ELABORADO PELO EVANGELISTA NATALINO ALVES. PROFESSOR DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL E PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DE COTEGIPE - BAHIA. (A.D. MISSÃO).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Comentarista: Esequias Soares
Lição 10: As manifestações do Espírito Santo
Data: 03 de Setembro de 2017
TEXTO ÁUREO
“Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos
quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
VERDADE PRÁTICA
Cremos na atualidade
do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito
Santo à Igreja para sua edificação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — At 2.1-4
A descida do Espírito no dia de Pentecostes
Terça — At 2.33
O batismo no Espírito Santo é resultado da obra de Cristo
Quarta — At 10.44-46
A glossolalia
Quinta — 1Co 12.1
Não devemos ser ignorantes acerca dos dons espirituais
Sexta — 1Co 12.7
Os dons espirituais
Sábado — 1Co 12.4
São muitos os dons espirituais
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1-6; 1
Coríntios 12.1-7.
Atos 2
1 — Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar;
2 — e, de repente, veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 — E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de
fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 — E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 — E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 — E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava
confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
1 Coríntios 12
1 — Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes.
2 — Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos
mudos, conforme éreis guiados.
3 — Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que
fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus
é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 — Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 — E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 — E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos.
7 — Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o
que for útil.
HINOS SUGERIDOS
85, 122 e 290 da
Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o batismo
no Espírito Santo e os dons espirituais estão disponíveis a todo crente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apontar as implicações doutrinárias da descida do
Espírito Santo;
II. Explicar a natureza das línguas.
III. Mostrar o significado e o propósito do batismo no
Espírito Santo;
IV. Afirmar a atualidade dos dons espirituais
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor,
prezada professora, esta lição é uma exposição sobre um dos mais importantes
temas da teologia pentecostal: batismo no Espírito Santo. Essa doutrina trata
de uma experiência bíblica, histórica e atual que ao longo da história do
Movimento Pentecostal tem sido amplamente reafirmada.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As manifestações do
Espírito de Deus, tais como veremos, dizem respeito, primeiramente ao batismo
no Espírito Santo e aos dons espirituais. São dois temas da teologia
pentecostal que nunca se esgotam e são importantes porque se tratam de
evidências bíblicas de que a comunicação divina com o seu povo, e com cada
crente individual, nunca cessou. Não somente a Bíblia, mas também o testemunho
da história, e da experiência cristã, corrobora essa verdade. É sobre isso que
trata o nosso estudo.
PONTO CENTRAL
As manifestações do
Espírito Santo são atuais.
I. A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
1. A experiência do
Pentecostes. Não é difícil descobrir na Bíblia o que é o batismo no Espírito
Santo. João Batista disse: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o
arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou
digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com
fogo” (Mt 3.11). Há inúmeras interpretações dessa passagem. No entanto, o
próprio Senhor Jesus se referiu a esse batismo como a promessa do Pai (At 1.4)
e acrescentou: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). Essa
declaração vincula Mateus 3.11 com a experiência do dia de Pentecostes relatada
em Atos 2.2-4. A prova disso é que o apóstolo Pedro identificou a experiência
de Cornélio (At 10.44-46) com a promessa anunciada por João Batista e reiterada
pelo Senhor Jesus (At 11.15-17).
2. Batismo “no” Espírito Santo ou “com o” Espírito Santo? As
duas traduções são legítimas à luz da gramática grega e aceitáveis de acordo
com o contexto. A ideia de batismo no Novo Testamento é de imersão, submersão
(Rm 6.3,4; Cl 2.12). A Almeida Revista e Atualizada tem uma nota em Mateus 3.11
e Atos 1.5 informando “com; ou em” e a Nova Versão Internacional também traz
uma nota similar. A Versão Almeida Revisada da Imprensa Bíblica Brasileira
emprega “batizar em água” e “batizar no Espírito Santo” nas referidas
passagens, respectivamente. Nós adotamos “em água” e “no Espírito Santo”, pois
“com”, pode parecer aspersão, o que contradiz a ideia de imersão.
3. Os sinais sobrenaturais. Há três sinais que mostram a
ação sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de
Pentecostes: o som como de um vento (At 2.2), a visão das línguas repartidas
como que de fogo (2.3) e o falar em línguas (2.4). Os dois primeiros sinais
jamais se repetirão, pois foram manifestações exclusivas que tiveram como
objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo. Alguém tão importante quanto o
Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém, ainda que extraordinários, porque
o Verbo se fez carne (Lc 2.9-11; Jo 1.4), não tiveram sinais semelhantes. Além
de marcar a chegada do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, as manifestações
sobrenaturais também inauguraram a Igreja. Assim, o som soava como vento, mas
não era vento, e da mesma forma a visão não era fogo, mas lembrava o fogo de
Deus (Êx 3.2; 1Rs 18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma
única vez.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O vento, a visão das
línguas e o falar em línguas remontam a descida do Espírito Santo em
Pentecostes.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Para auxiliar na
preparação da sua aula, há alguns termos importantes que você deve conhecer bem
a fim de ter êxito no assunto em foco. Por isso, reproduzimos esses três termos
a fim de enriquecer a explicação deste tópico. Observe o quadro abaixo.
II. A NATUREZA DAS LÍNGUAS
1. Fonte. As línguas
do Pentecostes eram sobrenaturais, pois foram caracterizadas como “outras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). O
termo grego para “outras” aqui é héterais, de héteros, “outro de tipo
diferente”. Há quem questione esse conceito, mas a fonte delas é o próprio
Espírito Santo, o que torna a evidência visível e contundente. A outra
evidência está presente na audição, e não simplesmente na fala, pois “cada um
os ouvia falar em sua própria língua” (2.6). Lucas repete essa informação por
mais duas vezes (vv.8,11). E, no versículo 11, ele acrescenta: [...] “Todos os
temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”.
2. A glossolalia. É a manifestação das línguas estranhas no
batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais.
Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, “língua, idioma”, e de lalía,
“modo de falar” (Mt 26.73), conjugado à “linguagem” (Jo 8.43), substantivo
derivado do verbo grego lalein, “falar”. A expressão lalein glossais, “falar
línguas” (1Co 14.5), é usada no Novo Testamento para indicar “outras línguas”.
É importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as
mesmas que aparecem na lista dos dons espirituais (1Co 12.10,28; 14.2). Ambas
são de origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à função.
3. Sua continuação. O falar em “outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4), é a evidência inicial do
batismo no Espírito Santo. Essa experiência se repete na história da Igreja.
Isso aconteceu na casa do centurião Cornélio: “E os fiéis que eram da
circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom
do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar
em línguas e magnificar a Deus” (At 10.45,46), exatamente como aconteceu no dia
de Pentecostes. Outra vez, o mesmo fenômeno acontece com a chegada de Paulo em
Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At 19.6). As línguas, as profecias e
a ciência são válidas para os nossos dias, mas vão cessar por ocasião da vinda
de Jesus (1Co 13.8-10).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
As línguas do
Pentecostes, línguas estranhas, são de natureza sobrenatural.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] A xenolalia é,
ao mesmo tempo, a mais difícil variação da glossolalia para documentar e a mais
amplamente registrada. Por exemplo, Emílio Conde relatou, na obra História das Assembleias
de Deus no Brasil, p.67, que no primeiro batismo nas águas na cidade de Macapá
(AP), em 25 de dezembro 1917, a nova convertida Raimunda Paula de Araújo, ao
sair das águas foi batizada com o Espírito Santo. Ela falou em línguas
estranhas com tanto poder que os assistentes encheram-se de temor de Deus. Os
judeus negociantes da cidade haviam comparecido ao batismo. Um deles, Leão
Zagury, ficou tão emocionado e maravilhado com a mensagem que ouvira que não se
conteve e clamou em alta voz no meio da multidão: ‘Eis que vejo a glória do
Deus de Israel, pois esta mulher está falando a minha língua’. O judeu não era
crente. Porém, Deus, através da crente Raimunda, falou-lhe em hebraico”
(ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, p.332).
CONHEÇA MAIS
Glossolalia
“[Do gr. glosso, língua + lalia, falar em língua] Dom
sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, que capacita o crente a fazer
enunciados proféticos e de enaltecimentos a Deus em línguas que lhe são
desconhecidas. [...] A glossolária, conhecida também como dom de línguas,
línguas estranhas ou variedade de línguas, é um dom espiritual que, à
semelhança dos demais, não ficou circunscrito aos dias dos apóstolos: continua
atual e atuante na vida da Igreja”. Para conhecer mais, leia Dicionário
Teológico, CPAD, pp.201-02.
III. SIGNIFICADO E PROPÓSITO
1. O batismo no
Espírito Santo não é sinônimo de salvação. Trata-se de bênçãos diferentes.
Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito Santo. Na regeneração, o Espírito
promove o novo nascimento, que é um ato direto do Espírito Santo (Jo 3.6-8). O
pecador recebe o Espírito no exato momento em que aceita, de verdade, a Jesus
(Gl 3.2; Ef 1.13). Os discípulos de Jesus já tinham seu nome escrito no céu (Lc
10.20) e igualmente tinham o Espírito Santo mesmo antes do Pentecostes (Jo
20.22).
2. Definição e propósitos. O batismo no Espírito Santo é o
recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho
em todo o mundo (Lc 24.46-49). O seu propósito é capacitar o crente a viver uma
vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé
em Cristo (At 1.8). É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um
poder espiritual que contribui para a edificação interior da vida cristã do crente
e que o ajuda quando a mente não pode fazê-lo.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O duplo propósito do batismo no Espírito remonta a expansão
do Evangelho e a capacitação do crente.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Os
pentecostais acreditam que a experiência distintiva do batismo no Espírito
Santo, tal como Lucas a descreve, é crucial para a Igreja contemporânea.
Stronstad diz que as implicações da teologia de Lucas são claras: ‘Já que o dom
do Espírito era carismático ou vocacional para Jesus e a Igreja Primitiva,
assim também deve ter uma dimensão vocacional na experiência do povo de Deus
hoje’. Por quê? Porque a Igreja hoje, da mesma forma que a Igreja em Atos dos
Apóstolos, precisa de poder dinâmico do Espírito para evangelizar o mundo de
modo eficaz e edificar o corpo de Cristo. O Espírito veio no dia de Pentecostes
porque os seguidores de Jesus ‘precisavam de um batismo no Espírito que
revestisse de poder o seu testemunho, de tal maneira que outros pudessem também
entrar na vida e na salvação’. E, por ter vindo no dia de Pentecostes, o
Espírito volta repetidas vezes, visando o mesmo propósito” (HORTON, Stanley
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996,
p.456).
IV. OS DONS ESPIRITUAIS
1. Os dons
espirituais. São manifestações do poder de Deus que nos capacitam a continuar a
missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At
1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor Jesus enviou o
Espírito Santo (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm 12.6-8;
1Co 12.8-10,28-30), embora não ousamos dizer que sejam apenas esses, pois não
existe uma lista exaustiva deles no Novo Testamento.
2. Os dons são dados aos crentes individualmente. A
manifestação dos dons ocorre por meio das três Pessoas da Trindade: pelo
Espírito, na “diversidade de dons” (1Co 12.4); pelo Senhor, na “diversidade de
ministérios” (v.5); e pelo Deus Pai, na “diversidade de operações” (v.6). Mas a
fonte dos dons é o Espírito Santo e, por isso, essa manifestação é dada por Ele
“a cada um para o que for útil” (1Co 12.7) e não para exibição ou ostentação do
crente, porque o mérito é do Senhor Jesus (At 3.12). Outra vez o apóstolo
enfatiza a origem dos dons, o Espírito Santo, pois reconhece que é este mesmo
quem “opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”
(1Co 12.11).
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Os dons espirituais
são dádivas atemporais de Deus dadas a cada crente.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Dons Espirituais.
Recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito,
colocou à disposição da Igreja, visando: 1) o aperfeiçoamento dos santos; 2) a
ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus; e: 3)
chamar a atenção dos incrédulos à realidade divina. Os dons espirituais
dividem-se em três grupos:
I - Dons de Revelação. Palavra da sabedoria, palavra do
conhecimento e discernimento de espíritos. Através dos quais a Igreja é
capacitada a conhecer de maneira sobrenatural.
II - Dons de Poder. Fé, Maravilhas e Cura. Por intermédio
dos quais a Igreja pode agir de forma extraordinária.
III - Dons de Alocução. Línguas, interpretação e profecia.
Por meio dos quais a Igreja recebe a graça de proclamar os arcanos divinos de
modo milagroso” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD,
1996, p.127-28).
CONCLUSÃO
A descida do Espírito
Santo é acompanhada dos dons espirituais. Eles são atuais na vida da Igreja e
são dados a cada um para o que for útil, sempre para o bem da igreja local.
Trata-se de ferramentas importantes e indispensáveis para os crentes, razão
pela qual devemos lhes dar a devida atenção.
PARA REFLETIR
A respeito das
manifestações do Espírito Santo, responda:
Qual sinal sobrenatural ocorrido no dia de Pentecostes que
se repete na história da Igreja?
A glossolalia.
O que é a glossolalia?
É a manifestação das línguas estranhas no batismo no
Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais.
Qual é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo?
O falar em “outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem” (At 2.4), é a evidência inicial do batismo no Espírito
Santo.
Qual o propósito do batismo no Espírito Santo?
O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida cristã
vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em Cristo
(At 1.8).
Que são dons espirituais?
São manifestações do poder de Deus que nos capacitam a
continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da
Igreja (At 1.8).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
As manifestações do Espírito Santo
O batismo no Espírito
Santo está disponível hoje? Sim, o batismo no Espírito Santo está disponível
para você e para qualquer pessoa que o Senhor nosso Deus chamar. Embora alguns
estudiosos afirmem que tal acontecimento não está disponível para os crentes de
hoje. Eles dizem que o fenômeno só ocorreu naquele tempo quando a Igreja estava
nascendo. Mas milhares de experiências ao longo da história da Igreja desmentem
tal ideia. Na Bíblia, não há nenhum versículo que embase a tese de que o
batismo no Espírito Santo cessou, pois as Escrituras afirmam o alcance passado,
presente e futuro dessa maravilhosa promessa do Pai: “Porque a promessa vos diz
respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos
Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Logo, o batismo no Espírito Santo é uma promessa de Deus
para todos: homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos.
Uma promessa que abarca “todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar” (At
2.39). Não estando limitada aos tempos e denominações, mas a corações sinceros
e quebrantados, desejosos em mergulhar nas “águas do Espírito”. O batismo no
Espírito é uma segunda e extraordinária experiência com Deus através do seu
Filho Jesus Cristo — a primeira trata-se da salvação operada por meio de Jesus
Cristo.
Como receber o Batismo com o Espírito Santo?
Não há uma resposta exata para isso. Primeiro, porque não
podem os agendar o derramamento do Espírito Santo — Ele sopra onde quer (Jo
3.8). Segundo, porque temos de estar vigilantes para não enganarmos a nós
mesmos com falsas experiências espirituais.
Nesse aspecto, poderíamos dizer que para receber o batismo
no Espírito não há uma “receita”, mas segundo o que nos orientam as Escrituras,
em primeiro lugar, devemos crer na promessa do batismo no Espírito Santo por
intermédio da Palavra de Deus, isto é, aguardar e confiar em Deus que Ele
poderá fazer isso em nossa vida (At 1.4). Em segundo, perseverar em oração e
súplicas a Deus. Os nossos irmãos do passado oraram ao Senhor com todo fervor
em busca dessa promessa (At 1.14). E depois, amar a exposição da Palavra de
Deus. No livro de Atos, após as pessoas ouvirem a exposição da Palavra, o
Espírito Santo foi derramado (At 10.44). A exposição do Evangelho gera fé em
nosso coração, confiança em Deus e desejo de nos aproximarmos mais dos seus
desígnios.
SUBSIDIOS
ATOS 2.1 PENTECOSTE.
Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do ano judaico. A primeira grande
festa era a Páscoa. Cinqüenta dias após esta, vinha a festa de Pentecoste, nome
este derivado do gr. penteekostos (=qüinquagésimo). Era também chamada Festas das
Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus
(cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o
início da colheita de almas para Deus neste mundo.
ATOS 2.2,3 UM
VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestações
externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo (vv. 2,3)
demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx
3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos
crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de
testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestações antecederam o batismo no
Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de
Atos.
ATOS 2.4 CHEIOS DO
ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do Espírito Santo recebida no
dia de Pentecoste?
(1) Significou o início do cumprimento da promessa de Deus
em Jl 2.28,29, de derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do fim
(cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29). (2) Posto que os
últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora
se vêem ante a decisão de se arrependerem e de crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2;
Lc 13.3; ver At 2.17).
(3) Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc
24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos
perdidos grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento
divino, e a desviá-los do pecado para a salvação em Cristo (cf. 1.8 notas;
4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8).
(4) O Espírito Santo
já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvação de pessoas
de todas as nações e aqueles que receberam o batismo no Espírito Santo ficaram
cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm
9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39).
(5) Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não
somente pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao
arrependimento e à fé em Cristo, como também influenciavam essas pessoas a
receber o dom do Espírito Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no
Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no Espírito Santo é a chave da obra
apostólica no NT (ver 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6).
(6) Mediante este batismo no Espírito, os seguidores de
Cristo tornaram-se continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer
e a ensinar, no poder do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus começou,
não só a fazer, mas a ensinar (1.1; Jo 14.12).
ATOS 2.4 COMEÇARAM A
FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um exame do significado do falar em línguas
ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e da
possibilidade de falsas línguas estranhas.
ATOS 2.14-40 O
DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso de Pedro no dia de
Pentecoste, juntamente com sua mensagem em 3.12-26, contém um padrão para a
proclamação do evangelho.
(1) Jesus é o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e
exaltado (vv. 22-36; 3.13-15).
(2) Estando agora à destra do Pai, Jesus Cristo recebeu
autoridade para derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (vv.
16-18,32,33; 3.19).
(3) Todos devem colocar sua fé em Jesus como Senhor,
arrepender-se dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos
pecados (vv. 36-38; 3.19).
(4) Os crentes devem
esperar o prometido dom do Espírito Santo, ou o batismo nEle, uma vez tendo
crido e se arrependido (vv. 38,39).
(5) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo
e salvar-se dessa geração perversa (v. 40; 3.26).
(6) Jesus Cristo voltará para restaurar completamente o
reino de Deus (3.20,21).
ATOS 2.16 DITO PELO
PROFETA JOEL. O batismo no Espírito Santo e as manifestações espirituais
acompanhantes são cumprimentos de Jl 2.28,29. Joel, no século VIII a.C.,
profetizou um grande derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus
(ver Jl 2.28,29).
ATOS 2.17 NOS ÚLTIMOS
DIAS.
(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que o
Senhor agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvação ao seu povo
(cf. Is 2.2-21; 3.18 4.6; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12).
(2) O NT revela que os últimos dias começaram com a primeira
vinda de Cristo e o derramamento inicial do Espírito sobre o povo de Deus, e
que terminarão com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2).
Este período específico é caracterizado como a era do juízo contra o mal, da
autoridade sobre os demônios, da salvação da raça humana e da presença aqui do
reino de Deus.
(a) Estes últimos dias serão assinalados pelo poder do
Espírito Santo (Mt 12.28).
(b) Os últimos dias abrangem a investida do poder de Deus,
através de Cristo, contra o domínio de Satanás e do pecado. Mesmo assim, a
guerra apenas começou; não chegou ao fim, pois o mal e a atividade satânica
ainda estão fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda
vinda de Jesus aniquilará a atividade do poder maligno e encerrará os últimos
dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19).
(c) Os últimos dias serão um período de testemunho
profético, conclamando todos a se arrependerem, crerem em Cristo e
experimentarem o derramamento do Espírito Santo (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32).
Devemos proclamar a obra salvífica de Cristo, no poder do Espírito, mesmo
enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o grande e glorioso Dia
do Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em vigilância, esperando o dia
da redenção e a volta de Cristo para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17).
(d) Os últimos dias introduzem o reino de Deus com sua
demonstração de pleno poder (ver Lc 11.20). Devemos ter a plenitude desse poder
no conflito contra as forças espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no
sofrimento por causa da justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)
ATOS 2.17 VOSSOS
FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Aqui o falar noutras línguas (vv. 4,11)
está relacionado à profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar em línguas é uma
forma de profetizar. O significado básico aqui, de profecia, é o uso da nossa
voz para o serviço e a glória de Deus sob o impulso direto do Espírito Santo.
No livro de Atos:
(1) os 120 todos foram cheios do Espírito Santo e começaram
a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem
(2.4);
(2) o Espírito Santo desceu sobre Cornélio e sua casa.
Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus
(10.44-47); e (3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o Espírito
Santo; e falavam línguas e profetizavam (19.6).
ATOS 2.18 MEUS SERVOS
E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel, citada por Pedro, o batismo no
Espírito Santo é para aqueles que já pertencem ao reino de Deus, i.e., servos
de Deus, ou crentes; tanto homens como mulheres salvos, regenerados,
pertencentes a Deus.
ATOS 2.18 NAQUELES
DIAS. Pedro, citando Joel, diz que Deus derramará seu Espírito naqueles dias .
O derramamento do Espírito Santo e os sinais sobrenaturais que o acompanham,
não podem ser limitados unicamente ao dia de Pentecoste. O poder e a bênção do
Espírito Santo são para todo cristão receber e experimentar, no decurso de toda
a era da igreja, que é a totalidade do período de tempo entre a primeira e
segunda vinda de Cristo (Ap 19.20; ver At 2.39).
ATOS 2.39 A VÓS, A
VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas
para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que
cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos
filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às
subseqüentes.
(1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha,
não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não
cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim
da era apostólica.
(2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão
buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e
concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).
JOEL 2.28,29
DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO. Joel prediz um dia em que Deus derramará o seu
Espírito sobre todo aquele que "invocar o nome do Senhor" (v. 32).
Este derramamento resultará num fluir sobrenatural do Espírito Santo entre o
povo de Deus. Pedro citou este trecho no dia de Pentecoste, e explicou que o
derramamento do Espírito Santo, naquele dia, era o começo do cumprimento da
profecia de Joel (At 2.14-21). Esta profecia é uma promessa perpétua para todos
quantos aceitem a Cristo como Senhor, pois todos os crentes podem e devem
receber a plenitude do Espírito Santo (cf. At 2.38,39; 10.44-48; 11.15-18).
JOEL 2.28 VOSSOS
FILHOS E VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Joel prevê que um dos principais
resultados do derramamento do Espírito Santo será a distribuição dos dons
espirituais, entre estes o de profetizar. A manifestação do Espírito, através
dos dons, torna conhecida a presença de Deus entre o seu povo. O apóstolo Paulo
declarou que se a igreja profetiza, o incrédulo será compelido a declarar "que
Deus está verdadeiramente entre vós" (1 Co 14.24,25).
JOEL 2.30,31
PRODÍGIOS NO CÉU. Virá o dia em que a plena realização do derramamento do
Espírito, e da oferta de salvação a toda a humanidade, será seguida pelos
sinais cósmicos dos últimos tempos e pelo dia do Senhor (cf. Mt 24.29-31).
Naqueles tempos, os inimigos de Deus experimentarão a sua ira (cf. Ap 6.12-17).
As atuais condições do mundo, examinadas à luz das profecias bíblicas, indicam
que tais eventos estão prestes a acontecer.
Jl 2.28,29 "E há de ser que, depois, derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne,e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os
vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os
servos e servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito."
O Espírito Santo é a terceira pessoa do Deus Eterno, Trino e
Uno (ver Mc 1.11). Embora a plenitude do seu poder não tivesse sido revelada
antes do ministério de Jesus e,
posteriormente, no Pentecoste (ver At 2), há trechos do AT que se referem a Ele
e à sua obra. Este estudo examina os ensinamentos do AT a respeito do Espírito
Santo.
TERMO EMPREGADO. A palavra hebraica para “Espírito” é ruah
que, às vezes, é traduzida por “vento” e “sopro”. Sendo assim, as referências
no AT ao sopro de Deus e ao vento da parte de Deus (e.g., Gn 2.7; Ez
37.9,10,14) também podem referir-se à obra do Espírito de Deus. A Bíblia
descreve várias atividades do Espírito Santo no Antigo Testamento.
(1) O Espírito Santo desempenhou um papel ativo na criação.
O segundo versículo da Bíblia diz que “o Espírito de Deus se movia sobre a face
das águas” (Gn 1.2), preparando tudo para que a palavra criadora de Deus desse
forma ao mundo. Tanto o Verbo de Deus (i.e., a segunda pessoa da Trindade)
quanto o Espírito de Deus, foram agentes na criação (ver Jó 26.13; Sl 33.6;). O
Espírito também é o autor da vida. Quando Deus criou Adão, foi indubitavelmente
o seu Espírito quem soprou no homem o fôlego da vida (Gn 2.7; cf. Jó 27.3). O
Espírito Santo continua a dar vida às criaturas de Deus (Jó 33.4; Sl 104.30).
(2) O Espírito estava ativo na comunicação da mensagem de
Deus ao seu povo. Era o Espírito, por exemplo, quem instruía os israelitas no
deserto (Ne 9.20). Quando os salmistas de Israel compunham seus cânticos,
faziam-no mediante o Espírito do Senhor (2Sm 23.2; cf. At 1.16,20; Hb 3.7-11).
Semelhantemente, os profetas eram inspirados pelo Espírito de Deus a declarar
sua palavra ao povo (Nm 11.29; 1Sm 10.5,6,10; 2Cr 20.14; 24.19,20; Ne 9.30; Is
61.1-3; Mq 3.8; Zc 7.12; cf. 2Pe 1.20,21). Ezequiel ensina que os falsos
profetas “seguem o seu próprio espírito” ao invés de andarem segundo o Espírito
de Deus (Ez 13.2,3). Era possível, entretanto, o Espírito de Deus vir sobre
alguém que não tinha um relacionamento genuíno com Deus para levá-lo a entregar
uma mensagem verdadeira ao povo (ver Nm 24.2 nota).
(3) A liderança do povo de Deus no AT era fortalecida pelo
Espírito do Senhor. Moisés, por exemplo, estava em tão estreita harmonia com o
Espírito de Deus que compartilhava dos próprios sentimentos de Deus; sofria
quando Ele sofria, e ficava irado contra o pecado quando Ele se irava (ver Êx
33.11; cf. Êx 32.19). Quando Moisés escolheu, em obediência à ordem do Senhor,
setenta anciãos para ajudá-lo a liderar os israelitas, Deus tomou do Espírito
que estava sobre Moisés, e o colocou sobre eles (Nm 11.16,17; ver 11.12).
Semelhantemente, quando Josué foi comissionado para que sucedesse Moisés como
líder, Deus indicou que “o Espírito” (i.e., o Espírito Santo) estava nele (Nm
27.18). O mesmo Espírito veio sobre Gideão (Jz 6.34), Davi (1Sm 16.13) e
Zorobabel (Zc 4.6). Noutras palavras, no AT a maior qualificação para a
liderança era a presença do Espírito de Deus.
(4) O Espírito de Deus também vinha sobre indivíduos a fim
de equipá-los para serviços especiais. Um exemplo notável, no AT, era José, a
quem fora outorgado o Espírito para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa
de Faraó (Gn 41.38-40). Note, também, Bezalel e Ooliabe, aos quais Deus concedeu
a plenitude do seu Espírito para que fizessem o trabalho artístico necessário à
construção do Tabernáculo, e também para ensinarem aos outros (ver Êx 31.1-11;
35.30-35). A plenitude do Espírito Santo, aqui, não é exatamente a mesma coisa
que o batismo no Espírito Santo no NT . No AT, o Espírito Santo vinha sobre uns poucos indivíduos selecionados
para servirem a Deus de modo especial, e os revestia de poder (ver Êx 31.3). O
Espírito do Senhor veio sobre muitos dos juízes, tais como Otniel (Jz 3.9,10).
Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29) e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes
exemplos revelam o princípio divino que ainda perdura: quando Deus opta por
usar grandemente uma pessoa, o seu Espírito vem sobre ela.
(5) Havia, ainda, uma consciência no AT de que o Espírito
desejava guiar as pessoas no terreno da retidão. Davi dá testemunho disto em
alguns dos seus salmos (Sl 51.10-13; 143.10). O povo de Deus, que seguia o seu
próprio caminho ao invés de ouvir a voz de Deus, recusava-se a seguir o caminho
do Espírito (ver Gn 16.2). Os que deixam de viver pelo Espírito de Deus
experimentam, inevitavelmente, alguma forma de castigo divino (ver Nm 14.29; Dt
1.26).
(6) Note que, nos tempos do AT, o Espírito Santo vinha
apenas sobre umas poucas pessoas, enchendo-as a fim de lhes dar poder para o
serviço ou a profecia. Não houve nenhum derramamento geral do Espírito Santo
sobre Israel. O derramamento do Espírito Santo de forma mais ampla (cf.
2.28,29; At 2.4,16-18) começou no grande dia de Pentecoste.
A PROMESSA DO PLENO
PODER DO ESPÍRITO SANTO NO AT antegozava a era vindoura do Espírito, i.e., a
era do NT.
(1) Em várias ocasiões, os profetas falaram a respeito do
papel que o Espírito desempenharia na vida do Messias. Isaías, em especial,
caracterizou o Rei vindouro, o Servo do Senhor, como uma pessoa sobre quem o
Espírito de Deus repousaria de modo especial (ver Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3).
Quando Jesus leu as palavras de Isaías 61, em Nazaré, cidade onde morava,
terminou dizendo: “Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc
4.21).
(2) Outras profecias do AT anteviam o período do
derramamento geral do Espírito Santo sobre a totalidade do povo de Deus. Entre
esses textos, o de maior destaque é 2.28,29, citado por Pedro no dia de
Pentecoste (At 2.17,18). Mas a mesma mensagem também se acha em Is 32.15-17;
44.3-5; 59.20,21; Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29. Deus prometeu que,
quando a vida e o poder do seu Espírito viessem sobre o seu povo, os seus
seriam capacitados a profetizar, ver visões, ter sonhos proféticos, viver uma
vida em santidade e retidão, e a testemunhar com grande poder. Por conseguinte,
os profetas do AT previram a era messiânica. E, a respeito dela, profetizaram
que o derramamento e a plenitude do Espírito Santo viriam sobre toda a
humanidade. E foi o que aconteceu no domingo do Pentecoste (dez dias depois de
Jesus ter subido ao céu), com uma subseqüente gigantesca colheita de almas (cf.
2.28,32;At 2.41; 4.4; 13,44,48,49).
O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
At 1.5 “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.”
Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no
Espírito Santo (ver 1.4 nota sobre “batismo no”, ao invés de “batismo com”, o
Espírito Santo). A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus
ensina o seguinte:
(1) O batismo no Espírito é para todos que professam sua fé
em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para
neles habitar.
(2) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena
foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele
ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no
Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
(3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à
parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora
do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo
Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e
santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou
sobre seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando
que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas). Depois, Ele
lhes disse que também deviam ser “revestidos de poder” pelo Espírito Santo (Lc
24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subseqüente à
regeneração (ver 11.17 ; 19.6).
(4) Ser batizado no Espírito significa experimentar a
plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a
partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo
antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão
“batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de
Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).
(5) O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o
sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46; 19.6).
(6) O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia
e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter
eficácia no seu testemunho e pregação (cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm
15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma
manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de
Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
(7) Outros resultados do genuíno batismo no Espírito Santo são:
(a) mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15);
(b) maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito
Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino
contra a impiedade (ver Jo 16.8 nota; At 1.8);
(c) uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33);
(d) visões da parte do Espírito (2.17);
(e) manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co
12.4-10);
(f) maior desejo de orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31;
6.4; 10.9; Rm 8.26);
(g) maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela
(Jo 16.13; At 2.42) e
(h) uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At
1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).
(8) A Palavra de Deus cita várias condições prévias para o batismo
no Espírito Santo.
(a) Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17). Isto importa em
submeter a Deus a nossa vontade (“àqueles que lhe obedecem”, 5.32). Devemos
abandonar tudo o que ofende a Deus, para então podermos ser “vaso para honra, santificado
e idôneo para o uso do Senhor” (2Tm 2.21).
(b) É preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome
e sede pelo batismo no Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33).
(c) Muitos recebem o batismo como resposta à oração neste
sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17).
(d) Devemos esperar convictos que Deus nos batizará no
Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
(9) O batismo no Espírito Santo permanece na vida do crente
mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31, 33), a adoração no Espírito (Ef 5.18,19)
e uma vida santificada (ver Ef 5.18 notas). Por mais poderosa que seja a
experiência inicial do batismo no Espírito Santo sobre o crente, se ela não for
expressa numa vida de oração, de testemunho e de santidade, logo se tornará
numa glória desvanecente.
(10) O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez na vida
do crente e move-o à consagração à obra de Deus, para, assim, testemunhar com
poder e retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores ao batismo inicial do Espírito
Santo (ver 4.31 nota; cf. 2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Espírito, portanto,
conduz o crente a um relacionamento com o Espírito, que deve ser renovado
(4.31) e conservado (Ef 5.18).
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