo nascimento significa regeneração
Sexta — 2Co 5.18,19
Fomos reconciliados com Deus pela morte de Jesus
Sábado — Jo 1.12
Fomos adotados como filhos de Deus pela fé em Jesus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 3.1-12.
1 — E havia entre os
fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 — Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem
sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que
tu fazes, se Deus não for com ele.
3 — Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
4 — Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo
velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
5 — Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
6 — O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito.
7 — Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é
nascer de novo.
8 — O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não
sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do
Espírito.
9 — Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
10 — Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e
não sabes isso?
11 — Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que
sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho.
12 — Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como
crereis, se vos falar das celestiais?
HINOS SUGERIDOS
5, 266 e 440 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender a
necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar Nicodemos como um líder religioso
bem-intencionado;
II. Compreender o que é o novo nascimento;
III. Explicar por que é necessário nascer de novo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, na lição
de hoje estudaremos a respeito do novo nascimento (Jo 3.3). Procure, no
decorrer da lição, enfatizar o fato de que o novo nascimento é uma das
principais doutrinas da fé cristã e que ninguém pode fazer parte do Reino de
Deus se não nascer de novo (Jo 3.3). Mediante a fé em Jesus experimentamos uma
profunda transformação de vida. Essa mudança radical não é apenas exterior, mas
interior. Contudo, temos visto que atualmente muitos, como Nicodemos, não
conseguem compreender a necessidade e a importância do nascer novamente. O
Senhor Jesus mostrou a Nicodemos, e a nós, que religião alguma tem condição de
transformar o homem. Somente Ele pode nos conceder uma nova natureza mediante a
fé.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O tema da presente
lição é de suma importância porque muitas pessoas estão equivocadas nas coisas
concernentes à salvação, assim como Nicodemos também estava. As boas ações, um
padrão de vida exemplar e até mesmo a prática de uma religiosidade sincera não
conduzem ninguém à vida eterna. O diálogo de Jesus com Nicodemos, um líder
religioso honesto e sincero, revela a necessidade do novo nascimento para
entrar no Reino dos Céus.
PONTO CENTRAL
Cremos na necessidade
do novo nascimento.
I. UM LÍDER RELIGIOSO
BEM-INTENCIONADO
1. Quem era
Nicodemos? Muito pouco se sabe a respeito dele. Seu nome é grego e significa
“vencedor do povo”. Era fariseu, um príncipe do povo (Jo 3.1) e membro do
sinédrio (Jo 7.50). Nicodemos viu em Jesus algo que não existe em nenhum dos
seres humanos, mas ainda assim parece que não queria ser visto pelo povo
conversando com o Mestre. Talvez isso justifique o fato de ter ido à noite se
encontrar com o Senhor (v.2). Nicodemos nunca mais foi o mesmo depois desse
encontro com Jesus (Jo 7.51; 19.39). Esse diálogo impressiona as pessoas ainda
hoje, pois nele está o que consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).
2. Os fariseus. Representavam o povo e, apesar de serem
minoria na sociedade pré-cristã, exerciam forte influência na comunidade
judaica. Eram membros do sinédrio e tornaram-se inimigos implacáveis de Jesus.
Esse grupo formava uma seita (At 15.5). O apóstolo Paulo declara que o grupo
dos fariseus, ao qual Nicodemos pertencia antes de sua conversão, era a mais
severa seita do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5). Os Evangelhos estão
repletos de provas do comportamento negativo dos fariseus e de suas
hipocrisias. Tanto que a palavra “fariseu” tornou-se sinônimo de hipócrita e
fingido, até os dias de hoje. Felizmente, Nicodemos era diferente deles (Jo
7.50,51).
3. Os sinais efetuados por Jesus. Pouco tempo depois das
bodas de Caná da Galileia, Jesus retornou à Judeia, subindo a Jerusalém (Jo
2.13). Era a sua primeira aparição pública na capital quando Nicodemos lhe
procurou. Nessa ocasião, Jesus operou muitos milagres e, “estando ele em
Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia,
creram no seu nome” (Jo 2.23). Esses milagres atraíram Nicodemos. Talvez ele
tenha se referido a esses feitos milagrosos quando se dirigiu a Jesus, pois
disse que “ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com
ele” (v.2).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Nicodemos era um
líder religioso bem-intencionado.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos que Nicodemos era um fariseu
e membro do Sinédrio. Para mostrar as principais características desse grupo
religioso, reproduza o quadro abaixo.
CONHEÇA MAIS
Conversão
“[Do hb. sub, voltar atrás; do gr. metanoeo, voltar; e, do
lat. conversionem, transformação] Mudança que Deus opera na vida do que aceita
Cristo como o seu Salvador pessoal, modificando-lhe radicalmente a maneira de
ser, pensar e agir. A conversão é o lado objetivo e externo do novo nascimento.
Por intermédio dela, o pecador arrependido mostra ao mundo a obra que Cristo
operou em seu interior: a regeneração. Em suma: o novo nascimento tem dois
lados: um subjetivo e outro objetivo”. Para conhecer mais, leia Dicionário
Teológico, CPAD, p.115.
II. O NOVO NASCIMENTO
1. É necessário
nascer de novo (v.7). Talvez Nicodemos esperasse uma resposta elogiosa como
retribuição das boas e sinceras palavras ditas a Jesus. Mas ele se surpreendeu
com a declaração do Mestre: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino
de Deus” (v.3). O que essas palavras significam? Nascer de novo é nascer da
água e do Espírito (v.5), e isso significa regeneração. É o início de uma nova
vida, quando o pecador se torna nova criatura (2Co 5.17) criada em Cristo Jesus
(Ef 2.10). Trata-se de uma experiência profunda com Jesus, e não de mera
mudança de religião.
2. Regeneração. O termo significa literalmente “gerar
novamente” e só aparece duas vezes no Novo Testamento: a primeira no sentido
escatológico (Mt 19.28), ao se referir à restauração de todas as coisas; e a
outra como sinônimo de novo nascimento, cujo sentido é de salvação em Cristo
(Tt 3.5). Isso significa ser gerado da semente incorruptível (1Pe 1.23). Os
reencarnacionistas costumam usar essa passagem para fundamentar a doutrina da
reencarnação. Mas essa não é a questão aqui. Jesus deixou claro ao príncipe dos
judeus: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito” (v.6). Jesus não está falando em renascimento nem em reencarnação;
essas coisas nunca fizeram parte da tradição judaica.
3. A perplexidade de Nicodemos. Muita gente pensa que Deus
está preocupado com religião. Mas essas pessoas estão enganadas, pois a vontade
de Deus é a comunhão com as suas criaturas inteligentes. O problema é que
existe uma barreira que se chama pecado (Is 59.2). Foi de Deus a iniciativa de
comunicação com Adão logo após a Queda (Gn 3.8-10). Quando Deus mandou Moisés
levantar o tabernáculo, manifestou o desejo de habitar no meio do seu povo (Êx
25.8). Por fim, Deus assumiu a forma humana, “e o Verbo se fez carne e habitou
entre nós” (Jo 1.14). O novo nascimento é a restauração da comunhão com Deus, e
não significa seguir um conjunto de regras religiosas ou éticas. Isso estava
muito longe da forma de pensar de Nicodemos e de muitos religiosos ainda hoje.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Jesus afirmou a
necessidade do novo nascimento.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O novo nascimento no
Evangelho de João
Encontramos a única menção explícita ao novo nascimento na
conversa de Jesus com Nicodemos (3.1-21). Jesus fala a Nicodemos: ‘Na verdade,
na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de
Deus’ (v.3). A réplica de Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho?
Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?’ (v.4), indica
que ele entendeu o comentário de Jesus na esfera humana, física. A
interpretação errônea de Nicodemos fornece a Jesus a oportunidade de esclarecer
o que queria dizer. Ele fala da necessidade de um novo nascimento espiritual,
não de um segundo nascimento físico (vv.6-8). A interpretação errônea e o
esclarecimento resultante dela são refletidos em um jogo de palavras no
versículo 3 (repetidas no v.7). A palavra grega aõthen, traduzida por ‘novo’,
na NVI, pode querer dizer ‘de novo’ ou ‘de cima’. Contudo, o fato de Nicodemos
entendê-la com o sentido de ‘de novo’ leva-o a concluir que Jesus fala de um
segundo nascimento físico, mas a resposta de Jesus, registrada nos versículos
6-8, mostra que Ele se refere à necessidade de um nascimento espiritual, um
nascimento ‘de cima’. Esse novo nascimento não é resultado de nenhum ato humano
(cf. v.6), é obra do Espírito Santo (v.8). É necessária a atividade
sobrenatural do Espírito de Deus para realizar esse novo nascimento espiritual
no indivíduo. Ele não consiste apenas em percepção ou compreensão mais
excelente, mas na completa transformação do indivíduo (cf. 2Co 5.17)” (ZUCK,
Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ, CPAD, 2008, pp.245-6).
III. UMA NECESSIDADE
1. O estado humano. A
Bíblia ensina, e a experiência humana confirma, que todos os seres humanos
estão mortos “em ofensas e pecados” (Ef 2.1). O ensino paulino sobre a
universalidade do pecado veio diretamente do Senhor Jesus (Gl 1.11,12), e sua
base está em muitas passagens do Antigo Testamento (Rm 3.10-12; Sl 51.5; 58.3).
Nicodemos, como “mestre em Israel” (v.10), deveria estar inteirado sobre o
assunto. Além disso, Jesus usou a linguagem bíblica ao lhe comunicar a
necessidade do novo nascimento (Ez 11.19; 18.31; 36.26). Trata-se de uma
necessidade imperiosa porque todas as pessoas estão mortas e precisam reviver,
receber vida espiritual (vv.6,7). Precisamos de uma experiência nova com
Cristo.
2. Saulo de Tarso. Ninguém no mundo nasce cristão; todos os
seres humanos nascem pecadores (Rm 3.23; 5.12). A salvação é individual e
pessoal. Por isso, até mesmo aquele que nasceu num lar cristão, apesar do
privilégio de ter sido criado num ambiente cristão e de ter recebido uma
valiosa herança espiritual dos pais, precisa receber a Jesus como Salvador
pessoal para se tornar filho de Deus (Jo 1.12). Ninguém é salvo simplesmente
por pertencer a uma religião ou seguir a tradição de seus antepassados. Saulo
de Tarso é um bom exemplo, pois ele mesmo declara ser extremamente religioso; e
não um religioso qualquer, mas um praticante inveterado do judaísmo (At 26.5;
Gl 1.14; Fp 3.5). Depois de sua experiência com Jesus, ele se considerou o
principal entre os pecadores (1Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria
diante de Deus igualando-se aos demais pecadores: “insensatos, desobedientes,
extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e
inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3).
3. O centurião Cornélio. Não existe salvação sem Jesus (Jo
14.6). Nicodemos e Paulo eram israelitas e professavam a religião dos seus
antepassados, Abraão, Isaque, Jacó, Samuel, Davi e outros patriarcas, reis e
profetas do Antigo Testamento. Mas Cornélio era romano e, mesmo assim, talvez por
influência da religião judaica, era “piedoso e temente a Deus, com toda a sua
casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus” (At
10.2). Observe que essas atitudes de Cornélio tinham a aprovação divina (At
10.4). Mas ninguém é salvo pelas obras (Gl 2.16). Por isso o apóstolo Pedro foi
enviado para falar a Cornélio sobre a salvação em Cristo. A descrição bíblica
da conduta de Cornélio se repete ao longo da história humana nas mais diversas
culturas e civilizações. A conversão envolve fé, arrependimento e regeneração.
A salvação é um dom de Deus mediante a fé em Jesus (Ef 2.8,9).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O novo nascimento é
uma necessidade para toda criatura.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, copie o
esquema abaixo no quadro. Utilize-o para explicar aos alunos o fato de que
Paulo era um homem extremamente religioso, conhecedor da Lei, porém sedento
espiritualmente. A religiosidade não implica em relacionamento com Deus.
Todavia, Paulo teve um encontro com Cristo, confessou seus pecados, entregou-se
inteiramente a Jesus e passou a ter uma nova vida, que implica num
relacionamento íntimo e pessoal com Jesus. Mais tarde Paulo aprendeu o que é
padecer pelo Senhor. Por intermédio desse “vaso escolhido” a igreja tornou-se
basicamente gentia.
CONCLUSÃO
Há ainda hoje muitas
pessoas religiosas e sinceras como Cornélio e pessoas bem-intencionadas como
Nicodemos, mas elas precisam nascer de novo, da água e do Espírito para
herdarem o Reino de Deus. É nossa tarefa como cristãos e comunicadores do evangelho
falar sobre a necessidade do novo nascimento não somente ao pecador contumaz,
mas também aos muitos “Nicodemos” e “Cornélios” que estão à nossa volta.
PARA REFLETIR
A respeito da necessidade do novo nascimento, responda:
Por que o diálogo de Nicodemos com Jesus ainda impressiona
as pessoas até hoje?
Esse diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele
está o que consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).
O que atraiu Nicodemos a Jesus?
Os milagres que Jesus havia realizado.
O que significa nascer de novo, da água e do Espírito?
Nascer de novo é nascer da água e do Espírito, e isso
significa regeneração. É o início de uma nova vida, quando o pecador se torna
nova criatura (2Co 5.17) criada em Cristo Jesus (Ef 2.10). Trata-se de uma
experiência profunda com Jesus, e não de mera mudança de religião.
Qual a vontade de Deus em relação às suas criaturas?
Que creiam em Jesus Cristo para perdão dos pecados e
experimentem o novo nascimento.
Como o apóstolo Paulo passou a se ver depois de sua
experiência com Cristo?
Depois de sua experiência com Jesus, ele se considerou o
principal entre os pecadores (1Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria
diante de Deus igualando-se aos demais pecadores (Tt 3.3).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A necessidade do Novo
Nascimento
Nesta lição é preciso
ressaltar que pela fé em Cristo o ser humano pode se tornar nova criatura.
Nesse aspecto, o passado fica para trás e em Cristo tudo se faz novo. Então,
passamos ter um novo olhar, uma nova atitude, um novo comportamento. Assim,
ocorre a verdadeira conversão no Senhor.
O novo nascimento é uma das mais importantes doutrinas
cristãs, pois ninguém pode fazer parte de Reino de Deus se não passar pelo
processo de sincera conversão (Jo 3.3). É quando pela fé em Jesus
experimentamos uma metanoia, isto é, uma transformação que se inicia no
interior para transbordar para o exterior. Os sentimentos egoístas do coração
são substituídos por aquilo que agrada a Deus, os pensamentos passam pela
renovação da nossa mente por ação do Espírito Santo, por isso, temos a mente de
Cristo (1Co 2.16). De fato, uma nova vida é implantada em nós. Destacar,
exemplificar e explorar as verdades desse ensino deve ser o objetivo maior da
presente aula.
Nova Criação e Regeneração
Quando o ser humano é regenerado, o que acontece é uma ação
decisiva e instantânea do Espírito Santo no ser humano. Podemos dizer que
ocorre uma nova criação no interior humano: “Assim que, se alguém está em
Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo” (2Co 5.17). Chama-nos a atenção a expressão “nova criatura é”. Significa
que não “será”, muito menos há qualquer ideia relativizada acerca da natureza
do novo nascimento. Simplesmente a pessoa que está em Cristo “é uma nova
criatura”. De maneira decidida e espontânea ela foi regenerada pelo Espírito
Santo e reconciliada com Deus por intermédio de Cristo Jesus (2Co 5.19). Aqui
está a garantia da real conversão, da marca de nova criação. Tal experiência é
que traz na vida do novo convertido a certeza de que agora ele está seguro em
Deus e nada poderá abalar a sua fé.
Um convite a desfrutar da presença de Deus
Deus fez tudo novo em nós. O que Ele faz é bom, agradável e
perfeito. O nosso maior desafio é jamais deixar de convivermos diariamente com
a presença dEle. É o elemento mais importante para a nossa sobrevivência
espiritual. Por isso, não permitir que a frieza espiritual bata a porta da vida
nem que a incredulidade invada a mente e escravize o coração, e que o Espírito
Santo ensine quem nasceu de novo são ensinamentos e reflexões que devem ser
explorados ao longo da presente lição.
SUBSIDIOS COMPLEMENTARES
A REGENERAÇÃO
Jo 3.3: “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”
Em 3.1-8, Jesus trata de uma das doutrinas fundamentais da
fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento,
ninguém poderá ver o reino de Deus, i.e., receber a vida eterna e a salvação
mediante Jesus Cristo. Apresentamos a seguir, importantes fatos a respeito do
novo nascimento.
(1) A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa
(Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por Deus e o Espírito Santo (3.6; Tt 3.5). Por
esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (3.16;
2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (1.12; Rm 8.16,17; Gl
3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este
mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus “em verdadeira justiça e santidade”
(Ef 4.24).
(2) A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo,
todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a
Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).
(3) A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos
seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus
Cristo como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).
(4) A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado
em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele
que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36
nota; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a
Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão
(1Jo 2.29), ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo
3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).
(5) Quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma
prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9 nota). Não é possível permanecer
nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e
de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma
comunhão profunda com Cristo (ver 15.4) e a dependência do Espírito Santo (Rm 8.2-14).
(6) Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos
caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam,
demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
(7) Assim como uma pessoa nasce do Espírito ao receber a
vida de Deus, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniquidade.
As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também
Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).
(8) O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento
físico, pois o relacionamento entre Deus e o salvo é questão do espírito e não
da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca
possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que Deus quer manter
conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra
(ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com Deus é condicionado pela nossa fé em
Cristo durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência
e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).
FONTES DE PESQUISA:
MANUAIS BÍBLICOS
COMENTÁRIOS BÍBLICOS
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.
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