LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS
3º Trimestre de 2017
Título: Tempo para
todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 7: Tempo para
estar a sós com Deus
Data: 13 de Agosto de 2017
TEXTO DO DIA
“Daniel [...] entrou
em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e
três vezes no dia se punha de joelhos, e orava [...]” (Dn 6.10).
SÍNTESE
Para estar a sós com
Deus é preciso renunciar hábitos pessoais e compromissos sociais.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 24.63
Indo ao campo para estar a sós com Deus
TERÇA — Gn 32.23,24
Jacó fica a sós com um anjo
QUARTA — Êx 3.1,2
A sós com Deus no deserto
QUINTA — Mt 14.23
Despedindo a multidão para estar a sós com o Pai
SEXTA — Mc 14.32
A sós com o Pai em um momento
SÁBADO — At 16.13
Buscando um lugar para estar a sós com Deus
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
QUALIFICAR o segredo da espiritualidade, dentro do novo
tempo inaugurado a partir do Calvário;
INTERPRETAR o que significa “o tempo dos tempos”, para o
qual Deus convida a todos;
RECONHECER o valor de estar a sós com Deus.
INTERAÇÃO
Estimado professor,
na interação da lição 2 conversamos a respeito da necessidade de haver um bom
relacionamento entre os docentes da classe de jovens. Nesta interação queremos
mostrar o quanto e importante o relacionamento dos professores com os alunos. É
muitíssimo importante que você construa um vínculo afetivo e de confiança com
aqueles que Deus lhe confiou pra ensinar e orientar. Evite o contato
superficial. Se eles confiarem em você, receberão de bom grado o seu ensino,
seguirão suas orientações, ouvirão seus conselhos, etc. Por outro lado, a
proximidade com eles proporcionará a você um melhor conhecimento sobre suas
vidas, e isso é algo que todo professor de Escola Bíblica Dominical deve buscar
com afinco.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para aula
de hoje, convide, com antecedência, um membro de sua igreja que tenha uma
experiência espiritual marcante por estar a sós com Deus. Peça que ele relate
para a turma como se deu tal experiência. Algo do tipo “aventuras na oração”
(livro de Catherine Marshall). Dê-lhe um tempo para relatar, de forma sucinta,
o acontecimento. Em seguida, deixe os alunos bem à vontade para perguntar.
Prepare as suas próprias perguntas, a fim de que, caso fiquem tímidos, você
possa iniciar os questionamentos. Tenha cuidado com o tempo destinado a essa
atividade para evitar que se prolongue. Ao final, agradeça ao convidado pela
presença e peça que ele ore pela turma. Encerre a atividade dizendo aos alunos
que na lição de hoje terão a oportunidade de entender alguns aspectos do que
acabaram de ver na prática — intimidade com Deus.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 14.32-42.
32 — E foram a um
lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui,
enquanto eu oro.
33 — E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou
a ter pavor e a angustiar-se.
34 — E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste
até a morte; ficai aqui e vigiai.
35 — E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em
terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
36 — E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis;
afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu
queres.
37 — E, chegando, achou-os dormindo e disse a Pedro: Simão,
dormes? Não podes vigiar uma hora?
38 — Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o
espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
39 — E foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras.
40 — E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os
seus olhos estavam carregados, e não sabiam o que responder-lhe.
41 — E voltou terceira vez e disse-lhes: Dormi agora e
descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue
nas mãos dos pecadores.
42 — Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Já chamaram o local
em que o crente se encontra com o Senhor de “refúgio secreto” e “quarto de
guerra”. Entretanto, o que importa não é o lugar ou o nome que recebe, mas o
fato de que Deus convida a todos os seus filhos para diariamente estar a sós
com Ele em adoração e oração. Na lição de hoje vamos tratar desse momento tão
especial na vida do crente e que precisa fazer parte da sua vida.
I. O SEGREDO DA ESPIRITUALIDADE
1. Inaugurando um
novo tempo. Ao entregar sua vida no Calvário para a nossa salvação, Jesus
ofereceu um sacrifício perfeito ao Pai. O Filho de Deus abriu um novo e vivo
caminho em direção a Deus (Hb 10.20). Os homens, a partir dali, poderiam estar
face a face com o Senhor, sem o receio da morte e sem intermediários. O Deus
Todo-Poderoso revelou seu caráter amoroso por intermédio da pessoa bendita de
seu Filho Jesus.
2. A sós com Deus na leitura da Palavra. Desde que o livro
da lei do Senhor foi escrito por Moisés, Deus conclama que o seu povo medite
nas suas palavras. O Senhor determinou a Josué que meditasse no livro da Lei de
dia e de noite (Js 1.8). Ler as Escrituras virou um costume para judeus, entretanto
eles não praticavam o que liam. Os líderes religiosos não compreendiam a
verdade divina e se tornaram condutores cegos (Mt 15.14). A Palavra de Deus é
uma fonte que sacia a nossa sede e traz esperança aos nossos corações. Você tem
bebido dessa fonte?
3. A sós com Deus na oração. Embora Daniel fosse um homem
com um cargo político importante, não negligenciava a sua vida de oração. A
oração, sem dúvida, era o seu maior segredo, do qual não abria mão. Os momentos
a sós com Deus em oração foram os responsáveis pela preservação da vida de
Daniel e seus amigos na corte babilônica.
Ao escrever a história de João Hyde, homem de grande
comunhão com Deus e que ganhou mais de cem mil indianos para Cristo, Francisco
A. McGaw afirma que: “Coloquemo-nos, pois, ao lado do quarto de oração de João
Hyde, onde nos é permitido ouvir os suspiros, sentir os gemidos e contemplar o
querido rosto, banhado, repetidamente, de lágrimas!”.
Pense!
Qual a importância de
passarmos um tempo a sós com o Senhor? É necessário buscar Deus em oração
diariamente?
Ponto Importante
É necessário buscar a
Deus incessantemente em oração todos os dias (1Ts 5.17). Desprezar a intimidade
com o Criador é perder tempo.
II. O TEMPO DOS TEMPOS
1. Um convite. O
Senhor, em toda a Bíblia, convida seu povo continuamente para viver momentos de
comunhão, para estar a sós com Ele. Deus diariamente se encontrava com Adão, na
viração do dia, para conversar com ele. Essa comunhão foi interrompida com a
Queda. Hoje, mediante o sacrifício de Jesus Cristo, temos novamente o acesso
garantido ao Pai. Então, que venhamos ouvir sua voz e nos achegar a Ele em
oração.
2. Uma necessidade. O sumo sacerdote tinha a obrigação de
estar a sós com Deus, em favor de si e do povo, uma vez por ano (Hb 9.7).
Porém, havia uma exceção: Moisés. Ele diferentemente do sumo sacerdote, entrava
no Lugar Santíssimo constantemente. Deus conversava com Moisés no lugar mais
sagrado e frequentemente (Êx 25.22). Eles eram amigos íntimos. Que grande
privilégio de Moisés em um tempo diferente do nosso, pois o véu ainda não havia
sido rasgado. Estar a sós com Deus é mais do que uma obrigação religiosa, é uma
necessidade da nossa alma.
3. Um deleite. Aqueles que passam um tempo a sós com Deus em
adoração e oração têm o privilégio de se deleitar com sua presença. Muitos só
querem os presentes do Pai e não mais a sua presença. Há crianças que quando os
pais chegam de viagem, correm para abrir logo as malas, pois sabem que vão
encontrar presentes. Outras, embora gostem de receber presentes, se sentem
felizes com a presença dos pais. Muitos crentes estão agindo como meninos que
esperam somente pelas dádivas do Pai, mas não se alegram com a presença dEle.
Enquanto a presença de Deus não for um deleite para nós, haverá uma grande
falha no nosso relacionamento com Ele.
Pense!
Por que Deus quer um
relacionamento com o homem? Ele necessita dele?
Ponto Importante
Deus não precisa do
homem para ter comunhão, Ele já desfruta da comunhão da Trindade, porém sabe
que precisamos dEle e, por isso, chama-nos à intimidade.
III. O VALOR DE ESTAR A SÓS COM DEUS
1. Tempo de comunhão.
Jesus tinha prazer em estar a sós com Deus. Em João 11.42, Ele declarou que o
Pai o escutava sempre. Quem tem comunhão e intimidade com Deus tem suas orações
ouvidas e respondidas. Como está a sua comunhão com o Pai? Muitos já não
separam um tempo para meditar nas Escrituras Sagradas e para ter um período
dedicado a ouvir a voz de Deus. Outros buscam o Pai apenas para pedir, como se
o Senhor fosse uma espécie de “gênio da lâmpada” que atende todos os nossos
caprichos. A busca pela comunhão deve ser sem interesses. Quando amamos uma
pessoa queremos estar em sua companhia, assim é com o Senhor; nosso amor por
Ele deve nos impulsionar a buscá-lo cada dia mais.
2. Tempo de entrega. No Getsêmani, Jesus revelou a sua dor e
agonia (Mc 14.34), mas ali Ele também entregou sua vontade e o seu coração ao
Pai (Mc 14.36). Os momentos de oração, além de nos aproximar do Pai também são
como uma terapia, pois, podemos, como Jesus fez no Getsêmani, falar com Deus a
respeito da nossa dor, angústias e medos.
3. Tempo de consolação. Quando esteve na “prensa de azeite”
(Getsêmani), Jesus declarou sua dor, mas ali também Ele foi confortado por um
anjo (Lc 22.43). O lugar em que oramos e buscamos ter intimidade com Deus é,
por excelência, um lugar de consolo.
Pense!
Por que Cristo
precisava orar? Ele não fazia parte da Trindade divina?
Ponto Importante
Jesus enquanto homem
precisava orar, por isso, buscou o Pai diariamente em oração e também ensinou
seus discípulos a orarem.
CONCLUSÃO
Estar a sós com o Pai
revela nosso interesse em ter intimidade, conhecimento e amizade com Ele. Ter
um tempo exclusivo para Deus é importante, pois é através dEle que “vivemos,
nos movemos e existimos” (At 17.28). Cabe a nós, dia após dia, entrar em um
lugar reservado e só sair de lá depois de desfrutar de momentos de comunhão,
entrega e consolação com o Pai.
ESTANTE DO PROFESSOR
GARLOW, James L. Deus
e o seu Povo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
HORA DA REVISÃO
1. Precisamos realmente de um tempo com Deus?
Sim! Deus não necessita da nossa oração, mas o ser humano
depende do contato com seu Criador.
2. Jesus orava? Ele precisava da oração?
Sim. Ele não precisava da oração, mas o fez para nos dar o
exemplo.
3. Deve haver um limite de tempo para buscar Deus?
Não. A Bíblia manda que oremos sem cessar (1Ts 5.17).
4. Deus necessita das nossas orações?
Não! Ele sente prazer em ouvir e ajudar, mas quem precisa de
oração somos nós.
5. Você tem gasto tempo suficiente com Deus?
Resposta pessoal.
SUBSÍDIO I
“Oitocentas almas
foram acolhidas desde a convenção do ano próximo passado, mas, para, João Hyde,
isso não era suficiente. Deus aumentava-lhe a capacidade do coração, por meio
do seu amor. Uma vez mais se agarrou com Deus em santo desespero. Pois durante
semanas, não me lembro quantas, que ele descia mais e mais com Cristo nas
sombras do ‘Jardim’.
Nós, mais privilegiados, vimos, na vida de João Hyde, o
crescente horror que sentiu pelo pecado durante esse ano de 1910, apesar de ser
apenas um pálido reflexo de angústia horrenda, que, por fim, despedaçou o
coração do Salvador. Antes de começar a convenção, passou longas noites em
oração a Deus. Fazia cinco anos que sentia grande responsabilidade sobre o
coração, e cada ano pesava-lhe mais. Parecia que lhe consumia a própria alma!
Seu rosto revelava as longas noites que passava sem dormir, os dias gastos em
enfadonha vigília e oração. Contudo o seu vulto estava quase inteiramente
transformado ao transmitir a Palavra de Deus ao povo com tanto fogo e tanto
poder, que os ouvintes se esqueciam do homem transformado pela glória de Deus
que lhe iluminava todo o semblante.
Era o mensageiro de Jeová falando a mensagem de Jeová”
(McGAW, Francisco A. O Homem que Orava. 3ª Edição. RJ: CPAD, 1983, pp.50-52).
SUBSÍDIO II
A experiência
modificadora de vida de Moody
“Enquanto andava pela cidade Nova York, ele escreveu: ‘Meu
coração não está no trabalho de implorar. Eu não podia apelar. Clamei o tempo
todo para que Deus me enchesse com seu Espírito’. Esta experiência profunda
veio depois de quatro meses de batalha agonizante, durante a qual D. L. Moody
sentiu-se vazio e imobilizado. Ele comentou que ao examinar seu ministério
percebeu que pregava e fazia o bem por todos os motivos errados. Julgou-se um
homem desprezível. Mas um dia, nas ruas de Nova York, Deus encontrou-se com
Moody de uma maneira que o transformou, e ele nunca mais foi o mesmo. Ele assim
narrou: ‘Ah, que dia! Não posso descrevê-lo, raramente me refiro a ele. Foi uma
experiência quase sagrada demais para mencionar. Paulo teve uma experiência da
qual nunca falou durante quatorze anos, mas eu apenas posso dizer que Deus se
revelou para mim e tive tal experiência com o seu amor que lhe pedi para ficar
com sua mão sobre mim’.
Moody ficou tão subjugado por esta experiência que gastou
muito de seu tempo chorando diante de Deus. D. W. Whittle, seu bom amigo,
escreveu: ‘Moody perdeu o interesse em tudo, exceto em pregar a Cristo e
trabalhar pelas almas’” (GARLOW, James L. Deus e o seu Povo. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2007, p.236).
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